Meu sonho escrita por May Cristina


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ^^



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– Oi...

Foi a única palavra que consegui dizer. Na boa, quero poder fugir, mas já estou aqui e não tem como voltar a trás.

– Olívia – ele disse esboçando um sorriso.

Tentei não ficar mal ou pensar em outra coisa pois aquilo era tudo o que eu sempre quis. Um dia encontrar com o Iago... Hoje me pergunto se realmente queria isso.

– Iago, vamos sentar naquele banquinho? – também esbocei um sorriso.

Ele pegou na minha mão e fomos pra lá. Admito que eu senti algo depois que ele fez isso, mas calma lá, não foi gigantesco, foi apenas uma sensação tipo: “Uhuuul, esperei isso por tanto tempo! Missão cumprida!” .

– Olívia, há tantas coisas que eu queria te falar... A primeira é – ele deu uma pausa, mexeu os pés e olhou para meus olhos. - Que você é muito linda.

E a primeira que eu queria te falar é: Você me deixa envergonhada.

– A segunda é – ele continuou. – Sempre quando você vem, ou eu vejo você, eu sinto que não posso.

E eu sinto que vou ter um ataque cardíaco.

– A terceira é – ele estralou os dedos. – Me desculpe.

– Desculpar?

Ele chegou mais perto e segurou meu rosto com as duas mãos, como se estivesse me forçando a beijar ele. Mas eu ainda não tinha três coisas para sentir e ir logo pro ataque. Eu tentei me afastar mas ele me segurou pela cintura e colocou uma das mãos atrás do meu pescoço.

– Iago... Para!! – eu coloquei uma das mãos sobre minha boca. Ele tirou minha mão e deu um beijinho nela.

– Fica calma – ele passou as mãos no meu cabelo – Se você não quiser me beijar, tudo bem, eu espero.

O problema é: eu não sei se eu quero! Como eu disse, esperei a eternidade toda por aquele beijo mas eu não quero nada forçado e contra minha vontade... Entretanto já esperei muito e pensei bastante se esse dia iria chegar... É, ele chegou. Acho que devo aceitar como um bônus ou recompensa por toda queda e paixão que eu tive ou tenho.

Eu fechei os olhos e pensei: Agora vai! Iago em deu um beijo no rosto e passou sua mão levemente sobre ele. Abri os olhos e vi seu rosto de aproximando devagar e...

– Eu acho melhor terminarem com isso antes que comece de verdade.

Era ele. O loiro que chamo de vizinho e que todos os dias eu ameaço.

– Thomas! – eu não pude esconder minha surpresa.

Dei um passo para trás e abaixei o olhar num sinal de vergonha. Ele estava na nossa frente, no meio de nós, praticamente.

– O que você quer? – disse Iago um pouco irritado.

– Eu não sei o que você está querendo mas não deixarei isso acontecer – disse Thomas.

– Thomas?! Você ficou maluco? Andou usando droga? – falei

Tentei ir pra perto do Iago, porém Thomas me bloqueou colocando seu braço na minha frente. Coloquei a mão no rosto e lancei um olhar e esse olhar dizia: “Tira esse braço ou eu quebro ele!”

Iago suspirou.

– Bom, nos vemos amanhã, Olívia – Iago disse e seguiu caminho.

Ótimo. Excelente. Agora Thomas está paranoico e Iago está indo para casa. Uhul, que domingo mais legal e emocionante (digo isso tudo ironicamente, claro).

Quando Iago sumiu de vista, eu dei um tapa no braço de Thomas.

– Eu não entendo por que você está fazendo isso! Sabe quando tempo eu esperei por aquilo? Ah, você não deve saber, não é?! Foi 1 ano, Thomas, 1 ANO! Não é 1 hora, 1 dia ou 1 semana. – falei indignada.

– Deixa de ser tola, Olívia. Ele teve muito tempo pra fazer isso, não acha estranho ele querer te beijar depois de vários dias?

– Ele não me beijou porque tinha namorada!!!

– Exatamente!

– O que você quer dizer?

– E vi tudo, ok? Vi as coisas que ele estava te falando e o jeito que tentou te agarrar quase a força. Vi quando você colocou a mão sobre a boca para não deixar que ele te beijasse e vi também quando você estava quase cedendo o beijo.

– Estava me espiando? Eu ainda não entendo...

– Olívia, pensa! Um cara que namorou por 1 ano e em 1 mês já está em outra? Acha que isso está correto?

– Todo mundo pode se apaixonar novamente e em pouco tempo... Digo isso por mim...

Droga! Comecei a falar besteira.

Thomas ficou calado digerindo minhas palavras. A chuva começou calma, os pingos eram finos. Me lembrei da desculpa que tinha dado para sair...

– Thomas – falei puxando ele – Vamos para o supermercado, a gente só precisa descer esse morrinho – apontei o dedo – E depois virar a primeira esquerda.

Ele assentiu e seguimos.

Ele andava com cara emburrada e pisava no chão como se fosse matar uma barata. Eu já sentia um pouco do meu creme para cabelo descendo minhas costas, parece que alguém jogou mel nas suas costas de tão melado que fica. Meu cabelo começou a perder os cachinhos e foi ganhando volume conforme a chuva ia aumentando.

– O que disse para mamãe? – perguntei. Apenas para quebrar aquele iceberg entre nós.

– Hm?

– Qual foi sua desculpa?

– Foi uma melhor que a sua.

– Aposto! Você chegou nela e falou: “Marjorie, eu gostaria de ver os pedestres atravessando a faixa, eu posso? Deixa? Deixa?” – falei tentando imitar a voz dele.

Ele sorriu e deu um peteleco na minha testa. Isso dói!!

– Falei que ia te encontrar e convencer a tomar um sorvete comigo – ele deu uma piscadela.

– Se meu pai estivesse em casa, com certeza você seria um homem morto. Sua sorte é que ele foi levar o Luquinha para o futebol não sei das quantas.

– Para de dar apelido para meu irmão! Arranje um pra você e por mim você pode chamar ele até de Bob Lú ou Zé do mato!

Esse Thomas é um idiota mas eu sempre em divirto com ele.

Chegamos no supermercado corri em busca de chocolate. Como eu sou desastrada, bati o joelho na quina de alguma coisa. Escutei alguém rindo e me virei para ver se era Thomas, mas era uns caras estranhos que começaram a se aproximar. Eram garotos de 17 anos ou 18 anos, quatro deles, eles me davam medo.

– E ai, lindinha? – um deles falou. Os outros estavam rindo. – Eu te ajudo a levantar, mas você tem que rebolar pra mim.

Que mané rebolar o que, meu filho.

Eu entrei em desespero e soltei um grito:

– THOMAS!!

Ele apareceu na hora e disse ao menino que me ofereceu ajuda em troca de um rebolado:

– Tenta encostar um dedo nela pra ver o que acontece!

Meu herói sem capa e sem noção do perigo.

– Ih, olha lá, tentando defender a namoradinha. Você é só um pirralho de 14 ou 15 anos, moleque. Se mete comigo que você fica sem dente, parceiro!

Thomas me levantou e bateu a mão na minha roupa para sair a poeira.

– Você está bem? – perguntou ele olhando para meu joelho.

– Estou, foi só um arranhão.

Os caras estavam saindo e rindo da situação. Se eu tivesse trazido meu canivete, nada disso teria acontecido. Cheguei meu rosto perto do ouvido de Thomas e disse baixinho:

– Obrigado e eu aceito o sorvete.

Fim do capítulo 17.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo



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