Até que enfim chegou o sábado. O dia mais esperado por mim e menos aproveitado por mim também. Ah, sem contar a parte boa que o Thomas já saiu da fase “Eu estou mal”, e claro passou o momento triste e meloso da minha vida que foi essa semana. Ainda fico me perguntando como eu fui desmaiar o garoto. O pior que eu nem sei se ele tem um caso com aquela menina que eu esqueci o nome, acho que é Maria, mas isso não vem ao caso, eu ainda vou ser capaz de descobrir se eles estão ficando, se gostando ou sei lá o que está acontecendo entre eles, se eu não descobrir, não me chamo Olívia Constance! Tá, saiu clichê essa última frase... Voltamos ao que interessa... FINAL DE SEMANA!

Está chuvoso hoje, não sou de dar previsões do tempo porque afinal, quem dá a garota do tempo do jornal, só estou falando por falar. Ainda estou na cama e me lembrei de uma coisa: hoje faz uma semana que Lucas e Thomas estão hospedados aqui. Sete dias passaram rápido, eu estava doida pra um mês passar logo, ainda estou, contudo me acostumei com eles, é como se já fizessem parte da família... É, só tem uma semana e eu estou criando laços... Isso é bom... Ou será que é ruim?

Saí do meu quarto, tomei meu achocolatado, escovei meus dentinhos e me sentei ao lado de Thomas, ele estava vendo alguma coisa na TV. Como eu sou uma menina super educada, peguei o controle e falei que iria trocar de canal. Ele deu de ombros. Estranho, normalmente ele iria dar um troço e falaria que eu deveria esperar minha vez pois ele estava vendo, e nós entraríamos em uma grande discussão, mas, dessa vez foi diferente.

— Me diga o que houve. – falei trocando de canal. Ele estava com a cabeça apoiada no braço.

— Tá tranquilo... – ele estava com os olhos fixados na tela da televisão, não importava com o que passava, seus olhos apenas piscavam e ele parecia estar em um universo completamente diferente.

Suspirei e coloquei em um canal infantil. O que é? Desenho animado é legal, ainda mais pra quem está com a cabeça na lua.

— Não vai me contar mesmo? - olhei para ele e cruzei os braços. – Estou sendo muito tolerante até agora.

Ele me olhou e voltou a olhar para o nada. Da pra acreditar que ele me deixou no vácuo? Da sim, ele fez exatamente isso, mas isso não fica assim.

— Thomas, você sabe que eu não gosto de implorar nada, se a pessoa não fala eu já parto logo pro ataque. Você tem 3 segundos pra me dizer ou eu saio daqui e você irá se mudar imediatamente para a casinha do Dandi.

Contando: 3,2,1...

— Ok, eu falo! – ele disse. ALELUIA!

— Estou esperando...

— É que eu estou pensativo... A Maria Cecilia vem me mandando muitas mensagens desde o incidente... Ela realmente parece estar preocupada comigo, e sei la, acho que eu gosto dela.

Meu coração parou por um minuto, eu não estava acreditando no que eu estava ouvindo... Ah, que se dane também, eu gosto do Iago e ele da Cecilia, pronto, todo mundo sai feliz.

— E qual o problema? – falei. Ele olhou em volta.

— Não sei se é realmente isso que eu quero. – ele se virou e foi aproximando seu rosto.

— E o que você quer? – eu disse olhando fixamente em seus olhos, aqueles lindos olhos de tom verde... Nossos rostos chegavam mais perto, eu já sentia meu coração pulsar mais forte.

— Que quero... – seus olhos se fecharam e ...

— Bom dia! – meu pai tinha chegado na sala. Nos afastamos depressa.

—B-bom dia... – disse Thomas passando a mão em seus cabelos.

— O-oi papai... Bom dia, pode se sentar, eu já estou de saída. – falei. Meu pai se sentou no sofá e começou a conversar com Thomas.

Andei até o banheiro e fechei a porta. Como isso foi acontecer? Não, eu não estou afim do Thomas, ele é meu amigo, vizinho, colega de quarto, colega de classe e outras coisas que eu já não me lembro... Eu posso estar é maluca de pensar em uma coisa dessas, eu sou uma piada. Vou fingir que nada disso aconteceu e iria toda feliz conversar com a mamãe, é, vou fazer isso!

Várias horas mais tarde...

Cara, não fui conversar com minha mãe, eu simplesmente dormi aqui no banheiro. Parece ser engraçado mas não foi! Ninguém sentiu minha falta, só descobriram onde eu estava quando o Lucas ficou com dor de barriga e teve que ir às pressas para o banheiro. Como eu tinha trancado com a chave, ele ficou batendo na porta como se ele fosse morrer se não entrasse naquele cômodo, e para minha ultra falta de sorte, eu estava escorada exatamente na porta, dava pra sentir os impactos, o moleque tinha uma força que só Deus pra segurar. Em meio a isso tudo eu acordei e abri a porta, ele me empurrou tão forte, que eu fui parar pra lá da China. Depois desse acontecido eu apenas queria saber de dormir e dormir, quem fosse me irritar ia levar uma na cara(fiquei nervosa mesmo, e daí?)... O mais legal é que ninguém me chamou pra almoçar, tomar café da tarde, então quando eu acordei, minha barriga fez um barulho que dava pra confundir com um rugido de leão. Fui na sala invocada, falei que tinha várias horas que não comia e o lindo do... Quero dizer, LEGAL do Thomas lembrou ao meu pai que nós havíamos ganhado a aposta o dia da cachoeira. Todo mundo ficou animado (exceto meu pai que ia arcar com as despesas) e todo mundo foi pra fila do chuveiro, pra variar eu sou a última a tomar banho, uhul, legal heim?!

Eu não sei o que tá pior: minha vida ou meu cabelo. Essa frase é tão comum em Facebook que eu tive que falar ela.

Todos estão me esperando na sala, bem feito também, fui a última então eles que aguentem as consequências. Eu coloquei um vestido preto básico e uma sapatilha preta também, passei uma base, gloss bem clarinho e um pouco de rímel nos cílios, sem tanta proeza. Deixei meu cabelo cacheado mesmo, na maioria das vezes ele fica assim, não vai ser dessa vez que vou alisar ele. Dei uma modelada nele e pronto. Estou pronta!

— Olha, eu cansei de falar pra você terminar logo e... – Thomas abriu a porta sem permissão e quando me viu fez um grande O com a boca. – Você... Você está linda! – ele deu um sorriso e voltou para a sala.

Caramba, estou tão deslumbrante assim?

Fim do capítulo 13.