Pokémon Shining Soul - Adrian Roth escrita por Virants


Capítulo 4
Plantas Demoníacas


Notas iniciais do capítulo

O grupo finalmente encontra Erika, a líder do Ginásio da cidade de Celadon. 8 treinadores contra um Líder de Ginásio. É uma situação muito interessante... Mas tremendamente problemática para... os treinadores.



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Quarta, 16 de Julho de 2014. Arena, Ginásio de Celadon. 17:49.


– Vamos lá pessoal, é hora do pau! – Grip gritava apontando para frente, indicando para que seu Mankey avançasse.

Os outros começavam a lançar seus pokémons, num festival de luzes, enquanto Erika observava a cena. Grind lançou Pidgey, Brenda o Squirtle e Raul um Growlithe. Todos ficaram surpresos quando Luke revelou um Machoke e Mark um Hitmontop, os pokémons aparentemente mais fortes ali, junto do Golbat já liberado de Chacal. Adrian sorriu. Seu Rattata, liberado agora, teria bastante trabalho caso quisesse brilhar e conquistar seu lugarzinho ao sol.
– A regra será a seguinte... Cada treinador poderá usar dois pokémons, enquanto eu usarei quatro. Isso dá o equivalente a dezesseis contra quatro. Alguma objeção? – a Líder perguntava já com duas Pokébolas na mão.

– Chega de conversa e vamos pra luta! – Luke falava forte, sorrindo desafiadoramente para a Líder.

Erika devolvia o sorriso lançando suas duas pokébolas, revelando um Exeggutor e um Bellossom. Luke e Mark sequer esperaram os pokémons fazerem o reconhecimento do ambiente, já os atacando.

– Machoke, Karate Chop no Exeggutor!

– Hitmontop, Rapid Spin! Pegue o Bellossom com Triple Kick em seguida!

O Machoke avançava correndo na direção do Exeggutor, a mão estendida como se fosse uma lâmina. Hitmontop girava velozmente encurtando rapidamente a distância até o Bellossom e, quando bem próximo, estendia as pernas para atingir o oponente.

– Bella, Stun Spore. Heitor, Reflect, combine com Stun Spore e Leech Seed! – Erika era rápida em passar os comandos.

Quando o Machoke ia atingir o pokémon as faces dele sorriram e uma barreira esbranquiçada ficou entre os dois, recebendo a pancada ao invés do pokémon. O Exeggutor, expelia uma nuvem amarelada de pó que atingia o Machoke em cheio, deixando-o coberto pelo pó. Ele recuava um, dois passos, sofrendo uma série de espasmos. Hitmontop era atingido pelo mesmo ataque vindo da Bellossom, mas a pequena flor ainda era atingida pelos três chutes giratórios do oponente, sendo lançada para o alto, mas se recuperando e parando distante do oponente.

Os outros treinadores estavam olhando. Aquele fora o primeiro movimento da batalha. Pokémons fortes contra a Líder... E já começaram mal. Como fariam para entrar na luta e não serem nocauteados facilmente?

– Mankey, Low Kick!

– Squirtle, Watergun!

– Pidgey, Gust!

– Growlithe, Ember!

Um ataque quase total, já que Adrian e Chacal ficaram apenas observando. Os pokémons menores iniciaram a onda de ataques contra o Exeggutor e a Bellossom, enquanto Hitmontop e Machoke se recuperavam. O sol que entrava pelo teto irradiava diretamente contra os pokémons de planta, que pareciam ter suas folhas mais brilhantes e vívidas. Bella foi alvo da ventania de Pidgey, mas com passos iguais aos de uma dança, não foi levada pelo ataque. O jato de água do Squirtle foi desviado com um salto, a pequena flor saltando para o alto, com um comando de Erika, onde exalou uma nuvem de pó rosado, bem claro e quase imperceptível aos olhos. Carregava um odor suave e doce, que chegava até os treinadores. O Exeggutor dava grandes passos esquivando das brasas de Growlithe, a distância comparada à velocidade do ataque ajudava.

– Mas que... – Grip ficava incrédulo quando percebia uma barreira esbranquiçada impedindo que seu Mankey atingisse o Exeggutor.

– Ataques diretos, sem planejamento, não vai funcionar! – Chacal falava alto, percebendo que todos iam tentar repetir a onda de ataques. Mas não funcionou.

Os ataques recomeçaram. Hitmontop investindo com velocidade contra Bella, que desviava da maior parte dos golpes e, nas aberturas que a paralisia do lutador concedia, dava uma sequência de chutes e socos, onde pequenas raízes saíam de seu corpo e tocavam no pokémon adversário, fazendo-o grunhir de dor. Mark recuperava a vantagem com um Quick Attack que mandava a flor para longe, onde era mirada pelo Pidgey e por Mankey. No entanto, no ar, todos eram atingidos por uma nova nuvem de pó amarelado que Bellossom lançava, fazendo todos errarem os ataques. Enquanto isso Exeggutor conjurava barreiras amarelas para se proteger dos ataques dos pokémons, como o jato de água do Squirtle e as chamas de Growlithe, cansando os oponentes, já que atacavam sem conseguir sequer tocá-lo.

– Sua chance, Machoke! Low Sweep e Seismic Toss, a defesa dele está aberta! Jogue ele pra cima da Belossom! – Luke comandava forte.

E ele estava certo. Exeggutor estava tão ocupado se tornando invulnerável aos ataques especiais que isso deixou sua guarda aberta para ataques diretos! O Machoke avançou, atravessando a barreira amarela e, próximo de Exeggutor, deu-lhe um chute em cada uma das pernas, fazendo o pokémon se ajoelhar. Machoke abraçou o oponente, apertando-o com força, girou duas vezes com velocidade e o lançou para longe. O Exeggutor foi de encontro contra a Belossom, que estava sendo atacada por Pidgey e Mankey. Ela desviou com facilidade, dando uma pirueta no ar. No entanto, Pidgey e Mankey foram atingidos pelo Exeggutor, que voou carregando os dois até que bateu contra uma árvore, derrubando-a. Os dois pokémons menores estavam mais distantes, se levantando com dificuldade.

– Você tá louco, cara? – Grip falava alto pegando Luke pela camisa – Atacar meu pokémon, sendo que estamos juntos na batalha?

– Fica na tua! Seu Mankey tá fazendo nada! Meu Machoke é que tá trazendo resultados aqui. Acontece de um golpe ou outro atingir aliados. Então fica na tua. – Luke se soltava de Grip e se afastava do rapaz, analisando o resultado de seu ataque.

O Exeggutor levantava como se não tivesse tomado tanto dano, seus rostos sorrindo como se tivessem um plano já em ação. Pidgey e Mankey voltavam ao centro da arena, evidentemente abatidos. Bellossom estava em perfeito estado, enquanto que Hitmontop arfava um pouco. Era notado alguns espasmos em seu corpo. A paralisia ainda o afligia.

– Vamos sair da defensiva, gente. Hora de acabar com isso... – Erika comentava com seu sorriso diabólico. – Bella, mais Sweet Scent, use Rainbow Dance e Petal Dance... Heitor, espalhe suas sementes em todos...

Chacal estava mais para trás com Adrian. O Golbat do rapaz não estava visível, assim como o Rattata de Adrian. Os outros treinadores ficavam apreensivos com o próximo movimento da Líder.

– Recuem seus pokémons! AGORA! Squirtle e Growlithe, cubram a fuga do Pidgey! O Pidgey precisa usar Gust imediatamente! – Chacal parecia desesperado. Apontava os pokémons e seus comandos, na esperança de talvez salvá-los do que viria.

Ninguém entendeu a princípio. Mas Brenda e Grip, confiantes na habilidade de Chacal, fizeram como ordenado.

– Squirtle, use Watergun como ele disse!

– Vamos lá, Mankey! Corra daí, mas proteja o Pidgey!

– Growlithe, lance suas chamas naquela direção!

Os comandos eram dados na mesma urgência com que Chacal havia lhes pedido. No entanto, Luke e Mark não deram atenção alguma ao aviso do treinador de cabelos brancos.

– Quick Attack, Hitmontop!

– Focus Energy, Machoke...

A Belossom se lançou ao ar exalando mais daquele aroma doce. Todos na batalha seriam afetados, ficando ludibriados e tendo sua velocidade de reação afetada, porém... Pidgey reagiu com Gust, afastando boa parte do odor, impedindo que alguns de seus parceiros fossem afetados. Ainda no ar, graças ao salto bem alto que havia dado, a Belossom dava piruetas e giros, exalando pó roxo, azulado e amarelado, enquanto também liberava uma série de pétalas rosadas. A nuvem de pó multicolorido se espalhava por toda a arena, apesar do Pidgey manter afastado de alguns aliados. Hitmontop havia se lançado ao ar numa tentativa de atingir a flor. A velocidade do golpe era tanta que deixava um rastro esbranquiçado e brilhante para trás. O grande problema era ele ser atingido por tudo que Bella tinha liberado. O odor doce, os pós amarelo, roxo e azul... E as pétalas. Hitmontop passou direto, errando feio o alvo. As pétalas o rodeando e abrindo cortes em seu corpo. A paralisia era tão forte que o pokémon sequer conseguia exprimir dor.

– Merda! Reaja Hitmontop! – Mark não estava nada feliz.

Os jatos de água e as chamas que eram direcionadas contra Bella conseguiram retardá-la para atingir Mankey e Pidgey, que escaparam da área de acerto de seus ataques. O problema maior era o Exeggutor que lançava sementes para todos os lados. Com a ventania de Pidgey parando, a ave e o Mankey foram atingidos, bem como Hitmontop, Machoke, Squirtle e Growlithe. Proteger seus aliados custou-lhes a chance de desviar.

Quando Bella conseguiu parar no chão após ser atingida por alguns ataques, começou a dançar, liberando novas pétalas no ar, uma quantidade enorme delas, que começavam a se espalhar, buscando um alvo.

– Mais ideias, Chacal? Grip perguntava preocupado, conseguindo imaginar o nível do que atingiria os pokémons.

– Zotz, Screech! Precisamos parar a Bellossom, apresse-se! Air Cutter! – Chacal olhava o campo e percebia as pétalas já atingindo os pokémons.

Elas eram pequenas, mas destrutivas. Passavam com velocidade, como lâminas afiadas, cortando a pele dos pokémons, abrindo uma quantidade enorme de pequenos cortes que deixavam escapar filetes de sangue. Squirtle não aguentou muito e acabou tombando com o ataque. Pidgey e Mankey já estavam muito fracos para resistir também. Growlithe parecia em vantagem, já que as pétalas o atingiam mas não causavam tanto dano. No entanto, Hitmontop caía inconsciente e o Machoke se ajoelhava e lutava para ficar de pé.

O Golbat de Chacal se revelava saindo de algumas árvores, perto de Bella. Emitia um som agudo e alto, como um grito, que afetada todos no campo - o que incluía aliados. Isso fez a dança de Bellossom parar um instante. O Golbat, ainda indo na direção da flor, dava um giro no ar, lançando uma onda cortante que atingia a pequena, arrancando-lhe uma de suas pétalas. Bellossom dava um gritinho de dor. As pétalas no campo caíam no chão. Uma boa investida.

– Heitor, hora da colheita... – o tom de Erika era calmo, e juntar isso ao seu sorriso sinistro era como dizer que ela não dava a mínima para o que os treinadores estavam fazendo.

O Exeggutor mantinha o sorriso nos rostos. Os pokémons em campo que não estavam inconscientes perceberam algumas pequenas flores e galhos crescendo a partir das sementes que os atingiu anteriormente. Grunhidos e rugidos de dor. Eram escutados vindo de quase todos. Quase devido ao fato de que Ryuren, o Rattata de Adrian, tinha arrancado as sementes de alguns deles. Ágil como era, conseguiu tirar a dos outros também.

– Admito que isso foi inesperado... – Erika comentava, sentando-se perto de uma árvore mais distante de onde os pokémons lutavam.

Com algum tempo para respirar e os pokémons abatidos serem retornados, Chacal parecia analisar o campo e refletir. Golbat estava exposto e era alvo fácil devido seu tamanho. Bellossom parecia afetada pela própria técnica das pétalas e apresentava um ferimento considerável com uma de suas pétalas arrancada. O Machoke estava suando e arfando, mas ainda conseguia ficar na luta. Squirtle foi retirado e uma Staryu foi posta no lugar. Pidgey saiu dando lugar a Spearow. Mankey cedeu vez para Nidoran M. Hitmontop, por sua vez, deu lugar a um Ninetales que, quando revelado, arrancou sorrisos e comemorações dos outros. Mais um pokémon de fogo, e ainda por cima evoluído, talvez aumentasse as chances de vitória deles.

“Temos Ninetales e Growlithe como pokémons de fogo. Tem o Houndour do Chacal ainda... Para suporte resta Ryuren e BeKoon. Nidoran M, Spearow e Staryu repondo os abatidos... Bem...” Adrian pensava observando a arena. “Isso nos permite manter a estratégia inicial, com poucas mudanças. O Machoke não deve durar tanto e...”

– UOU! – Adrian exclamava assustado, recuando um passo e caindo.

A surpresa não foi só dele. Tirando Chacal, Luke, Mark e Erika, os outros ficaram assustados com a dimensão das chamas de Ninetales. O ataque mirou diretamente em Heitor, o Exeggutor, que conjurou uma barreira amarelada para parar o ataque. O grande problema é que as chamas se espalharam muito, atingindo os recém lançados Spearow e Nidoran M. A barreira amarelada trincou, Ninetales mudou a direção do ataque e mirou em Bellossom, atingindo Golbat no processo, sem chance de esquiva devido à dimensão do ataque.

– Caralho! – Grip gritava, uma mescla de irritação com surpresa – Mais um babaca que ataca os aliados! Como vamos vencer assim? – exclamava incrédulo, olhando a cena. – Nidoran, recue para se recuperar!

Quando Ninetales parou com a rajada de fogo, foi possível perceber que Belossom estava de pé, segurando uma folha em forma de lâmina, enorme, queimada e destruída, enquanto ela própria estava queimada e chamuscada. Caiu. Fraca. Inconsciente. Sendo retornada por Erika.

– É irônico. Quando finalmente derrubam um de meus pokémons, o parceiro de vocês enfraquece os que restam. E assim estamos com quatro de vocês derrotados. Cinco enfraquecidos, dois que tentam não desmaiar... Restam apenas cinco pokémons inteiros em batalha... – Erika falava enquanto pegava outra pokébola, lançando seu próximo pokémon.

Era Vileplume. Chacal fechou um dos pulsos com força e mordia o lábio inferior em protesto. Era um dos principais pokémons da Líder e ele já parecia não acreditar em vitória. Adrian pousava a mão em seu ombro.

– O problema não é perder, mas sim desistir. O importante é continuar na caminhada. – falava com a voz calma. Olhava Ryuren escondido e, pela troca de olhares, o Rattata já sabia o que fazer.

Ninetales lançava mais uma rajada de fogo, dessa vez fazendo os pokémons recuarem mais e escaparem de serem atingidos. Heitor conjurava a barreira amarela que o protegia por completo.

– Ryuren, Quick Attack! Abre a brecha e escapa daí! – Adrian falava alto e forte, com urgência.

O Rattata surgia deixando um rastro de energia por onde passava, indo até Heitor. Erika olhava tudo calada e atenta. Foi muito rápido para o Exeggcutor pensar em como reagir. O rato invadiu a barreira amarelada e deu uma pancada forte na perna do pokémon, fazendo-o se ajoelhar. Com isso, o Rattata rolou para trás, visivelmente afetado pela pancada, a barreira se desfez... E o pokémon de planta foi atingido pela rajada de fogo. Erika sequer esperou para ver como ele estava, retornando antes que as chamas o deixassem muito ferido.

– Interessante. Agora tenho meus dois últimos pokémons em campo, e vocês já perderam metade dos seus, certo? – e com isso ela lançava sua Tangela. A dupla de planta se concentrava num ponto, as duas uma próxima da outra.

– Spearow, vai com tudo, garoto!

– Staryu, Rapid Spind!

– Não, não! Recuem, voltem! É uma armadilha! – Chacal parecia se desesperar, o que deixava os outros até assustados, imaginando o que ele deve ter percebido.

– Angela, Vilenia... Usem Supernova... – o tom de Erika era frio e robótico, parecia um algoz, uma assassina, prestes a cumprir com seu objetivo.

A Tangela e a Vileplume concentraram energia solar em suas pétalas numa velocidade assombrosa e dispararam um Solarbeam em conjunto, no mesmo alvo. O efeito foi devastador! Algo que nenhum dos treinadores tinha visto até hoje! O golpe atingiu o chão, e foi mirado lá... Mas... Explodiu! Uma luz amarelada, a explosão e pedaços de grama e pedras voando pra todos os lados, uma nuvem de poeira imensa subindo e o cheiro de grama queimada. Quando a poeira baixou, maioria dos treinadores se ajoelharam, não acreditando na cena. Uma cratera de grandes dimensões se formou no centro da arena e, dentro dela, boa parte dos pokémons nocauteados. Ninetales escapou, mas parecia estar com uma pata ferida, prejudicando sua locomoção. Golbat estava caindo aos poucos até finalmente desmaiar. E o resto dos pokémons, todos, estavam nocauteados, o que mantinha apenas Luke, Mark, Chacal e Adrian na batalha.

– Como é possível... Vencer alguém com tanto poder assim? – Grip falava, abatido e ainda olhando a cena, incrédulo, sequer piscava.

Os treinadores retornavam seus pokémon e se afastavam mais da arena, deixando os 4 restantes para Erika.

– Ainda estamos na vantagem! Não podemos nos abalar com isso! Anúbis, prepare-se! – a voz de Chacal era forte e inspiradora, abrindo um sorriso nos treinadores que já estavam fora da batalha, mesmo que não pudessem conquistar a insígnia.

Luke lançava seu último Pokémon... Um Quilava. E agora, em campo, tínhamos Quilava, Ninetales, Anúbis e BeKoon. 3 pokémons de fogo, mas ninguém mostrava confiança por causa disso. O sorriso demoníaco e o olhar maligno de Erika não permitia nem o menor pensamento otimista em campo.

– Vilenia... Angela... Supernova... – a líder do ginásio repetia as palavras, para terror dos treinadores.

– Confuse Ray, Ninetales! Pare o ataque a todo custo! – Mark falava com mais medo do que determinação na voz.

– Flame wheel, Quilava!

– Anúbis, Brasa Esfumaçante. Esconda-se.

– Como eu te falei, BeKoon. Só teremos uma chance. Apenas uma...

Uma rajada de energia era lançada da raposa para as duas plantas ao mesmo tempo que Quilava corria contra elas rodeado por círculos de fogo. O Houndour de Chacal cuspia pequenas bolas de fogo de sua boca na direção das plantas ao mesmo tempo que liberava uma fumaça escura e densa, que logo se espalhou pelo campo. As plantas foram atingidas por algo e outros pokémons resmungaram de dor.

– É a chance de Ninetales, seu idiota! Não desperdice! Ataque com tudo, confie em mim! ATAQUE! – Chacal falava de uma forma que Mark não poderia confrontar, ordenando um Fire blast no mesmo instante. A fumaça impedia que qualquer coisa pudesse ser vista. Porém, quando perceberam o que aconteceu...

– Esses dois são gênios, só pode! - Brenda dizia, com um sorriso otimista no rosto.

– Tivemos sorte de encontrá-los aqui e lutar ao lado deles, apesar de termos perdidos já. – Grip coçava o nariz.

O resultado da investida era bem simples. Ainda com a fumaça, Ninetales lançava uma rajada de fogo em forma bem incomum. De repente Quilava saía voando de lá, como sendo puxado por algo e, no mesmo instante, um raio amarelado de energia cortava metade da arena, de baixo para cima, e destruindo parte do teto, no outro momento uma nova rajada era lançada e dessa vez o Vileplume saía voando, atingido pelo raio, atravessando toda a arena até bater contra uma árvore, derrubá-la e parecer muito enfraquecida. O primeiro raio quase atinge os treinadores, que deram certa sorte de esquivarem.

O resultado é que Vilenia, a Vileplume, levantada com dificuldade e todos viam a Tangela com o dobro do tamanho e em bom estado, encarando Ninetales, Anúbis e Quilava. Erika olhava para algumas árvores distantes, sabendo a localização exata de BeKoon. O sorriso dela, durante um instante, era de simpatia e gentileza.

– Pilar de Pétalas, meninas. Posteriormente, Chicote de Impulso e Jogo de Luzes. É hora de acabar com isso. – Erika ria.

– Que técnicas são essas... – Chacal se questionava, não conhecendo nem de nome. Também, eram técnicas desenvolvidas pela própria Erika para seus pokémons, em forma de código, para causar este efeito que Chacal sofria. A confusão.

A Vileplume pisou no chão várias vezes, fazendo pilares de pétalas explodirem debaixo dos pokémons, lançando-os para o ar, conforme Tangela usava várias de suas vinhas para dar impulso para o alto, subindo mais de 4 metros no ar. Ficou no centro da arena, pegando todo o sol que podia.... E disparou uma série monstruosa de raios amarelados. Pareciam estar em um show onde um jogos de luzes coloridas estaria no teto, dando o ar da graça. A diferença é que ali eram raios incineradores e impossível de prever a trajetória.

O que resultou num verdadeiro desastre. Ninetales foi ordenado para esquivar, mas estava machucado e não saiu do lugar. Tentou cuspir mais chamas contra o Solarbeam, mas Angela era muito forte. Ninetales foi nocauteado. Quilava tentou esquivar com chamas circulando seu corpo, mas os raios atingiam o campo, castigando-o, criando irregularidades, dificuldade a corrida do pokémon que viu-se surpreendido apenas um segundo... O suficiente para cair desmaiado após receber uma sequência dos raios. Conforme Angela ia caindo, os raios ficavam ainda mais precisos. BeKoon, ordenado por Adrian, ainda tentou puxar Anúbis para longe dos raios, mas o cachorro ainda foi atingido. O único pokémon de pé era o Weedle.

Os pokémons eram retornados. Chacal dava um sorriso de orgulho enquanto Luke e Mark não conseguiam acreditar naquilo. E aliás, só agora os treinadores percebiam... Que só não foram atingidos pelos raios porquê Heitor estava atrás de Erika na arena e havia conjurado a barreira amarela para protege-los. Ele foi retornado e a barreira sumiu.

– 16 pokémons. 15 derrotados. 4 pokémons. 2 derrotados. Vileplume e Tangela contra Weedle. – Erika sorria, satisfeita. Não tinha mais a aparência demoníaca ou agressiva. Havia retornado ao jeito angelical de antes.

Adrian chamou BeKoon, que correu até ele e subiu em seu ombro.

– Eu desisto. – falava tremendamente feliz, fazendo um afago na cabeça do inseto.

– Tinha que desistir mesmo, não tinha como vencer. – Luke falava em tom um tanto depreciativo, em vista do pokémon que havia restado na arena.

– Eu desisti porque não quero que o BeKoon se machuque à toa. E não por ser difícil vencer. – ele completava, sem parar desanimado por ter perdido.

Os outros treinadores se aproximaram, apesar de Luke e Mark ficarem mais distantes, parecendo pensativos sobre a luta. Erika se aproximou do grupo, deixando as mãos visíveis... 3 insígnias em cada mão. Ela foi mostrando para cada um dos treinadores, pedindo para que pegassem. Luke e Mark correram, imaginando que pegariam também, mas as mãos de Erika estavam vazias.

– Não entendi... Perdemos. Por que ainda ganhamos a insígnia? – Brenda parecia não entender a situação, assim como os outros.

– Por que nós não ganhamos? Que sacanagem é essa? – Luke e Mark pareciam irritados. – Um de vocês, pode me dar a insígnia aí, porque eu fiz a maior parte do trabalho com o Machoke e Ninetales. Anda, passa pra cá.

Erika se colocava entre os treinadores e Luke e Mark. O olhar novamente agressivo. Mas Luke parecia não se importar.

– Se quiser, Erika, eu posso passar por cima de você e pegar a insígnia à força... – o tom de Luke não era nada agradável.

Erika deu as costas e foi caminhando de volta para a pedra que estava sentada quando eles a encontraram. Luke foi indo atrás, puxando um soco inglês do bolso e ia coloca-lo na mão. Porém, ele nem sabe direito o que aconteceu. Apenas sentiu algo atingindo a soqueira em sua mão e ela voando para longe. Quando percebeu o que era, havia uma flecha cravada na parede do outro lado do ginásio e Erika estava segurando um arco, estava em postura. Ela estendia o braço esquerdo, o que fazia a ponta de uma flecha surgir junto da mão e fazia mira.

– Vão embora do ginásio, agora. Vocês agiram contra sua própria equipe, sem se importar com os companheiros, e sequer tentou ajudá-los. E ainda tenta ameaçar um Líder de Ginásio com violência? Sumam daqui antes que eu decida usá-los como alvo pra treinar minha mira. – o tom de Erika era ainda mais assustador que aquele usado durante a batalha. De fato, o anjo era um demônio em pele de cordeiro, de voz forte e potente, de autoridade e que impunha respeito sem dificuldade.

Mark tentou dar um passo para dizer algo, mas a flecha de Erika foi disparada, atingindo a pokébola na mão do rapaz antes que ele pudesse lançá-la. A pokébola ficou trincada e, mesmo caindo no chão, o pokémon não foi liberada.

– Saiam... Daqui... Agora.

Eles viraram as costas e seguiram para uma porta que se abria no paredão de vidro, dando acesso para onde as bolsas ficavam e a entrada do ginásio. Erika baixou o arco e sua expressão suavizou. Ela olhou o grupo, que parecia não acreditar no que estava vendo.

– Adrian fez um ótimo trabalho, mesmo que seus pokémons não fossem tão combativos na situação atual. O trabalho de suporte para a equipe foi essencial, fosse retirando as Sementes de Heitor, como salvando-os com o Weedle. Não arriscou tanto seus pokémons como os outros, mas compensou fazendo um trabalho essencial. Obviamente, todos merecem a insígnia pelo trabalho de equipe. Se conheceram agora, mas confiaram um no outro quando necessário, sem hesitar. É uma característica importante. Chacal, você tem poder de liderança e soube usá-lo bem, tentando guiar o grupo para a vitória, apesar de dois treinadores estarem atrapalhando e de meus pokémons serem indubitavelmente mais forte que o de vocês, juntos... Para ganhar uma insígnia não é necessário vencer a batalha contra o Líder. Cada Líder tem suas formas de definir quem merece ou não a insígnia. Vocês passaram no meu teste e ganharam.

O grupo não precisava dizer nada. Erika disse que deviam ir logo ao centro pokémon, é sempre bom tratar os pokémons o quanto antes.

– Foi uma batalha muito interessante. Nem imaginei que íamos conseguir sair de lá com a insígnia. – Brenda gostava de falar, principalmente quando estava alegre.

Os pokémons foram curados e o grupo ia se separar, possivelmente para nunca mais se verem, ou talvez teriam sorte, quem sabe... Adrian não gostava da ideia de se separarem. Sempre é bom ter companhia, mas para ele Ryuren e BeKoon eram suficientes.

– Agora nós vamos para Vermillion. – avisava para os pokémons, comprando a passagem na rodoviária e correndo para seu ônibus.

Lá procurava um lugar na janela, lá no meio do ônibus. Jogava a mochila entre as pernas e olhava a movimentação exagerada nas plataformas. Pegava a carteira e tirava a insígnia Arco-Íris, analisando seu brilho, suas cores, sua textura, e guardando-a novamente. Faltavam apenas 7. Mas ele não tinha pressa para isso. Ele olhava as pessoas ali dentro. Era curioso. E, nessa brincadeira, ele abria um sorriso satisfeito. Havia visto um jovem de estilo punk e cabelos esbranquiçados no fundo do ônibus, parecendo dormir. E, com isso, fechou os olhos e se preparou para dormir. Talvez seus objetivos fossem parecidos e se encontrariam novamente em Vermillion... Mas isso era o de menos no momento.


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Notas finais do capítulo

Sem trilha sonora ou imagens dessa vez (com exceção de uma)
Postado sem revisão geral. Possivelmente exista erros de digitação, pontuação ou o caso, mas nada que comprometa a compreensão ou a qualidade.
Sem previsão para o próximo capítulo (ou as subdivisões da história)