76° Edição dos Jogos Vorazes escrita por Mad


Capítulo 3
Ruivos São Erros Genéticos


Notas iniciais do capítulo

Bem, agora eu realmente irei editar muito a antiga história, usando as novas leis pós Guerra. Só para deixar isso claro.



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Josh observa o céu de dentro do trem. Algumas estrelas eram claramente visiveis no céu escuro, outras nem tanto, forçando-o a forçar a vista para enxergá-las.
Nyah, com seu justo vestido negro e purpurinado, entra na sala, segurando uma sacola amarelo-berrante e jogando na direção do garoto, claramente impaciente, com as mãos na cinturas.
– Olhe, eu realmente não tenho tempo para suas tristezas obscuras e você não pode se dar o luxo de querer refletir sobre a vida trágica que tem. Vista-se, chegaremos na Capital em trinta minutos. - Seus passos ecoam no local quando ela deixa a sala, rebolando despercebidamente.
Josh agarra a sacolinha e retira de lá sua roupa; Uma camisa lisa branca, um blazer cinza, calça jeans e tênis. O tecido das roupas era incrivelmente macio, humilhando as roupas surradas e maltratas que vestia.
Ele entra em seu dormitório, trocando as roupas e voltando para a sala, onde Nyah estava com uma roupa diferente, um vestido azul cintilante e uma peruca negra, em contraste com seus olhos azuis néon falsos.
– Estamos indo para a apresentação dos tributos diante Panem - Ela começa - Você não tem nada de dificil para fazer, apenas subir até o seu lugar e ficar parado ali por alguns minutos, até as informações necessárias sobre sua pessoa insignificante passar na tela dos telespectadores. Logo após iremos para nossos devidos dormitórios, e amanhã você terá um longo dia. Será apresentado para os outros tributos e para a sua tutora, Kaya Storm. Ah, claro, você participará da entrevista com, ah, Caesar Flickerman, o que será crucial para seu desempenho nos jogos. Lá você arrumará patrocinadores, que poderão salvar sua vida.
– Como salvaram a vida de Katniss Everdeen? - Josh implica.
Ela se mantem quieta depois da resposta.
Quando as portas do trem são abertas, flashes brancos cegam Josh por um curto periodo de tempo. Ele ergue as duas mãos para tentar evitar o contato direto dos flashes das câmeras com seus olhos, e Nyah agarra seu ombro, guiando-o pelo tapete vermelho até a sede onde os tributos são recolhidos antes dos jogos. Pessoas gritam seu nome, pessoas que provavelmente nunca o viram até o dia anterior, agora apelavam por um sorriso, um olhar.
Ele se manteve impassivel enquanto caminhava - Ou era arrastado - pelas mãos surpreendentemente fortes de Nyah, de forma que ela o repreende quando eles entram na sede.
– Um sorriso, Josh Cellar. É pedir muito? - Ela reclama.
Ele a ignora completamente.
O corredor era parcialmente iluminado, e logo mais pelo menos uns dez pacificadores se juntam a eles, escoltando-os até uma grande porta anti-som. Uma placa pendia nela, escrita "Favor, manter essa porta fechada".
Nyah endireita a postura, inspirando e expirando, inspirando e expirando.
– Josh, as horas de viajem do distrito até a Capital são fornecidas para a explicação dos seus próximos passos como tributo. Como você estava depressivo trancado em seu quarto, não tive possibilidade de dar-lhe algumas dicas. Bem, primeiro sorria e acene. Sorria e acene. - Ela gesticula um aceno dramático - Segundo, de preferência, não encare ou fale com os outros tributos. Você terá tempo para fazer alianças depois, está bem? Você não terá que falar com ninguém, somente subir em seu pedestal e esperar seu nome ser chamado. Olhe diretamente para a câmera e...?
– Sorria e acene. - Ele diz, entediado, revirando os olhos teatralmente.
Nyah dá um sorriso iluminado de satisfação.
– Ótimo. - Ela sorri enquanto as portas são abertas.

Dezenas, talvez uma centena de pessoas se encontrava dentro do estúdio. Assim que ele entra, aplausos são produzidos, deixando-o constrangido e nervoso.
Maioria dos outros tributos já estava em seu lugar.
Havia alguns degraus que levavam ao palco, onde pequenas saliências saiam do chão, como pedestais de ferro, o número de cada distrito destacado em uma luz laranja que, se alguém olhasse por muito tempo, começaria a doer os olhos.
Deixando uma nervosa Nyah para trás ele sobe os degraus, ignorando as pessoas que chamavam seu nome, indo direto para a saliência em que o número sete se encontrava. Ele estava se preparando para subir, quando sente algo pressionar suas costas, e ele tem que fazer força para se manter equilibrado, mas escuta um baque mudo vindo de trás dele. Ao se virar encontra uma confusão de vestido vermelho, cabelos ruivos e olhos azuis atirada no chão. A garota, quando o vê, ruboriza, ficando da mesma cor que seu vestido vermelho vintage.
– M-Me desculpe, eu tropecei... Malditos sapatos de salto agulha! - Ela reclama.
O garoto hesita um pouco antes de estender a mão para ajuda-la a se levantar.
– Tudo bem. - Ele tenta dialogar.
A garota segura seu olhar por um instante antes de aceitar a mão que lhe fora oferecida e se reerguer. Ela limpa o vestido vermelho - Não que tivesse algo para ser limpo - E logo depois aproveita a mão que já segurava para apertar, em forma de saudação.
– Sou Carly Doug, distrito 8. E você é?
Antes de responder, ele consegue avistar o olhar furtivo e cintilante de Nyah, em sétimo lugar na fila de representantes dos distritos. De repente ele sente a vontade repentina de deixa-la irada, de forma que sorri triunfante para a garota e responde, sem hesitar.
– Sou Josh. Josh Cellar, distrito 7.
– Vejamos, um lenhador.
– Só me falta a tatoo no bíceps. - Ele responde, com um sorrisinho.

O hino de Panem é anunciado, e uma voz grave e profunda soa dos alto-falantes implantados na parede.
Favor, todos posicionados em seus respectivos lugares. Entrando ao vivo em dez, nove, oito...
Carly encontra o olhar de Charlotte e por fim se volta a Josh.
– Bem, até mais. - Ela diz, se virando para subir caminhar até seu altar, não muito longe dali.
– Cuidado, não irei te juntar novamente. - O garoto avisa.
Carly mostra a lingua para ele, visivelmente constrangida.

Tambores rugem dos alto falantes, e a mesma voz profunda começa a recitar seu discurso. A câmera de maior tecnologia que qualquer tributo já vira é focada no rosto de uma garotinha de cabelos longos e loiros, vestida com um vestido violeta, tributo do distrito 1.
Sua ficha é discursada enquanto a menina - De no máximo 14 anos, com certeza, mas aparentando ter bem menos - Sorri a manda beijos para as câmeras, enquanto a platéia suspira e geme com a graciosidade dos gestos do tributo feminino.
–----
Rain estava com sérios problemas com seu vestido. Ele era muito "demais". Branco demais, apertado demais, exagerado demais. Ela não conseguia expirar completamente, pois tinha medo de que os botões do seu decote explodissem. Não que ela fosse gorda - Quem dera que tivesse comida o suficiente para tornar-se - Mas o vestido era realmente muito apertado. Rain se pega desejando estar com seu velho e mofado vestido amarelo, enquanto a câmera se aproximava cada vez mais dela.
Tentara pensar em como agiria. Sorriria? Daria tchauzinhos? Faria um coração com as mãos?
Ela não conseguia pensar. Não com tantas pessoas em sua volta.
Ela examina de um a um os outros tributos. Duas garotas loiras do distrito 1 e 4. Um homenzarrão musculoso do 11 e uma mulher ainda mais masculina do 2. Mas o que mais prendera sua atenção foram os tributos do distrito 7 e 9, que se encontravam bem ao seu lado.
O garoto era sério e tinha a posição arrogante, o peito estufado. Era bastante atraente, com seus cabelos e olhos castanhos e músculos muito bem definidos. Já a garota tinha incríveis cabelos ruivos como raios de sol, olhos doces e azuis e exibia um sorriso confiante em seu elegante vestido vermelho. Ela tentava não encara-los, mas quando levanta os olhos para avistar mais uma vez o tributo do 7, percebe que ele já estava a olhando. Ela vira o rosto rapidamente, e por fim a câmera é dirigida para o garoto, o que requere sua atenção por ora, evitando que ele continue a observa-la.
Nome: Josh Cellar.
Idade: 18 anos.
Tributo representante do distrito sete.
Altura: 1,80.
Peso: 73 quilos.

Rain percebera que Josh lançara um olhar pra lá de sensual para a câmera, provocando suspiros e gritinhos da platéia. Ela escolhe desviar o rosto. Ao fitar novamente a garota ruiva, sente a estranha sensação de estar sendo observada, o que a faz virar rapidamente. O tributo do distrito 12 a encarava, incessantemente, os olhos âmbar fixos nela. Ops, espere um pouco. Não, eles não estavam a observa-la, mas sim a garota ruiva que se encontrava ao seu lado.
Rain sente o rosto ficar quente, e se sente idiota mais uma vez. Porque o garoto estaria a observando? Como se ela tivesse cachos ruivos perfeitos, olhos azuis como o céu ou um sorriso tão iluminado.


Nome: Carly Doug.
Idade: 17 anos.
Altura: 1,70.
Peso: 63 quilos.

Carly escolhe a tecnica de "Garota Kawai". Ela sorri e acena timidamente, logo mais tomando coragem para assoprar um beijo para o telespectador, provocando diversos "Awnt's" na platéia.
Quando enfim a câmera foca a garota do distrito 9, que se mantém ereta, mas com um belo sorriso confiante nos lábios e seus dois olhos cinzentos determinados, ela observa em volta, e seus olhos encontram um par de perolas de cor âmbar, que se desviam dos seus rapidamente. O menino de cabelos castanho-claros ruboriza ficando da cor dos cachos de Carly, olhando fixamente para o chão, torcendo a manga de sua jaqueta de couro marrom. Ela sente uma vontade estranha de correr até lá e abraça-lo, pois, ele poderia ser alto e magrelo, mas parecia ser inocente e medroso.
Estranho.

*****





– Bem pessoal - A mulher de no máximo 30 anos, de voz dura e controlada começa, falando baixo e grave, mas é impressionante a maneira de como ela pode ser ouvida pela sala inteira. Seus olhos eram azuis elétricos, produzindo um choque em Josh quando ela o observa - Sou Kaya Storm, sua treinadora e tutora para os jogos. Irei treina-los e darei táticas de jogo para que algum de vocês se torne o campeão da 76° edição dos Jogos Vorazes.
Ela caminha e todos a seguem pela sala de treinamento, estacionando sobre a primeira área, a de treinamento de pontaria.
– Cada tributo tem a obrigação de participar de todas as atividades que exercerei, não importando o resultado final, mas sim o desempenho, a força de vontade. Se vocês observarem - Ela eleva a voz, gesticulando com os braços para a sala inteira - Terão muito o que aprender. Pontaria, manuseio de armas, escalada, sobrevivência na selva, improviso com materiais naturais, corrida de obstáculos, luta corpo a corpo e a escolha da arma certa serão apenas alguns dos seus obstáculos de treinamento.
Uma mão pequena e trêmula de levanta em meio aos tributos, que estavam vestidos todos de uniformes de malha pretos, botas impermeáveis da mesma cor, a unica diferença sendo o número de cada distrito costurado no peito.
– Sim, ham...
– Violet. - A garotinha do Distrito 1 responde.
– Sim, Violet, o que gostaria de saber?
– Bem, e se formos mal em todas as lições? E se não acharmos a arma certa?
Kaya se permite dar um sorrisinho.
– São muitos "E se", Violet. Vamos substitui-los por "E quando?"?
A garota assente com a cabeça mas não responde.

O primeiro dia é puxado, com intervalos apenas para a alimentação e a ida ao banheiro. Em apenas algumas horas eles já estão acertando facas e flechas no centro de alvos, pulando e cambaleando sobre obstáculos cada vez mais altos e escalando árvores com apenas uma mão.
– Como vocês percebem, estou ensinando a prática, e não a teoria. Coisas simples e insignificantes como produção de fogo e cozimento de animais selvagens vocês aprenderão amanhã com o segundo tutor, Kaius Delluke.
– Essas coisas simples e insignificantes poderão salvar nossa vida em algum momento. - A garota robusta do distrito 2 diz.
Kaya encara-a com tanta intensidade que Josh pensou que a mulher avançaria no rosto do tributo ali mesmo. Mas ela simplesmente sorri.
– Se você chegar ao ponto de precisar acender uma fogueira para sobreviver - Ela diz, a voz afiada como uma das lâminas que se encontravam no arsenal de armas a alguns metros deles - Você já pode se considerar morta.
A tributo fica calada, sem conseguir demonstrar reação a resposta surpreendente da tutora. Kaya sorri com satisfação.
– Sigam-me. - Ela manda.

~~~~~~
Kaya segura uma prancheta nas mãos femininas e firmes, mordendo a ponta da caneta distraidamente.
– Pelo pouco que aprendi sobre vocês - Ela começa - Já consegui concluir cada tipo de arma será exata para o manuseio de cada um de vocês. Vocês treinarão com elas e me dirão o que acharam. Tudo bem?
Todos murmuram um "Sim" cansado.
A tutora chama cada nome por ordem de distrito, indicando juntamente a arma escolhida. Violet, do 1, ficara com um kit de facas devido ao ótimo manuseio e pontaria. Ela sorri e concorda.
Josh ficara com algo mais previsivel do que o fato de que 11 pessoas dali morreriam nos jogos: Ficara com seu familiar machado.
Luka fora indicado a uma Katana fina e negra, Carly se segurara ao facão como se fosse a sua vida, e Rain tinha uma aparência devastadoramente esbelta ao segurar sua foice de cabo de couro, com a lâmina resplandescente.
Todos eles treinaram em alvos separados, sem sequer se olharem um vez.
~~
– Atenção pessoal, o treinamento acabou por hoje. - Kaya informa. - Agora vocês serão guiados a seus dormitórios para se lavarem e escoltados até o refeitório para a janta. Amanhã todos vocês deverão estar aqui novamente, as exatas 08:00 horas da manhã. Nosso treinamento será reduzido a apenas 12 horas, das 08:00 as 20:00, pois vocês terão que se aprontar para a entrevista com Caesar. Então é isso, estão liberados. - Sem esperar, Kaya dá as costas e desaparece atrás da porta de saída.

~~

Josh segura seu prato de comida como se fosse sua última refeição. Bem, poderia não ter a última, mas poderia ser considerada uma delas.
Logo que sai da fila da cantina com um prato transbordando de carne, e mais algumas lambisgoias que não fazia ideia do que poderiam ser, ele percebe mais um obstáculo contra sua refeição; Todas as mesas estava ocupadas.
Eram apenas cinco mesas compridas, para doze tributos. Os tributos dos distritos 11, 2, 10 assumiam uma. As duas meninas representantes dos distritos 1 e 4 em outra. Os tributos, um masculino e um feminino dos distritos 5 e 6 tomaram posse da próxima assim como o solitário garoto do 3. E por último a garota ruiva do 8 mastigava, entendiada, um pedaço de bolinho de fibras.
Hesitante, ele se aproxima, se sentando a frente dela.
– Sabia que ruivos são erros genéticos? - Ela a saúda com a frase.
O garfo da garota fica pendido do ar por alguns instantes.
– Um dia eu acho uma resposta a altura para esfrega-la em sua cara, lenhador. - Ela responde, sorrindo.
–---

Rain segurava sua bandeja quase que debilmente no centro do refeitório. Seu estômago roncava, mas ela não sabia ao certo se era da fome ou do nervosismo. Estava optando por sentar-se em um dos cantos no refeitório quando sente algo molhado ser jogado contra as suas costas, encharcando a parte de trás da sua blusa cinza.
– Oh, me desculpe! - Ela ouve uma voz masculina assustada.
Ao se virar percebe que a bebida do garoto do 12 havia sido derramada sem querer nela quando ele tropeçou.
– Argh, tudo bem. - Ela responde, franzindo o cenho perante a sensação desagradável do suco de uva escorregando por suas costas.
O garoto suspira e examina o estrago da blusa.
– Não tem volta, essa sua blusa. - Ele diz, sincero.
– Tudo bem. Só espero que não me façam pagar por ela.
– Eu pago o prejuízo. - Ele sorri.
Rain desvia o olhar.
– Nossa, que escolha. - Luka murmura mais para si mesmo do que para a garota.
Rain se posiciona ao seu lado, observando junto com ele o refeitório.
– Uni duni tê? - Ela pergunta.
– Na verdade estava pensando naqueles dois. - Ele gesticula com a cabeça para a mesa onde estavam sentados a ruiva do 8 e o moreno do 7.
Rain dá de ombros.
– Se eu for você vai comigo? - Luka pergunta, tentando ser simpático.
Rain exibe um pequeno sorriso - Claro, colega tributo.

Josh arqueia uma sobrancelha quando a garota e o garoto se juntam a eles, sem sequer pedirem permissão. Não que estivesse algo para atrapalhar; O garoto e Carly nem sequer se olhavam, fitando apenas a comida em seus devidos pratos.
O garoto simpático do distrito 12 se senta ao lado de Josh, e começa falando.
– Sou Luka. Distrito 12. Vocês devem ser Carly e Josh.
– Percebo que prestou atenção em nossas fichas faladas. - Josh alfineta.
– É sempre bom conhecer seus adversários. - Luka retruca.
Por fim, todos acabam fitando a garota de pele morena e olhos cinzas tempestuosos.
– E você? - Josh pergunta.
– Ele quis dizer "Qual é o seu nome", mas não possui a educação necessária para fazê-lo direito. - Carly corrige-o.
– Sou Rain, distrito 9. - Ela diz, mordendo um pedaço de uma comida cor de laranja, que possuia um gostoso sabor agridoce.
– Então, quem matar primeiro? - Josh diz, muito sutilmente.
– Primeiro os grandões. - Responde Luka, para sua surpresa- Eles são sempre os piores. Esmagam garotinhas como Violet e Samantha como formigas.
– Quem são Violet e Samantha? - Carly pergunta por todos.
Luke gesticula para as duas garotinhas loiras que estavam em uma mesa a poucos metros de distancia.
– Tributos do 1 e do 4. Quatorze e quinze anos.
– Não são a ameça principal. - Fala Josh, indiferente.
– São apenas crianças. - Rain se põe no meio.
Josh revira os olhos, se inclinando na direção da garota, como se lhe fosse contar um segredo.
– Olhe bem em volta. - Ele recomenda - O que você vê?
– Pessoas. - Ela responde.
– Bem, eu não vejo pessoas. Vejo obstáculos. Obstáculos que poderão causar a minha morte futuramente. Obstáculos não precisam de idade ou aparência, precisam apenas existir.
Ele se recosta na cadeira novamente, deixando uma Rain apavorada e um clima trágico de tensão no ar.
Por fim a garota se recompõe e murmura:
– Você é psicótico.
Carly, que bebia silenciosamente seu suco de laranja, se engasga quando solta uma risada repentina causado pelo comentário de Rain, de fato que a risada se torna um ruido engasgado.
Luka ri do ruido produzido por Carly, e dali em diante todos soltam uma risada nervosa e abafada, chamando atenção dos outros tributos sem sequer saberem.

Eles poderiam pensar que aquilo era coisa de hora, que algum tempo depois nem se lembrariam mais do nome um do outro, que, ao entrarem na arena não faria diferença se qualquer um deles morresse pelas próprias mãos uns dos outros.
Estavam terrivelmente enganados.
Pois ali se criou um laço, firme e muito bem amarrado, prometendo que eles ficariam juntos.

Até o fim.




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Notas finais do capítulo

*-*