Beautiful Accident escrita por Lovatic


Capítulo 15
Capitulo 14. Feelings.


Notas iniciais do capítulo

hey



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Mal falo com Stefan por dois dias seguidos.

Não sei o que aconteceu na noite do jantar, mas pareceu rachar ainda mais a fina relação que estávamos tentando criar. Ele tem estado tão distante, tão calculado em seus movimentos. Sinto raiva por estar triste, sinto-me idiota.

Estou encarando o vestido que ele comprou para a festa da empresa que será daqui á algumas horas. Não paro de tentar imaginar se foi ele quem escolheu o modelo, ou se pediu ajuda para alguma atendente, queria perguntar, mas ele está trancado em seu quarto.

O vestido é lindo. Estou oficialmente apaixonada pela mistura do prata e branco que ele tem. Fica um pouco acima do joelho e possui pequenas faixas de rendas. Não é tão colado no corpo, mas sei que da para perceber um volume pequeno na minha barriga.

Ele até comprou um sapato combinando.

Tento controlar uma risada ao pensar nisso. Ao pensar no tempo que ele gastou fazendo isso pra mim.

Tomo um longo banho, escovo os dentes, faço a maquiagem mais básica existente na face da terra (sim, eu dependo de Care para fazer as elaboradas) e olho no relógio para descobrir que tenho 30 minutos para terminar o serviço.

Visto cuidadosamente o vestido, calço o sapato, termino de arrumar o cabelo nos cachos e estou pronta. Sou quase uma encarnação de um homem em corpo de mulher porque sempre me vesti mais rápido do que qualquer amiga. Principalmente Care.

Espero que o espelho não esteja mentindo para mim hoje porque me acho razoavelmente bem. O vestido faz com que eu tenha curvas bonitas e pernas longas e grossas (o que infelizmente não é exatamente o caso) Estou me sentindo bonita o suficiente para sair do quarto.

Mas não para encontra-lo na cozinha. Com um copo de uísque em mãos, terno e gravata, cabelo bem arrumado, tudo é tão brilho e esmeralda nele que quase me cega.

Nossos olhos se encontram por um segundo e vejo-o engolir com dificuldade o líquido do copo. O corpo está tenso e a mãos fechadas em punhos. Quero tanto me aproximar, mas meus pés não me obedecem.

Ouço Stefan pigarrear.

–Está pronta? – é o que ele pergunta.

Balanço a cabeça.

–Acha que estou bem? Não sou exatamente profissional em maquiagem... – dou meia volta enquanto falo, mas a expressão no rosto dele me faz recuar.

Nunca o vi tão nervoso.

–Você fica melhor com pouca maquiagem. Realça seu rosto.

Penso em agradecer, mas não sei foi exatamente um elogio então decido não dizer nada.

Stefan e eu caminhamos em silencio até a garagem, onde por mais estranho que pareça, ele abre a porta do carro pra mim. Pela primeira vez.

O silencio entre nós é estranho e tenso e eu odeio isso. Fecho os olhos com força e enquanto passamos por algumas ruas movimentadas decido abrir o jogo de uma vez.

–Andei pensando em visitar minha tia Jenna. – digo.

Stefan não diz nada.

–Passar o fim de semana lá. – continuo, insegura. – Estou com saudades do Jer...

O olhar que Stefan me lança faz com que a frase morra na minha boca.

–O que? – seu tom de voz é genuinamente surpreso. – Um final de semana inteiro?

Respiro fundo.

–Olha, não sou idiota, Stefan. Sei que a minha presença está te incomodando de alguma forma e não quero ser um importuno na sua própria casa... Se isso tivesse acontecendo há algumas semanas eu até poderia entender, mas estávamos começando a entrar em consenso sobre nossa relação e então você passa a me evitar por dois dias... Isso é ridículo. – digo firmemente.

Minhas mãos estão tremendo por isso preciso pressiona-las contra o banco.

Stefan respira fundo.

–Você tem razão. – diz. – Estou sendo idiota.

Encaro-o surpresa.

Ele ri um pouco com a minha expressão, balança a cabeça varias vezes, como se provavelmente fosse dizer algo que não queira.

–Você tem razão nisso tudo, mas sua presença não me incomoda, amor. Ela me perturba.

Abro a boca para dizer algo, mas não faço ideia do quê exatamente.

E espera.

Ele acabou de me chamar de amor?

–Você e essa mania de usar aquela camiseta no café da amanha, você está ciente do que é acordar e ver suas pernas no meu apartamento? Sem que eu possa toca-la? É enlouquecedor. Ou quando você me olha desse jeito inocente e frágil, Deus... Aquele vestido que você usou no jantar. Você tem ideia do que a sua presença causa em um homem? Tudo o que eu consigo pensar é em tocar em você...

Não sei me mover. Não sei se posso. Suas palavras me alfinetam e estou sentindo o sangue subir por meu rosto.

–E agora você aparece com esse vestido e metade das suas pernas estão nuas e estou quase tendo um aneurisma....

–Ma-Mas foi você quem comprou o vestido. – digo.

Stefan quase ri.

–Eu sei! Passei por essa loja depois da faculdade e vi o vestido na vitrine e tudo que consegui pensar foi em ver você usa-lo. – um segundo. – E em como seria tira-lo de você. Estou testando a minha própria sanidade.

Respiro fundo.

–Bem, como você está se saindo?

Stefan vira a esquina e para em um estacionamento. Vejo diversos carros em frente a um prédio enorme e sei que chegamos, mas nenhum de nós dois se move para sair.

–Estou regredindo. – diz ao parar o carro.

Ficamos em um silencio mortal por uns breves segundos.

–Então você não quer que eu saia? – pergunto.

Stefan balança a cabeça e ri consigo mesmo.

–Não. Não quero. Isso está longe do que eu quero.

Franzo a testa.

–E o que você quer então? – pergunto.

Ele me olha.

Sinto a intensidade de seu olhar em mim.

–Nesse momento? Quero leva-la de volta pra casa e joga-la na minha cama. Isso é tudo o que consigo pensar no momento.

Minha respiração esta falhando e não sei se é seguro me mover.

–Provavelmente sentiriam a sua falta aqui.

Ele concorda.

–Você tem razão.

Mas há tanta tensão no ar que mal respiro, quanto mais sair do carro.

Stefan parece em crise consigo mesmo, mas enfim decide aproximar-se de mim, seus lábios próximos da minha orelha.

–Quão fácil é tirar esse vestido de você? – pergunta.

E isso é demais pra mim. Quero gritar CHEGA. Encontro os lábios dele e estou ciente do perigo que é, mas não me importo.

Stefan arfa quando nossos lábios se encontram, suas mãos vão direto para minha cintura e ele a aperta com força, fazendo-me emitir ruídos indescritíveis. Agarro seu cabelo e estou puxando-o para mais perto, implorando que aprofunde o beijo. Querendo-o tanto que chega a ser idiota e imprudente.

Ele nos separa para recuperar o ar, mas está beijando meu pescoço, minha clavícula, minha orelha e estou gemendo seu nome baixinho para que somente ele ouça, e sei que ele gosta.

Os vidros do carro estão começando a embaçar e sei que devemos parar. Sei disso no fundo da minha consciência, mas não consigo tirar os lábios dele de mim.

As mãos de Stefan são ágeis. Ele trava um caminho dentro do meu vestido e aperta minha coxa. Sua mão para nela, mas seu rosto está escondido em meu pescoço. A respiração contra a minha pele.

–Deus você é tão cheirosa. – murmura.

Sorrio um pouco.

Stefan se afasta e encara meus lábios de perto. Beija o lábio inferior e depois o superior. Sinto que se ele continuar não sei o que será de mim, mas ele para.

–Estou perdendo a cabeça. – murmura.

Não digo nada.

Fecho os olhos. Recupero a compostura.

Encaro o espelho do carro e concerto o batom borrado, o cabelo desengonçado, ajeito o vestido que ele subiu até a cintura e abro a porta do carro.

Não olho para ele no processo, mas sei que vem bem atrás de mim.

Encontramo-nos em um grande prédio que nunca vi na vida. É grande e luminoso, diversas pessoas caminham em direção a ele, todas muito bem vestidas.

Mulheres de vestidos longos e finos, homens de terno e gravata. Tento controlar a vontade de voltar para casa. Enquanto Stefan segura minha cintura como um marido dedicado e atencioso que é, caminhamos pelo corredor grande onde alguns fotógrafos pedem que façamos poses.

Stefan parece odiar isso, ele nunca olha para as câmeras. Às vezes desvia o olhar para alguém e o cumprimenta, ou então olha para mim e sorri atenciosamente. Sorrio algumas vezes, mas acho que não saímos um bom casal em frente ás câmeras.

Antes que entrássemos no salão, Stefan agarra minha mão e me puxa para um dos corredores vazios.

–Preciso que me escute. – diz apressadamente. – Não quero que fale com quem não tenho uma boa relação, alguém pode perceber alguma coisa e tudo vai por água a baixo. Essa é a nossa primeira aparição pública, precisa dar certo.

–Mas como vou saber de quem você gosta ou não? – pergunto.

Stefan suspira.

–Quando estivermos lá, não largue a minha mão ok? Dois apertos quando não confio na pessoa, um aperto é quando eu confio. – diz.

Balanço a cabeça.

–Ok.


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Notas finais do capítulo

lool