Quando chegaram a Hogsmeade, Hermione e Gina pegaram uma carruagem sozinhas, infelizmente agora ambas podiam ver os Testrálios.

–Muito bem Hermione Granger...- disse Gina quando a carruagem começou a andar-Acho bom a senhorita me contar o que aconteceu naquele trem...- impôs a ruiva autoritária.

–Eu não vou mesmo fugir de você não é? - disse Hermione dando um gemido, e a ruiva assentiu.

Ela pôs-se a contar tudo que tinha acontecido no trem, desde o abuso de McLaggen ao agradecimento a Malfoy. Quando Hermione terminou de contar, a ruiva abriu a boca em um perfeito''O'', tanto de indignação quanto surpresa.

–Esse McLaggen é mesmo um trasgo insensível- a ruiva bufou de raiva, e suas orelhas ficaram vermelhas- Nem imagino o que Ron e Harry vão fazer quando descobrirem...

–Não vão fazer nada, por que você não vai contar- Hermione a interrompeu, e quando a ruiva tentou protestar, ela continuou- Gina eu estou bem! Não precisa dizer nada a eles.

–Nem imagino se Malfoy não estivesse lá Hermione...- Gina bufou novamente. E antes que Hermione dissesse algo, a carruagem parou.

Elas haviam chegado em Hogwarts. A castanha saiu da carruagem sorrindo largamente, ela entrou rapidamente no castelo, pois caia uma fina garoa. Ela entrou no castelo, e avistou uma mulher de cabelos castanhos, olhos verdes e feições doces. Ela instruia os alunos sobre o castelo, e foi inevitável a ela, Hermione, lembrar de seu primeiro ano. Quando rumou em direção ao Salão Principal, a mulher lhe parou. Ela franziu a testa, confusa.

–Srta. Granger- ela disse, e Hermione percebeu que sua voz era doce- Minerva quer vê-la na sala da diretoria...hm, leve o Sr. Malfoy, ela quer vê-lo também.

Ela acrescentou olhando para um ponto atrás de Hermione. Ela virou-se e deparou com Malfoy, que havia acabado de adentrar no castelo, ele estava com seus amigos, Pansy Parkinson e Blaise Zabini.

–É o que!?- perguntou Malfoy, surpreso e indiferente.

–Siga a senhorita Granger, Sr.Malfoy- a mulher respondeu, fazendo uma pose digna de Minerva McGonnagal l- Acho que fui clara, não?

Hermione não pode evitar de rir internamente ao ver a careta que Malfoy havia feito, ele disse algo para os Sonserinos que o acompanhavam e eles partiram, indo para o salão principal.

–Ham...Posso saber qual é o seu nome senhora?- Hermione perguntou curiosa, antes que saíssem dali.

–Miranda...-A mulher lhe sorriu, doce- Miranda McGonnagall.

Hermione estancou no lugar, totalmente surpresa. A mulher havia se retirado a alguns minutos atrás e ambos ainda estavam ali.

–Vamos logo Granger! - Malfoy falou, revirando os olhos.

Ele agarrou o braço da castanha grosseiramente, e começou a arrastá-la em direção a sala de Minerva. Hermione soltou grunhidos de reclamação, os quais ele ignorou totalmente.

–Desde quando você toca numa Sangue-Ruim, Malfoy!?- ela perguntou, usando o xingamento propositalmente.

Ele parou no meio do corredor, e se virou para ela. Seu olhar tinha se tornado sombrio, e ela tremeu, tanto de medo quanto de frio. Malfoy largou o seu braço bruscamente e seus dedos ficaram marcados na pele da garota.

– Achei que detestasse esse xingamento Granger- ele respondeu, mudando de assunto.

–Isso não vem ao caso- ela disse firme- Você ainda não respondeu a minha pergunta.

–Eu não lhe devo satisfações da minha vida- falou frio e indiferente.

Ele saiu andando, lhe deixando parada no meio do corredor. Hermione despertou e seguiu seu caminho. Quando chegou em frente a Gárgula, encontrou Malfoy escorado em uma parede, ele estava com o costumeiro olhar frio e indiferente. E ela deu-se conta de que, não sabia a senha para adentrar o escritório.

–Varinha de Alcaçuz?- tentou e a gargula não se moveu- Bala de Sangue?...Feijõezinhos de todos os sabores?...Sapos de Chocolate?...- ela tentava incessantemente- Ah qual é!?

–Granger!- Malfoy a chamou- será que dá para você, por favor, fechar essa sua droga de boca.

Ele terminou rangendo os dentes. Hermione abriu a boca, pronta para retrucar, mas Minerva apareceu. Ela estava como sempre, vestimentas verdes e chapéu pontiagudo.

–Limonada! - exclamou com um sorriso de canto e a Gárgula revelou a entrada para a sala da direção.

Hermione sorriu ao saber que a senha era algo de origem trouxa, já Malfoy fez uma careta mas nada disse. Quando entraram na sala, constataram que ela estava quase do mesmo jeito que era, quando Dumbledore era o diretor. Hermione deu um leve sorriso para o quadro do professor, que retribuiu gentilmente.

–Bom, os senhores devem se perguntar o pôr que de estarem aqui...- a velha diretora começou, ela limpou a garganta antes de falar de novo - bem, os senhores são os mais inteligentes e responsáveis de sua casa e...

Antes que ela pudesse continuar, três pessoas adentraram. Minerva ajeitou seus óculos de tartaruga no nariz e sorriu.

–Desculpe a demora Minerva...- disse Miranda - eu estava procurando o Sr. Fletchley e a Srta. Chang...

–Oh, Tudo Bem Miranda, eu estava começando a falar agora com o Sr. Malfoy e a Srta Granger...- a mulher juntou as duas mãos em frente ao corpo.

–Okay...- disse a McGonnagall mais nova - com licença...

Ela se retirou deixando os cinco a sós na sala.

–Bem, como eu estava falando antes dos Senhores chegarem...- Minerva começou novamente - Vocês são considerados os mais inteligentes de suas casas...por isso nós, do corpo estudantil , resolvemos os nomear monitores.

–Mesmo?- perguntou Justino.

–Claro que sim, Sr.Fletchley...-

Hermione arregalou os olhos, um tanto supresa, Cho abriu um largo sorriso e Justino ficou empolgado, Malfoy foi o único que não demonstrou emoção alguma.

–Vocês quatro terão seu próprio salão comunal... Miranda irá guiar vocês até ele, mas primeiro encaminharão os novatos de suas respectivas casas para o salão comunal. A ronda de hoje será...- ela pegou uma prancheta e leu os nomes que haviam ali - do Senhor Malfoy e da Senhorita Granger...

Ambos mencionados se encararam com cara de nojo, o que não passou despercebido por Minerva.

–Cada monitor, terá que se dar bem com sua dupla de ronda - a senhora falou severamente - se eu souber de algum desentendimento, retirarei pontos de ambas as casas...- ela limpou a garganta - Muito bem, a ronda de amanhã será do Sr. Fletchley e da Srta. Chang, e o de quarta-feira...Sr.Malfoy e Srta. Chang, depois Srta. Granger e Sr. Fletchley e o de sexta-feira será das Srtas.Granger e Chang... Finais de semana os quatro farão a ronda.

Hermione já se sentiu cansada só de imaginar o trabalho que teria, além de aturar Malfoy por uma hora. Quando Minerva terminou, os quatro se retiraram, agora com os seus distintivos de Monitores. Hermione caminhava em silêncio, mais afastada do grupo, perdida em pensamentos. Como ela iria suportar Malfoy!? Ou pior acordar todos os dias e olhar na sua cara!?Ela suspirou.

–Não será legal?- perguntou Chang para ela.- Termos um salão comunal só nosso, e convivermos juntos?

– É, vai ser...- Hermione respondeu sem empolgação alguma.

Ela percebeu que Chang lançava olhares maliciosos à Malfoy, que nem percebia. Hermione desconfiava que Cho Chang gostasse de Draco Malfoy desde o sexto ano. E agora ela confirmara. Ela riu internamente, imaginando como Cho estava iludida, e ela teve pena da garota.

''Pobre da Mulher que se casar com Malfoy''. Pensou ironicamente. Quando chegaram ao salão principal, foram para as suas respectivas mesas. Todos lançavam olhares de desprezo à Malfoy, e ele como sempre ignorava. Hermione se sentou entre Parvati Patil e Gina, que arregalou os olhos quando viu o distintivo brilhando no peito de Hermione.

–Hermione!?- a ruiva exclamou- Você é monitora da Grifinória?

–Sim- a castanha respondeu olhando para a amiga e sorrindo.

–Que legal amiga!- a ruiva a abraçou pelos ombros.

Hermione contou todos os privilégios dos monitores, e o que fariam, ocultando apenas a parte da ronda com Malfoy. Gina ficou feliz por ver a amiga se empenhando em algo, e esquecendo o passado, enquanto Hermione contava as suas funções de monitora, ela sorria largamente,o que fez Gina sorrir para ela.

Quando o Jantar terminou, Hermione guiou os pequenos pelos corredores, não sem antes observar Malfoy, até que ele levava jeito naquilo. Ela pensou. No salão comunal da Grifinória, ela indicou o local dos dormitórios e citou as regras de convivência, dando um singelo''Boa Noite'' ela saiu do salão comunal e foi para o corredor do salão principal, onde eles haviam combinado de encontrar Miranda.

Ela encontrou os três esperando Miranda e se juntou a eles. O silêncio se instalou ali, e nenhum dos quatro ousava dizer um monossílabo. Instantes depois, que para eles pareceram horas, Miranda apareceu sorridente.

–Olá de novo, crianças! - ela disse e sorriu quando viu que todos fizeram careta ao perceber que ela havia os chamado de crianças - Sigam-me...seu salão comunal fica perto da cozinha.

Os cinco seguiram em silêncio. Depois de subirem escadas, e atravessarem corredores, chegaram a um quadro de um vampiro mordendo uma mulher, que era bela por sinal.

–A senha...?- pediu sombriamente com a voz rouca.

–Não há uma- disse Miranda.

O quadro se abriu, e Hermione estranhou aquilo, era uma espécie de pegadinha e ela gostara. O salão comunal dos monitores era quase igual ao da Grifinória, só mudava as cores, que variavam do vermelho ao azul, as cores das casas.

–Lá em cima ficam os quartos...- Miranda disse - Os dois do lado esquerdo, são da Corvinal e Lufa-Lufa, e os do lado direito, Grifinória e Sonserina...suas coisas já estão lá em cima, Sr. Malfoy e Srta. Granger não demorem, vocês têm ronda hoje...boa noite

–Ham...Sra. Miranda- Hermione chamou.

–Sim querida?- ela perguntou sorrindo.

–Sabe...só por curiosidade- ela começou- Qual é o seu parentesco com Minerva?

–Ela é minha prima de terceiro grau, senhorita...

A mulher disse e saiu pelo quadro, os quatro subiram pela única escada em espiral que havia ali, e entraram nos seus quartos no mesmo instante. Hermione adorou o seu quarto, não era muito grande, mas era aconchegante, tinha uma escrivaninha que ficava abaixo da única janela que havia ali, a cama de casal tinha os cobertores em cores Grifinórias, havia um banheiro pequeno também, que era o essencial. Ela se jogou sobre a cama confortável, e quase dormiu, mas lembrou que tinha que fazer ronda com Malfoy. Ela tirou o suéter cinza, ficando apenas com a camisa branca e a capa. Ela desceu as escadas, encontrando Malfoy sentado no sofá cinza.

–Vamos?- ela o chamou

Ele não respondeu, e saiu quadro afora. Hermione bufou e saiu atrás dele. Depois de correr um pouco o alcançou, ele parecera não perceber sua presença ou fingiu que não percebeu. O silêncio esfaqueava ela, cansada daquele silêncio ela suspirou longamente.

–Então...- Hermione começou- Parece que Chang gosta de você, Malfoy...- Ela disse, esperançosa que eles mantivessem um diálogo, no mínimo, suportável.

– Minha vida não lhe diz respeito Granger...- ele respondeu frio, e viu ela suspirando frustrada, ela só queria matar aquele silêncio - E além do mais...Chang não faz o meu tipo

Ele tentou ser amigável, mesmo que tenha sido falho, viu ela sorrir.

–Ela é um pouco atirada, sabe!?- ela riu e ele a acompanhou discretamente.

–É bem perceptível...- ele comentou, ainda meio indiferente.

E o resto daquela uma hora, eles mantiveram alguns diálogos, apesar de haver longos períodos de silêncio, Hermione ficou satisfeita por aquela noite não ter sido totalmente insuportável.

A Ronda foi tranquila, e quando voltaram para o salão comunal, já estavam sonolentos. Hermione estava tão cansada, que não percebia nada a sua volta, e só se deu conta de que havia caído no chão, quando sentiu seu corpo contra o chão frio. Malfoy ria tanto que se apoiava nos joelhos, para não cair de rir. Hermione bufou, e levantou cuspindo cabelos da sua boca.

–Obrigada pela sua ajuda Malfoy- ela disse sarcástica.

–Não tem de quê, Granger- ele respondeu rindo

–Grrr...dá pra parar de rir?- ela rangeu os dentes de raiva

–Não...foi hilário- ele limpava as lágrimas dos olhos.

–Sua doninha albina!- ela gritou subindo as escadas.

–Sabe-tudo irritante- ele gritou ainda rindo- Você é uma desequilibrada Granger...hahaha

Ela fez questão de bater a porta do quarto com força. Tirou a capa, os sapatos e a meia calça e foi para o banheiro. Encheu a banheira de água, se despiu e mergulhou na água quente. Ela relaxou e lavou o seu corpo calmamente. Quase dormiu ali, se não fosse o barulho de um trovão ensurdecedor, anunciando uma tempestade. Ela vestiu sua camisola, e se enfiou debaixo das cobertas vermelhas. O cansaço a venceu e ela dormiu.

Ela estava numa sala cheia de carteiras escolares, e ela suspeitou que estivesse em Hogwarts. Sentiu um corpo contra o seu, era masculino. Virou-se e encarou o homem, anos mais velho que ela.

Ele tinha a barba por fazer, seu cabelo estava preso num rabo de cavalo, e ele tinha olhos sombrios, quase famintos. Hermione achou a aparência do homem horrível. Ele enlaçou a sua cintura com força, e começou beijar seu pescoço. Ela sentiu nojo instantâneo e tentava empurrar o homem, que obviamente era muito mais forte que ela.

O Homem rasgou seu suéter cinza e tentava desabotoar sua camisa. Ela relutava o quanto podia. Ele frustrado a deitou bruscamente em cima da mesa do professor e começou novamente a beijar seu pescoço, chegando a clavícula. Ela gritava aterrorizada e o homem sorria malicioso.

Sua garganta doía de tanto ela gritar. E quando ela achou que tudo estava perdido, as lágrimas banharam seu rosto. O homem já havia retirado sua camisa, deixando seu sutiã amostra. Ela fechou os olhos, pedindo ajuda mentalmente para Merlin.

A Porta da sala abriu de um Rompante, e por ela passou um Malfoy furioso. Ele andou em direção aos dois e socou o homem a tirando de cima dela. Estuporou o homem, e abraçou a menina que se dissolvia em lágrimas.

– Você está bem Hermione?- ele perguntou docemente beijando sua testa.

–Agora sim...- ela respondeu ainda chorando e abraçando Draco com força.

Draco acordou no meio da noite com o som de gritos esganiçados. Caía uma chuva torrencial nos terrenos de Hogwarts. Os gritos não haviam cessado em momento algum.

Levantou da cama sonolento, e saiu do quarto, ele reparou que os outros monitores não haviam acordado. ''Dormem como pedras''.pensou. E abriu a porta do quarto da castanha.

Ele a encontrou gritando e chorando enquanto abraçava fortemente um travesseiro. Bufando, tentou lhe acordar, cutucando a no ombro, mas não adiantou.

–Hey Granger!- chamou indiferente, e ela não reagiu

– Granger! Mas ela ainda gritava. Sem opções, ele a ergueu pelos ombros. -Granger! Acorda sua louca- ele reclamou revirando os olhos.

Ela abriu os olhos atordoada, e viu Malfoy a sua frente. Tentou segurar a todo custo as lágrimas, mas em vão. Os trovões lá fora a assustavam ainda mais.

–Obrigada Malfoy- ela disse enquanto apertava o travesseiro contra o corpo, e ele revirou os olhos.

–Não sou nenhum herói, Granger- ele falou indiferente, e caminhou em direção a porta.

–Não! - ela gritou para ele.

–Não o quê garota? - ele bufou

– Não vai, fique aqui... por favor- ela disse e ele ia retrucar, mas ela o impediu- Esqueça quem eu sou esta noite, esqueça tudo...mas apenas fique...eu te peço Malfoy...Por favor...

Ela o encarou ainda com as lágrimas nos olhos. E ele pensou. Ao olhar nos olhos dela, sentiu uma coisa inusitada. Pena. Bufando e revirando os olhos, ele caminhou até um sofá que havia em frente a cama.

–Só esta noite, Granger...- ele disse indiferente- Não quero nenhum comentário sobre isso.

–Tudo bem...Obrigada Malfoy...- ele revirou os olhos e ela deitou-se novamente na cama, se cobrindo até a cintura.

Ele se ajeitou nas almofadas do sofá vermelho, que eram confortáveis, e observou a garota adormecer. O peito dela descia e subia lentamente. Ele ficou intrigado com o que havia feito a castanha gritar tanto, e desesperar-se a ponto de lhe pedir companhia.

Ele era um excelente Legilimens. E com agilidade invadiu a mente da menina. E a primeira coisa que viu foi o sonho. A visão o intrigou totalmente, ela havia sonhado com o estupro de si própria, e com ele. Ele ficou realmente confuso.

Por que Hermione Granger havia sonhado com ele... Se ela o odiava?

Ele adormeceu no sofá e o sonho da castanha se passou em sua mente. Ele franziu o cenho, quando ele apareceu no sonho...Aquilo era confuso demais.

Wake up in a dream

(Acorde de um sonho)

Frozen fear

(Congelada de medo )

All your hands on me

(Suas mãos em mim)

I can't scream

(Eu não consigo gritar)

I can't escape the twisted way you think of me

(Eu não consigo escapar desse jeito distorcido que você pensa de mim)

I feel you in my dreams and I don't sleep, I don't sleep

(Eu te sinto nos meus sonhos e não consigo dormir, eu não consigo dormir)