Together escrita por Bianca


Capítulo 22
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Peço milhões de desculpas. Fiquei alguns dias sem computador e quando voltei tive que estudar para algumas provas do colégio. Espero que gostem do capítulo!



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Acordei antes mesmo do despertador tocar. Perdi as contas de quantas vezes acordei durante a madrugada sentindo a falta do Mateus. Depois de dois dias dormindo com ele, era estranho o frio dos lençóis. Cada vez que eu fechava os olhos vivia um sonho diferente, sempre envolvia nós dois e tudo que o futuro havia nos reservado. Levantei e tomei banho, precisava relaxar. Quando sai encontrei uma nova mensagem de texto no meu celular.

"Bom dia! Espero que você tenha dormido melhor do que eu. Saudades... SeuMateus"

Segurei o celular contra o peito e respirei fundo. Ele me ama. Precisei repetir várias vezes pra frase fazer sentindo. Me troquei rapidamente e desci até a cozinha para tomar café da manhã. Meus pais já haviam ido para o trabalho, por isso me sentei sozinha. No horário de sempre fui caminhando até a casa do Mateus. Antes que eu pudesse tocar a campainha, ele abriu a porta. Estava vestindo um moletom cinza e carregava nosso trabalho de Artes nas mãos.
— Bom dia! - ele disse com um sorriso nos lábios — Dormiu bem?
— Não muito... e você?
Mateus se aproximou de mim e sussurrou no meu ouvido:
— Dormiria melhor com você.
Senti meu rosto corar e me afastei dele.
— Vamos?
— Liv! - ele me chamou. Me virei e encontrei seus olhos azuis me encarando. — Independente do que acontecer hoje... independente de tudo, eu quero que você saiba que eu estou apaixonado por você. Eu sempre estive.
Não pude conter um sorriso. Minha mão percorreu todo o seu rosto e parou em seus lábios. Me aproximou e o beijei suavemente.
— Nós estamos juntos nessa.

*****
Fomos o caminho todo conversando e rindo. Mateus me disse que a minha mãe havia ligado para a Ana pra dizer que nós, finalmente, havíamos dormido juntos. Ana fez milhares de perguntas e ele fingiu uma dor de cabeça, conseguindo se livrar dela. Nós ainda não nos sentíamos á vontade para contar o que aconteceu, até porque, nem nós sabíamos direito. Quando chegamos na frente do colégio senti seu corpo enrijecer, assim como o meu.
— Está tudo bem. - ele disse mais pra ele do que pra mim.
Caminhamos até um lugar mais afastado do pátio e nos sentamos.
— Eu acho que a professora vai gostar do trabalho?
Mateus sorriu e apertou a minha mão
— Está tentando mudar de assunto?
— Isso é tão obvio? - perguntei
Ele riu e começou a me contar sobre a volta do Henrique.

*****
Nossa conversa foi interrompida por um grito. Olhei para trás e encontrei a Natália vindo em nossa direção. Seus olhos estavam vermelhos, e ela parecia ter chorado a noite toda.
— Mateus! - ela disse abraçando ele com força — Eu pensei que você tivesse morrido.
Ele deu um sorriso sem graça e se afastou dela.
— E você Liv - ela apontou o dedo em minha direção — Nunca mais desligue o telefone na minha cara.
— Desculpa... eu estava meio ocupada.
Mateus piscou pra mim e eu me segurei para não rir.
— Você não sabe o quanto eu fiquei preocupada. - Natália disse acariciando o rosto do Mateus — Eu tenho tanta coisa pra te contar.
— Eu também tenho. - ele disse
Os dois se encararam por alguns segundos e eu senti que era o momento de ir embora. Dei um sorriso para o Mateus e fui até o outro lado do pátio.
Natália abraçou ele novamente e os dois se sentaram.
Ela começou a dizer alguma coisa e o Mateus apenas observava. Seus olhos estavam concentrados nela e eu senti uma pontada de inveja, queria que ele olhasse apenas para mim. Natália finalizou a conversa colocando as mãos sobre o rosto e se derretendo em lágrimas. Ela parecia estar extremamente triste. Mateus acariciou seus cabelos e a abraçou. Antes que eu pudesse desviar os olhos, ela colou seus lábios no dele. Senti meu estomago revirar.
— Quer um lencinho?
Olhei pra cima e encontrei o Pedro com um sorriso nos lábios.
— O que você quer? - perguntei
— Te provar que você estava errada quando escolheu o Mateus.
Ajeitei a mochila nas costas e olhei para o outro lado do pátio, Natália estava acariciando os cabelos do Mateus.
— Nossa história ainda não acabou, Liv. - Pedro continuou — Nós podemos conversar e arrumar as coisas. Vai ter uma viagem para o Acampamento do Sol nesse fim de semana. Você vai, né?
Voltei minha atenção para ele. Pedro tinha uma fisionomia cansada, quase triste.
— Eu não sei... não gosto dessas viagens para o acampamento. Mato não é muito a minha praia.
Ele riu e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
— Nós podemos aproveitar esse tempo para conversar. Você não vai se arrepender, eu juro.
O sinal tocou e eu aproveitei para me despedir. Prometi pensar sobre o acampamento mas eu já tinha tomado a minha decisão, eu não iria. Fui para a sala de aula e não demorou muito tempo para o Mateus entrar e sentar atrás de mim.
— Eu posso explicar. - ele sussurrou
Peguei meu celular dentro da bolsa e coloquei os fones de ouvido. No rádio começou a tocar uma música do Ed Sheeran.

"Então você pode me guardar no bolso do seu jeans rasgado, me abraçando perto, até nossos olhos se encontrarem..."

Mateus apertou meu ombro com força e eu fechei meus olhos. Eu não posso me dar ao luxo de chorar agora, não posso.

"(...) quando eu estiver longe, me lembrarei de como você me beijava embaixo do poste de luz da 6ª rua. Ouvindo você sussurrar pelo telefone, espere por minha volta para casa."

*****

A professora chegou e eu sai do meu devaneio.
— Bom dia! - ela disse com um sorriso nos lábios — Eu quero que cada dupla venha até a frente e apresente o seu trabalho.
Respirei fundo e me virei. Antes que eu pudesse abrir a boca, Mateus disse:
— Eu sei que você odeia falar em público, não se preocupe.
Concordei com a cabeça e virei novamente para a frente. Cada dupla dizia o porque escolheram aquele lugar, o que ele representava em sua vida e uma história que aconteceu lá. Mateus e eu fomos os últimos.
— Eu e a Lívia escolhemos o Parque do Rouxinol como nosso lugar favorito por vários motivos. - ele começou — Lá foi o primeiro lugar que eu conheci quando cheguei na cidade. Eu era bem pequeno mas me lembro das árvores. Todos os dias depois do colégio eu e a Liv íamos brincar lá, nós realmente nos divertíamos; Lá também era o lugar onde eu ia quando me sentia triste e a única pessoa que me encontrava era ela. - ele me olhou e sorriu — Nós passamos muitas coisas boas naquele parque. Trocamos confidencias e conselhos. E nessa pedra aqui - ele disse apontando para a maquete — é onde eu gravei meus sentimentos mais sinceros.
A sala toda aplaudiu e eu fitei o chão.
— Muito bem! - a professora disse — Agora voltem aos seus lugares.
Ela continuou a explicação da aula anterior e eu tentei me concentrar ao máximo. As outras aulas passaram rapidamente, e logo o sinal do intervalo tocou. Mateus e eu caminhamos em silêncio até o pátio. Natália nos aguardava com um sorriso nos lábios.
— Vocês ficaram sabendo da viagem para o Acampamento do Sol? Eu estou tão animada.
— Eu e a Liv costumamos não ir para esses passeios. - Mateus disse.
Natália arqueou as sobrancelhas.
— Vocês só podem estar de brincadeira. Um garoto do terceiro ano disse que consegue levar bebidas, vai ser incrível.
Olhei para o outro lado do pátio e encontrei o Pedro me observando. Ele tinha um sorriso nos lábios. Mateus pareceu notar, porque imediatamente tocou meu ombro.
— O Pedro vai?
Concordei com a cabeça.
— Legal.
Natália se aproximou do Mateus e beijou seu pescoço.
— O que você queria me contar mais cedo? - ela perguntou
Ele me olhou por alguns segundos e depois voltou seu olhar pra ela.
— Deixa pra lá.
Ela sorriu e depois iniciou uma conversa sobre como o Acampamento ia ser legal. Alguns anos atrás eu cogitei a ideia de ir, mas o Mateus não concordou. Ele disse que as únicas coisas que rolavam nessas viagens eram sexo e drogas, como nós dois não fazíamos nada disso era melhor ficar em casa.
— Você precisa ir comigo. - Natália disse
Mateus negou com a cabeça.
— Você pode ir se quiser.
— O que? Não! - ela gritou — Você é meu namorado Mateus. Se eu for, você tem que ir. Concorda comigo Liv?
Me virei pra ela e dei os ombros.
— Eu só vou sob uma condição - Mateus disse — Só se a Liv for também.


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Notas finais do capítulo

O trecho da música tocada é do Ed Sheeran, Photograph.



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