Quando me casei com Stefan sabia muito bem onde estava me metendo. Dinheiro. Família poderosa. Negócios. Stefan. Falta de amor. Abrir mão dos meus sonhos por um tempo.

Mas a única coisa que eu nunca imaginei.

A coisa que eu nunca estaria pronta para ter.

É exatamente isso.

Esse momento.

Três semanas depois da conversa no hospital. Três semanas desde que Maryse me contou que sabia que Stefan e eu não nos casamentos pela razão certa. Três semanas que tudo o que tivemos foram momentos carinhosos e familiares.

É como se tivéssemos nossa própria rotina: faculdade para ele de manhã e boa parte da tarde e para mim alguns passeios com Care pela cidade. Minha amiga veio me visitar a algumas semanas e temos passado todo o tempo que podemos juntas, apesar de ela estar hospedada em um hotel não muito perto de onde eu moro e Damon parecer querer passar todo o tempo com ela.

E então, toda noite, quando Stefan e eu estamos juntos

É calmo.

Nada de sexo selvagem e beijos arrebatadores.

Ele anda preocupado demais com meu bem estar e de nosso filho. É lindo. E meigo. E meu coração se enche de um carinho tão grande por ele agora, por ser tão bom. Apesar de 5 meses de gestação não ser totalmente perigoso, ele parece centrado em não ficar em cima de mim por mais de 10 minutos. O que foi meio frustante no começo.

Care diz que nunca o viu assim, que nunca poderia imaginar um Stefan Salvatore atencioso, e ela tem total razão.

Então, agora, enquanto ele me guia pela casa enorme e aconchegante, mostrando-me 3 quartos, a cozinha, sala de estar, banheiros, varanda, jardim, pinturas nas paredes e decoração simples, mas moderna...

Tudo o que eu consigo realmente olhar é para ele.

Para seu sorriso enorme enquanto me explica quanto tempo passou pensando na maldita cor da parede da sala.

–Você se lembra de quando eu perguntei, uns 7 dias atrás, com qual cor você pintaria uma parede? Você disse que adora tons neutros. – ele abre os braços. – Aqui está.

Então finalmente para de olhar seu rosto animado e suspeito o que realmente estamos fazendo aqui.

Franzo a testa.

–O- O que?

Stefan está usando uma camiseta polo branca, e quando ele se move na minha direção, posso ver seus músculos se contraindo.

Ele me segura pela cintura.

–Isso é seu. – diz. – É nosso.

Meu coração despenca.

Mal posso respirar agora.

O que?

–Eu estive tão obcecado por isso esse ultimo mês. Eu queria que isso fosse perfeito pra você, queria que você amasse e que tivesse tudo de você aqui. Mas então... Eu queria fazer uma surpresa, queria que você me olhasse como está olhando agora, porque eu sabia que iria querer beija-la nesse exato momento.

Suspiro por suas palavras. Suspiro por estar ouvindo tanto e mal digerindo as vírgulas.

–Stefan... O que você está falando?

Ele respira fundo.

Parece ponderar sobre as próximas palavras.

Escolhendo cada uma delas cuidadosamente.

–Eu sei disse que a casa era um projeto de um amigo, para poder te trazer aqui e tudo mais. Foi só um pretexto. Eu... Eu comprei a casa no final do mês passado, eu queria que nosso filho tivesse um lugar maior e não um apartamento de dois quartos. – um segundo que é um milênio se passa. – Eu queria que tivéssemos uma casa.

Puta que pariu.

É só o que eu consigo pensar.

Todos os outros pensamentos lógicos na minha mente são errados e confusões, nada é certo. Eu só consigo pensar que puta que pariu eu acho que posso amar esse homem.

–Stefan, você... Você sabe que eu nosso contrato...

–Foda-se o contrato, Elena. – suspira. – Foda-se o contrato e foda-se todas as outras coisas que por alguma razão importavam pra mim antes. Elas claramente são irrelevantes agora. Tudo o que eu quero é você. Por favor, me deixe tê-la.

Então ele beija.

Sou dele.

Ele nem precisa pedir.

Sinto sua língua invadir minha boca e suspiro quando se move. Ele toma minha cintura com as mãos e geme quando puxo seu cabelo.

Sou tanto dele.

–Eu estou loucamente apaixonado por você. Não sei como isso aconteceu. – sorri contra nossos lábios. – Eu acho que tenho estado há um tempo.

Meu peito se enche de uma alegria absurda e eu penso.

Eu posso viver com isso.

Posso viver com momentos como esse.

Então Stefan se afasta e sorri pra mim, segurando minha mão.

–Tem mais uma coisa que eu queria que você visse. – diz.

Estou curiosa agora, então ele me faz acompanha-lo de volta ao corredor dos quartos.

Ele me mostrou antes a suíte principal, e eu vagamente me lembro de uma cama enorme com lençóis vermelhos.

Enrubesço só de pensar sobre nisso.

Então, em frente ao quarto.

Há outra coisa que eu não havia notado antes, enquanto estive ocupada admirando-o falar.

Posso perceber agora porque estava tão animado em me mostrar tudo.

Queria que eu gostasse.

Mas eu não só gostei. Eu amei.

Stefan abre a porta e sou rapidamente tomada por um cheiro reconfortante de perfume infantil. Ele liga o interruptor e parte do meu coração não é mais meu.

É um quarto para nosso filho.

Tem uma cor neutra de amarelo, os moveis brancos e um berço no centro. É tão lindo. Há duas janelas e um pequeno sofá no canto.

As paredes posicionam porta-retratos ainda vazios, como se esperando por rostos futuros, mas há uma única foto em uma mesinha pequena.

E o resto do meu coração aperta no peito.

É nossa. Nossa foto do dia do casamento. A foto que eu imaginei ter visto sua mãe tirar. Stefan tem as mãos na minha cintura, e estamos nos beijando, e posso ver o quanto estivesse entregue a ele naquele momento. Como se meu corpo já fosse totalmente dele.

Levo imediatamente as mãos à boca e reprimo um soluço. Posso sentir meus olhos se enchendo de lagrimas.

–Bonnie me ajudou um pouco, mas eu queria que soubéssemos o sexo do bebê primeiro e como isso só vai acontecer daqui a uma semana... Eu não quis esperar. – diz.

Sua voz é calma e cuidadosa, como se estivesse com medo da minha reação.

Viro-me em sua direção.

–Você é incrível. – digo. – Obrigada.

Ele dá de ombros.

–Fiz por você. Fiz por ele. Mas fiz por mim também. Queria que isso pudesse mostrar que não estive pensando em só fazer sexo com você nas ultimas semanas.

Balanço a cabeça.

Então levo minhas mãos até seu rosto e puxo-o para perto de mim.

–Não vejo a hora de nos mudarmos. – murmuro.