Deixe-me te proteger escrita por Vlk Moura


Capítulo 13
Fuga




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Já havia passado dias que os quatro estavam dividindo cela, Yeva estava tensa devido ao que previa ser o próximo passo de Calista que de tempos em tempos fazia tensão sobre a feiticeira filha de Gabriel. Anjo e Demônio se sentiam perdidos diante as ameaças, o gnomo entendia devido a conexão que fizera com a menina.

– Já chegou a hora de vocês - era um monstro que abrira a cela e agora prendia os dois novos capturados, Yeva estava ao fundo da cela pensando em algo, no instante que sentiu a cela se abrir lançou algo sobre o monstro que atônito esperneou.

– Venham! - Yeva mancava, mas carregava o gnomo no ombro, o anjo e o demônio corriam quase tropeçando na feiticeira - Sabem o caminho por aqui? - ela olhou os dois que confirmaram.

Kalevi tomou a frente, Yeva ficava entre os dois seres, Duncan a olhava curioso, ela não se encontrava em seu melhor estado, puxava uma perna o que ficara nítido em sua corrida. Ela parou e puxou Kalevi e Duncan para próximo de si, ficaram apoiados na parede. Dois monstros passavam escoltando Calista que olhou aquela monstruosidade parada, na ilusão Yeva colocara um ser que apenas babava, mas era cheio de músculos, quatro chifres surgiam na lateral de sua cabeça, as mãos arrastavam ao chão. O trio maléfico passou, quando ficaram longe o suficiente, a feiticeira voltou a respirar.

– O que foi isso? - Duncan cochichou.

– Ilusão - Yeva respondeu - Agora, vamos, antes que ela volte e solte essas coisas atrás de nós.

– Sabia! - o grito ecoou pelo lugar.

Os corredores era limpos, da forma como os humanos retratavam o Paraíso, o silêncio dali era algo magnifico, o gnomo observava tudo enquanto se equilibrava no ombro da feiticeira. Duncan e Kalevi colaram em Yeva, ela os camuflou mais uma vez, porém não era para Calista e sim para Lúcifer que passou tão rápido que a feiticeira mal o notou. Os três começaram a correr, podiam ouvir os monstros que foram soltos atrás deles.

– Para vocês! - ela liberou as armas. O anjo e o demônio se entreolharam, não acreditavam que viam aqueles objetos.

– Posso te fazer uma pergunta? - Kalevi ajudava a feiticeira pular um buraco por onde desceriam.

– Vá m frente - ela olhou Duncan cair com leveza e lembrou os antigos tempo quando conseguiam viver juntos, dissipou os pensamentos.

– O que você tem com Julio? - a menina travou - Não vai me responder?

– Shh... - ela levou a mão até a boca dele, lembrou do buraco o concertou e torceu para que o que tivesse escutado acima de suas cabeças fossem monstros e não a filha das trevas.

– O que está acontecendo? - Duncan perguntou.

– Venham...

Ela terminou de falar no instante em que o buraco fora destruído, os três correram, o gnomo olhou para trás e pode ver a horda de demônios avançando e quase os tocando.

– Estão chegando - Yolov falou para a feiticeira que olhou para trás, levantou uma parede de chamas que queimaria os seres que passassem por ali.

– Vocês continuam - Duncan parou - Eu vou contê-los o máximo que puder.

– Não! - Yeva gritou - Vamos sair juntos!

– Venha, não estamos em tempo de discutir - Kalevi a puxava, tropeçando no demônio a feiticeira olhou para trás e pode ver o anjo derrubando os poucos seres que se arrastavam das chamas.

Yeva abriu outro buraco, o nascido das trevas a ajudou a subir, o gnomo não se desgrudava da feiticeira. Kalevi surgiu no corredor, Yeva derrubou um demônio e logo outros foram alarmados pelo cheiro do corpo estourando, logo estariam cercados.

Kalevi se preparou para atacar quem os atingisse pelas costas, enquanto Yeva contava com o resto de suas energias para atacar aqueles que os atingisse pela frente. Yolov assistia a tudo, nenhum monstro tinha sentido sua presença, o gnomo seria o único a sair vivo, era esse o plano da filha de Gabriel. Algo atingiu a feiticeira, Kalevi saltou para trás assustado com o corpo caindo desacordado, olhou para a possível origem do golpe e viu a feiticeira de Lúcifer sair da parede se contorcendo e rindo do corpo da prima que estava completamente apagada.

– Vocês estão velhos - ela falou e olhou o demônio - Já derrubei o anjo, agora ela, o próximo será você seu... - Kalevi reverenciou a feiticeira, deixou a arma de lado, apoiou um joelho e uma mão ao chão - Estou gostando desse lugar - ela gargalhou. - Então você aceita nos seguir?

– Sim - ele a olhou - Com minha vida irei protegê-los. - ele olhou Yeva no cabelo dela o gnomo os assistia, o demônio mandou uma piscadela que o gnomo fez questão de responder com um leve aceno - Para onde a senhora gostaria que eu a levasse?

– Para fora, siga-me coisinha nojenta. - Calista começou a andar triunfal.

Os monstros paravam conforme a feiticeira passava, Kalevi carregando a filha de Gabriel se sentiu culpado, não iria para o lado de Lúcifer, nunca se curvou para o poderoso das trevas e não seria daquela vez que o faria. Quando Calista saiu em uma área aberta ele pode sentir o cheiro de enxofre que era soprado por um vento cortante, o lugar era quente e ficava ao centro do que parecia ser uma construção para qualquer humano que olhasse, mas na verdade não se passava de um lugar para se abrigar em um meio hostil. O traidor observou os corpos de seres mostos pendurados por todos os lados e sendo cortados e dos cortes escorrendo gosmas malcheirosas. Duncan estava preso a um poste, estava inchado, mas ainda consciente, de seus cortes não escorria sangue, mas sim a luz de sua cura, ao ver o suposto companheiro carregando a feiticeira desacordada o celeste ficou inquieto o que fez com que recebesse mais dois socos que fez com que sangue de verdade fosse espirrado ao chão.

– Sua vez - Kalevi cochichou para Yolov que discretamente desceu do demônio - Calista - ele chamou - Aqui seria possível de abrir minhas asas?

– Claro, você está no território das trevas demônio. - ela sorriu para ele.

Ele se contorceu ainda com Yeva em seus braços, abriu suas asas negras com garras nas pontas, tinha machucados de guerras ancestrais, seus dedos logo assumiram o aspecto de garras, seu cabelo caíra por completo, em sua careca vermes eclodiam famintos por carne fresca e se alimentavam do resto humanoide do ser.

– Como ela conseguiu ter filhos com você? - Duncan falou enojado - Sério isso é nojento. Vocês todos são bem nojentos.

– Cale a boca! - Calista rugiu e no instante em que se calou uma nuvem negra voou do topo da suposta construção e caiu no centro do lugar, a fumaça preta tomou a forma de Lúcifer que calou todos os monstros, até mesmo Yolov que se escondia entre os seres enormes se paralisou por alguns segundos, mas aproveitou-se da distração de todos para chegar até Duncan.

– Finalmente você está ao meu lado - a voz ecoava por todo o lugar - Eu precisava de um espécime como você, Kalevi.

O demônio reverenciou o pai de todos os demônios, o corpo da feiticeira ficou jogado sobre seus ombros, ela parecia acordar aos poucos, mas o demônio a fez dormir novamente para que só quando fosse necessário ela despertasse, sua mente estava conectada com a dela, Yeva sentia dores, mas sua energia estava bem recuperada devido ao contato com Calista em que aproveitou para sugar sua energia, as larvas da cabeça careca começavam a escorregar até a feiticeira desacordada.

– Prenda-a.

Kalevi se ergueu, as vértebras da coluna eram protegidas por uma camada tão frágil quanto uma placenta. Os pés eram ossos pretos que estalavam a cada pisar, estar naquela forma deixava-o mais forte e dava-lhe o poder que há tempos não sentia. O corpo mole foi jogado contra um tronco em chamas, a feiticeira começava a ser consumida.

– Maldito! - Duncan se contorceu, tentava se aproximar dos dois - Como pode fazer algo assim? Kalevi!

O demônio prendeu os braços da feiticeira, aproximou da orelha dela.

– Agora...

Afastou dois passos e a olhou, achou que o tempo de reação fora lento demais, os vermes penetravam-lhe a carne.

A feiticeira demorou demais para reagir.

Yolov já estava pendurado ao tronco onde Duncan estava preso, e começava a desamarrá-lo, o anjo se contorceu ao sentir algo nos dedos e conseguiu ver o gnomo que assustado ainda agia, olhava par aos monstros a volta como se a qualquer instante fosse ser pego.

– Ei! - um monstro vociferou com a voz de quem se engasgava a cada segundo.

Duncan atacou o monstro e pegou o gnomo. Yeva acordara, ela olhou Kalevi ao lado de Calista e Lúcifer, ele a olhou aliviado, cuspiu-lhe, virou para Duncan e cuspiu na sua direção. Kalevi voou para o portal que se fechou, Duncan pulou com Yolov. Calista ia atacar a prima que cuspiu para o alto, um portal se abriu uma mão com garras e vermes surgiu e puxou a feiticeira que logo fechou o portal.

O portal tornou a se abrir, os quatro começaram uma queda livre, Kalevi não tinha mais as asas e nem os vermes, seu cabelo crescia em uma velocidade enorme, anjo e demônio estavam desacordados devido a quantidade de ferimentos e energias gastas durante as lutas. Yeva esticou os braços, agarrou os dois, o gnomo já se agarrara a seu cabelo.

– Yolov... - ela falou, o gnomo ficou em silêncio, o chão ficava cada vez mais próximo e a feiticeira estava sem energia para os portais - Yolov...

– Calma...

– Yolov! - ela gritou, no instante em que uma árvore enorme se aproximou dos quatro.

A feiticeira batia contra os galhos e rolava, acima via o anjo e o demônio desacordados e nenhum sinal do gnomo que se desprendera, agarrou-se a um galho desajeitada, apenas os braços se apoiavam, o corpo do anjo passou, o agarrou e logo o do demônio, ficou pendurada com o peso dos corpos tendendo par ao lado oposto ao de seu corpo.

– Yolov... - ela quase grunhia com a dor dos braços cortados pela madeira - Yolov, por favor...

Dando cambalhotas entre os galhos o gnomo surgiu a olhou.

– Não sei se devo ajudá-la - ele falou, ela o olhou incrédula - Sabe, eu não sou muito fã de gente da sua laia.

– Do que está falando? Eu te salvei e...

– Eu te salvei de volta, estamos quites. Tchau! - ele sumiu por entre os galhos.

– Gnomo maldito! - ela esgoelou, olhou os corpos que sustentava, ao fundo escutava o gnomo afastando enquanto cantarolava.

Olhou em volta, nenhum galho era forte o suficiente para aguentá-los, tinha de arriscar ou ficaria presa ali para sempre. Soltou o corpo do anjo para um galho que o suportou, depois o corpo do demônio que foi pesado demais, ao perceber isso ela pulou e o seguiu, o demônio parou pendurado a um galho, ela continuou na queda até se agarrar a folhas, cortando as mãos se estabilizou. Escalou a árvore até o corpo do ajo, o ergueu e levou até o corpo do demônio, arrumou os dois e ficou de guarda tentando tirar as farpas dos machucados, sentia a profundidade de todas conforme as puxava.

A noite caiu, a feiticeira ainda estava sentada de olho nos corpos que também estavam bem feridos. Aproximou-se primeiro do anjo, tocou-lhe o rosto ferido e aos poucos o curou, estava fraca, mas devido as técnicas não precisava de muita energia, tocou o demônio, mas nele os ferimentos não eram tão graves e sim o gasto de energia.

Lembou-se dos vermes nojentos que ainda andavam pelo seu corpo, tentou encontrá-los, sentiu algo passando pela coxa, cortou a pele e fisgou o ser anelado que estrebuchou, levou até o demônio e logo o ser foi absorvido, arrancou outros quatro que foram absorvidos por Kalevi. A feiticeira relaxou em um canto tentando curar suas feridas.

Dormiu.

Quando acordou os dois ainda estavam desacordados, olhou em volta e buscou por comida, encontrou alguns pássaros, os matou e usou de alimento, agora sentia falta dos vermes que lhe protegeram do fogo. Kalevi os usara como proteção e também comunicação, Yeva achou nojento, mas se ele não o tivesse feito ela nunca saberia que ele enganava Calista. Com os pássaros tentou criar fogo, mas desistiu ao lembrar que queimaria toda a árvore, os comeu crus. Próximo aos corpos marcava os dias em que estavam ali, e com os dias passando sentia que parte de suas memórias voltavam a ser bloqueadas, não queria perder os dois novamente. Sentiu o bloqueio das lembranças, arrumou-se entre o anjo e o demônio implantou palavras suas na mente deles e como deveriam cuidar dela, adormeceu.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando =3



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