Beautiful Accident escrita por Lovatic


Capítulo 5
Capitulo 4. "Yes"


Notas iniciais do capítulo

POV de Stefan! Ia postar na semana que vem, mas graças aos comentários lindos, aqui vai.



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–Você tinha tudo, tudo pra se dar bem nessa vida! Passou os últimos 5 anos estudando, deixando de ir nessas malditas festas idiotas. Eu coloquei toda a minha confiança em você para ficar sozinho nessa casa, e você foi bem todo esse tempo. Sem bebida demais, sem drogas, sem notas baixas... Tudo isso pra nada! Tudo isso pra engravidar uma garota!

Tentei controlar meus pensamentos enquanto meu pai gritava comigo. Eu fui um completo idiota. Me ferrei de verdade dessa vez, e todo minuto que tento me lembrar daquela noite me sinto ainda mais estupido.

Era a minha segunda festa no colegial.

Não sou do tipo dessas festinhas, mas ali estava eu, porque meu querido pai estava orgulhoso de mim pela vaga na faculdade e me dispensou para comemorar. Nem era para eu ter ficado muito, mas Tyler e os outros caras insistiram em me pagar varias doses, o que me animou bastante.

Mas não foi realmente isso que me fez ficar, o que me fez ficar foi aquela maldita bunda da Elena Gilbert. Devia ser proibido garotas como ela usarem vestidos como aquele! Ela estava muito bêbada para notar que dançava escandalosamente, e quando Alex apostou que eu não conseguia virar 5 doses com ela... Foi demais. Ela estava quase rebolando na minha cintura quando acabou. Era demais pra minha sanidade.

–Você ao menos está me ouvindo? A porra dessa empresa vai toda para o seu nome, Stefan! E agora? Como você acha que isso vai ficar? Se Mikaelson descobrir isso tudo irá pelo ralo...

A empresa do meu pai é dividida em duas partes, uma é de nossa família, a parte Salvatore, e a outra pertence ao ex amigo e atual rival, Mikael Mikaelson. Existe uma longe história sobre a amizade deles e a fundação da Salvatore&Mikaelson, mas o que importa nisso tudo é que eu seria a pessoa a suceder meu pai. E ferrei tudo.

–Ele não vai descobrir, pai! – disse apressadamente.

–Como não? Você vai esconder essa garota por acaso? Tem um plano para fazê-la tirar essa criança?

No momento em que essas palavras saíram da boca dele eu me senti irritado. Nem ao menos tinha pensando nisso. E eu estava prestes a me pronunciar quando ouvi um suspiro alto vindo de meu pai.

–Eu... Eu não quis dizer isso. Não seria nem de longe uma opção. Só estou estressado.

Concordei silenciosamente.

–Eu nunca quis decepcionar o senhor. – murmurei.

Meu pai virou-se de costas para mim e eu senti uma onda de culpa me tomar. Que droga!

–Seu irmão não quis fazer parte do nome Salvatore, Stefan. Sua irmã é inexperiente demais... Tudo o que eu fiz nos últimos anos foi preparar você para aquela empresa, eu estava pronto para entrega-la em suas mãos...

–Pai eu ainda posso fazer isso! Vou fazer faculdade, vou fazer estágio, tudo o que faria antes. Isso não muda nada!

–Isso muda tudo, Stefan! Tudo é sobre nome, meu filho. Não vê isso? Essa garota... Essa criança... Vão manchar o seu nome e consequentemente a empresa.

Suspirei, derrotado. Sem mais argumentos.

Meu pai estava prestes a continuar quando a porta abriu-se rapidamente. Minha mãe estava pálida e parecia querer chorar a qualquer momento.

Fechei os olhos. Que DROGA.

–Você vai se casar com essa garota- ela anunciou.

Levantei o olhar para minha mãe parada com os braços cruzados no corpo. Voltei-me para meu pai, que parecia tão perplexo quanto eu.

–Mãe...

–Você vai! Stefan, essa garota... Ela não tem família! Os pais dela morreram e ela mora com uma amiga, a única família que ainda tem é um tio que mora em Denver e se aproveita de toda a herança que os pais deixaram... Como você vai deixar essa garota sozinha no mundo carregando um filho é que seu!

Meu pai me encarou como se quisesse atirar na minha cabeça. Eu não sabia disso, quis gritar, não sabia que os pais dela tinham morrido...

–Ela mal tem dinheiro, Giusepp. E ainda assim acabou de me dizer que não quer nada que venha de nós. – voltou-se para mim novamente. – Você vai entrar naquela sala e pedi-la em casamento.

–Não. Não vou, mãe. Posso ajuda-la financeiramente, posso dar meu sobrenome pra criança, mas não vou me casar...

–Ah, mas você vai. – interrompeu-me. – Você vai ou pode dizer adeus á empresa.

Franzi a testa e virei para meu pai. Ele estava completamente calado.

Claro, era quase cômico. Meu pai controla mais de 50 filiais de nossa empresa pelo mundo.

E minha mãe controla meu pai.

–Marisa, não seria melhor...

–Não, Giusepp. Agora é a vez dele de escolher. – voltou-se para mim. – Façamos o seguinte, ou você se casa com aquela garota e ofereça a ela uma família de verdade, ou pode dizer adeus à empresa em seu nome. Passo tudo para Lexi.

–Mas a Lexi nem quer trabalhar lá!

–Não me importo. Ela vai entender com o tempo, e enquanto isso não acontece, eu mesma coloco alguém na presidência. Alguém muito mais responsável. E você pode ir procurando outro lugar para morar e trabalhar.

–Mãe...

–É isso ou nada.

Suspirei completamente frustrado.

–O que faz a senhora achar que ela gostaria de se casar comigo?

–Você é um Salvatore, Stefan. Use isso a seu favor. – ela disse e depois saiu.

Meu pai não disse uma única palavra, então sai porta afora também. Encontrei Elena ainda sentada no sofá, ela segurava a mão de Lexi com força e as duas conversavam sobre algo. Deixei meus olhos caíram sobre a morena a minha frente.

Ela era realmente linda. Gostosa pra cacete também. Mas não alguém com quem eu me casaria, na verdade, eu nunca nem pensei em me casar na vida, e ali estava, pronto pra casar por dinheiro.

–Elena... Posso falar com você? – tentei usar o meu tom de voz mais relaxado.

Provavelmente foi a primeira vez que ela notou a minha presença na sala e, quando se virou para me encarar, seus olhos estavam meio avermelhados, como se tivesse querendo chorar, mas se controlando.

–Ok. – ela respondeu, apertou a mão de Lexi e se levantou.

Ela me seguiu até o carro e eu entrei sem mesmo abrir a porta pra ela, dei partida antes dela terminar de colocar o cinto e acelerei nos sinais amarelos. Estava furioso e nervoso pra pensar em ser gentil.

–Você é oficialmente o pior motorista de todos. – ela murmurou atraindo minha atenção.

Olhei-a de relance.

–Desculpe se meu modo de dirigir não agrada a Princesa.

Ela revirou os olhos.

–Você é um babaca.

–O pai do seu filho.

Ela fez uma careta engraçada que me fez querer rir.

–Ok. Tanto faz. O que seus pais disseram? – perguntou.

–Gritaram principalmente.

–Vão te deserdar?- ela perguntou.

Eu ri, mesmo que involuntariamente.

–Bem provável.

Um minuto.

–Talvez tivesse sido melhor você não ter contado, eu poderia guardar segredo e tudo mais.

Olhei-a de relance e percebi que estava sendo sincera, e com um breve suspiro parei o carro em um acostamento qualquer e preparei-me para o que viria.

–Olha, não precisa se sentir mal, isso é normal com pais. Principalmente os meus. Eles só estão preocupados.

–Comigo ou com você?

–Meu pai comigo e meu futuro na empresa, mas minha mãe de toda certeza com você.

Elena pareceu bem surpresa com isso, mas não disse nada.

–Tenho que te pedir uma coisa. – murmurei.

Ela me olhou.

–O que?

–Eu... Isso provavelmente vai soar estranho e estupido, mas... Preciso que você se case comigo.

Elena riu com isso. Uma risada abafada que seria adorável se não estivesse debochando do meu pedido.

–Tá brincando?

–Não estou brincando, Elena.

Ela ficou séria.

–O que?

–Preciso que se case comigo ou eu perco tudo.

–Como assim?

Em um minuto expliquei minha situação desastrosa pra ela.

–Bom, eu sinto muito que esteja nessa situação, mas... Não vou me casar com você por dinheiro.

–Elena, por favor. Só te peço um ano, um mísero ano! Minha mãe acha que eu te devo uma família e etc, mas se você ficar comigo esse tempo e depois, quando o prazo acabar e você disser que não me ama e que... Sei lá, está apaixona por outro... Ela não vai protestar. Ela vai entender e podemos nos ver livres novamente.

Ela continuou me olhando como se eu estivesse completamente louco.

–Um mísero ano, Elena.

–Stefan, isso é loucura! Não posso me casar por um favor.

–Se casaria pelo quê então? – perguntei secamente.

–Não sei... Amor quem sabe? – soou tão irônica quanto quis.

Revirei os olhos.

–Um ano não é nada, Elena. Casa-se comigo por um ano e temos um acordo: quando o prazo acabar eu te dou uma boa quantia em dinheiro, o suficiente pra uma vida bacana e você pode fazer tudo por essa criança, tudo que ela merece.

–Eu não vou mais te ver. – ela disse por fim.

Encarei-a confuso.

–O quê?

–Se eu me casar com você, aceito o dinheiro, mas você tem que me prometer ficar longe do meu filho e da minha vida. – ela disse finalmente.

Fiquei observando a expressão no rosto dela, séria e calculista. Como se tentasse decidir se me odiava ou não.

–Ok. Feito.

–Tudo bem.

–Vamos nos casar.

–É.

Ela abriu a porta do carro e começou a sair.

–Ei, onde você vai?

–Pra casa.

–Deixa eu te levar...

–Vou sozinha.

Não tentei impedi-la, dei ré no carro e segui para casa. Graças a Deus meus pais não estavam acordados, então me vi livre para sumir pro meu quarto, tomar um bom banho, vestir uma calça de moletom e me jogar na cama. O grande problema é que Lexi estava deitada na outra ponta.

–Vai dormir. – murmurei com os olhos fechados.

–Me diz que você não a pediu em casamento no carro.

–Stefan! Você é um imbecil sabia?

–Lexi tudo faz parte do acordo.

–Que acordo?

–Ela se casa comigo e eu consigo manter a empresa no meu nome, e em troca quando nos separarmos, vou dar uma quantia em dinheiro pra ela e sumo.

Mais um minuto.

–Como assim você “some”?

Senti-me desconfortável de repente.

–Ah. Foi a condição dela... Ela disse que se casava comigo e aceitava o dinheiro se eu não aparecesse na vida dela ou da criança...

Lexi se levantou bruscamente.

–ME DIZ QUE VOCÊ NÃO ACEITOU.

–Lexi...

Lexi respirou fundo mais vezes que o normal.

–Você é a pessoa mais superficial que eu já conheci.

Revirei os olhos.

–Era o que ela queria. Só dei o que ela queria.

–Você acha que ela quer isso? É o seu filho, babaca. Ela queria que você dissesse: não, sem chances. Mas você entregou de bandeja qualquer chance que tinha de ter qualquer indicio da admiração dela.

–E quem disse que eu quero a admiração dela?

Lexi me encarou por uns segundos.

–Você vai querer, Stefan. Pode apostar.


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Notas finais do capítulo

looool