Rachel acorda cedo para ir até o mercado buscar coisas para o almoço, já que Santana e Quinn almoçariam em sua casa. Pegou suas chaves, seu casaco, sua bolsa e saiu, cruzando com Finn no corredor.

– Oi – ela disse meio envergonhada, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

– Oi – ele disse rapidamente e logo entrou em seu apartamento.

Rachel fez cara de quem não estava entendendo nada, e de fato, ela não estava entendendo nada. Decidiu tirar satisfações. Deu passos largos e rápidos até a porta do grandão e deu batidas fortes na mesma.

– Pois não? - ele disse ao abrir a porta e olhar para a pequena.

– Olá, o Finn Hudson legal está? - ela perguntou dando um sorriso cínico.

– Desculpe, mas ele morreu a alguns anos.

– Há, há. Falando sério Finn, cadê aquele Finn que eu conheci?

– Ele nunca existiu, Rachel Berry.

– Por que você é assim? - ela olhava seriamente para os olhos castanhos dele, que continuou em silêncio. - O que eu te fiz?

O grandão pigarreou e molhou os lábios.

– Nada, Rachel Berry. Nada. - olhou para o chão, para o teto, e por fim, para Rachel. - Por que você insiste tanto?

– Como assim? - ela franziu a testa.

– Rachel, eu sou chato, rude, e a maioria das vezes, irônico. Por que insiste tanto em bater na minha porta?

– Porque você não é assim. Você é melhor do que pensa.

– Você não me conhece, Rachel Berry.

– Eu tentei, mas parece que você é um bicho alérgico a seres humanos.

Ele ficou em silêncio ao ouvir a resposta da baixinha, que mordia os lábios ao perceber o que tinha dito.

– Ok. O bicho vai para o seu habitat. Tchau. - ele disse virando as costas e fechando a grande porta branca.

– Ridículo. - ela sussurrou e foi em direção a saída do prédio, pois tinha muitas coisas a fazer.

Ao voltar para o seu apartamento, Finn suspirou e levou as mãos a cabeça, bagunçando seu cabelo.

– Tudo culpa sua – ele disse chutando seu móvel, e logo depois reclamando de dor. Ouviu seu celular tocar e leu o nome de Puck.

– Eaí cara.– ouviu o amigo falar do outro lado da linha.

– Eaí.

– Cara, que voz é essa? Cadê seu ânimo?

– Morreu.

– Ok. Enfim, gostaria de convidar o Finn amargo para ir dar uma volta comigo.

– Há, há. Como você é engraçado.

– Sou mais engraçado que você. Sabe Finn, acho que você precisa relaxar. Vamos dar uma volta.

Finn suspirou e revirou os olhos.

– Ta bom.

– Passo para te pegar que horas?

– O que é isso? Um encontro? Vamos marcar em um outro lugar.

– Ta bom machão.

– Aff, quer saber? Vem pra cá, não to muito afim de sair.

– Ok. To indo. Tchau.

– Tchau.

Finn desligou e saiu do apartamento, ele iria comprar algumas cervejas para seu amigo, e para ele, obviamente. Agradeceu mentalmente por não encontrar a baixinha no corredor.