Deixe-me te proteger escrita por Vlk Moura


Capítulo 18
Paraíso




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Todos dormiamos quando soaram a trombeta para nos prepararmos. Julio ainda dormia, Yeva se levantou e foi para o salão principal, outras feiticeiras estavam por lá e sábios também, era possível ver o quanto a odiavam, mas de acordo com minhas memórias as ações dela eram de pura proteção, mas ainda encontro uma lacuna, não sei se foi um bloqueio dela ou se ela realmente deletou isso.

Sobre ela e Magnus, eu não sei nada sobre a relação dos dois, e nem mesmo do ataque que o sábio falou que fizemos a família dos dois. Nada disso veio a minha memória.

– Certo! - um grito, eu o conhecia, era de Felícia, a olhei, ela comandava aquilo tudo - Anjos e demônios passem pelo portal da direita, - ela apontou - sereias portal do meio. Feiticeiras e sábios o da esquerda.

E lá foi a Yeva, eu passei pelo portal e a última coisa que vi passar foi uma sombra que voou e entrou no portal dos sábios e feiticeiras. Entramos em uma zona seca, era horrível de primeira instância e isso já fez com que metade das sereias caíssem. Pobres principiantes.

Em meio seco não se deve correr e o que a maioria fez... isso mesmo, correu. Cansados não percebemos a mudança de ambiente e por isso a maioria morreu com meu ataque surpresa, a umidade do ar aumentou ou por estarem focadas em buscar por oasis morreram pela água.

Duncan e Kalevi estavam lado a lado, enquanto outros anjos e demônios se matavam os dois se aproveitavam das sombras para avançarem, não sabemos para onde ir, mas sabemos que temos de seguir em frente.

Enquanto nós somos ignorados, Yeva é atacada por todos os outros que se uniram, até ela ter se cansado e abrir um portal.

– Mas que droga, era para você acordar só depois de tudo ter acabado - ela brigou com alguém.

– Quem está com você? - perguntamos em coro.

– Julio - ela respondeu - Conseguem abrir uma conexão para ele? - eu o fiz.

– O que ele faz aqui?

– Ei! Eu estou aqui, titio Duncan, você pode me perguntar diretamente.

– Ele me chamou de titio? - ele parecia inconformado, Yeva praguejou.

– Cuidado! - ela pulou sobre Julio.

Uma onda de energia caiu próximo deles. Julio se levantou empurrando a mãe que tinha as costas queimadas, criou uma barreira em torno deles, Yeva se levantou, ouvia os passos.

Ataquei uma sereia que tentou usar uma adaga para me cortar.

Duncan acertou um demônio e logo uma concorrencia entre o anjo e o demônio começou, a cada morte um gritava para o outro o número de vitimas. Um grito. Paramos o que faziamos.

– Magnus seu idiota! - Yeva gritava com dor.

– Por que, meu amor? Você não será capaz de salvar seu filho?

– Yeva? - perguntamos todos - Yeva, o que está acontecendo?

– Julio, não se solte, por favor, não se solte - ela chorava, eu começava a receber as imagens, ela se pendurava em um enorme buraco, com as mãos segurava o filho.

– Yev... Mãe, você precisa continuar, aqueles dois não servem para parar Catástrofe.

– Não sem você. - ela fincou as unhas.

– Me desculpe.

– Gente, gente, gente, alguém sabe onde eles estão? - eu perguntei derrubando uma sereia e arrancando seu coração - Julio... ele está... ela vai...

– Continue seu caminho, eu e Duncan vamos tentar encontrá-la.

Yeva observou o filho cair, ela olhou para frente via os dois correndo, ela abriu um portal e foi até eles.

– Ye...va? - Magnus parou, olhou a companheira, a feiticeira estava caída - Yeva?

_ Olá, querido - ela o fez apagar.

Ela passou para a fase assassina, qualquer um que cruzasse seu caminho seria morto, nós seriamos mortos. Magda tentou abrir um portal, Yeva fechou, a feiticeira tentou atacá-la, e foi quando um ataque antigo surgiu, nossa feiticeira revidou aumentando a intensidade e deixado a outra caída.

– Ela nos desligou – eu avisei os dois.

– Não – Duncan falou – Ela ainda está aqui.

Ele sumiu.

– Por que com ele? – Kalevi matava um demônio – Por que sempre ele?

– Sem briguinha mundana por um coração, demônio.

– Julio?

– Quase isso. – ele riu – Onde te encontro, Trina?

– Não sei onde estou.

– Kalevi... – os dois caíram na minha frente.

– Como...

– Digamos que meu pai me deu uma forcinha – Julio sorriu – Sobre minha pri... mãe, ela não está muito longe, mas acho que Duncan está na nossa frente.

– Anjo atingido, anjo atingido! – Duncan re-estabeleceu contato – Merda!

– O que ela fez? – Julio perguntou preocupado.

– Foi no ombro, dois centímetros para baixo e boom, só estaria aqui daqui mil anos, mas, ai! Ela está bem fora de controle.

– Deixa com a gente, tente chegar ao final do seu circuito, precisamos de um representante na final.

– Seu pedido é uma ordem, filho de Miguel.

Julio riu, e abriu um portal.

– Ladies, first. – eu passei e logo bloqueei um ataque da Yeva.

– Isso é uma forma de me recepcionar? – Julio saiu, Yeva o olhou, os olhos fundos aos poucos voltavam ao normal.

Ela olhou para as mãos sujas, levou a mão ao pescoço e se recordou do que acabara de fazer, ela nos olhou e caiu de joelhos.

– Eu não posso ficar aqui – ela começou a chorar – Eu vou matar todos eles.

– Sh... – Julio a abraçou como se ele fosse o pai ali – Daqui é a única que pode conter aquilo, fora eu, porque eu sou um máximo – eu o olhei, Kalevi o olhou enquanto a feiticeira ria.

– Quando ele se tornou convencido.

– Você os encontrou – Yeva se afastou – Se lembra de tudo agora – ele confirmou – Então sabe que acabou de mentir para mim, não sabe?

– Digamos que eu alterei os fatos – ele apertou a mão dela – Você sabe que deu nosso horário?

– Horário? – Duncan perguntou – O que está acontecendo aí?

– Nos vemos no final – Yeva falou e abriu um portal, nós quatro fomos sugados, perdemos a conexão com Duncan.

– O que está acontecendo, eu estou sem ar e...

– Não respire, Trina. – Yeva segurou minha mão – Estamos no Paraíso – ela sorriu – Meu pai e... Miguel, querem nos dar umas dicas sobre o que está acontecendo com Catástrofe e o fato de Calista estar na competição.

– Ela o quê? – Kalevi pareceu bravo – Duncan vai morrer.

– Ele é o único que pode pará-la – Julio falou – Ela o ama, quando vê-lo em guerra, torcemos para que tudo funcione como queremos, ela irá se lembrar do passado.

– Ele não vai hesitar em matá-la – lembrei a eles.

– É aí que Kalevi entra em ação, ele trará minha prima em segurança para cá, iremos trancá-la aqui – a imagem de uma porta – Meu quarto – ela abriu a porta, correntes estavam cravadas nas paredes – digamos que já fui meio problemáica.

– Meio? Você foi a pior – Miguel falou, sua forma angelical parecia atingir os cinco metros sem dificuldade, cabelos dourados trançados com perfeição, belas asas creme brilhavam em suas costas, a armadura prata parecia resistir a tudo, o rosto quadrado guardava uma única cicatriz de guerra.

– Obrigada por me lembrar disso, titio. – olhei Yeva sua forma antes humana se alterava, ela atingia os quatro metros e meio, os cabelos bagunçados se arrumavam, a musculatura se adequava – Mas você não fará com ela o que fez comigo, não é?

– Um filho? Claro que não.

– Não! – Yeva riu, estava diferente – Digo, os bloqueios.

– Eles vão continuar como se nenhum de nós estivesse aqui? – Kalevi sussurrou para mim.

– Desculpem nossa grosseria – Miguel falou conosco – Estamos matando a saudade.

– Pai! – olhei Julio, ele estava do tamanho do anjo – Liberte-os.

Miguel moveu os pulsos, senti meu corpo se esticar, olhei Kalevi ele estava alguns centímetros mais alto do que Miguel, seu corpo original com os vermes escorrendo de buracos que se abriam e se curavam.

– E como faremos? – perguntei e olhei a feiticeira, eu era um pouco mais alta do que ela.

– Precisamos de Duncan.

– Dun...can? – Miguel a olhou – Por que precisamos dele?

– Você sabe, sem ele não iremos vencer.

Aquela conversinha interna começara a me irritar, era horrível não ter noção do que falavam, mas eu não era a única.

– Já falei o quanto odeio aquele anjo?

– Assim como odeia o Kalevi, assim como odeia o Magnus, assim como odeia os humanos com quem me envolvi, você é bem ciumento, não?

– Um pouco – ele riu – Mas estamos sendo mal-educados, vocês querem descansar da batalha e esperar que o bichinho termine tudo? Ou...

– Onde meu pai e minha mãe estão? – ela abraçou o braço do arcanjo.

– Venha comigo e vocês – ele nos olhou pelo ombro – Fiquem a vontade.

– Recepção igual a zero – Kalevi entrou no quarto.

– Coisa de arcanjo – Julio sorriu – Mas concordo que podiam ser mais simpáticos.

Ficamos no quarto, marcas por todos os lados, arranhões, e aos poucos comecei a ver a história daquele lugar, Yeva ficou mil anos presas ali agüentando sessões de tortura que começaram por Betha, Outono e iam ficando intensas, o último a fazer a sessão foi Miguel, ele enfiou a espada no estomago dela e abriu até próximo do coração, cortou um pouco o músculo, ela urrou de dor, energia vazava, ele parou com o grito de Gabriel que entrou no cômodo e o parou, estava acompanhado de Merlim e Calista, os dois ainda eram bem chegados, Calista curou a prima e logo depois foi dominada pelo pai.

Quando voltei a mim estava deitada nas pernas de alguém e senti um verme passar pelo meu ombro, Kalevi estava adormecido e Julio praticava magia. Levantei com dor na cabeça.

– Duncan está quase no final. – Julio anunciou – Nós três teremos de voltar.

– E a Yeva?

– Ela já voltou, meu pai a mandou de volta.

– Desculpa me meter – gemi de dor – mas por que ela foi e nós não?

– Ele acha que se ela ficar aqui eu vou ganhar um irmãozinho – ele deu de ombros – É estranho ouvir isso da boca dele, ainda mais sabendo que não pode se reproduzir nesse plano e que eu sou uma aberração, então as chances de eu ter um irmãozinho, ainda mais aqui, são nulas.

– Ahm... Não foi bem isso que eu quis dizer.

– Ah! – ele riu – Desculpa, não entendi a profundidade da questão, ele acha que com ela lá embaixo as coisas podem dar mais certo e quando a briga começar a ficar boa nós descemos, plano de guerra – ele deu de ombros – Me tio avô concordou com isso, mas acho que ele não queria que meu pai e ela ficassem juntos. E complicado.

– Imagino – Kalevi levantou – Podemos pelo menos acompanhar os dois?

Julio abriu dois campos de visão, uma era a Yeva outro Duncan, os dois corriam para o mesmo objetivo, um demônio já chegara até lá, assim como um sábio, precisavam de um anjo e uma feiticeira e pelas previsões de nosso sábio eles seriam os próximos a alcançar a linha de chegada.


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