Prova de Fogo escrita por cessiuh


Capítulo 3
Uma pista


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, demorei muitooooooo
A fic estava parada, mas agora eu voltei a escreve-la, estou bem animada, e os capítulos vão sair mais rápido. Peço desculpas, mas eu só pude voltar agora.
Espero que gostem do capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/50727/chapter/3

"- Estou com um mal pressentimento... num lugar onde é difícil entrar, mais difícil ainda é … Como se faz para sair daqui? – perguntei temendo a resposta.

 - Não se sai."

 

Eu fitava o nada. Não olhava mais aquele rosto calmo, que a pouco havia me dito, minha sentença de morte. Não olhava mais aquele quarto de formiga, nem sua pequena janela. Não olhava mais aquela terra chamada Igra, nem as pessoas estranhas que ali estavam. Estava simplesmente olhando o nada e me perguntando por que crime estava pagando. Roubo? Seqüestro? Todos ???O que eu devia ter feito para ser castigada dessa forma?

Tudo se esclarecia na minha mente. Eu havia morrido no acidente. Mas não achava mais sorte nisso. Eu havia ido para o inferno. Teria sido o que aconteceu? Não, nada se esclarecia.

Almocei. E poderia reservar um capítulo inteiro para contar o quanto a comida era uma porcaria. Nunca fui de rejeitar alimento, muito menos de graça, mas eu o teria feito se a quantidade não fosse tão pouca. Resultado: Não enchi minha barriga, fiquei com um gosto horrível na boca e ainda tive que dar um sorrisinho e dizer que a gororoba tava ótima.

Me controlei MUITO para não perguntar se tinha sido o diabo quem tinha preparado. Mas preferi não arranjar barraco. Não era hora, nem lugar para isso. Além de que ofendê-la não seria uma boa idéia, já que eu não tinha dinheiro nenhum.

Quando o sinal tocou, eu tive que esperar uns 10 minutos para saber se tinha ficado surda. Pense num som irritante pra porra. Agora imagine o casamento dele com uma campanhinha de celular, aquela que te dá vontade de mandar o fabricante daquilo enfiá-lo no cu. Pois é: foi o fruto dessa união que me fez sair daquele quarto minúsculo para o meu novo trabalho. Onde eu não receberia NADA por um dia todo de suor num maldito campo. Lembrando que tudo isso, para encontrar um garoto que sonha coisas estranhas, e que pode muito bem ser um maluco qualquer ou então apenas imaginação de uma doida que eu encontrei na rua, que pode muito bem ser uma alucinação minha!

Se eu tava animada? Uma pergunta típica daquele garoto do ônibus ... Tentei lembrar o nome dele, mas só consegui os palavrões que eu daria como resposta.

Um adeus veio em minha mente, fazendo com que uma tristeza profunda dominasse meu corpo.

Por mais que eu não quisesse pensar naquele acontecimento, era inevitável aquelas perguntas sem respostas. Seria mesmo o inferno? Eu nunca acreditei nessas coisas. É um sonho, apenas um pesadelo. Era no que eu tentava acreditar. Se eu acordasse naquele momento, com o som do despertador do meu celular, eu juro que agradeceria ao fabricante.

 

                                                       * * *     

 

Nunca gostei de fila, na verdade eu não suporto fila! O que tornava ainda mais patética a minha situação.

Hinari me recomendou prender o cabelo, e pude ver o motivo. TODOS tinham cabelos castanhos. Isso era estranho.

- O que é que tem nesse campo?

- Arroz.

- Nossa, que emocionante. Podia conseguir melhor.

- Outro emprego? – ela riu meio confusa - não tem outro emprego. Esse é um emprego ótimo.

A fila andava rápida. Logo chegou a nossa vez. A entrada era estreita, por isso a fila. As palavras de Hinari não saiam da minha mente. Mas eu não ousei pensar sobre isso. Só me traria mais dúvidas.

 

                                                       * * *     

 

O dia foi horrível. Eu estava suando e fedendo. O tal Kaito? Quase ninguém conhecia. Um garoto disse que ele era de outra parte, outro disse que havia morrido.  E teve um... que disse que nós não deveríamos procurar por ele. Estranho? Super.

Também notei uma coisa muito esquisita. Um guarda fiscalizava. Um guarda, durante o dia todo. Ele andava por todo o campo, observando.

- Aquele cara que tava olhando pra gente era um guarda, né?

- Era. Nós podemos nos tornar imprevisíveis, ficarmos loucos. Se isso acontecer ele irá chamar a guarda inteira, para nos ajudar.

O jeito de como ela falava estava um pouco diferente. E era meio esquisito alguém dizer que guardas servem para ajudar caso se fique louco. Meio não, era totalmente estranho. Isso só pode ter sido uma piada. Mas eu também já estava muito cansada, não ia mais ficar me prendendo a besteiras.

Várias vezes eu perguntava se já tinha tido informações novas sobre o Kaito, e ela dizia: Quem? E eu falava: os dos sonhos estranhos... de que você me falou. E ela respondia: Ah, sim. Vou perguntar a alguém.

Quando voltávamos para aquela espelunca de hotel, uma garota nos perguntou:

- São vocês que estão procurando o Kaito? – e num tom mais baixo – O louco dos sonhos?

- Sim, somos nós. Você sabe onde ele está?- perguntei

- Sempre o vejo entrando num prédio próximo o meu. Por isso creio que more lá, mas vocês terão que encontrá-lo sem minha ajuda, não quero ter nada a ver com isso.

- Você sabe de alguma coisa...

- Só sei o que todos sabem, que esse garoto... – diminuindo ainda mais o tom de voz – o louco dos sonhos dizia ter descoberto algo... a história que todos sabem...

- Espere, conte. Eu não sei.

- Ele reuniu um grupo, que planejava alguma coisa contra... Ela. Mas eles foram descobertos, e levados para a prisão. Dias depois voltaram, e nunca mais falaram sobre o assunto.

- Mas que assunto? Que algo é esse que ele descobriu? Que coisa eles planejavam?

- Ninguém sabe.

- É com ele mesmo que devemos falar, Hinari. Ele sabe de alguma coisa, que pode me ajudar.

- Muito obrigada, não sabe como nos ajuda. - agradeceu ela

- Como é seu nome?- perguntei

- Sayuri. E o seu?

- O meu é Yumi e o dela é Hinari. Agora nos mostre onde ele está.

- Agora? Acho melhor esperar até amanhã. Nos encontramos no campo e vocês o procuram no horário de almoço.

- Por que não vamos agora?

- Não podemos.

Eu estava cansada dessa palavra. E o que eles podiam fazer nessa droga? Se é que podiam fazer alguma coisa. Era evidente que eu não suportaria aquilo por muito tempo, esse não era meu mundo, esse não era meu jeito de viver. Se tinha uma coisa que eu não podia era continuar ali. E isso eu não iria contestar.

Eu definitivamente não podia continuar ali, isso... Eu não podia!

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? E aí, mereçe um review? *_*
A sua opinião é muito importante, então...
Ali em baixo tem um espaço para deixar o seu comentário. E dizer se gostou ou não.
Se achar que mereço umas estrelinhas... coloca lá.
Obrigada pala leitura.
Bjão



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Prova de Fogo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.