Deixe-me te proteger escrita por Vlk Moura


Capítulo 1
Encontro


Notas iniciais do capítulo

O primeiro espero que gostem ^^v



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O momento que todos temíamos está voltando, Catástrofe voltou a atacar e mais equipes têm de ser formadas, mas com a última ameaça tivemos muitas perdas do mundo misto, anjos e demônios parecem se odiar ainda mais do que antes, gnomos, anões, fadas e sereias estão desconfiados e sequer pensam em se juntar a algo incerto. Nós, sereia-anjos, temos de reunir os grupos o trabalho mais difícil é encontrar seres de energia compatível, primeiro porque são raros, segundo, porque, normalmente, se odeiam.

Nós, sereia-anjos somos sereias que um dia mataram anjos e roubamos seu coração e ao nos alimentarmos nos tornamos os seres mais fortes existentes entre os dois mundos, mas nem mesmo seres tão fortes como nós somos capazes de acabar com o Catástrofe.

Eu, Trina, sou a sereia-anjo responsável pela equipe do sul, localizei minhas vitimas há três anos, na verdade, eu os reencontrei nesse período, o anjo e o demônio os encontrei nos extremos do mundo, o demônio estava na Antártida fazia pesquisas a mando de um governo pelo qual não me interessei, o anjo se encontrava na Rússia apenas curtindo, nunca o encontrei fazendo algo interessante. Os contatei, vieram ao meu encontro no Outono, o ar gélido parecia querer cortar minha pele frágil longe das águas.

- Sério que você o chamou? - o anjo cruzou os braços e encarou o demônio e tinha as mãos no bolsa da calça me analisava, eu não tinha mudado muito desde nosso último encontro.

- Não importa - falei, estremeci com o vento - Vamos, o terceiro nos espera.

Trocaram olhares, o anjo usava uma touca que era amarrada abaixo de seu queixo, um casaco pesado e uma calça jeans, uma bota que o deixava alguns centímetros mais alto. O demônio usava um casaco pesado, calça jeans, tênis e um cachecol. Caminhamos pela praça, parei ao encontrarmos a menina sentada a um banco, as pernas encolhidas de encontro ao corpo, um livro apoiado no joelho que estava coberto por uma meia calça preta, ela usava um short jeans, uma camisa regata e uma blusa de lã por cima, o cabelo solto e um lenço no pescoço, o cabelo encaracolado parecia aquecer-lhe as orelhas.

- Yeva? - eu me aproximei, ela levantou os olhos e sorriu simpática. - É um prazer conhecê-la finalmente. - falei sorrindo e a abraçando.

- O prazer é meu - ela me abraçou e olhou os meninos.

- Esses são Duncan - apontei para o anjo, ela o analisou e encrustou a face parecendo confusa - e Kalevi - apontei o demônio, ela teve a mesma reação, pegou o livro, passou a mão pelas páginas e observei uma mudança na cor das folhas e na capa, os meninos a observavam em silêncio. Olhou-os e me olhou, sorriu e deu um passo a frente.

- É um prazer conhecê-los, sou Yeva - ela se apresentou.

Eles já a conheciam, ela já os conhecia, mas não se lembrava, haviam batalhado juntos há tanto tempo que parecia ter sido há uma eternidade, mas para os imortais o que é a eternidade se não um seguimento de suas vidas ilusórias.

- Agora que já se conhecem - retomei a palavra - Podemos seguir para sua casa? - eu a olhei.

- Claro.

Ela fechou o livro e começou a puxar o grupo, estávamos todos em silêncio, ela deu sinal para que um ônibus parasse, subimos, ninguém questionava nada, e ela não parecia se sentir segura, chegamos a uma casa média, dois andares, subimos a escada para chegar até onde imaginei ser o quarto da moça, retratos em estantes e vários livros nas paredes, muitos tinham a mesma capa e não fui a única a perceber isso, eles reparavam no mesmo.

Duncan ficou de frente para uma foto, era Yeva e uma criança, se eu me recordava bem, era seu primo, ele deveria estar grande agora, talvez com dezoito anos a idade que a menina aparentava, ele nos ajudou ainda criança, agora, se não fosse chamado, seria de grande apoio. Ela indicou a cama e alguns bancos almofadados coloridos para que escolhêssemos, ela se sentou a mesa onde se encontrava um computador, rodou o assento e nos olhou.

- Seus nomes - começou - Eles são engraçados, considerando suas condições - a olhamos confusos, não deveria saber sobre nós, mas ela era surpreendente, sempre fora - Quero dizer, um anjo chamado Duncan e um demônio chamado Kalevi, isso é engraçado não acham?

- Yeva, não é? - Duncan começou e mexeu na toca deixando escapar fios dourados, seus olhos eram profundos verde intenso. Ela confirmou - Você não tem uma boa memória... - ele foi o arrogante de sempre, a menina não entendeu, Kalevi o olhou com censura.

- Isso é jeito de falar com alguém que salvou sua vida? - o demônio parecia ofendido pelo anjo.

- Eu... - ela olhou para a estante - Eu sinto muito - o livro flutuou até o anjo e abriu em uma página - Isso é tudo o que sei sobre você - um retrato dele com escritos em latim e hebraico, eu a olhei, ela ainda sabia aquelas línguas, suas memórias estavam sendo recuperadas ou apresentavam falhas de bloqueio - sobre os dois - outro livro flutuou e pairou na frente de Kalevi.

- Não se preocupe - o demônio virou o rosto e delicadamente fechou o livro e o apoiou na cama, o cabelo negro como o céu noturno estava baixo, não costumava ser assim - Não me preocupo com seus conhecimentos.

- O que você quer comigo? - ela me olhava agora e só percebi porque um silêncio longo tomou conta do lugar.

- Precisamos de você - tomei cuidado com as palavras - Precisamos que nos dê suporte para salvar os mortais - eu me aproximei dela, retirei seu lenço e expus a marca circular em seu pescoço, um branco e um cinza circulavam o pescoço fino da menina e se cruzavam em um ponto na lateral, ela levou a mão parecendo surpresa - Sei que conhece pouco sobre nós, mas nós sabemos muito sobre você e espero que confie se não neles, pelo menos, em mim. - ela se curvou para trás e quando voltou tinha um sorriso desafiador, o anjo a olhou, ela o fitava.

- Y... Yeva? - ela mostrou os dentes, ele estava vermelho, ela olhou o demônio e sorriu dócil, aquela mudança, aquela coisa, ela estava viva, nossa antiga Yeva estava viva.

- Eu confie em vocês, Trina, mas tenho que avisar-lhes que esse bloqueio é forte e raramente eu consigo quebrá-lo, essa nova Yeva é muito diferente de mim, ela se importa demais com os outros e não permitirá que um de seus queridos se machuque, eu não... - o rosto confiante sumiu - Eu estou tonta - a voz inocente voltou.

Nós três nos entreolhamos e nos voltamos para ela que parecia confusa.

- Isso será longo - Kalevi falou e se deitou na cama.

Começamos a explicá-la sobre aquele mundo.


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