Anos depois, estava revirando algumas gavetas com coisas velhas e encontrei alguns esboços antigos de Peeta. Entres desenhos meus, alguns dos quadros que preenchiam nossas paredes e algumas encomendas que ele tivera, vi um desenho de nós dois com uma menina e um menino.

Embora eu nunca tivesse visto essas duas crianças, percebi que se pareciam bastante com nós dois. Provavelmente era assim que ele imaginava que seriam os nossos filhos.

Sabia que seu sonho sempre tinha sido ser pai, mas aceitara o fato de que casando comigo provavelmente não realizaria esse sonho. O que não tinha ideia era que ainda considerava essa possibilidade.

Tomei uma decisão Peeta desistira de tanto por mim. Realizar um de seus sonhos não me faria mal. Afinal, o único motivo pelo qual sempre relutara em ser mãe eram os Jogos, esse problema não existia mais.

Três meses depois eu estava no banheiro, vomitando. Peeta, que tinha acabado de chegar da nova padaria, foi correndo me ajudar. Depois que eu não tinha mais nada dentro do estomogo ele também me fez comer alguma coisa.

– Obrigada. – agradeci mais uma vez.

– Eu cuido de você. – falou tirando uma mecha de cabelo do meu rosto. – É uma das coisas que mais gosto de fazer.

– Se daqui alguns meses você tivesse que cuidar de mais alguém... – comecei. – Alguém que te chame de papai, você também gostaria?

– É sério? – respondi que sim com a cabeça.

Apesar de tentar falar algo nenhum som saiu da sua boca. Seus olhos brilhavam. Fui puxada para ele e nos beijamos, o que não era nada fora do comum, porém dizia mais do que ele podia falar.

– Precisa de alguma coisa? – ele questionou com a testa colada na minha.

– Eu não preciso, mas bolo de chocolate seria bom. – nós dois rimos.

– Para sua sorte, faço o melhor bolo de chocolate que o mundo já viu. – continuou alegremente. – posso começar agora se quiser.

Pensei um pouco. Fiz que não com a cabeça.

– Aguento um pouco sem bolo. Preciso de você agora. – sorri.