Os Seguidores De Anúbis 3. escrita por Nath Di Angelo


Capítulo 10
O exército de Rá.


Notas iniciais do capítulo

Oi corações



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PDV NATÁLIA.

Eu caminhava devagar pelos corredores do castelo de Rá sem nenhum rumo certo para ir. Minha cabeça voava longe enquanto eu sentia a camurça carmesim do chão fazer cocegas em meus pés descalços. Encostei-me, transtornada na parede abraçando minha cabeça. Céus...Porque tem que ser assim?

Hoje, uma coisa que eu evitava era me olhar no espelho. Apesar da maquiagem egípcia dava-se para ver manchas arroxeadas espalhadas por meu corpo e rosto; o pior de todos era um grande hematoma em minha barriga, causado pelo chute forte de Anúbis e por último, e não menos importante, o grande arranhado em meu braço. Tudo isso, inacreditavelmente, causado por Anúbis. Eu ainda não acreditava que o deus chacal, realmente, tentará me matar. Não acreditava em sua frieza e em como ele conseguiu defender Kebechet tão bem, fazendo-me parecer a vilã da história.

Eu tentava não pensar em nada e , assustadoramente, eu estava conseguindo. Tudo já estava em seu devido lugar, fazendo parecer que nada havia acontecido, porém, eu sabia que tinha. Dentro de mim eu estava gritando, querendo chorar ou fazer algo pior, mas por fora uma carranca inexpressiva estava grudada em meu rosto, realmente, fazendo parecer que nada havia acontecido. Eu não queria ser assim, não queria esconder meus sentimentos mas eu não podia fraquejar, não agora, não em minha última guerra.

–Natália...-Arregalei os olhos afastando-me da parede quase na velocidade da luz. Sem perceber incendiei meus dedos com o poder de Rá ficando em posição de ataque.

–Anúbis...-Falei, quase soando com dor. O deus chacal rondou-me com os olhos, parando-os em cada ferimento em meu corpo. O mesmo engoliu em seco dando um passo em minha direção.-Não chegue perto, Anúbis...-Pedi, sentindo meus olhos queimarem. Eu não sabia oque estava acontecendo. Só vim para cá pois me deram a certeza que Anúbis não estaria aqui.

–OK, OK...Eu não vou chegar.-Prometeu, recuando alguns passos. O encarei cética enquanto o mesmo comprimia os lábios. -Natália, por favor...Me escute.

–Não tenho nada para escutar, Anúbis.-Falei.-Me deixei passar...

–Não!-Cortou desesperado.-Por favor...Apenas me deixe falar.-Implorou. Anúbis também não parecia estar em seus melhores dias. O chacal estava pálido, e tinha grandes olheiras, seu cabelo estava mais desgrenhado que o normal e seu rosto estava contorcido de arrependimento. Engoli em seco, endireitando o corpo. O encarei indagadora.

–Diga oque quer...E me deixei ir.-Murmurei. Anúbis assentiu pesadamente, fitando-me com intensidade.

–Me...Perdoe.-Suplicou. Neguei rapidamente com a cabeça enquanto o deus descumpria sua promessa de não chegar perto de mim. O mesmo agarrou meus ombros puxando-me para mais perto dele. Armei meus dedos, pronto para afasta-lo, porém, não consegui. Seu cheiro inebriante me atingiu fazendo-me arfar derrotada. Anúbis engasgou, fungando em meu cabelo.

–Me desculpe, eu te imploro...Juro nunca mais te machucar, nunca mais encostar a mão em você...Eu perdi a cabeça...!

–Eu não tenho medo por mim, Anúbis. E não é a mim que você precisa jurar não machucar...Kebechet não vai descansar e eu também não...

–Não..

–Me escute!-Gritei.-Você precisa colocar isso na sua cabeça... Uma de nós vai morrer! E será um milagre se não for eu.

–Natália...-Me soltei de Anúbis recuando alguns passos para trás.

–Eu não posso mais vê-lo, não posso posso mais ouvi-lo...-Murmurei transtornada. Senti a mão forte de Anúbis agarrando-me novamente.-Me solte!-Berrei.

–Não faça isso...Não finja que nada aconteceu...NÃO FINJA QUE EU NÃO TENHO CULPA!-Gritou Anúbis tão alto que sua voz fez as paredes do corredor ribombarem. -Apenas diga que me perdoa e depois se machuque novamente...-Anúbis deixou os ombros caírem.-Eu sou o deus que irá te trair...-Senti minha visão escurecer e logo depois um barulho forte. Minha mão estava ardendo e quando abri os olhos novamente eu soluçava, com minha mão colocada na face do deus chacal.

–Você...Não vai me trair.-Murmurei. Senti algo gelado descendo por meu rosto.-Você não pode me trair...-Anúbis virou-se para mim com as marcas de meus dedos tatuados em sua pele branca. Solucei mais uma vez apertando os olhos.–Eu não sou mais aquela menina, não sou mais a Natália que pertencia a você... Eu...não vou odiá-lo por ter me machucado, Anúbis. Mas eu não irei suportar se você me trair...

–Natália...-Me soltei de Anúbis, dessa vez afastando-me o bastante para o mesmo não conseguir me alcançar novamente.

–Se quer mesmo o meu bem não faça isso...Não se importe comigo mas também não escolha um lado. Fique aqui mas finja que não me conheça, esqueça todos nossos laços, todos nossos vínculos, esqueça nosso passado...E só isso que eu te peço.-Falei.

–Espere...!-Antes de Anúbis terminar eu já tinha saído correndo para longe. Acelerei meus passos não querendo ser seguida por Anúbis. Eu não queria mais vê-lo, não queria mais tê-lo perto de mim. Pensar em tê-lo como inimigo era pior que qualquer coisa e me destruiria, com certeza, eu não podia mais ter Anúbis como meu, eu tinha que acabar com os nossos laços.

Adentrei o salão dos deuses rapidamente, fazendo todos se virarem em minha direção. Franzi o cenho em meio as lagrimas ao perceber que todos sorriam até me verem. Olhei para frente vendo cinco figuras curvadas na frente de Rá. Senti meu coração dar um solavanco incrédulo enquanto as cinco pessoas se viravam felizes em minha direção.

–Mestra!-Exclamou a única voz feminina do grupo. Semicerrei os olhos raivosa e em um piscar de olhos os cinco estavam no chão. Tomei fôlego irritadiça limpando os olhos com raiva.

–Onde vocês estavam?!

PDV HÓRUS.

Eu encarava Natália questionador, mas os olhares que sr. Rá me lançava me avisava para não me aproximar da garota. Era visível para todos que a mesma estava em crise mas ninguém parecia se importar, ou fingiam não se importar.

No momento que Natália chegou sr. Rá estava apresentando a nós seu, recém, chegado exercito. Muita pouca coisa eu sabia do tão conhecido "exercito dourado" mas não imaginava que o mesmo era feito apenas de cinco magos adolescentes.

–Onde vocês estavam?!-Indagou Natália, mudando, rapidamente seu humor. Os cinco jovens no chão gemeram em desaprovação.

–Tu ta louca, filha?! É assim que se da boas vindas?!-Indagou o primeiro garoto, que se eu não me engano se chamava Max. Todos já haviam se apresentado formalmente para todos nós. Na ordem eles eram: Max, um garoto escandaloso que tinha os cabelos cor de mel e os olhos âmbar, era estranho o jeito que o garoto me lembrava Mike, o ex-seguidor de Anúbis.

O próximo era Piatã, o garoto era o mais quieto ali, era moreno e tinha os cabelos compridos, parecia o mais velho de todos ali, mais velho até que Natália, mas mesmo assim, olhava a garota com grande respeito.

Tinha também os gêmeos, Arthur e Heitor. Era difícil distinguir um do outro mas se via algumas diferenças se examinássemos bem. Os dois eram sorridentes, porém tinham estilos bem diferentes.

E por último tinha Mel, a única garota do grupo. A mesma parecia a mais nova e tinha uma leve semelhança com Natália. A garota parecia querer se parecer com a Ramsés pois usava o mesmo estilo de roupas, tirando o cabelo loiro cortado nos ombros e os incríveis olhos verdes.

Todos usavam um medalhão de Rá e , apesar da surra dada por Natália, pareciam gostar muito da garota.

–Você estava mesmo preocupada com a gente?-Perguntou Max, sorrindo malicioso para Natália. A garota o olhou soberana, dando um leve chute no garoto, que voltou ao chão.-AI! QUE BICHO TE MORDEU?!

–Sr. Rá...Esse é seu exército?-Perguntou Tot.-Quer dizer...São crianças!

–Algum problema com isso, querido?-Perguntou Max, virando-se indagador para o deus da sabedoria.

–Seja educado, Max!-Rosnou Mel dando um tapa na cabeça do garoto.

–AI! VEM CÁ...VOCÊS COMBINARAM ISSO?!-Questionou o garoto irritadiço. Natália revirou os olhos, enquanto sr. Rá sorria para Tot.

–Está diante dos magos mais fortes já nascidos na casa da Vida em 100 anos, Tot. Podem parecer apenas crianças mas...Tenho plena confiança neles.-Falou o deus do sol, olhando orgulhoso para os seis a sua frente. Natália suspirou dando um pequeno empurrão nos gêmeos.

–Mostrem a eles.-Ordenou. Arthur e Heitor sorriram enquanto a mão de ambos se iluminavam.

–Eu sou Arthur, portador do elemento terra!-Exclamou o primeiro garoto feliz.

–E eu, caros deuses, sou Heitor, o gêmeo mais bonito.-Todos encararam o garoto incrédulos.-Ah, e portador do elemento ar.

–Senhoras e senhores, eu sou Max, o magnifico. E tenho em minhas mãos o elemento água!-Falou o garoto curvando-se teatralmente.

–Piatã...fogo.-Murmurou Piatã sem muito entusiasmo.

–Oi! Sou a Mel! E Sou portadora do elemento magia!-Cantarolou a garota sorrindo abertamente.-Sua vez Nath!

–Eles já me conhecem, Mel....Muito bem, aliás.-Respondeu Natália. Mel franziu o cenho enquanto Natália colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha.

–Natália? Está tudo bem?-Questionou Rá desconfiado.

–Está, tudo bem.-Garantiu Natália.-E vocês...Não me responderam. Onde estavam?-Perguntou Natália novamente, voltando-se aos cinco magos em sua frente. Max sorriu animado ao mesmo tempo que Piatã tomava a frente, dando um pequeno papel a Natália.

–Onde mas estaríamos, Mulher? Trabalhando é obvio!

–Oque é isso?-Questionou Natália.

–Um endereço...Encontramos o esconderijo de Kebechet.-Murmurou Piatã ao mesmo tempo que Anúbis adentrava o salão.


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Notas finais do capítulo

Eai? curtiram?