Meu sonho escrita por May Cristina


Capítulo 14
Restaurante "Paga mico"


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :DD



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Modéstia à parte, mas realmente eu estou bonita... Não vou dizer que eu estou linda pois seria exagero. Imagina o Iago me ver? Ele ia ficar cego de tanta beleza! Ok, parei de fazer brincadeiras, pelo menos por agora.

Peguei minha bolsinha e... Não cara, não vou levar bolsinha, vou tacar tudo na bolsa gigante da minha mãe, aliás eu não vou levar nada demais, apenas meu celular e um gloss, minha cara que fica levando o guarda-roupa inteiro para ir a um jantar, por favor... Bolsa de mãe existe exatamente para esses eventos, então está tudo certo.

Caminhei até a sala. Sabe quando todos estão esperando a noiva? É, aqui em casa está exatamente assim. Todo mundo ansioso pra me ver, ou pra eu chegar logo para que possamos comer o mais rápido possível, vou ser sincera, eu também estou louca de fome. Porém, quando eu cheguei, a sala se iluminou, claro, eu brilho muito, mas o brilho não vinha de mim e sim dos olhos das pessoas. Meu pai ficou imóvel, minha mãe colocou as mãos na boca, Lucas ficou com a boca aberta, e Thomas... Bem... Deu um sorriso e foi em minha direção. Entrelaçou meu braço no dele e falou:

– O certo seria que seu pai me desse a permissão para fazer isso, mas não quero deixar nenhum garoto olhar pra você além de mim.

Eu sorri. Sim, eu sorri! Foi a coisa mais fofa que ele fez, isso parece até um encontro... Calma lá Olívia, você está confundindo as coisas. Você gosta do Iago e o Thomas está afim daquela doidona, a Maria não-sei-das-quantas. Mas hoje eu vou deixar essa besteira de lado, falo e repito: foi fofo. Eu deveria ter pedido minha mãe para filmar esse momento tão bonitinho, foi tudo tão espontâneo e...

– Por que está viajando? Vai entender... – falou Thomas.

– Me deixa um pouco, qual o problema de pensar? Você faz isso o tempo todo! – rebati.

O que eu ainda não entendi foi como papai não ligou pelas palavras e ações do Thomas ao me ver. Meu pai não é tão ciumento, mas no dia da cachoeira ele ficou com ciúmes... Isso tudo é muito estranho, primeiro minha mãe fala pra nós dormimos no mesmo quarto, depois meu pai não liga dele me “acompanhar”, eu já não entendo mais nada do que acontece.

Chegamos no restaurante. Sinceramente não imaginaria um lugar como esse, é bonito, não é nada luxuoso, é simples e tem uma música bem agradável. Thomas está conversando com meu pai, eu apenas olho para trás e dou um breve sorriso para os dois. Lucas está com eles também, então sobra apenas eu e mamãe.

– Filha, você está uma gracinha. – disse minha mãe. Normal dela falar essas coisas.

– Obrigada mamãe... O papai escolheu um lugar legal, vou tirar umas fotos e mandar para as meninas.

– Antes que tire as fotos – ela olhou para Thomas. – Preciso te perguntar umas coisinhas.

Após dizer isso, o garçom chegou e nos acomodou em uma mesa. Ele perguntou o que queríamos enquanto os rapazes não voltassem. Minha mãe não gosta de bebidas alcoólicas, então pediu um refrigerante enquanto esperávamos os garotos. Não demorou muito para o garçom voltar, ele encheu nossos copos e se foi. Estava com tanta fome que tomei o refrigerante na mesma hora, não iria fazer a proeza de esperar ninguém, fiquei horas trancada em um banheiro e estava na beira da armagura.

– Depois engorda e não sabe porquê.

– Mãe, nada que academia resolva depois. – tomei um gole de refri.

– Em falar em academia, o Thomas está muito gatinho, não acha? – disse mamãe. O que academia e Thomas tem a ver? Ele é mais preguiçoso que eu, pelo menos eu arrumo a casa todo santo dia, ele só lava a louça e acha que está ótimo. – Você deveria ir lá falar com ele.

– Tá brincando, por que você está falando isso?

– Acho que vocês iam combinar... Apesar que seu pai considera vocês como irmãos. – e ele tá certo, somos quase irmãos.

– Mamãe, não vamos se esquecer de quem estamos falando... Não estou entendo a senhora, não deixa eu namorar e está me jogando pra cima de um loiro metido?

– Ele não é metido mocinha! Eu não deixo você namorar qualquer um, mas Thomas é um menino EXCELENTE, a mãe dele está de parabéns, ele é cuidadoso, carinhoso, atencioso, bondoso...

– Preguiçoso...

– Pare de bobeira menina, ele faz tudo em casa, diferente de você! – disse ela apontando o dedo.

– Que absurdo! Eu sou a empregada daquela casa, ele só ficou deitado esses dias, dizia ele que estava ruim ainda, eu não caí naquilo. – falei pegando mais refrigerante.

– Olívia! Basta! Você foi a culpada disso tudo, não sei de onde você puxou esse lado agressivo, de mim não foi, tenho certeza! – ela disse por fim.

Dei de ombros. Não queria voltar naquele assunto, já estava ficando chato, na verdade, ESTÁ chato. Sou culpada disso e aquilo. Ah, dane-se!

Nós ficamos em silêncio por alguns segundos. Eles já estavam chegando. Meu pai se sentou ao lado direito da minha mãe e Lucas do seu lado esquerdo. Thomas se sentou ao meu lado, pouco me importei.

– Já decidiram o que vão pedir meninos? – disse minha mãe sorrindo.

– Strogonoff? – falei.

– Bife com fritas! – disse Lucas.

– Que tal uma salada ceasar? – falou Thomas.

Minha mãe olhou para meu pai pensando: “Vai amorzão, me tira dessa fria!”. Meu pai olhou, falou que ia perguntar que cada garçom ou garçonete preferiam, quem tivesse mais pontos iria vencer e o prato principal ia ser aquele. Pense em uma pessoa que adora jogos, eu conheço uma que mora no mesmo teto que eu. O ruim não é a invenção de moda do papai, é o mico que ele faz a gente pagar.

– Ei irmão, chega mais... – disse meu pai ao garçom que estava passando.

– Pois não, senhor? – disse o garçom.

– Você prefere strogonoff, bife com fritas ou salada ceasar?

O garçom pensou um pouco. Falou que era difícil escolher mas que já tinha eliminado a salada da escolha.

– Senhor, eu prefiro bife com fritas! – disse o garçom. – Mais alguma coisa, senhor?

– Não, está tudo bem. Obrigado.

– Com licença.

Meu pai perguntou a outras pessoas e no final quem ganhou foi strogonoff. Eu sabia que iria ganhar desde o início, sempre estive confiante.

Depois que terminamos de comer a sobremesa, algumas luzes se apagaram e outras coloridas se acenderam, foi bem curioso. Depois eu vi algumas pessoas indo para a pista de dança, nem sabia que esse lugar tinha arrasta pé, pra mim todo mundo enchia a barriga e depois caçava o caminho de casa, mas não, aqui é tudo diferente, você enche a barriga e vai dançar, nem quero ver o banheiro como deve ficar depois disso tudo, não tem mais nada o que inventar.

– Foi aqui uma vez que eu e seu pai dançamos juntos, Olívia. Você era bem pequeninha, tinha uns 2 anos. Nós deixamos você com sua avó, a mãe de seu pai.– falou mamãe se lembrando do momento passado. Muito bacana deixar a filha pra ir dançar.

– Legal... – falei.

– Ei, que tal a gente reviver de novo isso, querida? – papai falou pegando nas mãos da minha mãe.

– Ah... Gustavo, já não tenho idade pra isso. – minha mãe está falando sério? Ela tem apenas 34 anos, eu com essa idade estaria escalando uma montanha. – Tá bom, vamos lá. – ela se levantou e foi com meu pai.

Sobrou eu e os dois irmãos.

– Thomas, vi um colega meu ali na outra mesa, ele é da minha escola, eu posso ir até ele? Olha, ele está acenando para cá... – Lucas disse ao visualizar o sinal do outro garotinho.

– Contando que fique a minha vista, pode ir. – Thomas balançou a cabeça.

Lucas saiu em disparada com o amiguinho dele. Nem sabia que esse menino tinha feito coleguinhas, melhor assim pra ele se acostumar.

Agora sobrou eu e Thomas. Nossa, que interessante o som do silêncio.

– Olívia, você quer... Você quer ir dançar?

Meu coração disparou. Eu fiquei imaginando em que planeta eu ia dançar com alguém em público, eu nunca havia dançado assim antes... Mas... Eu acabei dizendo:

– Se não for pisar no meu pé...

Ele sorriu, não vou mentir que minhas bochechas queimaram. Aquele sorriso me leva ao paraíso.

Fim do capítulo 14.


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Notas finais do capítulo

Ih, será que a Olívia está caindo nos encantos do Thomas? Ela é bem dura na queda heuheuheu.
Até o próximo capítulo :3



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