Deixe-me te proteger escrita por Vlk Moura


Capítulo 10
Anjo novo




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– Eu vou te matar, seu demônio maldito... - essa foi a nossa recepção.

Kalevi nos guiou até a casa de um anjo que aparentemente tem certo problema com ele que depois de dois socos e um chute conseguiu imobilizar o anjo que esperneava enquanto era segurado pelo demônio, o ser celestial se acalmou e aos poucos nosso demônio afrouxou a pegada e quando finalmente o soltou recebeu um soco que o fez rodar e então o anjo parou de atacar e nos olhou e para nosso guia até ali.

– O que querem? - ele olhava Kalevi que segurava o local onde recebera o ataque.

– Precisamos de sua ajuda para curar Duncan - o demônio apontou para o anjo.

– Duncan? Quando você diz Duncan quer dizer o cara que luta e mata uma penca de seres?

– Acho que sim - Kalevi nos olhou, demos de ombros, não sabíamos mais nada um sobre o outro.

– Nunca imaginei encontrá-lo vivo, tragam-no aqui para dentro, vou ver o que posso fazer.

Julio carregava o anjo e o deitou em um sofá, seus dedos começavam a assumir a garra, o anjo se aproximou do outro e com a mão brilhando em um luz intensa o iluminou, o corpo de nosso guerreiro foi tomado pela luz e começou a se contorcer, olhei os sábios que pareciam curiosos pelo que acontecia ali, Julio logo sacou um dos cadernos de Yeva e ao perceber que não tinha nada pegou um de seus cadernos e começou a anotar, imaginei que tentava criar algum novo feitiço.

– Pronto, só deixá-lo de molho, venham, acho que tenho algo para comer.

Ele nos guiou até uma cozinha imensa, sentamos em uma bancada e bolacha recheada nos foi servido, Kalevi riu da comida e começou a se deliciar.

– Como sabia onde eu estava?

– Eu sempre sei onde você está - Kalevi falou - Depois de Duncan certeza que você é o anjo com o qual mais me encrenco - o anjo sorriu - Ansiel - eu olhei o anjo - você não mudou nada, ainda bate como uma sereia - eu o olhei ofendida com aquilo, mas pareceram me ignorar.

– Fazer o quê, não sou de me encrencar a menos que você esteja envolvido.

Ficaram conversando, mas não revelaram algo que eu queria muito saber, de onde se conheciam e como Kalevi sabia perfeitamente onde encontrar aquele anjo. Duncan ainda estava desacordado e parecia estar recuperando a cor, Ansiel foi até o anjo e ajoelhou ao lado dele, a mão brilhante surgiu novamente e então Duncan urrou, com seu urro uma nuvem negra começou a tomar conta do comodo, Magnus pareceu se assustar em ver aquilo, tentei vasculhar sua mente, mas como era esperado de um sábio ele bloqueou qualquer brecha na qual eu pudesse encontrar algo importante. Ele me encarou e apontou, a nuvem tomava forma, não de alguém, mas de um cenário. Pude ver monstros, uma cela e alguém parado de dentro e outro alguém de fora e quem estava livre ria e pareceu perceber o que acontecia.

– Veja só - a pessoa da cela se levantou e correu até a grade - eles encontraram alguém para purificá-lo, mas que droga, achei que teria meu Duncan comigo.

– Seu Duncan, de onde você tirou isso Calista?

– Yeva? - eu me aproximei da fumaça, de dentro da cela ela pareceu me olhar e sorriu. - Como isso é possível?

– Foi um acidente - o anjo olhava as próprias mãos - Mas gostei disso, nunca tinha visto algo assim ante.

– Ansiel? - Yeva olhava entre as coisas - Você ainda é vivo?

– É bom te ver também, tampinha - eles eram íntimos? - Mas vejo que está em um grande problemão.

– Nem me fale, essa idiota me pegou e acha que vou ajudá-la.

– Ei! - Calista pareceu se ofender - Eu estou aqui para o caso de você não saberem - Yeva a olhou e o anjo fez o mesmo, mas voltaram a se encarar e riram como se o fato de Yeva estar presa e ainda assim conversando conosco não fosse problema. - Já que libertaram o anjo tenho de planejar algo para vocês.

A fumaça começou a se perder, estavamos em choque, como aquilo tinha ocorrido e como uma conversada daquela poderia ter sido possível considerando o ambiente em que estavamos. Ansiel separou alguns alimentos e água e nos entregou, passou o endereço de mais alguns anjos que se ainda estivéssem vivos poderiam nos ajudar e ainda alguns demônios que não tinham bandeado para o lado de Lúcifer e com um pouco de sorte ainda encontrariamos alguns gnomos e fadas prontos para nos auxiliar.

– Ansiel, tem certeza de que ficará bem? - Kalevi perguntou preocupado enquanto nos retiravamos.

– Não se preocupe, mesmo que me matem, não morrerei, não nesse tempo.

Descobri que aquele anjo não era nada surpreendente, na verdade ele poderia se passar por um humano qualquer, não tinha histórico de guerras, nem de muitos inimigos, na verdade seu maior inimigo era o Kalevi, ms ainda como inimigo era seu amigo, isso é o que acontece quando você vive tempo demais, seus maiores inimigos se tornam seus amigos e vice-versa.

Duncan ainda estava desacordado e eu queria entender mais sobre o que tinha acontecido, Julio tentava me explicar, mas não parecia ser tão simples quanto um poder negro enraizado no coração do anjo. Ele parecera resistir mais dessa vez do que das imagens a nós mostradas por Magnus que parecia incomodado com algo desde a cena com a fumaça que fora dispersada por Julio com um feitiço de purificação que surpreendeu ao nosso poderoso sabio que não entendia como alguém capaz de purifica não conseguia controlar uma pedra.

Magnus deu alguns exercicíos para abertura de portais, Julio não conseguira fazer nenhum o que irritava o professor que queria uma folga na busca pelo portal, estava ficando desgastado com aquela busca que não parecia ter fim.

Duncan acordou atordoado, seus membros formigavam tanto que parecia ter bebido ao ponto de cair de tão bebado, sequer conseguia dar dois passos sem cambalear. Ficou muito tempo de pé apoiado por uma parede até que conseguisse andar, sentia o estomago embrulhar toda vez que paravamos em alguma avenida muito movimentada. Magnus já estava enojado com o espetaculo ao ponto de criar portais quase automáticos para que o anjo vomitasse sem que tivéssemos que parar.

Nossos dias estavam rendendo cada vez menos.


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