The proposal that changed my life escrita por Afia Messer Giovinazzo


Capítulo 53
Capítulo 53


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta O/
Eu enfrentei um bloqueio que achei que duraria para sempre e as provas finais contribuíram pra isso. Mil desculpas...
Sem mais delongas, curtam o capitulo...



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Se passara um mês desde que a noticia avassaladora sobre a fuga de Daniel Katumas caiu como uma bomba na família Messer, principalmente em Lindsay. Ela quase sempre estava com Danny – era a única forma que se sentia segura – só saia de casa para ir ao laboratório, olhava milhares de vezes antes de atravessar as ruas movimentadas da Big Apple e constantemente acordava assustada como se alguém tentasse enforca-la.

Danny precisou ir ao trabalho mais cedo naquela manhã a contragosto de Lindsay, que segurava a alça da bolsa lateral com as mãos tremulas ao ver que estava a cinco minutos do laboratório.

– Lindsay?

Alguém a chamou no meio da multidão e suas pernas cambalearam. Sem olhar para trás começou a apressar os passos até que seu ombro foi tocado por uma mão forte.

– Lindsay sou eu, Mac. – Ele segurava uma garrafa d’água e uma sacola com o que devia ser donuts com cobertura.

Lindsay:- Mac... – Sua cor havia desaparecido da face.

Mac:- Você está bem? – Apoiou a mão livre nas costas da detetive.

Lindsay:- Eu pensei que fosse... – Respirou com dificuldade.

Mac:- Desculpe-me, não foi minha intensão assusta-la. Aqui – estendeu a água – beba um pouco...

Mac apontou para os degraus da delegacia e se sentaram até que Lindsay pudesse parar de tremer.

Mac:- Você sabe que não deve ficar tão nervosa assim, ainda mais estando grávida, Monroe.

Ela sempre se esquecia da gravidez quando Danny não estava por perto, havia tanta coisa passando por sua cabeça que estava agindo de forma paranoica, mas por sorte seus amigos sempre faziam pensar no bem-estar do bebê.

Lindsay:- Eu gostaria muito de não me assustar com qualquer coisa, acredite... – Deu um sorriso amarelo.

Mac:- Stella marcou uma consulta pra você com a Megan, depois do almoço você e Danny estão liberados.

Lindsay:- Vocês não precisavam ter se preocupado...

Mac:- Preocupado estaríamos se você não começasse logo seu pré-natal.

Lindsay:- Obrigada Mac, muito obrigada mesmo.

Jessica atravessava a rua e logo viu Mac e sua prima sentados nos degraus, então apressou os passos e se juntou a eles.

Jessica:- Bom dia! Ei, aconteceu alguma coisa para estarem aqui fora? – Ela logo olhou para Lindsay.

Mac:- Não, estão tudo bem! Ela só se assustou e sentamos aqui para tomarmos um ar. Bem, já que Jessica está aqui – levantou-se limpando as mãos – vou levar donuts para Stella, acho que ela teve mais um desejo. – Deu um sorriso orgulhoso e deixou-as a sós.

Jessica:- Como você está Linds? Ontem à noite eu liguei, mas Danny que atendeu...

Lindsay:- Achei um bilhete dele hoje quando acordei falando que você havia ligado.

Jessica:- Vocês conversaram sobre o bebê?

Lindsay:- Danny disse que quer participar em tudo na vida do filho, ele está me deixando maluca com tantos cuidados, ele e meu pai...

Jessica:- Eu disse que passado o susto inicial tudo daria certo. E além do mais o Danny já explicou que tudo que você ouviu aquele dia não passou de um mal-entendido. Ele ama você, até um cego pode ver isso. – Estendeu a mão e Lindsay se agarrou para levantar.

Lindsay:- Eu nunca pensei que diria isso, mas você me parece não adulta. – Passou seus braços pelas costas de Jess e foram entrando no departamento.

Jessica:- Não deixe um salto alto engana-la. – Gargalhou.

Ambas estavam à procura de seus maridos, e logo foram informadas que os encontraria no laboratório. Não levaram muito tempo para saírem do elevador que levava ao andar da pericia criminal, Lindsay logo avistou Danny e foi ao seu encontro.

Jessica parou diante a sala de vidro e sorriu ao ver que Danny e Lindsay estavam tentando ser a família que seu sobrinho merecia ter. Logo ouviu alguém chama-la e virou-se.

Jessica:- Oi, Simon!

Simon:- Não vou tomar muito de seu tempo, só gostaria de saber como faço para concorrer à vaga de sargento...

Jessica:- Você precisa informar o Flack que gostaria de concorrer, depois fará um exame médico.

Simon:- Obrigado Angell!

Simon era um jovem muito promissor que havia ingressado na policia de New York. Ele cuidava de abrigo de gatos abandonados, então estava tentando aumentar seu salario.

Jessica:- Se quiser eu posso te ajudar... – Ela pôs a mão direita sobre o ombro de Simon e sorriu.

De repente Flack surgiu com uma expressão nada satisfeita com o que viu. Ele se aproximou e sem cumprimentar Simon saiu puxando Jess pelo braço. A morena não pode lutar muito se não cairia com todo aquele salto, mas pedia que Flack a soltasse.

Jessica:- Você ficou maluco? Me solta Don!

Ele entrou na sala de descanso e mesmo parado continuava segurando-a.

Jessica:- Donald Flack Jr me solte!

Flack:- Que roupa é essa Jessica?

Jessica:- A minha. – Ela respondeu sarcástica.

Flack:- Onde pensa que vai com essa roupa?

Jessica:- Trabalhar... – Revirou os olhos.

Flack:- Você pode voltar pra casa e trocar essa roupa.

Ela usava uma saia justa preta com risca de giz, uma blusa cor chá com duas casas de botões abertos e salto alto vernizado preto. Seu batom fosco contrastava com a belíssima maquiagem e com o tom de sua pele.

Jessica:- Quem você pensa que é pra mandar no que eu visto ou não? – Ela começou a se irritar.

Flack:- Seu marido. – Flack respondeu como se fosse óbvio.

Jessica:- Isso mesmo, meu marido, não o meu dono. – Ela ouviu-o bufar – Qual é o seu problema?

Flack:- O meu problema? É você.

Jessica:- Eu? Por acaso foi eu que saí te puxando sem motivo pelos corredores? – Perguntou raivosa.

Flack:- E por acaso foi eu que fiquei de conversinha, flertando com o Simon? – Gritou furioso.

Jessica:- Flertando? – Jess riu incrédula – Ele só estava perguntando sobre o cargo de sargento seu idiota.

Flack:- Sua mimada.

Jessica:- Seu demente.

Flack:- Sua ignorante.

Jessica:- Possessivo.

Flack:- Eu não sou possessivo! – Ele protestou.

Jessica:- É claro que não... – Ela afirmou esbanjando sua ironia.

Flack:- Eu só cuido do que é meu, é diferente. – Se aproximou de Jessica.

Jessica:- Precisava desse teatrinho todo? Seu ogro! – Retrucou ainda irritada.

Flack:- Eu posso ser um ogro, mas sou o seu ogro. Você sabe que fica maravilhosa até vestida com um saco de lixo amor... – Ele havia baixado a guarda e agora segurava os ombros de Jess.

Jessica:- Quer saber, adorei te ver com ciúmes. – Ela não aguentou manter a cara fechada e começou a rir. Flack também esboçou um sorriso e beijo-a.

Os beijos foram se aprofundando enquanto Jessica fora prensada na parede. Flack abriu mais dois botões deixando apenas um dentro na casinha. Seus seios se arrepiavam a cada mordida que seu marido depositava em seu pescoço.

Eles se esqueceram de que não haviam trancado a porta, só se lembraram quando ouviram alguém forçar uma tossida.

Stella:- Vocês dois perderam o resto do juízo que lhes restavam? – Seus brações estavam cruzados sobre a barriga e sua sobrancelha arqueada. Jessica conhecia muito bem aquele olhar.

Jessica:- É... Nós podemos explicar. Na verdade, o Flack pode explicar!

Flack lançou lhe um olhar indignado.

Flack:- Como é? Falando assim até parece que eu te obriguei a alguma coisa.

Jessica:- Stella pôde ver que você estava me prensando na parede. – Agora ela fechava os botões na blusa.

Stella:- Ei! A questão aqui não é essa. Imagina se Mac ou outra pessoa pegassem vocês dois se agarrando? Esse laboratório precisa manter a seriedade, foi bem complicado acabar com a regra que impedia colegas de se relacionarem e vocês dois quase a põem por água a baixo...

Jessica:- Mas todo mundo se beija aqui... Você e Mac, Danny e Lindsay. – Ela parecia criança com a cara emburrada.

Stella:- Não estou conversando com todo mundo Jess, estou falando com vocês. Eu não quero que isso aconteça de novo, fui clara?

Flack:- Muito transparente. – Flack tentou amenizar o clima, mas Stella não esboçou nenhum sorriso.

Jessica:- Acho melhor nós começarmos a trabalhar... – Terminou de ajeitar o cabelo e se caminhou para fora da sala.

Antes que fechassem a porta Stella ouviu Jessica dizer:

Jessica:- Que mau humor é esse?! Stella acordou com o pé esquerdo hoje.

De fato a grega não havia acordado muito bem naquela manhã. Seus pés estavam inchados assim como o resto de seu corpo. Ela acabara de completar sete meses de gravidez e não via a hora de sua filha nascer.

Mac havia comprado donuts para o café da manhã já que Stella estava obcecada por doces. Ele os deixou em cima da mesa da sala de descanso e foi para o seu escritório fazer ligações importantes para o governador.

Ela se sentou em uma das cadeiras saboreando o maravilhoso doce e logo sentiu um pontapé na barriga.

Stella:- Você adora doce não é? – A mão livre percorria toda extensão da barriga por cima do jaleco branco.

Mac:- Será que posso fazer companhia? – Ele estava com o rosto dentro da sala e o resto do corpo para fora.

Stella:- Claro, dentre!

Mac foi até a máquina e pegou um café.

Mac:- Passei pela Jessica e ouvi algo sobre “Stella está pior que medusa”. – Se sentou perto de Stella.

Stella:- Eu vou matar a Jessica... – Bufou dando mais uma mordida.

Mac:- Então ela não está totalmente errada... – Ele escolhia as palavras antes de dizê-las – O que foi?

Stella:- Sua filha achou muito engraçado praticar passos de ballet na minha barriga durante a noite...

Mac:- Ela vai ser bem agitada, não para um segundo aqui dentro, – ele agora estava com as mãos na barriga de Stella – imagina aqui fora.

Stella:- Falta tão pouco agora... Daqui a dois meses estaremos trocando fraldas.

Mac sorriu imaginando a loucura que viraria aquele apartamento.

Stella:- Hoje podíamos terminar de comprar os móveis e chamar algum decorador.

Mac:- Claro! Adam tem um amigo que faz design de interiores, se quiser posso conversar com ele enquanto você tenta descansar um pouco.

Stella:- Vou aceitar a oferta. – Deu um selinho em Mac.

Mac:- Já ia me esquecendo, eu consegui falar com o governador e ele me deu permissão para requerer as fitas das câmeras de segurança da prisão de Montana, chegará à tarde.

Stella:- Ótimo! Nós precisamos encontrar alguma coisa que nos leve a Daniel Katumas antes que ele encontre Lindsay.

Mac:- E precisamos disso rápido...

Stella:- Aconteceu alguma coisa?

Mac:- Eu estava voltando da padaria e vi que ela estava indo em direção ao departamento, assim que a chamei ela congelou. Ela não está nada bem...

Stella:- Danny me contou que ela está vivendo trancada em casa, não atende telefone, não sai sem ser para trabalhar, não dorme sem ter pesadelos horríveis com as amigas mortas... Eu realmente estou preocupada com ela amor.

Mac:- Vou falar com Danny para aconselha-la a procurar um psicólogo enquanto não encontramos esse monstro.

Stella:- Faça isso. – Sorriu levantando-se e despediu de Mac com outro selinho.

Passava das 13h00min quando as caixas contendo as fitas de segurança do presídio de Montana chegaram ao laboratório. Junto às caixas havia arquivos sobre o caso, evidências, depoimentos dos pais das adolescentes inclusive o depoimento de Lindsay.

A mesma olhava pela janela de vidro toda aquela movimentação no laboratório e um nó se formou em seu estomago. Não demorou em ser retirada de seus devaneios pela chegada de Danny.

Danny:- Está na hora Montana. – Ele trazia consigo um sorriso bobo no rosto que não passou despercebido por Lindsay.

Lindsay:- Está feliz?

Danny:- Tá brincando?! Vou a primeira consulta do meu filho e você está perguntando se estou feliz?

Lindsay:- Ok Danny, vamos logo antes que você tenha um ataque de ansiedade.

Eles passaram pelos corredores onde puderam ver todos os amigos reunidos em frente às caixas. Stella havia marcado a consulta justamente para que Lindsay não estivesse presente e pudesse reviver o passado. Danny piscou para Jessica que entendeu o comando e começou a romper a fita vermelha que fechava as caixas.

No centro da cidade Danny procurava uma vaga mais próxima ao hospital que Megan trabalhava. Não demorou a chegarem já que ficava a seis quadras do laboratório. Eles entraram e foram imediatamente para a recepção onde Lindsay fez a ficha que foi encaminhada ao consultório.

– Lindsay Monroe? – Uma voz suave a chamou.

Lindsay:- Olá!

Megan:- Eu quase não acreditei quando Stella ligou marcando a consulta... – Ela abraçou-a. Megan de fato era baixa, Lindsay parecia gigante perto dela – Oi Danny! Entrem por favor...

O consultório era decorado com vários gráficos explicando as fases da gravidez e fotos de bebês. Eles se sentaram diante a Megan que começou a fazer perguntas para Lindsay.

Megan:- Você fez um ultrassom, certo?

Lindsay:- É eu queria ter certeza que estava grávida...

Megan:- Eu não estava aqui quando você veio, mas o médico que lhe atendeu me deu uma cópia do exame... Então Lindsay, como tem passado?

Lindsay:- Eu não estou sentido nada pra falar a verdade... Às vezes não acredito que estou grávida.

Megan:- Cada organismo reage de um jeito, mas você sentirá mudanças no seu corpo.

Danny:- Megan tem alguma coisa que possa receitar para Lindsay? Ela não tem se alimentado muito bem. – Ele recebeu um olhar descontente de Lindsay.

Megan:- Está acontecendo alguma coisa Lindsay? – Ela agora havia parado de escrever e voltou sua atenção para Lindsay.

Lindsay:- Minha vida tá uma loucura, não é sempre que tenho fome...

Megan:- Entendo, mas não pode ficar sem comer. Os três primeiros meses são cruciais em uma gestação. Lembre-se que você está dividindo nutrientes com seu bebê e ele precisa deles para desenvolver. Eu posso passar vitaminas e o ácido fólico, mas eles não substituem refeições.

Danny:- Isso já vai ajudar... Megan, eu tenho algumas perguntas – Lindsay o olhou surpresa por ele está tão interessado – será que poderia respondê-las?

Megan:- Claro! – Ela sorriu para Lindsay que o olhava com atenção.

Danny:- Ela pode continuar trabalhando em campo?

Megan:- Por enquanto sim Danny. Lindsay, só peço que você não fique horas em pé e que tenha cuidado caso tenha que correr... Assim como disse a Stella, estou dizendo pra você, não fique sozinha em uma cena de crime.

Danny:- Certo. E quando poderemos saber se será menino ou menina? – Ele esperou tanto para fazer a pergunta que quando perguntou deu para perceber seu entusiasmo.

Lindsay:- Vai com calma Danny! – Um sorriso surgiu em seu rosto seguido pela risada de Megan.

Megan:- Provavelmente no 5º mês. Vai demorar um pouquinho ainda.

Danny:- Tudo bem...

Megan:- Mais alguma pergunta?

Danny:- Por enquanto é só.

Megan:- Então, vamos ao ultrassom?!

De imediato Danny levantou-se seguido pelas duas mulheres. Lindsay deitou-se em uma cadeira reclinável e levantou a blusa roxa que vestia. Megan colocou a luva de látex e ligou o aparelho de ultrassom.

O loiro não perdia um detalhe durante o exame, ele sempre enchia Megan de perguntas sobre o que estavam vendo na tela. Ele já não esperava entender todos aqueles borrões, só não sabia que ficaria tão emocionado ao ver seu bebê abstrato. Lindsay secava as lágrimas que escorriam pela lateral do rosto e sentiu Danny apertando seu ombro.

Megan:- Aqui – Estendeu uma caixa contendo lenços de papel.

Lindsay:- Obrigada...

Danny:- Isso é incrível... Como algo tão pequeno pode se tornar a coisa mais importante da sua vida?! – A pergunta foi mais para si mesmo.

Megan:- Vão quer uma foto?

Lindsay fez que sim com a cabeça e em seguida retirou o gel restante de seu abdômen.

Megan:- Está tudo ótimo com o bebê de vocês, pelo que vi você está com nove semanas. – Ela pegou um gráfico e começou a calcular no calendário do celular – Veja a data do parto provavelmente será no natal.

Lindsay:- Meu pai surtar, o aniversário dele é na semana do natal.

Logo a médica entregou duas fotos do ultrassom – uma para os pais do bebê e outra para Joseph – e eles foram embora cheios de sorrisos nos rostos.

No laboratório Stella acabava de rever as evidências do “Caso Lindsay”, ela concordava com a perícia feita pelos criminalistas de Montana, exceto por uma coisa: As três amigas de Lindsay; Lauren, Louise e Kira haviam levado tiros no tórax, mas Cheryl levou no rosto.

Stella:- Mac olha isso...

Mac parou o que estava fazendo e logo notou o que Stella queria dizer.

Stella:- Segundo o depoimento de Lindsay, Daniel entrou no bar e logo atirou em Cheryl. Tiro na face é pessoal Mac...

Mac:- Jessica, nos depoimentos diz algo sobre Daniel e Cheryl terem alguma ligação?

Jessica:- Já li dezenas de vezes e nada...

Sheldon:- Vocês viram o ângulo desse tiro? – Ele pegou a foto onde mostrava Cheryl baleada na cabeça – Ele teria que ter treinamento militar para acertar a garçonete dessa distância.

Mac:- Não temos um padrão aqui. Primeiro ele entrou no bar, atirou em Cheryl na cabeça, depois Kira, Louise e Lauren no tórax. Resta-nos saber se ele teve sorte em acertar o primeiro tiro em um lugar fatal ou se ele acertou as meninas no tórax pelo fato do alvo ser maior.

Adam:- Chefinho, você vai adorar ver isso... – Adam pôs a caneta atrás da orelha e deu espaço para que os amigos pudessem ver o que estava na tela do computador – Usei a informação que Sheldon deu sobre Daniel ser militar e não achei nada. Mas, quando aconteceu o crime, Montana não tinha nenhum banco de dados, então após o julgamento eles encerraram o caso e arquivaram a papelada. Eu peguei essa foto – ele deu zoom no rosto de Daniel fugindo do presídio – e voltei alguns anos e encontrei uma combinação...

Mac:- Lembre-me de dar um aumento a você.

Adam:- – Sorriu se espreguiçando – Katumas serviu por dois anos no Golfo.

Stella:- Ele sabia o que estava fazendo quando atirou em Cheryl.

Jessica:- Eles se conheciam...

Mac:- Bom trabalho pessoal. Agora guardem as evidências que Lindsay está chegando, continuamos a investigação em nossas salas.

Haviam dado um grande passo com a Descoberta de Adam e continuariam a investigar o passado omitido por Daniel Katumas.

Flack foi para o departamento; ele iria ligar para seu contato no exército, Mac iria usar a vitimologia para conhecer Cheryl e refazer seus passos até o dia do crime. Jessica foi para o escritório de Stella, onde tentavam encontrar uma imagem ao vivo de Katumas em New York.

Até o final de seus turnos não haviam descoberto nada que pudesse ajudar a encontrar onde o criminoso estava se escondendo.

Assim como haviam combinado, Mac e Stella iriam passar em lojas infantis para comprarem o que faltava – berço, banheira, cômoda, roupas, e o papel de parede – praticamente tudo e mais tarde Lindsay e Jessica passariam em seu apartamento para ajudarem.

Eram 20h00min quando elas chegaram e bateram na porta. Stella estava no sofá da sala cercada por roupinhas de bebê e logo se levantou.

Stella:- Oi meninas! – Jessica respondeu enquanto Lindsay apenas acenou com a cabeça.

Jessica:- Então, não vai nos convidar para entrar? – Ela se pronunciou quebrando o silêncio.

Stella:- Não... Vou deixar vocês duas ai plantadas. – A grega respondeu rindo da cara de indignada de Jess – Entrem logo, desde quando precisam de um convite?

Lindsay:- Er... Desde quando nos mudamos? – Respondeu divertida. Ela estava mais sorridente após a consulta.

Stella:- Ah parem com isso... – Respondeu sentando-se novamente no sofá vendo Jess fechar a porta – Então, como foi a ultrassom? – Perguntou curiosa.

Lindsay:- Megan disse que está tudo bem e que... – Antes de conseguir terminar um grito assustado vindo de Stella a interrompeu.

Jessica:- Stella? O que foi? – Ela levantou-se num pulo.

Stella:- Hoje ela está acabando com meus órgãos... – Suas mãos estavam sobre o vestido verde onde o bebê havia dado um belo chute.

Mac:- O que aconteceu Stell? – Ele apareceu na sala com os cabelos atrapalhados e com a camisa aberta.

Stella:- Eu acho que são contrações de Braxton...

Jessica:- Isso morde? – Sua sobrancelha estava arqueada.

Lindsay riu e explicou:

Lindsay:- São contrações de treinamento.

Stella:- Elas começam a aparecer por volta do 7º mês. O corpo está preparando para quando eu entrar em trabalho de parto entendeu?

Jessica:- Entendi... E doí? – Seus olhos ainda estavam arregalados.

Stella:- É como se colocassem um aparelho de medir pressão na minha barriga... Fica dolorido no momento, mas logo volta ao normal.

Mac:- Ela está inquieta, provavelmente louca para sair daqui. – Ele beijou o lugar onde a filha estava chutando – O papai ama você. Vocês. – Se levantou depositando um beijo nos lábios de Stella.

Stella:- Nós também te amamos.

Lindsay deixou uma lágrima rolar observando a cena e imaginando como se sentiria quando seu bebê chutasse pela primeira, enquanto isso Jessica fungava fingindo não está emocionada, mas seus olhos marejados e a expressão de mais pura felicidade a entregava.

Jessica:- Eu não acredito que minha afilhada chutou e até hoje eu não senti. – Reclamou indignada assim que Mac saiu alegando que precisava voltar ao trabalho.

Lindsay:- Sua afilhada? A afilhada é minha! – Retrucou.

Jessica:- Nada disso! Você já vai ter um bebê, eu não tenho nenhum... Então a afilhada é minha! – Stella observava a cena com um sorriso divertido.

Lindsay:- Você tem o Luke, não reclama.

Jessica:- É diferente.

Lindsay/Jessica:- STELLA!

Stella:- Não me metam nisso...

Jessica:- Mas eu quero ser madrinha do bebê. – Falou docemente.

Lindsay:- Mac eu também quero da... – Pediu notando que não sabiam o nome da menina. – Stella?

Stella:- Sim?

Lindsay:- Qual o nome da sua filha?

Jessica:- É mesmo Stella, você ainda não nos contou...

Lindsay:- Viu? Eu vou ser uma madrinha melhor, essa coisa do meu lado nem percebeu que não sabia o nome do bebê.

Jessica:- Ah cala a boca Lindsay! – Reclamou se virando para Stella – Então Stell?

Stella:- Eu e Mac pensamos muito e resolvemos por...

Jessica:- Fala logo Stella. – Lindsay e Jessica disseram em uníssono.

Lindsay:- Meu Deus que suspense... O que está esperando para contar?

Stella:- Vocês duas calarem a boca?!

Jessica:- Stella! – Protestou.

Stella:- Maya.

Lindsay:- O que? – Perguntou confusa.

Stella:- O nome da minha filha é Maya.

Jessica:- Ai meu Deus, que nome lindo! – Jessica afastou as roupas no sofá e sentou-se abraçando Stella.

Lindsay:- Eu amei Stella!

Stella:- Lindsay se junte ao abraço... – Lindsay sentou-se do outro lado e abraçou Stella.

Jessica:- EU SENTI. – Gritou separando-se.

Lindsay:- Sentiu o que maluca?

Jessica:- A Maya chutar. Vem Linds...

Stella aproveitou que as amigas estavam presentes e começaram a retirar as etiquetas das roupas e guarda-las nos novos móveis que haviam comprado. Maya dormiria no quarto que antes pertencia a Jessica – por ser mais perto do quarto dos pais e espaçoso –. Depois que deixaram as coisas ajeitadas, foram na cozinha jantarem o que Mac havia preparado.

Passava das 21h40min quando o celular de Lindsay avisou que havia uma nova mensagem.

Lindsay:- Meninas eu tenho que ir...

Stella:- Mas já?

Lindsay:- É meu pai quer passar um tempo maior em New York e encontrou uma casa para alugar, ele quer que eu dê uma olhada.

Jessica:- Quer que eu vá com você?

Lindsay:- Não Jess, tudo bem. Fique com Stella até Mac chegar.

Por mais que não quisesse sair sozinha, ela preferia que Jess ficasse com Stella.

Stella:- Eu estou bem baixinha, vá com Jessica.

Lindsay:- Não Stell, eu não posso mais ficar me escondendo. E meu pai vai estar lá... – Ela levantou-se e as amigas a acompanharam até o estacionamento do prédio.

Jessica trouxera um filme e foram para o sofá assistir. Era “O silêncio dos inocentes”, considerado um clássico pela morena. Stella sentou-se ao lado da amiga e dividiram uma barra de chocolate.

Os vinte primeiros minutos do filme haviam passado, mas deram pausa, pois o celular de Stella tocava.

Ligação ON~

– Amor?

– Oi Mac! Descobriram alguma coisa?

– Descobrimos a relação entre Cheryl e Daniel, eles eram noivos. Flack falou com o comandante da base que Katumas serviu no Golfo. Ao que tudo indica, ele queria se mudar de Montana com Cheryl, mas a garçonete não tinha a mesma vontade.

– Excelente!

– Eu liguei para o delegado de Montana e ele era o policial do caso na época. Disse que o bar era o lugar que os policiais paravam para tomar café ou beber cerveja e que naquela noite em especial ele deveria estar fechado. Eu perguntei se ele conhecia Cheryl ou se havia visto os dois juntos e então ele disse que ela namorava o proprietário do lugar.

– Ela o traía?

– Sim. Encontramos também uma propriedade no nome de Daniel aqui em New York, ele provavelmente a comprou para viver com Cheryl. Diga a Lindsay que o encontramos, ele está na casa.

– Ela foi embora. Joseph ligou pedindo que o encontrasse. – Stella falou aliviada.

– Como é? – Stella só percebeu nesse momento que o celular de Mac estava no alto-falante.

– Stella aqui é o Danny... Onde Lindsay está? – Sua voz saiu falha.

– Ela foi encontrar o pai, faz uns trinta minutos... Gente, o que foi? Vocês estão me assustando...

– Joseph está bem na minha frente Stella... Ele armou tudo, ele está com minha mulher. – Ela ouviu uma confusão de pessoas correndo até que a ligação caiu.

...

Ligação OFF~

Lindsay dirigia pelo lado norte da cidade, onde havia condomínios mais afastados do centro. As casas eram antigas com grandes jardins na frente, elas ficavam a certa distância uma das outras. As árvores faziam barulho à medida que o vento batia em suas folhas secas, estava muito escuro e Lindsay forçava as vistas tentando enxergar os números das casas pela janela aberta do carro.

A casa em questão ficava ainda mais afastada das outras. Esta tinha as paredes descascadas pelo tempo e alguns vidros da única janela quebrados. Ela certamente precisava ser reformada – Lindsay pensava enquanto andava pelo jardim sem vida à procura do pai –. A detetive precisou forçar a porta ao entrar na casa pouco iluminada.

Lindsay:- Pai?

Silêncio.

Estava difícil enxergar um caminho livre para pisar, mas Lindsay se lembrou de que o celular estava no bolso de trás da calça Jeans. Ela se assustou com tantas chamadas perdidas de Danny e Jessica no visor, porém o que aconteceu em seguida fez brotar de cada poro o medo.

Era Katumas. Em um rápido movimento ela pode sentir sua fungada em seu pescoço e uma faca comprimindo sua espinha.

Katumas:- É fascinante como corpo é extremamente sensível à possibilidade de ameaças... Quanto tempo Monroe, receio que sentiu minha falta...

Ela ficou sem reação. Tentou balbuciar alguma coisa, mas fracassou.

Katumas:- Agora você vai jogar o celular no chão e se sentar no sofá para colocarmos o papo em dia. – Ele estava calmo e sorridente. Lindsay apenas obedeceu ouvindo o celular ser esmagado pelo pé magro de Katumas.

Agora podia sentir algo revirar em seu estomago e as mãos tremerem junto ao resto do corpo.

Katumas:- Faz o que, uns dez anos que não nos vemos? Da ultima vez você disse que me viu com uma espingarda nas mãos e respingos de sangue pelo rosto. Meus olhos eram... – Ele aproximou-se dela passando a faca pelo rosto em choque – qual foi mesmo a palavra que você usou? Vazios!

Lindsay:- Pelo amor de Deus...

Katumas:- Shhhh! Não use o nome do criador em vão. – Ele agora andava usando a faca de cozinha para coçar a cabeça – Sabe Lindsay, sua vida seria diferente se tudo não tivesse acontecido, pense comigo... Se eu não tivesse acertado os corações de Kira, Loiuse e Lauren você nunca teria se tornado essa mulher forte, que busca a justiça incansavelmente e que ainda conheceu aquele loirinho tolo. Você devia-me agradecer...

Lindsay:- Agradecer? Por ter feito da minha vida um inferno real? – A cena das amigas mortas passava em sua mente enquanto as lágrimas molhavam a face.

Katumas:- Eu vou lhe contar uma história, mas, por favor, terá que prometer que morrerá com ela. – Ele gargalhou roucamente – Aquela noite só Cheryl iria para o paraíso...

Ela ouvia sem entender o que Katumas estava dizendo.

Katumas:- O bar deveria estar fechado enquanto minha noiva repunha as bebidas, assim como fazia todas as quintas feiras. Você não imagina a surpresa que tive ao ver que havia um bando de adolescentes conversando sobre o quanto o cara na loja de conveniências era bonito. Assim que vi a vida deixar os olhos de Cheryl, senti uma coisa crescer dentro de mim... Eu pensei que entraria em pânico, mas não... Eu senti um enorme prazer que instantaneamente me fez atirar novamente, novamente e novamente... Eu tinha tudo sobre controle. Acredita que logo depois do banho de sangue senti uma vontade absurda de usar o banheiro? E foi ai que você me viu, mas infelizmente eu não há vi.

O choro já estava alto.

Katumas:- Eu me pus diante a minha Cheryl, eu a encontraria no paraíso e ficaríamos juntos para sempre, mas ouvi o barulho dos gatilhos das armas dos policiais... O resto você já sabe. Lindsay, a culpa por ter acontecido isso com suas amigas foi apenas sua. Não estava nos meus planos mata-las, mas você resolveu comemorar seu aniversário justamente naquele dia...

Lindsay sentia tanta dor no coração que estava difícil respirar. O que Daniel acabara de dizer a destruiu por completo, suas pernas estavam bambas que se tentasse levantar iria de encontro ao chão.

Ao lado de fora Danny e Joseph ouviam com atenção cada movimento dentro da casa. Eles haviam chegado há poucos minutos e logo a casa estaria cercada de viaturas. Jessica pediu que as sirenes fossem desligadas para não deixar Daniel agitado e fazer alguma besteira. O detetive olhava pela janela procurando um ângulo para acertar o criminoso, mas fora em vão.

Katumas:- Preciso terminar o que comecei. – Ele agora a tinha em seus braços.

Joseph:- Solta minha filha seu desgraçado.

Ele entrara na casa sem que Danny pudesse detê-lo e pulou em Katumas. Todos ouviram o grito que Lindsay deu quando sentiu a faca cortar seu ombro, e logo veio outro grito abafado. Joseph olhava para a faca gravada ao peito e imediatamente foi ao chão.

Tudo parecia estar em câmera lenta.

Jessica descarregou a Glock 22 por todo o corpo de Katumas que caiu com as pupilas dilatadas no chão de madeira velha. Danny correu até a esposa que gritava enquanto sua mão tremula passava pelo rosto pálido do pai.

Joseph:- Fil.. Filh...

Danny:- Joseph... Pelo amor de Deus, você precisa resistir... EU PRECISO DE UMA AMBULANCIA. – Ele gritava com o resto de ar que sobrara em seus pulmões.

Joseph:- Está tudo b... Está tudo bem garot...

Lindsay:- Shhhhhh – Seu choro era compulsivo.

O restante da equipe estava paralisada vendo Jessica cair de joelhos perto do tio engasgado com sangue.

Joseph:- Filhos... – Ele conseguiu olhar para Flack e Danny –Cuid... – Tossiu cuspindo um jato de sangue– cuide bem delas...

A vida de Joseph abandonou seus olhos e sua mão se abriu em volta dos dedos da filha que gritava chamando o pai de volta.

Em trinta minutos o corpo de Katumas estava envolto pelo saco preto de autópsia. Ele havia aberto a ferida que existia em Lindsay e transformara em uma enorme cratera que nem mesmo o tempo fecharia.

Jessica soluçava encostada na jaqueta de Flack que apoiava as mãos no corpo da morena evitando que ela caísse novamente.

Danny:- Lindsay... Está na hora. – Seu rosto estava completamente molhado pelas lágrimas.

Sid trazia o saco preto para envolver o corpo morto de Joseph, mas Lindsay não queria deixar o pai.

Lindsay:- Não... Ele vai acordar. Eu sei que ele vai... – Ela tentava sorrir secando as lagrimas e manchando o rosto com sangue que escorria feito cascata de seu ombro.

Stella: - Lindsay olha pra mim... Ele se foi, não vai mais voltar. – Stella se manteve dentro do carro até ouvir os tiros deferidos por Jessica. Agora ela havia conseguido fazer Lindsay se levantar e olha-la nos olhos.

Passou-se uma, duas, talvez três horas até que Lindsay saiu da casa acompanhada por Danny e Stella. O loiro havia buscado uma jaqueta da equipe para aquecê-la e caminhava em direção à ambulância que prestaria os primeiros socorros ao corte profundo que Katumas causara.


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Notas finais do capítulo

Eu pesquisei, assisti novamente o episódio do julgamento, e Daniel Katumas realmente é o nome do assassino das amigas da Lindsay. Eu achei bem broxante já que Danny tbm tem o mesmo nome. Eu quero ser fiel a serie, por isso resolvi manter o nome mesmo a contragosto.
Beijos e por favor comentem!