Prova de Fogo escrita por cessiuh


Capítulo 4
O encontro


Notas iniciais do capítulo

Olá ^^
Dessa vez eu nem demorei, obrigada Gabuh e B_moranguetty por comentarem.
Espero que todos gostem do capítulo. Boa leitura.



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"Se tinha uma coisa que eu não podia era continuar ali. E isso eu não iria contestar.

Eu definitivamente não podia continuar ali, isso... Eu não podia!"

Chegara a hora. Era nosso horário de almoço, tínhamos meia hora. Sayuri nos levou até o local.

- É ali. Mas eu não quero ter nada a ver com isso, já disse. Terão de ir sem mim.

- Como vamos saber o quarto dele?- perguntei

- Seguindo-o.

- Você se lembra como ele é? - perguntei para Hinari

- Acho que sim.

- Desculpem-me. Mas eu vou ter que ir embora. Sorte.

- É, vamos precisar.

O dia estava quente. Aquilo era um inferno. O inferno.

Eu detestava o calor. Não suportava mais o sol batendo no meu rosto. Quando eu era criança costumava sonhar com fogo, tive várias vezes seguidas o mesmo pesadelo. Eu era queimada viva. Dor, sofrimento, desespero... o reflexo da minha infância.Talvez por isso, eu detestasse tanto o calor. Ou talvez por detestá-lo tanto eu tivesse esse tipo de sonho.

Eu não agüentava mais esperar aquele maluco, quando Hirari falou animada:

- É ele!                                      

- Quem? - Havia vários garotos, para mim, todos eram iguais.

- De cabelos castanhos.

¬¬?

Todos tinham cabelos castanhos.

- Vamos, antes que eu o perca de vista.

Eu a segui, o prédio era igual ao de Hinari. Várias portas, não havia nada de interessante ou especial. Apenas corredores cheios de portas. O garoto que estávamos seguindo, parado diante de uma das portas, pareceu perceber nossa presença. Se virou em nossa direção e nos encarou.

Eu tinha que admitir, ele era muito bonito. Mas isso é totalmente irrelevante.

- Quem são vocês e por que estão me seguindo?

Ele era alto e forte. Tinha olhos negros marcantes que me davam a impressão de que eu nunca conseguiria esquecê-los.

- Queremos conversar com você. - disse - Em particular - acrescentei.

- Não deveria deixá-las entrar.

Ele abriu a porta.

- Por favor... - começou Hinari

- Não disse que não deixaria vocês entrarem, e sim que deveria fazer isso.

Nós entramos em seu quarto. Era igualmente sem graça. Fechei a porta, e me virei para ele.

- O que querem? Por que vieram me procurar?

- Eu quero que nos conte o que descobriu sobre Igra. Preciso entender o que está acontecendo e você é a única pista que eu tenho. Você... é o louco dos sonhos, não é? - disse

- Do que está falando?

- Eu ouvi as suas histórias - Disse Hinari

- Quem são vocês?

- Não precisa se preocupar.

- Eu já disse que não sei do que está falando. - Ele estava sério.

- Sim, você sabe. os seus sonhos.

- O que tem meus sonhos?

- Você descrevia lugares diferentes e pessoas como a Yumi. Você sonhava com isso.

- Não, eu nem te conheço. - Ele falava calmo e indiferente.

- Mas eu te conheço. Você disse que era tudo uma mentira. Não se lembra? Que todos nós viemos de outro lugar. Você contava coisas assim. Exatamente igual à Yumi.

- Não, nunca disse essas coisas, agora saiam daqui.

- Você precisa me ajudar. Eu preciso ir embora.

- A porta é logo ali. - ah que cara insuportável!

- Eu preciso sair de Igra!

- Isso é impossível.

- Não, isso não pode ser verdade! Eu não sou louca! Me ajude. Eu faço o que você quiser.

- Você? O que poderia fazer por mim?

Eu abaixei a cabeça e desabotoei dois botões da camisa, voltei o meu olhar a ele.

- Mas... O que está fazendo?

- Nada. Ainda. Eu sei que nada é de graça. E eu preciso saber...

- Saia daqui antes que eu chame os guardas. - Não tinha jeito. Ele era firme.

- Idiota. - Dei as costas a ele. - Vamos Hirari. - Fomos embora, nenhuma de nós olhou para trás.

Eu detestei esse cara. Um insignificante metido a fodão. - Não deveria deixá-las entrar. Mas quem ele pensa que é? Eu posso muito bem me virar sem a "preciosa" informação dele. Duvido que ele realmente saiba de alguma coisa, deve ser um esquizofrênico. Ah, mas quem ele pensa que é?

- O que foi aquilo Yumi? O que você ia fazer?

- Qualquer coisa que ele quisesse. Pensei que ele não queria abrir o jogo, mas ou ele fingiu muito bem, ou não fazia a mínima idéia do que estávamos falando. Você viu como ele ficou? Tem certeza que era ele?

- Absoluta.

- E agora, o que é que eu faço?

- Eu não sei, mas você não vai poder ficar muito tempo escondida no meu quarto.

- Por que aconteceu isso comigo? Por que comigo?

- Você precisa arranjar uma solução. Rápido.

- Eu vou... Um jeito de descobrir como eu vim parar aqui. Eu sei que vou. E aí eu vou embora.

- Espero que isso aconteça. 


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Notas finais do capítulo

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