Deixe-me te proteger escrita por Vlk Moura


Capítulo 2
Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo, espero que gostem, quero a opinião de todos =D



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– Yeva? - o portão se abriu, ela se levantou assustada e atordoada que ficara sabendo, o seu mundo era tão falso quanto os rostos dos artistas em sua parede, sim, ela assumir a postura de uma adolescente comum, era fã de muitos artistas que antes ela sequer parecia conhecer. - Yeva, eu cheg... Uou! - eu olhei o rapaz parado a porta que nos encarava, era um rapagão, tinha o cabelo castanho bagunçado, algumas leves sardas nas bochechas bronzeadas, ombros largos, parecia ser forte - Vocês não mudaram nada - ele sorriu e olhou a prima. - Quero dizer, quem são eles?

– São... - ela estava estática.

– Kalevi, Duncan e Trina - o demônio falou apertando a mão do rapaz , eles sorriram. - Você está grandinho, não está?

– Pois é. - o rapaz se sentou a cama da prima e a olhou - Onde está sua mãe? - ela deu de ombros, livros saíram das prateleiras e quase nos atropelaram.

Páginas rodavam, ela lia a todas, usava uma técnica que o próprio primo inventara e ela não se recordava, era triste vê-la naquela condição, alguém que já fora tão poderosa que se arriscou por todos nós. O primo a observava com pena, eu observava isso, tossi para que a atenção de todos mudasse, com isso a desconcentrei os livros caíram e ela enrugou a face, não sei dizer porquê.

– Você irá nos ajudar? - perguntei.

– Eu já te dei minha palavra. - ela falou - Não irei quebrar isso, mas... - ela olhou o primo, ela sabia que ele já era um adulto? - Julio terá de vir comigo.

– Sem problemas- falei sorrindo - Confiamos o suficiente nele. - o rapaz nos olhou.

Os dois desceram para a cozinha, os seguimos e observávamos seus movimentos humanos, passei o olhar pelo rapaz, ele usava calça, não poderíamos ver sua marca, um grande sábio. Ele me olhou, senti minha bochecha corar, Duncan me olhou e riu ameaçador, eu sabia o que ele pensava, todos sabíamos, agora nossos pensamentos não eram tão particulares quanto deveriam ser.

Serviram café para nós, ela tinha feito um sanduíche e sentara a mesa.

– Por que vieram atrás de mim? - ela perguntou curiosa - Você me contou tudo, mas não me disse porque vieram atrás de mim.

– Você é mais poderosa do que pode imaginar - Kalevi falou e nos olhou - Seu poder é grande e cresce a cada ano que passa, você já fez coisas incríveis.

– Já? - a nossa Yeva não voltaria tão cedo.

Contamos o que achamos pertinente, enquanto o primo ouvia nossas histórias parciais e parecia se lembrar, talvez não muito, mas lembrava das histórias e pelo olhar lançado sobre a prima se lembrou da cena de nossa separação, me doía recordá-la.

Kalevi e Duncan estavam feridos, tão feridos que seus corpos não suportavam o próprio peso, a feiticeira havia materializado armas para proteger aos dois seres misticos. Eu estava pendurada no telhado, cortes me faziam sangrar dolorosamente, o priminho dela estava encolhido a um canto enquanto a própria moça, não, ali não era uma moça, era um mulher, estava de pé ofegante. Demônios e anjos nos cercavam nos matariam e depois disso a humanidade. Ela não desistiria, sabia que sua mãe e sua tia estavam ali em algum lugar aprisionadas.

– Vamos, se renda, mortal. - uma mulher musculosa falou, eu tentei me mexer, a matariam.

– Olha, tem uma criança com eles. - um demônio levantou Julio segurando-o pela cabeça. Ela tentou se mexer, mas qualquer esforço a faria desabar.

"Eu tenho um resto de energia" correu em nossas mentes, a olhamos, Duncan se contorceu tentando chegar até ela, Kalevi chorava, mas não conseguia se mexer, tentei me levantar e meu ato heroico foi um urro "Espero que nos encontremos novamente".

"Não!" gritamos em coro, pensamento e vozes tomaram o lugar.

Nossos corpos foram transportados, não veríamos mais nada, mas ela nos deixou enxergar pelos seus olhos. Ela olhava o anjo e quando o corpo sumiu de sua visão atacou os maus, primeiro o que ameaçava seu primo que caiu chorando ao chão, um brilho, explosões, luzes fugiam para o céu, ela os destruíra, mas não matara. Seu corpo sorria par ao primo até que nossa visão ficou escura e o corpo despencou. Procuramos por ela em todos os lugares.

Haviam se passado quase cem anos e não tinham achado nenhum vestígio de sua magia. Achamos que havia morrido, porém Catástrofe voltou e eu precisava de uma equipe no mesmo instante em que a energia da feiticeira voltou a vida, há quatro anos eu a procurara em todos os lugares e finalmente a achei. Ela estava em uma sala de um colégio, estudava física quando o livro flutuou a sua frente e atingiu a cabeça do professor, era a primeira emissão de mágica que seu corpo tinha desde que nos salvara.

– Ela sabe de você? - Duncan perguntou carrancudo quando a menina fora se arrumar para dormir.

– Não - o primo falou triste - Eu tive de inventar uma magia e pedir para que uma feiticeira a usasse sobre mim, eu tinha esperança que vocês a encontrariam e torcia profundamente, mas ela demorou para acordar e com isso achamos que nunca a veríamos sendo tão poderosa.

– O que aconteceu? - Kalevi perguntou curioso. - Os bloqueios não costumam bloquear o poder.

– Ela bloqueou tudo devido a dor - ele suspirou, eu tentei desbloqueá-la, mas as poucas vezes que o fiz ela urrava e parecia não suportar a dor, preferimos que seria melhor assim. - ele parecia triste, podia sentir a dor em suas palavras - Eu sei que no fundo a antiga Yeva está ali pronta para despertar - ele olhou Duncan - E se isso o deixar mais feliz, ela se lembra de você, de vocês, quando dorme muitas vezes é possível ouvir seus gritos os chamando, acho que no mundo dos sonhos o bloqueio cai e suas memórias correm em sua mente.

– Isso é triste - falei - Ela era tão poderosa, Merlim se tornaria tão fraco se ela tivesse sobrevivido.

– Agora, ela só profere feitiços básicos e não aceita os grandes, acho que tem medo de tornar a machucar as pessoas.

– Jú? - a mulher entrou, não a ouvimos se aproximar.

Ela ficou estática, nos observou, não sorriria. Observava nós três e pareceu que de súbito se lembrou de onde nos conhecia, se assustou, olhou para mim e cerrou o cenho. Era alta e bonita, a pele bronzeada, longos cabelos negros e olhos azuis como o céu de um dia ensolarado. O corpo atlético sempre atraia a atenção de Kalevi e Duncan, no mundo mortal assumimos desejos como os dos humanos e isso nos torna seres vulneráveis.

– O que fazem aqui? - ela perguntou.

– Minha filha não quer entrar em contato com vocês.

– Sério? - Duncan saiu do transe e se lembrou que sempre deveria brigar com a demônio fêmea. - Ela não nos contou isso, a antiga Yeva disse para sermos cuidadosos. - Julio e a mulher se assustaram.

– Sim, ela veio falar conosco - Kalevi encarou a mulher se lembrando que ela tentara matá-lo duas vezes. - Ela quebrou o bloqueio, por nós.

– Isso... isso não é possível - sentimos sua aura demoníaca crescer e tomar o lugar.

– Mãe? - a menina a beijou angelicalmente, os traços do pai. - Chegou cedo - sorriu dócil - Esses são Duncan, Kalevi e Trina, são meus amigos - ela sorriu - da escola - O quê? Ela estava enganando a mãe? Aquela menina era muito inocente, a antiga Yeva teria que despertar para termos alguma chance nessa guerra.

– Prazer - a mulher sorriu dócil e fingiu aceitar a mentira.

Yeva lia alguns livros de magia e tentava usá-las, mas tudo o que conseguia fazer era transformar partes de seu corpo em animal e levitar objetos, ela era inútil.

– Temos três formas de sair daqui - disse entre sussurros - Crio portais e os bonitões nos fazem voar - ela apontou para os dois, Kalevi e ela brigavam com uma frequência que eu gostaria que fosse um pouco menor, já Duncan e a feiticeira tinham uma química que me deixava preocupada.

– Portais - falei ofegante. - consegue.

Ela sorriu confiante e como se aquela pergunta a tivesse ofendido, se concentrou e um buraco se abriu sob nossos pés, fomos sugados por um abismo, ela mantinha a pose sentada, Kalevi abrira as asas demoníacas, era um dos poucos lugares que conseguia abri-las, mas não tinham função alguma, enquanto Duncan observava a sua volta e tentava criar imagens a partir de suas lembranças, era o que acontecia quando estávamos no nada, um atalha para qualquer lugar que a feiticeira quisesse nos levar.

Saímos em uma terra de gente de olhos puxados, olhamos a nossa volta, asas estavam abertas e brilhavam com o sol, fadas, era o reino delas, uma ilha no meio do pacífico.

– Estaremos seguros se ficarmos aqui por um tempo - ela nos informou - As fadas podem ser um pouco - sussurrou - ignorantes, mas não se preocupem elas são legais.

Espreguiçou e saiu andando.

Nos salvara de demônio vingadores que procuravam por Duncan que matara, pelo menos, 150 da espécie infernal e se gabava disso. Aqueles seres não sabiam que nosso quarteto junto já tinha matado mais de 400 demônios e 300 anjos, seres que sempre ameaçavam os humanos.

Anjos controlavam a mente dos humanos, enquanto os demônios tinham de seduzi-los e só então os matavam, os seres protetores eram espertos e não sujavam suas mãos, já os infernais tinha de sujar suas garras, mas não por falta de inteligência, mas sim por falta de habilidades. A guerra mista era enorme e mais cedo ou mais tarde deveria chamar a atenção de Catástrofe e isso assustava a todos, mas nãos os impedia de agir.

Julio se recolheu para dormir, eu e Yeva dividíamos o quarto, enquanto Duncan e Kalevi pareciam querer se matar presos em um comodo 4x5 com uma cama no chão e outra normal. Eu os escutava brigando e muitas vezes lembrando suas antigas aventuras, eu me lembrava deles e do grupo anterior e o anterior, todos morreram, e uma hora esse também morreria, era esse o legado das seria-anjos, amigos mortos em combate e você assistir a tudo, me encolhi, não dormiria, sereias nunca dormem, mas eu fingiria.


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Notas finais do capítulo

Alguma indicação, dicas, ideias, opiniões, palpites? Prometo não mordê-los.



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