Deixe-me te proteger escrita por Vlk Moura


Capítulo 9
Marionete


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora >3



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Magnus não é a pessoa mais fácil de se lidar, Duncan e ele sempre brigavam, as provocações caim sob Kalevi, o demônio tentava ficar longe do sábio o que fazia com que fosse ainda mais provocado. Julio tentava entender como tudo funcionava, o que podia fazer e o que podia deixar de fazer, se esforçava, mas para Magnus isso não parecia ser suficiente.

– Você é idiota? - Magnus gritou quando Julio errou algo, eu os olhei, estava tentando localizar Yeva como fizera duas vezes já, os poderes emanam uma essência única e cada sereia-anjo se identifica com um, eu tenho uma atração especial pelo daquela feiticeira. - É simples fazer isso, qualquer um faz, ta vendo? - ele criou algo de pedra que se movia - É o básico.

– Eu não consigo - Julio chutou a escultura de Magnus - Desculpa, eu não sou tão bom quanto você.

– Para isso não tem de ser bom, apenas ser um sábio. - Magnus bufou - Você é inútil.

– Ei! - Duncan foi quem interveio com os dois - Não fale assim com o garoto - Magnus o encarou - Ele deve estar nervoso, depositamos muita coisa sobre ele.

Julio se afastou, ia andar até Kalevi que estava longe, mas despencou, corremos até ele.

– Mas que droga, por que o Julio? - era a voz da Yeva, ela nos olhou - Bem, não sei o que está acontecendo, mas seja lá o que for quem deixou esse menino assim se verá comigo - todos olhamos Magnus que se encolheu - Enfim, tenho de ser rápida, sei onde está o portal para levá-los a zona de conflito - ela ou ele, não sei, o corpo de Julio me olhou - Está no extremo sul, não posso passar as coordenadas porque estão me vigiando, mas já sabem por onde começar, vocês receberão ajuda pelo caminho, avisei um certo sábio sobre a necessidade de vocês, mas... - os olhos reviraram ficando completamente brancos e então voltou - Estou indo, tenham cuidado.

Julio caiu e abriu os olhos assustado.

– Quem era aquela? - Kalevi perguntou - A Yeva que encontramos não seria capaz de fazer um feitiço desses.

– É o local onde ela está presa - Magnus explicou - Levaram-na para o lado deles - ele grunhiu - Como eu odeio esses malditos.

– Sul? - Duncan pensou - E quem poderia ser esse sábio de quem ela falou? - ele me olhou.

– Merlim? - arrisquei.

– Não... - Magnus se jogou sentado, cruzou pernas e braço - Merlim sumiu do mapa, faz séculos que ninguém consegue encontrá-lo.

– Mas estamos falando da Yeva - Duncan arriscou, o sábio balançou a cabeça negativamente.

– Mesmo para ela, Merlim é mais velho do que ela, de longe muito mais velho, ele é dá época anterior a queda de Lúcifer, antes mesmo da criação dos homens sequer começar a ser planejada, ele é...

– Um Deus? - Julio falou.

– Não seja idiota, moleque, ninguém nasce assim para ser um Deus - Magnus parecia ofendido - Ele é um dos seres mais poderosos a se abrigar na Terra.

– Um dos? - eu o olhei, ele confirmou, mas não disse nada mais.

Voltamos para onde estávamos nos abrigando, Julio tomou um banho, Magnus ficou sentado em um canto do chão sozinho, seus olhos focavam um canto qualquer, parecia hipnotizado, Kalevi ia mexer com ele, mas a mão de Julio o parou, nós o olhamos, ele apenas balançou a cabeça negativamente.

– Se fizer ele irá te matar - sussurrou - Ele está concentrado, vocês me falaram do portal, acho que ele está tentando localizá-lo.

– Como é possível? - perguntei com cuidado no tom de voz.

– Os portais são como as essências de poderes - ele me olhou - emanam algo, não sei ao certo, mas algo que atrai aqueles que estão acostumados com eles, no caso o Magnus e a Yeva podem senti-lo pulsando em seus corações - nós o olhamos - Quando você é capaz de criar um portal é como se todos os outros fossem ligados a você, assim um em especial aberto naturalmente você o sente rapidamente, ou pelo menos deveria.

– Deveria? - Kalevi perguntou.

– Nem sempre esses portais estão livres, são protegidos por seres mágicos, normalmente Anões que os disfarçam e isso dificulta o coração de encontrá-lo.

– Se você fosse tão bom na prática como é na teoria teríamos alguém que superaria Merlim com um espirro - Magnus nos olhava do chão. - Vou dormir. - ele se jogou a cama e dormiu.

Duncan ficou atento a noite toda, não confiava em ninguém mais para nos vigiar, sempre um de nós ficávamos ao seu lado, essa noite foi a minha vez. Ele estava sentado na cama observando algo, me mexi, levantei fui ao banheiro, voltei para a cama e ele não estava mais ali, estava pendurado na janela na saída do banheiro, me assustei ao vê-lo, ele me puxou, vi o que via, demônios estavam cercando o prédio. Olhei os que dormiam, ele confirmou quando fiz um sinal para Magnus.

– Vão invadir - ele falou mentalmente.

Balancei o sábio, ele me olhou sonolento, fiz um sinal para que se calasse, ele ficou confuso, fechei os olhos e me concentrei em invadir sua mente.

– Estamos cercados, leve-nos para outro lugar - Ele se sentou rapidamente e bateu a cabeça na parte de cima do beliche, xingou, Julio acordou com a pancada, Kalevi acordou com o barulho da mesma, ficamos próximos ao sábio, Duncan nos deu um sinal positivo, o sábio nos teleportou.

No exato instante em que caiamos no portal ouvi a porta do quarto ser arrombada e demônios o invadiram, caímos no vazio e saímos em um parque, o mesmo que fomos atacados por Calista. Duncan se apoiou a uma árvore, estar naquele lugar não parecia te fazer bem, levou a mão até o estomago, curvou-se e vomitou algo negro que se mexia, encaramos aquilo com asco, como algo daquele tamanho estava dentro dele? Julio se aproximou da coisa e seu susto nos alarmou. Suas mãos brilharam branco e ele pegou a coisa.

– Acho que querem te matar - falou olhando o anjo que estava assumindo uma cor verde - Ei, Duncan! - ele esmagou a coisa que soltou um grunhido estridente, segurou o anjo que desmaiou.

– O que está acontecendo? - Kalevi me olhou, dei de ombros e olhou Magnus que parecia assustado com aquilo.

– Ele não foi purificado - Julio explicou, a mão ainda com uma luz intensa passava pelo corpo do anjo - Calista o está usando de marionete. A suposta purificação fez com que as energias entrassem ainda mais nele, estão quase enraizadas e se isso acontecer no coração...

– Ele já era - Magnus falou, nós o olhamos - Não morrerá, ficará ao lado de Lúcifer.

– Mas, não! - Kalevi gritou, o olhamos - Caramba! Se ele for par ao lado deles seremos aniquilados.

– Não, não seremos - Magnus se sentou, nos olhou, a grama começou a ser desenhado e formas redondas cortadas por estrelas que ligavam um simbolo ao outro surgiu - Sentem-se.

– Para quê? - Julio o olhou desconfiado, pelo olhar não parecia conhecer os símbolos.

– Sentem-se. - ele começou a se irritar - Não irei matá-los, se eu o fizer serei caçado pela Yeva, e não quero isso. - sentamos, o corpo do anjo foi arrastado para lá, o simbolo não se apagou. - Vocês verão um pouco mais sobre seus passados.

Entreolhamos-nos.

Magnus fechou os olhos, das marcas subiu uma parede de energia transparente, era um disfarce, ninguém nos veria ali independente de quanto tempo passássemos presos; o sábio estralou o pescoço e com isso imagens começaram a surgir, passavam rapidamente, não conseguia acompanhá-las até que parou depois de um grito que nos fez encolher assustados, olhamos para quem gritara, Yeva e Calista, as duas estavam caídas de joelhos e chorando. Calista foi quem se levantou primeiro, caminhou até um corpo caído, o olhamos... Duncan, ele ainda respirava, mas parecia prestes a morrer, a feiticeira sacou uma adaga de seu suporte preso a cintura e a arrumou para acertar o coração, o anjo tinha a pele verde, como naquele mesmo instante, de sua boca um líquido negro escorria.

– Não! - Yeva se levantou e caindo despencou sobre o corpo da feiticeira - Você não pode fazer isso.

– Ele vai nos matar! - Calista gritou, Yeva estava sobre ela e olhou o anjo - Ele não faria isso, ele não...

O anjo levantou, os dedos agora eram garras, o corpo não mais tinha postura, mas sim uma corcunda que fazia a ponta dos dedos tocar o chão. As duas se levantaram, Calista estava pronta para atacar o anjo e Yeva pronta para defendê-lo, a primeira avançou a segunda a seguiu, a filha de Lúcifer ia fincar a adaga, mas a filha de Gabriel bateu em sua mão fazendo com que a adaga acertasse outro ponto diferente do coração, o anjo urrou com dor, pegou as duas fincando as garras em suas costas e as lançou para longe, elas gritaram. Quando as costas bateram ao chão elas quicaram, Calista foi a primeira a se levantar, parecia menos exausta do que Yeva.

Com a adaga a feiticeira voltou a correr, Yeva abriu um portal e surgiu a frente da outra feiticeira que estava pronta para atacar o anjo e acertou a companheira, Yeva caiu com a adaga na barriga, cuspiu sangue, levou a mão até a arma e a arrancou com um grunhido, o anjo sentiu o cheiro de sangue a sua frente, abaixou até a menina, minha mente logo o ligou ao anjo que eu conhecia, imaginei que iria ajudá-la, mas ele fincou as garras em suas costas, outro grito, ele a jogou longe mais uma vez, a adaga ficou para trás caída ao chão.

– Ela está morta... - Kalevi parecia prestes a chorar - Ele a matou? - olhou Magnus que o olhou e pediu atenção a cena.

Yeva estava quase desacordada, de seus olhos apenas manchas ao fundo, Calista ainda tentava matar o anjo, a feiticeira quase morta acompanhava os sons e a companheira sendo atacada pelo anjo. Um urro, o anjo fora atingido, mas não no coração, Calista foi arremessada. Yeva levou a mão até os cortes, estavam profundos demais, não conseguiria nenhum esforço físico, tudo o que podia fazer era usar a magia e torcia para que seus sensos ainda fossem bons como há milênios. Concentrou-se na luta dos dois, a filha de Lúcifer estava pronta, esse seria seu último ataque e seria certeiro, as duas sabiam disso. A filha de Gabriel se preparou, mentalizou o corpo do anjo e suas dimensões, sabia como achar seu coração, respirou e como sua última ação simultânea ao ataque fez a troca.

Urrou!

Calista arrancou a adaga e olhou o corpo de Yeva, olhou o buraco do corpo do anjo.

– Não... - o anjo a arremessou, no instante que o fez dois feixes de luz atingiram a Terra logo atrás do anjo, uma mão o tocou e foi suficiente para que caísse desacordado, eu não conseguia ver que fazia tal ação, mas pudemos ver quem atendia as feiticeiras, ao lado de Yeva estava Betha que parecia horrorizada e ao lado de Calista Althea que com um simples brilho curou todas as feridas da feiticeira que sem agradecer se levantou e afastou do grupo.

As duas anjas levantaram o corpo inerte de Yeva, trocaram olhares que para anjos era tão raro, um feixe de luz atingiu as três e o espaço ficou vazio apenas com o som dos passos de Calista já bem distante. As memórias se apagaram, Magnus nos olhou, Duncan respirava ofegante.

– Os anjos podem curá-lo - falou - Não conheço nenhum que fique aqui por perto.

– Sei de um - Kalevi falou e sorriu - Mas não sei se ele irá nos atender.


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