Beautiful Accident escrita por Lovatic


Capítulo 14
Capitulo 13. Dance.


Notas iniciais do capítulo

em agradecimento pela recomendação de july15 (:



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O restaurante onde Stefan me leva é bastante luxuoso.

Sem duvidas muito mais refinado do que qualquer bar que eu e Care frequentávamos em Mystic Falls. É lindo. Tudo nele, as luzes, as mesas, a decoração exagerada. Sei que é um restaurante especial para encontros porque vejo casais em todas as mesas. Nenhum filho, nenhum avô ou avó, somente um homem e uma mulher. Olhares apaixonados e tudo mais.

Controlo-me para não revirar os olhos.

Estou usando um vestido azul de alças que Care me deu de presente no casamento. Ele fica na altura do joelho e cai tão perfeitamente em mim que posso sonhar em ter curvas.

Estou tentando tão desastrosamente não corar.

Stefan está segurando minha cintura com força e quero gemer quero gritar quero correr quero abraça-lo.

Definitivamente devia ser proibido homens como ele usarem ternos como aquele. Oh céus. Seria tão mais fácil se ele fosse um cara horrível.

O metre nos guia até uma mesa no fim do restaurante, isolada dos outros casais, mas perto da pista de dança e da banda de jazz.

–Uau. – digo em voz baixa quando o metre se afasta.

O sorriso de Stefan é palpável.

–Fico feliz que tenha gostado.

–Não é caro? – pergunto.

Realmente não quero que ele precise gastar tanto comigo.

–Elena. – seu tom é de advertência e sei que não devo continuar no assunto.

–Ok. Então... Como anda a faculdade? – pergunto.

Stefan quase sorri novamente.

–Normal. Você sabe, administração, arquitetura...

Balanço a cabeça.

–Não quero dizer isso. Você fez amigos?

Stefan ergue as sobrancelhas.

–Amigos?

–Isso, pessoas que costumamos andar e tudo mais. Sabe o que é ter amigos, certo?

Revira os olhos.

–Tenho amigos na faculdade. A maioria é de infância.

Surpreendo-me.

–Sério? Tipo quem?

–Tyler está por lá, e Matt também, mas temos cursos diferentes. Conheço Rebekah e Kol Mikaelson, tem o Klaus...

–Mikaelson? Eles não são tipo, seus adversários? – pergunto. – E eles não são irmãos do professor de literatura?

Lembro-me de Elijah, o cabelo sempre bem penteado e o terno bem passado. Aquele sotaque britânico que deixava todas as alunas loucas.

–Elijah Mikaelson é o mais velho, mas ele não liga muito para a empresa como Klaus e os outros.

–Como o Damon. – digo.

Stefan reprime um sorriso.

Sei disso porque posso ver a curva de seus lábios.

–Rebekah e Kol estão em uma disputa implacável para quem vai comandar o lado Mikaelson da empresa, mas aposto todas as minhas cartas que Mikael escolherá Klaus. Além de ser o segundo mais velho, é obviamente o mais sensato.

–Vocês são amigos? – pergunto.

–Nos conhecemos desde pequenos.

–Isso é um sim? – insisto.

Stefan da de ombros.

–Se existisse uma palavra para descrever nossa relação então eu diria que somos amigos, sim.

Às vezes penso que é tão difícil e fácil conversar com Stefan. Não sei o que ele vai dizer e por alguma razão isso me faz querer tão desesperadamente saber.

Algumas pessoas nos cumprimentam ao passar e pergunto-me quem são e como afetam minha vida, mas Stefan nem parece se importar, sua atenção está em algum lugar bem distante daqui.

–Algum problema? – pergunto.

Seus olhos me encontram.

–Estou tentando encontrar uma forma de te pedir uma coisa.

Meu coração é feito de gelatina.

–Ok, então peça.

–Promete pensar com carinho?

Reviro os olhos.

–Peça logo.

Um dois três segundos.

–É uma festa de primavera que a empresa faz todos os anos, eles convidam os funcionários e tudo mais. Meu pai quer que eu a leve para apresenta-la formalmente como minha esposa.

Balanço a cabeça.

–Mas não tenho roupa, Stefan...

–Você sabe que não precisa se preocupar com isso. Posso acompanha-la para comprar algo...

–Não quero que fique gastando comigo como se eu fosse sua esposa de verdade, Stefan.

–Mas você é, Elena. Você é minha esposa por um ano e durante esse ano farei tudo o que precisar, ok?

Tento não sentir que meu coração está afundando, mas está.

–Você provavelmente vai se arrepender quando eu comprar todos os brinquedos do meu filho no seu cartão. – comento.

Os olhos de Stefan estão surpresos. Ele definidamente não esperava que eu dissesse isso.

–Certo. Você sabe que pode, se quiser. Não me importo.

Concordo em silêncio. Um clima pesado se instala no local e não gosto disso, não gosto de precisar esquecer que estou esperando um filho dele.

Quero enfrentar a realidade e quero que ele também enfrente.

–Stefan, acho que precisamos conversar sobre isso em algum momento.

Penso que ele vai querer mudar o assunto de novo, penso que ele vai querer me renegar ou sei lá, mas surpreendentemente Stefan balança a cabeça concordando.

–Tudo bem.

Respiro fundo.

–Ele vai estar com poucos meses quando eu for embora, então é impossível que se lembre de você, mas... Seus pais vão querer participar da vida dele, você sabe.

–Sei disso. Andei pensando tanto... Minha mãe sempre sonhou em ser avó e tudo mais, não creio que ela vá esquecer o próprio neto. Mesmo após o divorcio.

–Não vou afasta-los. Espero que saiba disso.

O olhar que ele me lança é genuinamente surpreso.

–Não?

–Mas não quero que sua mãe atrapalhe ou tente mudar a forma que vou educa-lo.

Ele balança a cabeça varias vezes.

–Eu... Eu posso vê-lo também?

A pergunta em si me deixa tão surpresa que abro a boca. Estou quase derretendo e sumindo e caindo e gritando e

Não sei como agir

Não sei se fico feliz

Ou triste

Ou com raiva

–Eu sei que fizemos um acordo, mas as coisas estão diferentes agora. – Ele me diz.

–Diferentes comigo? – quero saber.

–Quero conhecer meu filho. – uma pausa. – ou filha.

Suas palavras me deixam sem defesas, fecho os olhos e aperto as pálpebras.

Não sei como responder.

Não sei se quero Stefan assim na minha vida.

–Não precisa me responder agora. – a voz dele chama a minha atenção. –Temos tempo ainda.

Concordo e um minuto depois estamos jantando em silencio.

Mas não estou mais com fome.

–Você está se sentindo bem? Enjoada? – ele pergunta ao perceber que pouco encosto na comida.

–Não, só estou sem fome.

Olha ao redor.

–Quer dançar?

Olho a pista de dança vazia e espero que ele esteja brincando. Mas não está.

Stefan me guia até o centro do pequeno palco e põem suas mãos grandes e macias na minha cintura. Meus braços estão ao redor de seu pescoço e estou deitando minha cabeça em seu peito. É tão bom que sinto culpa. Tão bom que não quero mais nada se não isso.

–As pessoas estão nos olhando. – murmuro.

–Não me importo.

Aperto os olhos.

Não se importa?

–Pensei que tudo o que fizesse fosse com um motivo.

–É.

Não pergunto mais nada. Não quero saber. Fico em silêncio e em um minuto sinto suas mãos acariciando minhas costas.

Subindo e descendo.

Perco parte dos sentidos.

Ele não diz nada, eu não digo nada e o silêncio é tão acolher que quero me agarrar a ele. Quero manter esse silêncio comigo e quero que Stefan faça parte dele.

Meus pensamentos voam quando seu rosto encaixa-se no meu pescoço, minha respiração é interrompida e não sei como me mover não sei como andar viver. Sinto sua respiração na minha pele, sinto as mãos dele mais fortes na minha cintura, sinto tanto sinto tudo sinto nada, sinto os lábios dele espalhando pequenos beijos e quero arrancar suas roupas ali mesmo.

–Stefan...

Os olhos dele me encontram e não sei se sei o que vi ali não sei se era bom ou ruim, não me importei. Não me importei porque quando a boca dele tomou a minha, não fiz nada menos do que beija-lo de volta.

Ar fogo água todos os elementos juntos, meu coração é destruído e despedaçado e tudo o que tenho é dele, tudo o que quero é ele. Mesmo na noite de núpcias, mesmo no casamento, Stefan nunca me beijou dessa forma.

Não sei se estou imaginando coisas.

Não sei nada.

Só sinto o gosto dele em mim, em toda parte, do cheiro à textura e quando ele deixa meus lábios e inclina a cabeça contra a minha sinto minhas pernas tão bambas que mal me movo.

–Não pode continuar me beijando desse jeito. – murmuro.

–De que jeito?

Tenho de me controlar para não agarra-lo novamente.

–Você não pode só... Me dá um selinho na frente da câmeras e só? – pergunto.

Stefan parece confuso por um momento, seus olhos procurando entender o que diabos estou dizendo. Mas quando olha em volta e percebe algumas raras pessoas nos encarando e sorrindo, sei que ele entendeu.

Sei disso porque ele parece tenso por um momento.

Quero evitar a possibilidade de que esse beijo não teve nada a ver com publicidade.

Tento evitar pensar bobagens.


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Notas finais do capítulo

loool