The proposal that changed my life escrita por Afia Messer Giovinazzo


Capítulo 54
Capítulo 54


Notas iniciais do capítulo

Oi, Oi gente!
Primeiramente gostaria de agradecer vocês por não terem me abandonado - algumas pessoas - vocês não incríveis!
"Segundamente" MUITO MUITO MUITO OBRIGADA Janaina ♥ Você tornou esse capitulo possível.
E por ultimo, sei que não respondi os comentários do capítulo 53, mas saibam que li e amei TODOS e vou responder hoje ou amanhã de manhã okay?!
Boa leitura a todos!



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Estava completamente escuro quando Danny saltou do taxi amarelo em frente ao departamento, carregava duas pequenas malas indo em direção ao elevador que levava ao andar da Pericia Criminal.

O turno da noite havia se iniciado há poucos segundos, alguns técnicos passavam por Danny, acenavam com tamanha compaixão que ele sentiu-se grato.

Danny:- Oi! – Ele murmurou, com um sorriso cansado.

Mac deixou a papelada de lado e caminhou-se até Danny.

Mac:- Olá! – Deram um breve abraço – Como ela está?

Danny pensou em vários adjetivos para definir a real situação de Lindsay: desolada; flébil, vulnerável; mas optou em apenas dizer:

Danny:- Ela vai ficar bem...

Mac assentiu calado.

Fazia uma semana desde a morte de Joseph, no entanto todos os detalhes pareciam recentes na mente de Danny. Assim que saíram da casa, onde estava cercada de curiosos, Lindsay perdeu a força nas pernas e cambaleou para trás.

Todos insistiram que ela fosse levada ao hospital mais próximo, para que o corte fosse suturado, mas ela continuava chorando e dizendo que não sairia de perto de seu pai. Embora contrariasse a vontade de Danny, Sheldon, que a pouco havia chegado, pediu que Lindsay o ouvisse:

“Eu posso cuidar do seu braço... podemos fazer isso no laboratório se preferir...”.

E então, eles entraram na vam da autopsia, onde o corpo pálido e gélido de Joseph descansava. Lindsay ignorou o rigor mortis que havia nos nós dos dedos e os beijou derramando lágrimas ininterruptas.

Danny voltou a segurar as malas de couro com as mãos firmes, vendo Flack se aproximar da sala do chefe. Assim como ele, Flack e Jess haviam voltado de Montana há poucas horas.

Flack:- Oi Mac! Danny! – Cumprimentou.

Mac:- Vocês dois deveriam estar descansando, foi uma longa semana.

Flack assentiu acrescentando:

Flack:- Eu estou bem, além do mais você também precisa sair desse laboratório.

Danny:- A Stella deve estar te esperando, louca da vida pela Peyton trabalhar no turno da noite... Pode ir, durma e volte pela manhã. – O loiro disse em tom de incentivo.

Mac concordou com um meio sorriso. Ele e Stella voltaram logo após o sepultamento de Joseph e desde então estavam trabalhando sem parar.

Mac:- Danny, diga a Lindsay que ela tem o tempo que precisar para ficar em Montana.

Danny:- Direi...

E então, Mac se foi.

Nas horas que se seguiram, Flack atendeu a uma ocorrência de briga em um bar na East Side, – a garçonete quebrara o taco de sinuca em um cliente – mas logo estava sem ter o que fazer no departamento. Por outro lado, Danny quase não podia ser visto atrás da pilha de papeis que se formou em sua mesa.

A madrugada estava nublada, dessas sem estação definida; e as nuvens cinzas que cobriam o céu mostravam que a chuva não demorar.

(...)

Conforme o tráfego se intensificava ao lado norte de Manhattan, Jessica se virava na cama tentando voltar a dormir. Era a primeira vez em sete dias que ela conseguia pregar os olhos.

Flack andava pelo quarto nas pontas dos pés, trazendo Luke no colo. – Segundo ele, o cachorro havia dobrado de tamanho durante os dias que ficara em um hotelzinho –. Ele deixou a arma e o distintivo no criado-mudo e com ajuda do calcanhar retirou os sapatos, deitando-se ao lado da esposa. Aos poucos, ela se acomodou nos braços de Flack com os olhos ainda fechados. Sua garganta estava seca e contraída, não sabia se era de sede ou do aperto causado pela tristeza.

Jessica:- Oi! – Sussurrou rouca.

Flack:- Oi! – Ele retirava os cabelos que grudavam no rosto magro de Jess. Certamente ela chorara em algum momento do sono.

O silencio pairou sobre os dois, deixando o quarto escuro ainda mais confortável. Jess abriu os olhos e Flack pôde ver que ali havia um silencioso pedido de resgate.

Flack:- Como está?

Jessica:- Destruída, não consigo acreditar no que aconteceu... Os rostos de Lindsay, Logan e Lion – se referia aos primos – não saem da minha mente. Tio Joseph não merecia isso... Não merecia.

Flack:- Nenhum de vocês merecia isso.

Jessica:- Nunca vou me esquecer do quanto ele pegava no meu pé. – Disse em tom solene – Desde que meus pais morreram, ele se tornou tudo que eu tinha...

Flack:- Vocês eram bem ligados, não é?

Jessica:- Sim... Eu saí de casa muito cedo, nunca gostei muito de Montana, mas sentia muita falta dele. No começo, ele me ligava seis vezes ao dia, tinha tanto medo de que eu aprontasse alguma coisa... – Ela sorriu recordando.

Flack:- Realmente ele conhecia muito bem a sobrinha que tinha... – Flack disse beijando a testa de Jess.

Jessica:- Você tinha que ter ouvido o grito que ele deu ao telefone, quando contei que havia entrado na academia de policia... E agora, ele se foi...

O detetive sentiu sua camisa molhada enquanto ela afundava a face em seu tórax. Ele nunca pensou que veria Jessica tão destruída assim.

O celular vibrou no bolso da calça avisando de um corpo encontrado , mas Flack não apressou-se para sair dali.

Jessica:- O dever lhe chama... – Ela enxugava o rosto.

Flack:- Eu posso pedir outro detetive para atender a chamada. – Agora, ele a apertava em um abraço afável.

Jessica:- Não, tudo bem. Eu vou tomar um banho, passar na corregedoria para a avaliação psicológica e encontro você. – Luke dormia sobre os pés da morena.

Flack assentiu levantando-se em direção ao guarda-roupa. Em poucos minutos ele acenava para Jessica que o observava da janela. Ele era perfeito.

(...)

Flack:- Aquele casal – apontou para dois jovens com os olhos arregalados de susto – encontrou o corpo depois de saírem para correr e logo ligaram para polícia. – Flack levantou a fita amarela com os dizeres: “Do Not Cross: Crime Scene” para que Mac se juntasse a Sheldon e o cadáver.

Mac:- Quem é ele?

Flack:- É uma boa pergunta. Não encontramos nenhum documento que o identificasse.

Às margens do Rio Hudson havia uma grande poça de sangue. Tudo estava uma bagunça. De um lado, uma grande barraca de acampamento sugeria que a vitima estava morando há algum tempo por lá, e do outro, a equipe tentava entender o que havia acontecido com aquele homem. Ele era alto, magro, com os cabelos castanho-claros até o meio das costas e com barba por fazer. E isso era tudo que se podia dizer sobre ele.

Mac:- Latrocínio? – Ele pôde ver que a vitima estava sem os sapatos.

Flack:- Parece que sim. Não encontramos a carteira.

Danny:- Achei a pasta do notebook, mas sem o notebook. – Ele saía da barraca com a câmera fotográfica no pescoço –. Aqui dentro está uma bagunça, parece que foi tudo revirado.

Sheldon:- Ele recebeu três facadas: – indicou os ferimentos – uma superficial nas costas, outra no tórax e na mão. E não parou por ai, foram desferidos dois tiros com uma 9mm e por ultimo, – ele puxou o pescoço da vitima para que Mac pudesse ver – um corte que quase o degolou.

Mac:- Eu ainda me espanto com a crueldade do ser humano...

Sheldon chamou a equipe que ajudava a levar o corpo e começou a mover o mesmo com muita cautela. O pescoço estava por um fio.

Mac:- Tem alguma coisa debaixo de todo esse sangue. Passe-me a pincha, Danny.

Havia uma foto quase totalmente apagada, encharcada pelo sangue. Eram duas mulheres sorrindo abraçadas, e atrás estava escrito: Minha mãe e Johanna Houston.

Danny continuou fotografando a cena do crime enquanto Mac procurava evidências que ajudassem na investigação.

Do departamento, Jessica estava há ponto de explodir de raiva. Ela só não havia chorado na frente do psicólogo por achar que ele a privaria de mais coisas. Sua arma fora recolhida assim que a corregedoria tomara conhecimento que ela havia descarregado o pente inteiro em Daniel, e agora, após a avaliação psicológica, ela ficaria mais algumas semanas sem a arma.

Jessica:- Dá pra acreditar nisso?! – Ela encarava Flack com os olhos cheios de lágrimas.

Flack:- Jess, você sabe que eles estão apenas seguindo o protocolo...

Jessica:- Está escrito no protocolo que eu deveria comemorar enquanto via minha prima levando uma facada no braço e meu tio sendo morto por um assassino sádico? Eu acho que não, Don. Ele destruiu várias famílias ao longo da vida, acabou com a minha... Se você não tivesse me segurado eu teria feito algo pior com ele... Onze tiros foi pouco perto do que aquele canalha fez... – Sua voz estava arrastada.

Flack:- Vem cá. – Ele puxou-a para si –. Desculpa amor.

Jessica:- Tudo bem...

Flack conduziu-a para o sofá de sua sala e sentou-se com as pernas servindo de apoio para ela. Ela estava mais calma.

Flack:- Já almoçou?

Jessica:- Não.

Flack:- Deixa-me reformular a pergunta: Você já comeu alguma coisa hoje? – Ele brincava com os dedos da mão esquerda dela.

Jessica:- Um saquinho de M&M’s conta? – Sorriu de lado.

Flack:- Não, não conta. Vamos comer alguma coisa de verdade.

(...)

Lindsay abraçou-se, percebendo que estava tremendo com esse ato, apertou mais o casaco cinza ao redor do corpo e suspirou quando a porta do elevador fechou. Estava saindo do estacionamento do laboratório, pronta – não, ela não podia se descrever assim – para voltar ao trabalho. Apertou o botão do 34º andar e encostou-se na parede metálica. Seus pensamentos voaram um pouco pela sua atual situação com Danny, o assassinato de seu pai, – as cenas mais fortes e destruidoras para ela – e, claramente, o que estava mantendo-a de pé: Seu filho.

O elevador apitou e enxugando as lagrimas que se formaram em seus olhos, Lindsay adentrou no andar do laboratório. Suas pernas fraquejaram – assim como no dia da morte de Joseph – ao avistar todas aquelas pessoas conhecida e que, aparentemente, importava-se com ela. De longe pôde ver Stella e Mac em uma conversa séria na sala dele, Adam e Sheldon na sala de evidências, – seus olhos demonstravam duvidas e apreensão misturados –, Flack e Jessica abraçados na sala de descanso e, por fim, seus olhos procuraram por Danny, mas não o encontrou em lugar algum daquela área.

Danny:- Eu deveria me preocupar por você estar ai parado, impedindo que o elevador ande para os outros andares? – O loiro estava apoiado na parede amarela, olhando-a com carinho.

Lindsay deu um pulo e retesou seu corpo, um sinal claro de medo pela proximidade dele.

Lindsay:- Você não deveria me assustar dessa forma. – Um tom mais alto na voz dela fez Danny se arrepender imediatamente de ter tentado aquela brincadeira com ela.

Danny:- Desculpe-me, Linds. – Desencostando da parede e acompanhando o passo da esposa, ele tirou o pequeno buquê de flores de trás das costas –. Eu trouxe isso pra você.

Ela parou o passo apertado e encarou-o.

Danny:- Como eu não pude estar com você hoje pela manhã devido ao plantão, eu decidi fazer algo para trazer-lhe de volta ao ambiente de trabalho. – Mesmo sem querer ela deixou um pequeno sorriso escapar –. Eu só queria ver isso no seu rosto...

Lindsay:- São lindas. Obrigada, Danny. – Tomando o arranjo nas mãos, ela voltou a caminhar.

Danny sabia que ela não queria nenhum contato maior, ela não tinha condições para aquilo. Ele decidiu deixa-la sozinha naquela nova e difícil adaptação.

Em seu escritório, Mac sentiu Stella tremer em seus braços. Toda aquela agitação estava deixando-a nervosa.

Stella:- Ela chegou. – A morena desvencilhou-se dos braços dele e recompondo-se enxugou as lágrimas.

Mac:- Como ela deve estar?

Stella analisou a amiga através das paredes de vidro e chegou a uma única conclusão:

Stella:- Muito mal, mas tentando esconder isso ao máximo.

O homem de olhos azuis bufou e passou as mãos nos cabelos.

Mac:- Sei disso. Agora, nos resta saber se ela aceitará isso... – Ele segurou as duas mãos da mulher a sua frente e beijou-lhe as palmas –. Lindsay está se afundando cada vez mais, Stella.

Durante os quinze dia que ficara em Montana, Lindsay não deixou de telefonar ou fazer chamadas de vídeo pelo Skype para Danny. E em uma delas, ela havia contado que acordara com muitos enjoos e tontura. Então, antes de informa-la sobre o latrocínio no Hudson, comprou-lhe um lanche.

Lindsay pôs o jaleco branco e as luvas de látex, querendo logo entrar naquela agitação que estava à sala de evidencias.

Adam:- Hey, Lindsay. Bem-vinda de volta! – Ele gritou eufórico, do outro lado da sala. O nerd parecia estar analisando algum tipo de equipamento tecnológico que ela desconhecia.

Lindsay:- Valeu, Adam. – Ela balançou a cabeça e voltou sua atenção para uma caixinha de musica em cima da bancada.

Adam ficou decepcionado, pensou ter feito festa o suficiente para chamar a atenção de Lindsay. Nada satisfeito, ele largou um dos tablets onde fazia suas anotações e caminhou até a perita. Sheldon, que passava diante a sala, vira o que o amigo faria com a loira.

“ Isso não vai dar certo... – Sheldon pensou, escondendo o rosto afetado pelo riso atrás da pasta marrom amarelado.”

Dito e feito. Adam chegou por trás de Lindsay e gritando, ao mesmo tempo em que colocava as mãos no ombro dela, assustando-a. Ela soltou um grito e fez da tesoura uma arma.

Adam:- Ei, ei, eu estava brincando. – Ele tentou afastar a mão dela de perto de seu pescoço.

Sheldon:- Lindsay respire. Vamos. Calma. – O doutor aproximou-se, tentando fazer com que ela não avançasse.

Claramente ela ainda estava muito abalada e a brincadeira de Adam não fora a melhor ideia. Ela conseguiu diminuir o ritmo da respiração e soltou a tesoura. O som do metal batendo no chão fez despertar daquela situação de medo em que seu corpo se encontrava.

Lindsay:- Eu... Eu... – As luvas de látex repousaram com violência sobre o vidro branco da mesa ao mesmo tempo em que ela deixou a sala.

Sheldon:- Ela não deveria ter voltado. – Ele apoiou as duas mãos na cintura, vendo o colega ao seu lado controlar um pouco a respiração nervosa.

Lindsay entrou no banheiro com o rosto queimando, as lágrimas dominavam cada parte da face. Stella percebera aquilo, quem não perceberia?

Stella:- Lindsay! – Bateu na divisória do banheiro com o punho fechado.

Lindsay:- Deixe-me em paz! – Ela gritou dentro da cabine –. Eu não quero falar com ninguém.

Stella:- Tudo bem, mas saiba que se precisar conversar eu estarei aqui para você, minha amiga.

O silencio pairou, a morena se apoiou na porta da cabine e esperou alguns segundos antes de deixar o lugar. Lindsay enterrou o rosto nos joelhos, permitindo-se sentir toda aquela dor lacerante em seu coração.

Agora, um pouco mais calma e com a face gélida por ter jogado algumas mãos de agua, ela deixou o banheiro.

Flack:- É bom te ter de volta. – Ela adentrou a sala de descanso e encontrou a prima junto ao marido.

Lindsay:- Pensei que estariam na delegacia há uma hora dessas.

Jessica:- Não tivemos nenhum chamado. – Ela poderia não ser uma daqueles peritos com olhos super treinados para perceber cada detalhe, mas estes não lhe passavam despercebidos –. Esteve chorando?

Lindsay:- Não é dá sua conta. – A rispidez tomava conta de sua fala.

Jessica:- Ei, não precisa ser grossa. Eu só quis saber por que sei pelo que você está passando e ...

Lindsay a interrompeu abruptamente.

Lindsay:- Não. Você não faz ideia do que estou enfrentando. Tudo é diferente na minha mente, não tente fingir que entende. O simples fato de fazer algo do tipo te arrastará para algo que você não pode sair... – Flack agora estava de pé, sem nenhuma reação.

Dizendo essas palavras, Lindsay deixou a sala, sem nem ao menos pegar o copo de suco que fora buscar.

Jessica:- Don, o que está acontecendo? Por que está tudo ruindo? – E sem uma resposta que certamente não seria dada tão cedo, ela o abraçou e deixou que as lágrimas tomassem seu rosto mais uma vez naquele dia.

Sid enxergou que ela caminhava lentamente, quase como em um devaneio.

Sid:- Querida?! – Ele chamou-a atenção.

Lindsay:- Ei, Sid. – Deixando uma pasta sobre uma das mesas de metal, caminhou-se até ela.

Sid:- Eu sei que não está bem. – O legista abriu os braços e no segundo seguindo ela estava agarrada a ele. Sid era o único para o qual Lindsay demonstrava transparecer sua fraqueza. Ele era tão especial quanto os outros, mas tinha um “Q” a mais: Não fazia perguntas.

Sheldon:- Desculpem interromper, mas eu quero falar com você, Lindsay.

Sid:- Vou deixa-los a sós. – Saindo da pequena sala que acomodava alguns computadores e caixas de relatórios, o homem mais velho deixou-os a vontade.

Lindsay:- O que você quer?

Sheldon:- Eu vim saber como está o seu ombro, o corte foi muito grande e você não quis ir ao hospital. Eu não podia aplicar anestésico em você, afinal, está esperando um bebê. As condições para o tratamento desse corte não foram as melhores, sei que você sentiu muita dor e eu quero saber se não ficará com nenhuma sequela. Quero acompanhar a cicatrização.

Lindsay:- Sheldon, eu não senti dor. Não algo que chegasse a superar a dor de perder meu pai. – Ela fechou os olhos lembrando-se do momento citado. O moreno franziu as sobrancelhas diante da declaração dela.

Sheldon:- Posse pedir que vá a um hospital para fazer a limpeza do corte a cada dois dias? – Ela balançou a cabeça de forma negativa. A teimosia chegara e não iria embora tão cedo –. Você confiaria em mim para fazer isso, Lindsay?

Olhando bem fundo nos olhos daquele homem, ela respondeu da forma mais doce que poderia responder naquele dia:

Lindsay:- Sim. Eu confio no meu médico. – Ela sorriu e ele deu um breve beijo na bochecha dela.

Sheldon:- Podemos fazer isso agora? Ele tirou a pequena maleta de primeiros socorros, algumas – muitas – gazes e soro fisiológico.

Lindsay:- Claro!

Sheldon:- Você precisa tirar o casaco e a blusa. – A vermelhidão tomou conta do rosto do rapaz e ela riu.

(...)

Mac:- Já está de saída, Lindsay? – O homem a chamou quando a mesma passou pela frente da sala dele.

Lindsay:- Ah! Olá, Mac. Não te vi o dia inteiro. Sim, já estou indo. Você me proibiu de fazer turno duplo, lembra?

Mac:- Oh! Sim, claro. E não esquecerei isso tão cedo, não se preocupe. – A careta que ela fez deixou um sorriso despontar no rosto do chefe –. Está tudo bem com você?

Lindsay:- Estou ótima. – Ela virou-se para ir embora deixando-o sozinho mais uma vez.

Mac:- Acho que ela esqueceu que sou o chefe não por qualquer motivo... Mentira tem perna curta, Lindsay. – Ele sussurrou para si mesmo antes de sentar-se no sofá.

A equipe havia se juntado durante à tarde para conversarem sobre o caso do Rio Hudson. Fazia uma semana desde que a investigação havia se iniciado e até o momento não havia nada que indicasse quem era a vitima. Mac procurou no google por Johanna Houston e encontrara algo sobre uma rádio local de Maryland.

O protocolo estava forçando a enterrar o rapaz – de aproximadamente 26 anos – como indigente, mas Mac não se convenceu. Então, ele mandou um e-mail para o radialista, perguntando se conheciam alguém na cidade com o nome de Johanna.

(...)

Danny:- Posso acompanhar a minha esposa? – Ele impediu que o elevador fechasse e entrou nele.

Lindsay:- Claro. – O silencio estava ali, mas não de uma maneira a deixa-los desconfortáveis. Aquele dia fora difícil para ela.

Danny/Lindsay:- Como foi seu dia? – Eles riram juntos.

Danny:- Tranquilo.

Lindsay:- Conturbado.

E antes que eles falassem mais alguma coisa, o elevador se abriu, fazendo-os se separar. Tinham ido em carros separados devido a distinção de horários. Agora se encontrariam em casa. Para Lindsay aquele não fora o melhor “primeiro dia de volta ao trabalho”, mas que tinha contado com seus altos e baixos e estava longe de acabar.

Lindsay subia as escadas o mais rápido que suas pernas permitiam, havia algo preso em sua garganta dificultando a respiração. Ela retirou o casaco cinza seguido pelo distintivo e por ultimo a arma, onde os jogou ao chão e começou a chorar de forma urgente. Seu corpo havia entrado em choque.

Danny:- Lindsay... Lindsay, pelo amor de Deus olha pra mim... – Ele que acabara de chegar, sentou-se no chão abraçando a esposa.

Lindsay:- Dan... Eu preciso dele... Trás meu pai de volta...

Danny tentara manter-se firme para sustenta-la, mas não conseguiu deixar de chorar ao ver o quanto ela estava devastada. Eles perderam a noção de quanto tempo passaram ali, sentados do lado de fora do apartamento, se abraçando. Com carinho, ele retirava os cabelos loiros molhados pelo choro e ajudou-a a se levantar e tomar um banho.

Ele trouxera seu chá, ela entrelaçou as mãos ao redor da caneca quente e pesada.

Lindsay:- Obrigada por tudo que tem feito por mim. Eu amo você com todas as forças que me restam.

Fora a primeira vez que ela declarou seu amor por Danny. Ele sentiu o coração pulsar mais forte enquanto ela o puxava para um beijo.

(...)

Manhattan amanhecera com fortes chuvas e rajadas de vento que chegavam ao litoral sul de New Jersey. As copas das arvores balançavam em uma sincronia perfeita com a chegada do feriado de 4 de julho.

Stella havia acordado uma hora antes de o despertador tocar. Ela andara enrolada por uma manta de microfibra vermelha indo em direção ao quarto da filha.

O tão esperado mês finalmente havia chegado.

As paredes eram em tons cinza-pastel com uma enorme coruja em tom mais escuro. Ao lado esquerdo do berço as prateleiras eram enfeitadas por ursos de vários tamanhos, e ao lado direito uma poltrona de amamentação caramelo. Perto da janela o quadro com os dizeres “Some Things Are Worth The Wait” contrastava com as cortinas de mesma cor da poltrona. O pequeno armário acomodava as cobertas e milhares de fraldas, além das roupinhas.

Mac:- Você por aqui novamente? – Ele pisava na barra da calça com cara de sono.

Stella:- Estou conferindo se está tudo pronto... – Ela virou-se para abraça-lo.

Mac:- É bom conferir todos os dias. – Ele sorriu recebendo um beliscão de Stella.

Stella:- Vou deixar a bolsa dentro do carro de uma vez...

Mac:- Não vai me dizer que está sentindo alguma coisa. Está? – Ele perguntou ansioso.

Stella:- Não, ainda não... – Suspirou frustrada –. Mas Megan disse que meu útero já está preparado, que ela pode vir em qualquer dia dessa semana. Sinceramente eu acho que ela gostou de ficar aqui dentro...

Mac:- Vamos deixar que tudo aconteça no tempo dela... Filha – abaixou-se ficando da altura da barriga de Stella – Estamos loucos aqui fora, mas só nasça quando estiver pronta. – Ele depositou dois beijos em cima de um “bolo” que se formou da barriga.

Stella:- Acho que ela entendeu.

Assim que terminaram de montar o bebê conforto e fazerem as malas para deixar no carro, o casal tomou um banho juntos e foram para o trabalho.

(...)

Jessica andava pelo departamento a todo vapor. O e-mail que Mac mandara para o radialista havia dado em alguma coisa. Johanna era secretaria de saúde em Maryland, muito conhecida na cidade, então foi fácil encontra-la. O corpo havia sido reconhecido como Gabriel King, um jovem rico que vivia como hippie por todo país. Ela era prima do rapaz que agora seria enterrado com dignidade enquanto as investigações continuariam em New York.

Lindsay:- Jessica posso falar com você? – Ela aproximou-se com cautela.

Ela ergueu os olhos diante a prima.

Jessica:- Pode.

Lindsay: - Desculpa por aquele dia... Eu fui muito grossa com você.

A morena ficou pensativa com a cara fechada enquanto Lindsay a observava. Ela agora estava com completando seus quatro meses de gravidez e a saliência na barriga podia ser notada.

Jessica:- Vou pensar no seu caso... Pensei!

Lindsay:- E?

Jessica:- É claro que sim sua boba. Eu amo você e sei que precisava de um tempo...

Lindsay:- Também amo você!

Elas se abraçaram fortemente enquanto alguns policiais as olhavam.

No laboratório, Mac assinava a papelada para liberação do corpo de Gabriel. Ele sentiu-se satisfeito por ter feito seu trabalho e encontrado a família da vitima.

Stella:- Olá!

Mac:- Oi, amor.

Stella:- Mac, eu acho que nossa filha nascerá hoje... – Stella mantinha as mãos nas costas e um sorriso enorme no rosto –. Estou tendo contrações, e acho que dessa vez a “coisa anda”.

Mac:- Não brinca... – Ele deu um pulo da cadeira e se juntou a ela –. Você tem certeza?

Stella:- Sim. Liguei para Megan e ela disse para irmos marcando os intervalos de cada contração. Estão de 40 a 40 minutos, ou seja, ainda não é um trabalho de parto ativo.

Mac:- Certo. Por que não vamos pra casa?

Stella:- Seria bom, ela pediu que eu descansasse um pouco. Mas hoje tem o aniversario do Danny... Lindsay nos chamou para jantar com eles.

Mac:- Nós vamos se você não estiver sentindo dor, ok?

Stella:- Ok!

(...)

Já era noite quando os amigos chegaram para parabenizar Danny pelos seus trinta anos. Ele estava feliz por finalmente ouvir de Lindsay o quanto o amava e levarem uma vida de marido e mulher.

Lindsay e Stella conversavam na cozinha sobre o caso e como tudo acabou, enquanto os meninos e Jessica bebiam na sala. Não era uma grande festa – já que Lindsay ainda estava se recuperando da perda –, mas era ótimo comemorar com os verdadeiros amigos.

Jessica:- Que tal uma brincadeira?

Danny:- Qual? – Ele bebia um gole do whisky.

Jessica:- Mimica! Sobre filmes...

Stella:- Eu topo.

Mac:- Eu também

Danny:- Você vem amor? – Ele falou alto o suficiente para ela ouvir na cozinha.

Lindsay:- Na próxima rodada. Estou terminando a sobremesa.

A brincadeira começou e Jessica foi à primeira. Ela fingia cantar e dançar arrancando gargalhada de todos.

Flack:- Você está com dor de barriga? – Ele não aquentou e riu ainda mais alto.

Jessica virou os olhos e apontou para Stella.

Mac:- Stella? – Ela fez positivo com o polegar e incentivou que ele continuasse falando –. Grega? Grécia?

Jessica confirmou novamente que Mac estava indo bem e continuou a fingir cantar.

Mac:- Eu não sei... ESPERA! Mamma Mia?

Jessica:- Isso, Mac. Você acertou. – Ela correu até ele e bateram as palmas das mãos.

Danny:- Sou o próximo!

O loiro começou a pular passando por Flack e afagando seus cabelos negros.

Jessica:- Te Amarei Para Sempre? – Danny não aquentou e começou a rir fazendo que não com a cabeça.

Stella:- Pular... – Ele fez sinal para que ela prosseguisse. – Animal? Comer? Já sei! Planeta dos Macacos!

Danny:- Isso, Stella!

Mac:- Sou eu?

Stella:- Vai lá e arrasa... – Ele levantou-se e abriu os braços.

Danny:- Voar? – Ele balançou a cabeça negativamente. Agora colocava um braço na frente do outro, fingindo que estava nadando.

Flack:- Nadar? Nadando? – Mac concordou e chocou-se com a parede.

Jessica:- Titanic!

Mac:- Você acertou.

Flack:- A parede era o iceberg? – Ele estava vermelho de tanto rir.

Mac:- Mais ou menos.

Stella:- Minha vez!

Lindsay aproximou-se com um copo de suco nas mãos e abraçou o marido.

A grega abaixou-se repentinamente, com a mão nas costas.

Jessica:- O Corcunda de Notre Dame! – Stella apertou os olhos tentando se endireitar.

Danny:- Já sei: A Queda?

Flack:- Stella faz algum sinal pra gente saber se está no caminho certo.

Mas Stella, curvada, não conseguia falar. Ela havia sentido uma contração no meio do dia e falado com Mac, ambos esperavam que ela desaparecesse. Naquele momento, no entanto, outra, mais intensa, tomou conta do seu corpo, e ela fechou os olhos respirando profundamente.

Lindsay:- Gente pare! Ela está em trabalho de parto.


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Notas finais do capítulo

Some Things Are Worth The Wait significa "Algumas coisas valem a espera"
Espero que tenham gostado! Comentem, só assim poderei saber a opinião de vocês :)