Galina ainda viva? Droga, é impossível!

– Impossível. Atiramos na cabeça da armadura e depois ela própria se explodiu. Como a mulher pôde sobreviver a tudo isso?

– Pois é Tony, mas e se isso foi proposital?

– Impossível de novo. Ela tinha uma missão e...

– E falhou. E para que não tivéssemos acesso à tecnologia desenvolvida pela Hidra, ela explodiu a armadura.

– Faz sentido. Mas e quando nós explodimos a cabeça dela?

– Galina percebeu que dominamos a situação e se ejetou do Dínamo, antes que nós acertássemos a cabeça.

– Faz sentido de novo. Então, nada está acabado?

– Não Tony. Precisamos do nome completo dessa mulher pra podermos impedi-la de sair do país.

– Eu posso conseguir isso!

– Ótimo. Quando conseguir me avise.

– Ok. Desligando.

Já era noite. 21h. A torre Stark ainda estava aberta. Chegando lá, no topo, disse:

– Jarvis, acordado ainda?

– Sim senhor. O que deseja?

– Vamos hackear o banco de dados pessoais da Rússia. É rapidinho.

– Agora mesmo senhor. Detectando falhas e brechas no banco de dados da Rússia. Acesso a dados sigilosos completo. E agora senhor?

– Vai no arquivo G e reúna todas as pessoas que têm Galina como primeiro nome.

– Procurando... arquivos encontrados.

– Ok, agora... procure uma que teve alguma ligação ao governo, à Hidra... alguma organização secreta... coisas desses tipo.

– Pesquisando... um arquivo encontrado. Galina Nemirovsky.

– Mostre-me o que ela tem feito.

– Galina Nemirovsky foi uma ex-agente da Hidra. Agora ela trabalha no governo, na área de desenvolvimento tecnológico. Há boatos que ela participou num programa de desenvolvimento de uma arma para proteção do presidente da Rússia, como é o Patriota de Ferro hoje. Porém, ela e mais 12 pilotos especiais escolhidos foram incompatíveis com os testes na armadura desenvolvida, e o projeto teve de ser cancelado.

– Hmmm... cancelado é? A Hidra deve ter roubado esse projeto. Mas só para me matar? Isso foi antes do projeto Insight. Ou não?

– Dados de Galina Nemirovsky datam de 2010. O projeto data de 2013.

– O projeto do Dínamo Vermelho veio antes do projeto Insight. Isso quer dizer que esse projeto servia para uma coisa, e teve de ser usado pra outro objetivo agora, que seria me matar. Vou ligar pro Rhodes.

Disquei o número e ouvi uma melancólica voz de sono:

– Oi Tony. Que foi?

– Que foi? Consegui o que você queria.

– Ah bom, descobriu o nome da mulher?

– Sim, ela é Galina Nemirovsky, “ex-agente” da Hidra. Trabalha no governo russo em áreas tecnológicas, receio que ela é uma espiã. Acho que ela usurpa a tecnologia da Rússia pra montar o software do Dínamo Vermelho. Mulher bonita, de cabelos negros e curtos. Que desperdício.

– Precisamos impedir que ela volte à construir o Dínamo Vermelho. Amanhã mesmo vou denunciá-la ao governo de lá, para que eles a prendam. Vamos apresentar nossas informações e provas pra autenticar.

– Talvez eles não sejam tão amistosos com você, acabei de invadir o banco de dados pessoais deles.

– Foi por uma boa causa, eles vão entender.

– Eu creio que não. Talvez eles se sintam vulneráveis pelo que eu fiz agora, e vão cortar as relações com o nosso país. Podem até nos atacar.

– Peraí, não foi o governo quem invadiu, foi você.

– É, mas é apenas questão de tempo até eles desconfiarem que minha tecnologia foi usada como uma ferramenta. Esqueceu que esses políticos americanos exercem certo “poder” sobre mim? Já até confiscaram uma das minhas armaduras.

– É verdade. Mas não custa tentar. Posso intermediar as relações entre você e o presidente da Rússia, pra vocês se acertarem.

– Faça isso.

– Agora, se me dá licença, eu vou dormir. Boa noite.

Se Galina estava viva, era quase certo que o Dínamo Vermelho retornaria. Quase com certeza mais forte, talvez até maior. Eu precisava trabalhar em algo melhor pra minha armadura. Talvez armas melhores, aperfeiçoar meu novo protocolo, ou mesmo uma nova Mark.

– Jarvis, por ventura temos sobras de material da Mark I?

– Sim senhor.

– Será que essas sobras dariam material suficiente pra mais uma armadura?

– Prevendo esse seu desejo senhor, pedi que encomendassem o dobro do material necessário.

– Então eu, Anthony Edward Stark; declaro iniciado o programa de desenvolvimento da nova Mark II!

[...]

1 hora depois pensando em possíveis novas armas de ataque e defesa, recebo uma ligação da Pepper:

– Tony, cadê você? Não ia dormir comigo?

– Não dá pra dormir agora, tenho que trabalhar.

– Trabalhar em que?

– Uma nova armadura.

– Você e suas armaduras... vai começar tudo outra vez?

– Fica fria que não vai começar tudo outra vez. Prometo passar mais tempo com você daqui a alguns dias.

– Estes “alguns dias” está longe?

– O tempo irá dizer por si só.

– Tá bem... boa noite Tony.

Ok, de volta ao trabalho. Agora, poderia voltar a trabalhar num projeto de escudo refletor de raios eletromagnéticos, feito a base de para-raios. Era uma boa ideia. Resgatei o visual da antiga Mark XLII e coloquei nesse novo traje. Também planejei lasers de alta temperatura feitos a base de energia solar. Também preciso fazer upgrades no reator Ark, trazer mais energia. Não estou tendo problemas com ele agora, mas quero evitar desconfortos. Colocar o reator Ark pra funcionar à base de energia solar parecia uma bela maneira de criar uma energia limpa e inacabada. Mas preciso ver se é compatível. Só vou ter problemas à noite. Acho que não havia mais nada a ser feito.

Para montar, usei dos mesmos métodos de montagem da Mark I. Foi tudo muito simples e rápido.

É isso aí.

– Muito bem, iniciar fase de testes da nova Mark II.