Narradora

Rachel nunca imaginou que um dia sentiria tanto medo ao andar pelos corredores do colégio, ela sentia que todos olhavam para ela. Tentava de todas as formas se convencer de que tudo isso era coisa de sua cabeça e que ela só tinha que chegar a sua sala e se sentar no fundo, que nada aconteceria e tudo ficaria bem, mas como nada acontece como nós queremos, a garota bateu de frente com Finn se pegando com uma das líderes de torcida. Naquele momento seu sangue ferveu, sua vontade era de ir até os dois e estapear Finn, jogando em sua cara que ela carregava um filho seu, porém essa fúria passou e ela foi invadida por uma agonia, uma tristeza de ver o cara que ela amou e ainda ama, encostando em outra garota que não fosse ela. Foi embora dali, quando percebeu que lágrimas rolavam de seus olhos e que o sinal do primeiro período avisava que todos deveriam estar em suas salas.

Rachel Narrando

Se antes eu já era invisível, hoje eu fiquei totalmente imperceptível a todos. Para falar a verdade eu estava correndo até de Santana, não queria falar e muito menos ouvir e sabia que quando ela me encontrasse eu ouviria poucas e boas dela, o que não demoraria a acontecer, já que logo seria a reunião no clube glee e ela sempre era uma das primeiras a chegar.

Porém, eu ainda tinha algum tempo livre, já que todos deveriam estar almoçando. Tratei de ficar a muitos metros de distância de lá quando o cheiro de toda aquela comida fez meu estômago embrulhar desconfortavelmente e quando me lembrei de que Finn costumava almoçar naquele horário.

Fui ao lugar, o qual eu sabia que estaria vazio e eu poderia ficar sozinha.

As cortinas estavam abertas, as cadeiras vazias diante do palco que tinha apenas uma luz o iluminando. Eu olhava para todos os lados, apenas para ter certeza de que estava sozinha. Conectei meu celular ao pequeno rádio em cima do palco e logo pude ouvir as primeiras notas:

We do what we have to when we fall in love

We say what we need to get out when it's not enough

Whether it's to yourself, or lookin' at someone else

Everybody lies, lies, lies It's the only truth sometimes Doesn't matter if it's out there somewhere waiting for the world to find. Or buried deep inside Everybody lies Just being honest, we're playing for both sides It's easy to decieve but it's hard when the trust that's broken is mine For better, or for worse, for the happy, for the hurt Everybody lies, lies, lies It's the only truth sometimes Doesn't matter if it's out there somewhere waiting for the world to find Or buried deep inside Yeah, everybody lies Everybody lives, and everybody dies Yeah Oh it doesn't matter if it's out there somewhere Waiting for the world to find Or buried deep inside Or buried deep inside Everybody lies

Eu mal tinha terminado a última estrofe e pude ouvir palmas vindas do fundo da plateia, meu coração veio na boca com isso. Eu amava cantar e não fazia questão de esconder isso, porém meu medo era maior que qualquer coisa. Vocês devem estar pensando que eu sou besta, por ter medo de palco e mesmo assim fazer parte do clube do coral, entretanto é bem diferente cantar sozinha e cantar em meio a tantas outras vozes.

Ouvi as palmas cessarem, porém elas foram substituídas por uma voz que eu conhecia.

– Rachel?! – A voz estava espantada, porém maravilhada ao mesmo tempo.

– Sr. Schue? C-Como você entrou aqui? – Sei que fui mal educada, mas eu estava estática.

– Eu trabalho aqui. Agora, o que você estava fazendo aqui? – Sabia que ele tinha visto tudo, mas não custa tentar.

–Eu estava apenas... – Nada vinha a minha cabeça.

– Cantando e maravilhosamente bem por sinal. – Ele parecia maravilhado com o que via, já eu estava apavorada com a possibilidade de alguém ter escutado eu cantando. – Rachel, eu tenho uma ideia.

Não vi como, mas não sei como eu fui parar na sala de ensaio, onde todos os membros estava.

– Bom dia crianças. – Sr. Schue se dirigiu aos alunos. – Esse ano nós vamos ganhar as regionais e ir direto para as nacionais.

Não... Ele não faria isso.

– Como? – Alguém perguntou.

– Com a Rachel.

Ele fez...