Pokémon Shining Soul - Adrian Roth escrita por Virants


Capítulo 3
Caminhada em grupo é muito melhor


Notas iniciais do capítulo

Adrian descobre que para desafiar Erika e tentar conseguir sua insígnia precisará atravessar um labirinto montado no subterrâneo do ginásio. Os fatos se mostrarão mais complicados do que o esperado, mas o acaso se mostrará como um grande aliado...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/508170/chapter/3

Quarta, 16 de Julho de 2014. Labirinto do Ginásio de Celadon. 15:18

Adrian analisava o peso de sua mochila mais uma vez. Ficou uns bons minutos olhando as diferentes trilhas a seguir. Voltou até as escadas e fixou na mente a direção onde estava o paredão de vidro que o separava de Erika. Retornou à entrada do labirinto e, com isso em mente, traçava a direção onde estaria o acesso que levaria à Gym Leader. Mas isso seria suficiente? A ideia era inteligente, mas ele não parecia feliz em notar que três caminhos levariam para trás, e quando olhava a profundidade que se encontrava além do nível da entrada do ginásio...

– Não vai dar certo... – falava baixo, frustrado. Pegava uma de suas pokébolas e abria com um movimento da mão, libertando Ryuren, que aguardava suas ordens. – Ryuren, garoto, corra por este caminho, o da esquerda. Mas não vá muito longe. Veja se encontra alguma escada ou algo para subir, que não seja uma árvore.

O Rattata seguiu como foi pedido, disparando pela rota mostrada por seu dono. Adrian cruzava os braços, coçava o queixo. Não poderia fazer muito até que o pokémon retornasse. Escutou alguns passos, virando para trás e notando um novo grupo de treinadores chegando. Todos parecendo tão perdidos quanto ele. Acenaram um cumprimento ao jovem, mas se limitaram a isso e cada um seguiu por um caminho diferente. Exceto um... Que Adrian não deu atenção, já que seu pokémon retornara.

– Algo interessante, Ryuren? – agachava e perguntava ao pokémon, obtendo um aceno negativo de cabeça. – Droga...

– Um labirinto embaixo do ginásio. Interessante... – o treinador que Adrian não deu atenção antes passava por ele, pensando alto. O rapaz, pela forma de se vestir e as feições, devia ser um pouco mais velho que Adrian, com um estilo entre o punk e o rockeiro. Seguiu pelo próximo caminho que Adrian pediria para Ryuren seguir.

– Siga por lá... – apontava a terceira alternativa ao Rattata, que disparava com velocidade novamente.

O jovem de cabelos esbranquiçados ficava olhando o caminho. Observava Adrian um minuto, e então corria e se jogava para uma árvore, pegando impulso com uma boa pisada e já subindo com facilidade, sumindo entre galhos e árvores. Roth caminhou lentamente para lá, olhando ao redor – em vão. A combinação de grama, árvores e folhas dificultava a visão à distância. O jeito era olhar por cima ou seguir com a sorte.

– Existe uma infinidade de flores logo acima das árvores. É impossível olhar o caminho por cima... – o rapaz descia da árvore. Pelo olhar ele já devia esperar algo do tipo. – No entanto, dá para ver um pouco, o suficiente apenas para vermos treinadores perdidos... – falava olhando para Adrian,mas logo o deixava ali, seguindo o caminho que escolhera.

Ryuren retornava e novamente dava uma resposta negativa. Adrian estava agachado afagando a cabeça do pokémon. Ele não correu para muito longe, mas teria sido uma distância considerável, levando em conta sua velocidade e o tempo de ausência. Arriscar os caminhos vistos por Ryuren seria como estar num rio e pisar em falso numa pedra molhada. Pela dificuldade e a chance crítica de se machucar, não valia o esforço. Restaria seguir o simpático treinador escalador de árvores e no momento oportuno, testar uma nova oportunidade.

O caminho era tranquilo, o som de folhas secas esmagadas pelos pés de Adrian e o outro treinador fazendo a trilha sonora. Ryuren estava sempre próximo, tentando farejar algo, sem êxito. O caminho ia se estreitando e cada vez mais surgia rotas alternativas e, em alguns momentos, forçava a mudança do caminho. Chegaram a passar por outros treinadores, com toda a certeza perdidos, e alguns, talvez por notarem certa segurança no olhar do treinador de cabelos esbranquiçados, acabavam por seguir ele e Adrian.

Eram cinco treinadores. O rapaz misterioso, Adrian, uma garota e dois irmãos. Todos caminhando juntos, mas em silêncio - com exceção dos irmãos que tagarelavam. O “guia” da caminhada parou em certo instante, a primeira parada que fazia, suspirando alto e de certa forma bem frustrado. Adrian estranhava. O rapaz até o momento demonstrava confiança e parecia saber o que estava fazendo, mas se algo o irritou, não seria um bom sinal. Fora isso, já havia passado um tempo considerável ali dentro.

– Por quê estão me seguindo? – ele perguntava subitamente. A voz era calma apesar de tudo.

– Bem, hã... – a garota se atrapalhava, parecendo ter se assustado com o comentário repentino. – Acho que todos pensam que você sabe o que está fazendo e, tipo... Ninguém tem ideia melhor que seguir você.

– Ou chegamos todos juntos... – interrompia um dos irmãos.

– Ou nos perdemos juntos. – completava o outro.

Adrian apenas olhava para todos, Ryuren ainda ao seu lado. O rapaz de estilo punk/rocker sorria olhando o grupo.

– A julgar pelo tempo que caminhamos, bem como a distância, é de se imaginar que esse lugar seja muito maior do que o imaginado, provavelmente superando a área do ginásio e se expandindo pelas proximidades da cidade... – ele comentava num tom sério, mas com um olhar simpático e até brincalhão, olhando um pouco ao redor – Se querem encontrar Erika, vamos precisar agir juntos. – e apontou para Adrian. – Qual seu nome? – falava provocante, arrancando um pulinho de susto da garota.

– Eu? – Adrian comentava suspreso pelo questionamento súbito – Adrian Roth.

Assim que obteve a resposta, o rapaz pegou uma pokébola da cintura e lançou, libertando um canino de pelo escuro e feições agressivas. Uma espécie que existia em Kanto, mas que não era vista com muita regularidade. Um Houndour.

– Seu Rattata vai seguir com meu Houndour por aquele caminho. – apontava uma direção e, depois, olhava para o Houndour – Anúbis, o Rattata vai seguir na frente e você vai segui-lo. Marque o caminho passando suas garras nos troncos ou queimando uma área pequena. Dispare uma rajada de fogo para o alto durante alguns instantes caso encontrem um acesso estranho, ou algo que nos leve para cima de alguma maneira. – ele falava com clareza e rapidez.

– Ryuren, faça como ele falou. Pode ir. – Adrian respondia rapidamente.

Ryuren e Anúbis disparavam na direção apontava pelo garoto que, antes mesmo deles sumirem de vista, já apontava para os outros treinadores.

– Seus nomes, por favor. Precisamos de um pokémon voador e um de água.

– Sou Brenda. – a garota falava, um pouco tímida, lançando seu pokémon, um Squirtle.

– Grind...

– Grip...

Os dois irmãos respondiam, quase juntos. Grind lançava um Pidgey e Grip um Mankey. O “guia” apontava para os pokémons se aproximarem e lançava um outro pokémon. Um morcego assustadoramente grande, com uma boca enorme e olhos como os de um caçador.

– Pidgey e Golbat vão ficar acima das árvores, seguindo naquela direção. Pidgey vai na frente, Golbat ficará para trás e vai emitir um sinal sonoro se Pidgey avistar algo. O Squirtle ficará preparado para o caso de Anúbis sinalizar com fogo, para não queimarmos tudo aqui embaixo. Certo? Mankey será suporte para imprevistos...

O rapaz sabia o que estava fazendo. Todos concordaram e, com as ordens já ditas, os pokémons se espalharam.

– Só tem um probleminha... – Brenda se aproximava mais do grupo, e do rapaz de cabelos esbranquiçados – Você não nos disse seu nome. – falava forte, para tentar intimidar o rapaz. Já que dava a impressão de que não queria se identificar.

– Chacal. Podem me chamar de Chacal. – falava com calma, subindo numa árvore até o topo. Grind e Grip tiveram facilidade para subir também, assim como Adrian. Apenas Brenda ficou sentada na base da árvore, emburrada.

A visão ali de cima era interessante. Era como se existisse um céu multicolorido, todo de flores e folhas, suspensas por algo não visível, que impedia a visão dos arredores, o que facilitaria o desafio. Pidgey e Golbat não estavam visíveis mais, e não havia sinais de fumaça ou incêndio. No entanto, era possível observar alguns outros treinadores caminhando feito tontos, até que encontravam Brenda e ficavam esperando resultados do grupo. Aproveitaram para lanchar nesse meio tempo.

– Churrasco? Aqui em baixo? – um dos novos integrantes do grupo iria soltar em algum momento, rindo em seguida.

Chacal desceria da árvore de uma vez, apressado. O Mankey de Grip desceria junto com ele.

– Sigam o Mankey! A equipe terra encontrou alguma coisa. – e apontava o Mankey que acenava chamando a todos.

Os treinadores arrumavam as mochilas e corriam como podiam atrás do pokémon. O cheiro de fumaça era sentido com bastante facilidade. Apenas Chacal e Grind ficaram. Precisavam esperar o retorno de Golbat e Pidgey.

– Está perto! – Adrian falava alto para o grupo escutar. Ele era rápido e sem dificuldade conseguia se manter à frente de todos.

A fumaça já podia ser vista e a tosse já era comum entre os membros do grupo. Correram por uma distância considerável. O lugar realmente era grande e, pelo que viam, havia muitas marcadas de garras nas árvores e pequenos pontos queimados. Houndour e Rattata deram uma boa vasculhada nos arredores.

– Squirtle, Watergun!

A área incendiada era mediana. Aparentemente controlada por Houndour e Ryuren, o que facilitou a atividade do Squirtle. Fogo apagado e menos tosse por ali, eles tinham uma visão que não era tão animadora. Existia um paredão. De pedras. Acidentado, com alguma grama nascendo aqui e ali. E, lá no alto, conseguiam notar uma moça de kimono esverdeado, olhando calmamente para baixo, dando as costas e então sumindo.

– Erika, encontramos você! Se prepare para dar as nossas insígnias! – Grip falava animado, gritando para a Líder escutar. Corria e se jogava na parede, analisando onde colocaria mãos e pés e começava a escalar, seu Mankey em poucos saltos o ultrapassava e subia sem dificuldades.

Brenda cruzava os braços, emburrada. Para ela seria tarefa impossível. Um outro treinador tentava subir, mas vacilava e caía de costas no chão, reclamando de dor. Seria uma escalada numa parede com angulação de 90º. Um erro e a queda seria monstruosa. A julgar pela altura que Erika foi vista, poderia ser fatal, sem sombra de dúvida. Uma empreitada perigosa, mas que Grip encarava com alguma facilidade.

– Ryuren, volte. Descanse. A parte difícil vai ser quando já estivermos lá em cima... – Adrian falava confiante, retornando o Rattata e começando a escalada.

Os outros tentavam subir, mas fosse por medo ou falta de habilidade, caíam ou travavam logo no começo. Grip já estava no alto, finalizando o trajeto, quando pisou em falso, escorregou e parecia que ia cair. Seu Mankey conseguiu segurá-lo pela mão, de forma que seu treinador conseguisse se estabilizar e, por fim, chegar ao topo.

Numa rápida olhada para baixo Adrian notava que Chacal já estava subindo - e até já o estava alcançando. O Golbat do rapaz ficava por perto, caso vacilasse, mas não parecia necessário.

– Ei, carinha do morcegão... – um dos outros rapazes gritava – Poderia emprestrar seu pokémon pra ajudar os outros a subirem?

– Quer que ele faça sua comida e ganhe a insígnia por você também? – Chacal respondia rindo. – Entenda. – ele falava, parando de subir um instante e pegando ar. – Isso tudo é um teste da Erika. Se você é incapaz de subir isso por seus próprios meios, será incapaz de vencê-la em combate. – e então começava a subir.

Adrian concordava. Fazia sentido. O tal garoto, no entanto, não parecia muito feliz, mas ficou calado. Chacal riu mais uma vez.

– A união faz a força. Conhece o ditado, garoto? – Chacal falava mais animado. – Zotz, pode deixar. Subo sozinho. Ajude-os a subir.

Todos perceberam, logo depois, uma corda descendo até alguns metros perto da base. Era Grip.

– Se todos se ajudarem, todos ganham e nenhum perde... – Grip continuava com o que Chacal havia dito.

Enquanto os treinadores seguravam a corda, o Golbat ficava próximo para impedi-lo de cair, e aqueles que estivessem no alto poderiam ajuda-lo a puxar. Não tardou para que todos estivessem lá em cima.

Oito treinadores, após um tempo exageradamente longo, conseguiram atravessar o labirinto e, agora, podiam avistar o paredão de vidro que os separava de Erika, mas dessa vez, eles estavam cara a cara com a Líder do Ginásio.

A moça era de uma beleza angelical. O kimono fazia a Gym Leader parecer menor do que realmente era, algo entre 1,55m e 1,65m. Os cabelos curtos iam até pouco acima do ombro, lisos e brilhantes com os raios de sol que invadiam pelo teto aberto. O rosto, como dito, parecia o de um anjo. Calmo, sereno, inspira confiança e seriedade, ternura e carinho.

– Unidos conseguiram passar do labirinto e escalar a rocha... – Erika dizia, de costas para todos, pegando uma distância considerável deles. – Então, vamos fazer as coisas mais interessantes... – a voz de Erika era doce e acolhedora.

– O que quer dizer? – Grind, que de todos ali era o que estava mais próximo da Líder, falava confuso.

– Vocês sabem o poder de um Líder de Ginásio. Então, para criar um ambiente mais justo, onde todos tenham as mesmas chances, todos poderão lutar, simultaneamente, contra mim. Talvez assim tenham alguma chance, mesmo que mínima, de levar a insígnia... – Erika era provocante na forma de falar. Seu olhar, antes angelical, agora deixava escapar um fragmento de seu demônio interior.

Os treinadores levaram suas mãos para os cintos, os dedos tocando as pokébolas. Os corpos ainda cansados da caminhada, da corrida, da escalada. Mas ainda estavam determinados. Adrian, Chacal, Brenda, Grind, Grip, Luke, Mark e Raul contra a Líder do Ginásio de Celadon, Erika.

A batalha seria injusta para o lado deles...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

"Sugestões, críticas, desabafos... Comentem o que bem entenderem nos reviews. Esse aprendiz de noob-escritor lerá e responderá com carinho. E, bem... É isso aí. Sou péssimo com notas iniciais e finais de capítulos..."

— Chacal
http://i1175.photobucket.com/albums/r622/Argoryus/Pokemon%20RPG/Trainer40_zps0f7e2640.png


— Caminhada
https://www.youtube.com/watch?v=VB06kMtD3vw&list=PLA74D501FA532E921&hd=1