Tive que empurrar o patriota de lata pro lado pra ele poder ver o míssil que Galina atirou contra ele (consequentemente o impacto iria me acertar também).

– Vê se presta atenção! Salvei sua vida. Estamos quites.

– Tá, desculpa! Quem é esse aí?

– Atende por Dínamo Vermelho, mas o nome da Piloto é Galina. É tudo o que sei. Cuidado, ela voa, dispara mísseis pelos ombros e relâmpagos de alta tensão pelas mãos.

– Então vamos...

Vários disparos de relâmpagos interromperam a fala do Rhodes. É claro que a cretina não deixaria a gente dialogar e tramar algo contra ela.

– Que beleza! Vou concluir minha missão e pegar o cão-guarda do presidente de bônus! Ria ria ria!

– A risada da Galina consegue ser pior do que a minha.

– Tony, atira com seus raios repulsores nos ombros. Vamos neutralizar o poder de fogo dessa armadura. Eu vou ter as luvas como alvo.

– Ótima ideia Rhodes. Mas a prática não é tão simples quanto a teoria.

– Vamos pegar o Homem de Ferro! – Exclamou Galina. Waaah! Ela se aproximou demais de mim e me acertou dois mísseis.

– Integridade da armadura comprometida em 70%. Falha no sistema de voo. – Waaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah! Droga de sistema de voo!

– Jarvis! Protocolo arrasa-quarteirão AGORA!!!

– Protocolo ativado. Armadura ativa por 13 minutos.

Isso não evitou uma queda no asfalto e rolamento pela estrada da cidade. Mas ao menos a armadura não iria mais falhar. Ao menos era o que eu pensava:

– Senhor. Devo avisar que a armadura não deverá resistir a futuros impactos. Os repulsores foram afetados e podem falhar. Os mísseis dos punhos também foram afetados e removidos para evitar indesejadas ativações.

– Fala sério. O que tá funcionando 100% nessa armadura?

– O Uniraio funciona sem problemas senhor.

– Menos mal né!

Depois veio o James (Rhodes), gritando meu nome:

– Tonyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyy! Tony Tony Tony você está bem?

– Sim. Cadê a Galina? Como escapou dela?

– Eu a despistei. Está me perseguindo como louca. Pensei que você tinha morrido, depois de uma queda como aquela no asfalto.

– É, a armadura pegou os danos no meu lugar. Seguinte, não sei se o seu plano vai dar certo. Minha armadura já não tem tanta energia, e não sei se aqueles mísseis são tão fáceis de neutralizar. Vamos ter que trabalhar em equipe.

– Tá, pode ser. Ei, cuidado Tony, Galina está logo ali! Voa!

– O quê?

– PEGUEI VOCÊS!

Droga! O Dínamo Vermelho nos pegou. E queria nos esmagar. Mas estávamos com as mãos livres e isso me deu uma ideia bem nostálgica:

– Rhodes, se lembra de como derrotamos o Ivan?

– Agora não Tony!

– Daquele jeito! Na cabeça! Vai vai vai!

Ele entendeu (finalmente!), e usamos nossos raios repulsores contra Galina. Deu muito certo, uma bela explosão se fez na cabeça da armadura. O Dínamo caiu, em câmera lenta, nos soltando. As ruas dessa cidade nunca mais serão as mesmas após essa queda:

– É! Toca aí cara, a gente é demais. – comemorei. James concordou com o aperto de mão.

– É, formamos uma bela dupla. Você mandou muito bem.

– Você também meu chapa. - Assim que descemos, fomos ver o capacete da armadura. Estava totalmente destroçado, ficando somente a base. Lá dentro, observei um cronômetro. 10, 9, 8... ai caramba, será isso uma detonação?

– RHODES SE AFASTA AGORA!

– Por que? – ele obedeceu, mesmo sem saber o que estava fazendo. 6 segundos depois, ele entenderia.

– Ai meu Deus, esse troço explodiu!

– Pois é, autodetonação. E é melhor que os bombeiros não demorem.

Quem não demorou foi a imprensa. Desci para ceder informações:

– Sr. Stark, foi o senhor quem destruiu esse robô gigante?

– Primeiramente não fui só eu, meu companheiro James Rhodes me auxiliou nessa batalha. E segundo ele não era bem um robô, mas uma espécie de armadura controlada por uma piloto.

– Senhor, esse não era a mesma armadura vista em Verona na Itália? Porque estava lutando contra ela?

– Porque o piloto começou a usar a minha armadura para interesses próprios, e eu tive que intervir.

– Sr. Stark, não teme que sua tecnologia caia em mãos erradas, como aconteceu agora?

– Uma coisa que acontece em nossas vidas é aprender com os erros. Confiei uma tecnologia, que felizmente estava em fase beta, a uma pessoa desconhecida, porém habilidosa. Não vai acontecer de novo. E se vier a acontecer, o Homem de Ferro estará aqui para interferir. Fim da entrevista!

E voei para bem longe. Mais precisamente, pra casa da Pepper. Cheguei tirando o capacete, e o resto da armadura:

– Desativar armadura.

– Tony! Você tá bem? – Pepper estava preocupada.

– Tô sim. A dupla enlatada já está nos jornais?

– Se fala de você e do Rhodes, sim! Fiquei sabendo do robô que você estava construindo e não deu certo. Por que não contou pra mim? – Será que eu devo contar a verdade? Não, quanto menos gente envolvida, menos gente correndo risco.

– Pois é, eu tava trabalhando numa armadura com o intuito de contenção de grandes criaturas perigosas, como o Hulk. Ah, você me fez pensar num nome muito bom pra esse projeto: Hulkbuster! Obrigado Pepper, eu te amo.

– Tony, o que está escondendo de mim?

– Não tenho motivos pra esconder nada de você. Estava trabalhando num projeto e não deu certo, melhor deixar isso pra lá. Nunca gostei de armaduras de grande porte mesmo. – Ela me olhava cética. – Que foi?

– Eu vou tomar banho. Você dorme comigo hoje?

– Se você deixar, tomo até banho junto!

– Não... hoje não...

Estou me tornando um mentiroso. Primeiro pra imprensa, e agora pra ela? Isso não tá certo. Contudo, acho que está tudo acabado, posso contar isso à ela. Não preciso mentir. É. Eu ia fazer isso, quando Rhodes me ligou:

– Tony, me escuta.

– Oi Rhodes. Desenrola.

– Não encontraram vestígios de corpo humano no local de explosão da armadura.

– Não entendi.

– Não encontraram o corpo do piloto da armadura. Nem ossos, vestígios, sangue, nada.

– Não brinca comigo.

– Sim Tony. Talvez não tenha acabado. Galina pode estar viva!