Chained Wings escrita por João Marcelo Santos


Capítulo 8
Capítulo 8: Desisto da vida


Notas iniciais do capítulo

(PS: Capítulo sem revisão!)

Oi gente o/ Pois é... EU VOLTEI POVO!!!!!!!! OWO/ Eu disse que prometia que postaria esse capítulo rápido, eh... não aconteceu XD isso por diversos motivos, provas consecutivas, semana de recuperação, falta de inspiração e bloqueio criativo, mas finalmente estou de férias o/

Tenho alguns avisos novamente, mas dessa vez são bem menores. Primeiramente, eu tinha dito que havia uma ordem de 2-2 pra narração dos capítulos, mas não haverá mais. Sim, outros narrarão, mas não em uma ordem, pois isso meio que me atrapalha um pouco XD O próximo capítulo ainda será narrado por Angel ;)

Second: Eu criei um Tumblr pra essa história o/ (Link: http://asasacorrentadaschainedwings.tumblr.com/ ). Pois é, eu havia criado um pra Jikan Ryoko que é outra história minha, e criei esse também. Se puderem, eu realmente peço para que deem uma olhada lá, pois eu exclareci diversas coisas lá, inclusive da história, contei coisas sobre países nessa terceira guerra para ficar mais aprofundado, e fiz referências de outros livros e tudo o mais. Eu realmente peço que olhem, pois lá eu de vez em quando postarei diversas novidades (e uma Playlist será planejada em breve ;) )

Vocês viram que eu mudei pro nome em inglês, a capa e a sinopse. Eu estou fazendo alguns ajustes para que a história fique melhor cada vez mais, inclusive estou reescrevendo os capítulos anteriores o/ mas não coisinhas bestas, agora eu realmente estou mudando coisinhas, colocando mais falas, cenas, etc... ainda faltam alguns, e os que já foram tem ''reescrito', no título. O capítulo que Franxie vai ao médico terá uma ceninha a mais com Agatta, então me aguardem... hihihihi u.u enfim XD deixando de lado a enrolação, aqui está o capítulo o/ Boa leitura, e eu peço que comentem suas opiniões gente :c estou sem comentários ultimamente u.u este capítulo é mais para contribuir para outras cenas de capítulos seguintes(popularmente conhecido como capítulo enche-linguiça u.u), mas espero que leiam XD

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***

Quando eu percebi, eu já estava adentrando a floresta parcialmente em chamas.

Uma mão masculina me puxava desesperadamente, e corria apressadamente, e eu mal podia acompanhá-lo. Tudo estava sendo destruído: a escola, agora muito atrás de mim, a floresta, tudo. Olhando para o alto, eu pude ver vários helicópteros e labaredas de bombas atômicas caindo ao longe, enquanto meus ouvidos eram invadidos por milhões de gritos de desespero, berros, choro, gemidos, e gargalhadas dos alto-falantes. Ah, sem me esquecer dos tiroteios.

Eu pisava em lama pura. Eu estava descalça, ainda com meu pijama, e o homem à minha frente gritava para que eu corresse o mais rápido que eu pudesse. Várias pessoas gritavam da floresta, correndo também. Na verdade, haviam muitos alunos gritando da floresta, enquanto ela queimava cada vez mais, porém, eu não conseguia ver muitos.

Houve um momento enquanto eu corria, em que eu quase tropecei em uma raiz de árvore, me desequilibrando. As lágrimas ainda percorriam meu rosto, e meus olhos já estavam ardidos de choro, mas mesmo assim, eu gritei, desesperada:

–POR FAVOR, VAI MAIS DEVAGAR! SE EU TROPEÇAR AQUI, ELES VÃO NOS MATAR! – Minha voz saiu muito mais chorosa do que autoritária, como eu realmente queria. O céu agora não estava mais nem azul nem preto: estava laranja e vermelho. Fumaça saia de todos os lugares possível, e os gritos já estavam fazendo meu ouvido doer. Eu nunca havia visitado o inferno, mas se me perguntassem como eu o descreveria, provavelmente não seria tão diferente do que eu estava vivenciando ali.

Felizmente, o homem parou. Quando eu finalmente pude me equilibrar e recuperar meu fôlego, enquanto uma bomba caía ali perto, fazendo mais chamas subirem as árvores inocente, eu olhei para o rosto conhecido do homem que me puxara.

–Angel, nós não temos tempo para descansar! – Eu reconhecia aquele homem. Ele era Newton, o meu professor de biologia. Ele aparentava ter cerca de cinquenta anos, tinha um porte alto e um tanto musculoso. Seu cabelo era grisalho, juntamente com sua barba, e sua expressão era de seriedade e preocupação.

Sendo sincera, além de Aki e Willian, Newton era o único que realmente me entendia. Ele não era como os outros professores daquela escola mequetrefe, que eram frios e calculistas, ditadores fiéis ao Governo Santo. Ele realmente era simpático, e o único que conversava comigo seriamente. Era aquele tipo de pessoa que você poderia confiar a vida. De todos, ele era o único que procurava saber o meu passado, e por isso eu sempre confessava minhas aflições para ele. Ele, por algum motivo, me lembrava bastante meu pai, Franxie, mas de uma forma mais seca. Embora se importasse comigo, ele nunca demonstrava muita afeição por mim, apenas me encorajando aos tempos que viriam e a ser sempre forte.

–...N-Newton? – eu perguntei, gaguejando, ainda recuperando meu fôlego - ...E-Eu não sabia que era o senh-....

–Angel, nós não temos tempo! - ele olhou para mim, mas, de repente, seu olhar avistou outra coisa, e ele me empurrou para trás da árvore repentinamente, até avistar um helicóptero que iluminava o local, se aproximando dali onde estávamos- ...CUIDADO, SE ESCONDA!

A única coisa que ouvi em seguida foram sons de bomba. Newton me abraçou, enquanto estávamos agachados atrás da árvore, a bomba fez seu corpo e o meu tremerem. Logo em seguida, veio um calor infernal, juntamente com um cheiro de fumaça.

Newton pegou rapidamente meu braço, gritando um ‘’CORRA, ANGEL!”, e me puxou desesperadamente para dentro da floresta. Corremos o mais rápido que pudemos, enquanto as chamas caíram sobre a árvore na qual estávamos escondidos.

***

O Grito do desespero é a coisa mais terrível que se pode ouvir.

Em pouco tempo, estávamos correndo ao lado de vários alunos desesperados, que berravam com toda força e choravam alto. Ouvi crianças gritando por seus pais, ali perto, enquanto todo o cenário, sem exceção nenhuma era devorado pelo fogo.

‘’EU QUERO A MINHA MÃE!!!”

“POR QUE A PORRA DOS DEX VIERAM ATACAR JUSTO HOJE? POR QUE, DEUS?”

‘’CALEM A BOCA E CORRAM O MAIS RÁPIDO QUE PUDEREM!!!”

‘’A MINHA NAMORADA FICOU PRESA LÁ DENTRO!”

‘’QUEM LIGA? EU SÓ QUERO SAIR DAQUI!”

“VÃO QUEIMAR NO FOGO DO INFERNO, DEX!”

“CALE A BOCA, ELES PODEM ESCUTAR, SUA ANTA!”

Dos helicópteros, vozes de adultos saíam dos alto-falantes, mas eu não prestei atenção em muitos detalhes. O meu cabelo estava totalmente sujo de lama, devido a uma queda que havia levado, e meu pijama estava se rasgando. As lágrimas ainda escorriam, e vários cortes percorriam o meu corpo e o corpo de Newton.

‘’ELIMINEM TODOS OS ALUNOS!” – Ouvi uma voz berrar de um helicóptero. Todas as pessoas que estavam perto de mim berraram ainda mais alto – o que eu achei que seria impossível -, e alguns tropeçaram, sendo engolidos pelas chamas, enquanto carbonizavam lentamente, gritando por seus companheiros, que quase nunca voltavam para socorrê-los.

Eu ainda estava preocupada com Aki e Willian que, embora eu achasse bastante difícil, esperava que estivessem vivos... não... eles tinham que estar vivos! Só de pensar no cadáver deles em meio às chamas...

Durante toda a minha vida solitária e vazia no internato ‘’Blue Eyes’’, eles eram um dos únicos que se ofereciam conversar comigo. Willian era um americano, filho de pais muito bem sucedidos, que mandaram seu filho desde muito jovem a um intercâmbio em Guardia, em busca de uma melhor qualidade de vida, pois, segundo seus pais, servir o governo na Inglaterra, a principal sede de Guardia seria uma ‘’honra’’ para eles, e eles realmente não queriam se decepcionar com seu filho. Já Aki era órfã, assim como eu. Ela havia perdido seus pais desde os sete anos, quando foi achada em uma ilha, ferida, após o navio onde ela estava fugindo ter naufragado. Na verdade, eu não sabia muita coisa de sua origem. Ela sempre se recusava a conversar comigo sobre seu passado, apenas dizendo que era uma coisa ‘’inútil que ninguém precisa saber’’. Eu me sentia um pouco triste quando ela se recusava a contar, mas percebia também, por sua expressão, que parecia ser algo realmente sério.

Após alguns minutos correndo – nessa altura, mais da metade dos fugitivos haviam ficado para trás –, chegamos em uma área com poucas árvores. O que mais se via era um chão seco, e mais á frente, havia uma grande pedra que parecia ter sido posta ali por alguém. Ainda estávamos em volta de chamas, enquanto helicópteros se aproximavam com mais rapidez.

–OLHEM! –Newton gritou, apontando desesperadamente para a pedra, enquanto alguns ao nosso lado gritavam – ALI É UMA PASSAGEM SUBTERRÂNEA! EMPURREM AQUELA PEDRA, RÁPIDO! TODOS VOCÊS, POR FAVOR, EMPURREM AQUELA PEDRA! EMPURREM!

Mesmo ainda zonzos com tudo aquilo, nós rapidamente conseguimos chegar á pedra – era muito grande. Por sorte, havia mais umas quinze pessoas conosco - lembrando que havia cerca de setenta quando fugimos - , e eles começaram desesperadamente empurrar a pedra com toda a força para a direita, enquanto alguns choravam alto, e uma garota acabou tropeçando por não prestar atenção devido á quantidade de lágrimas nos olhos. Eu também me pus a empurrar, quando ouvimos novamente a voz do auto falante atrás da gente:

‘’LANÇA CHAMAS SENDO PREPARADO PARA ATINGIR O SOLO. EM DEZ SEGUNDOS... NOVE...”

–VAMOS, RÁPIDO, PESSOAL, COM FORÇA, EMPURREM! VAMOS, NÃO TENHAM MEDO, EMPURREM! EMPURREI MAIS, MAIS UM POUQUINHO, VAMOS! AMANDA, EMPURRE DIREITO E PARE DE CHORAR! ANDEM, EMPURREM A PEDRA! – Newton gritou, pondo todas as suas forças. Aos poucos, a pedra começou a se deslocar, enquanto eu, ainda com lágrimas nos olhos e os ferimentos em meu corpo que ardiam, já estava com minhas mãos doendo de tanto empurrar.

–ESTAMOS TENTANDO, CALE A BOCA! – Um garoto ao meu lado berrou, enquanto lágrimas escorriam de seu rosto. A pedra agora estava quase dando uma brecha para que pudéssemos passar, mas, enquanto tentávamos em meio ás chamas que se aproximavam, uma voz gritou:

‘’ENVIANDO LANÇA CHAMAS, NÚMERO 890.”

Não deu para saber quem gritou mais alto primeiro. Nós olhamos para cima, e eu vi uma singela bomba indo calmamente em nossa direção, enquanto as pessoas berraram xingamentos, e tentaram empurrar. Quatro alunos correram desesperados entre as chamas, alguns até e jogando do abismo que havia logo á frente, enquanto eu fiquei igual á uma imbecil, apenas esperando a bomba.

Eu quis gritar, mas, por algum motivo, a minha voz não saiu. Meus olhos se arregalaram, e naquele rápido momento, perdi a vontade de viver.

Não queria mais aquele mundo. Naquela hora, como um flash em minha mente, comecei a me recordar de diversos momentos da minha infância: do meu pai brincando comigo no parque, de quando Agatta caíra feio em uma poça de lama e começara a chorar, dos meus tios. Das surras. Da morte do meu primo. De Aki. Das cantadas sem graça que Willian fazia pra mim. Do incêndio. Não havia mais nenhum motivo para tentar sobreviver, era inútil tentar fazer alguma coisa, afinal, estávamos cercados.

Eu estava prestes a ficar ali eternamente, enquanto a bomba consumia meu corpo e o carbonizava, levando com suas chamas as minhas memórias e lágrimas, quando um braço adulto me agarrou com força, me arrancando bruscamente de meus pensamentos. Senti meus pés escorregarem, e meu corpo foi lançado para trás, mais precisamente para baixo.

Quando meus olhos finalmente puderam processar alguma coisa, vi Newton me empurrando bruscamente para a brecha que se formara na remoção da pedra. Ouvi ele berrar um ‘’TENHA CUIDADO!”, quando seus braços quentes e musculosos soltaram meu corpo frágil, fazendo-o se sentir oco. Meu braço arranhou na beirada da pedra, quando vi o local escurecer, enquanto ele se deitava na brecha para impedir a passagem da bomba que agora se aproximara de um jeito fatal.

Ao sentir meu corpo caindo, eu berrei muito alto, quando um imenso estrondo aconteceu na abertura, seguido de um calor imenso. O local tremeu, e eu senti uma enorme pancada nas costas ao dar de encontro com a escada de escape que havia, me fazendo berrar de dor. Porém, não tive tempo de esboçar reação nenhuma: simplesmente o local recebeu um grande impacto, que fez com que meu corpo novamente fosse arremessado, dessa vez para o alto – e ponha alto - , então caindo novamente, dessa vez no chão duro e frio, em um local completamente escuro.

***

Não me lembro exatamente quando acordei após o desmaio, mas minha primeira visão foi um teto escuro metálico acima de mim.

Quando meus olhos puderam de fato abrir, senti uma enorme dor em minhas costas e em meu braço. Eu ainda estava de pijama. Quando levantei a minha cabeça, tonta e sem saber exatamente onde estava e o que diabos tinha acontecido, me deparei com mais escuridão. Ainda estava tentando entender tudo aquilo.

Quando finalmente me recordei do que havia acontecido, rapidamente, me apressei em retirar o celular do bolso, que durante o escape dos alunos, eu havia o posto ali rapidamente em meio ao desespero, para caso precisasse dele em última hora. Por um momento, percebi que havia um machucado feio na palma da mão, mas deixei isso passar, tateando rapidamente á procura do meu bolso. Torci para que ele estivesse inteiro, e, para a minha sorte, o bolso que eu havia colocado havia se salvado na hora da queda.

Ao retirar, apertei no botão na parte de cima, acendendo a tela. De início, meus olhos ficaram cegados com aquela iluminação repentina, quando olhei e descobri que eram duas horas da tarde. Se levarmos em conta que eu havia fugido em plena madrugada, foram quase doze horas desmaiada.

Ainda olhando a hora, e me lembrando do que Newton havia feito, mirei a luz na direção da escada, para perceber que não havia mais escada, e sim uma pilha imensa de pedregulhos. O local havia sido invadido por várias pedras, que, pelo que eu havia reparado, haviam infestado o local onde eu estava.

Minha cabeça estava mil. Senti as lágrimas se formarem em meu rosto, e pus rapidamente a mão na boca, me lembrando de cada detalhe desesperador, e como eu quase havia perdido a vida, se não fosse pelo ato do meu professor.

–...Ai, meu Deus, Newton... – eu solucei, enquanto não impedia que o choro viesse. Naquele momento, o mundo deixou de fazer sentido ao meu redor. Eu senti a frieza naquela caverna subterrânea, a dureza do chão em meus pés feridos, as lágrimas escorrendo e meu pijama quente. A minha respiração.

Eu estava viva.

Estar viva não era uma coisa que eu estava pensando algumas horas atrás. Naquele momento, eu havia simplesmente desistido de tudo, esquecendo das pessoas ao meu redor, apenas esperando a morte. No entanto, o meu professor, Newton, havia se sacrificado desesperadamente, se pondo na frente da brecha, e me jogando rapidamente para a caverna.

–Ai, meu Deus, Newton , o que... o que você fez? – eu chorava, ainda olhando as pedras. Provavelmente o corpo dele estava ali, enterrado, agora apenas esmagado – Não, Newton, você não, por favor, por favor, não, me diga que isso é um sonho, Deus... Ah, não...

Uma parcela de culpa começou a se formar em meu peito. O que eu estava pensando? Em apenas me livrar da vida, esperando que a bomba me atingisse? Ou então, esperando ir para um local melhor após a morte? Eu não estava pensando em meus amigos, ou em Newton – apenas em mim. Afinal, ainda havia uma chance de Aki e Willian estarem vivos.

Não me segurei. Ainda chorando alto, com meus soluços e berros do choro ecoando pelo local, me sentia imunda. Me sentia imunda por esquecer, por um momento, embora um flash acontecesse em minha mente, o que realmente significava tudo aquilo pra mim. A vida.

O que a vida era pra mim?

***


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Notas finais do capítulo

Bem gente, foi isso u.u não gostei muito desse capítulo, mas prometo que o próximo será bem melhor XD enfim, espero que tenham curtido, se puderem deixem seus comentários e tudo o mais. Podem criticar(se for de forma educada)algum deslize ou coisa que possa ser melhorada.

Enfim, não prometo quando o próximo capítulo sai, mas VAI SER LOGO, pois agora sim eu desempaquei o/ e já estou escrevendo o próximo, então... enfim XD Ciao o/



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