Royals escrita por BabyMurphy


Capítulo 5
"Le dernière note..."


Notas iniciais do capítulo

Acho que vou mudar os dias de atualização para as quintas, toda quarta eu esqueço. .-.
Enfim, capítulo muito importante, ou não.
Espero que gostem.



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5

Algo inesperado aconteceu na terceira semana em que estávamos em Ohio. Meu pai recebeu uma ligação dizendo que o exército inimigo havia recuado por completo, e que nosso pequeno reino estava habitável mais uma vez. Isso significava que iriamos nos mudar, de novo.

Eu fiquei meio nervoso quanto a isso, finalmente tinha achado um lugar na qual não me sentia como um peixe fora do aquário. Minha mãe me mandou fazer as malas, as chances de eu poder me despedir de Rachel e Blaine eram extremamente pequenas. Mas como diz um dos meus autores preferidos, o mundo não é uma fabrica de realização de desejos.

Burt, meu pai, decidiu ir antes que todos nós para se certificar de que tudo estaria em bom estado, ou pelo menos em um estado aceitável, quando chegássemos. Ele partiu na sexta e nós iriamos no sábado à tarde.

Petit Prince? – Ouvi a voz de minha mãe enquanto ela abria a porta.

– Sim? – Lhe olhei nos olhos. Ela sentou na ponta de minha cama.

– Nós não vamos mais voltar para Costa Lune. – Ela tinha o olhar triste.

– O que aconteceu? Papai está bem? – Ela baixou o olhar.

– Querido, fomos atacados de surpresa. Seu pai está preso no castelo. Está seguro, mas não consegue voltar. – Ela sorriu torto ao ver minha aflição. – Vai ficar tudo bem.

– E quanto as buscas pela princesa de Costa Etóile? – O sorriso sumiu de seu rosto.

– A cada dia que se passa temos mais confirmações de que ela e a Rainha morreram. – Ela suspirou. – Não vamos perder nossas esperanças, Petit Prince.

– É isso que venho tentando fazer há mais de cinco anos, mamãe. – Me joguei na cama e fechei os olhos.

Se essa princesa aparecesse talvez as coisas mudassem. Nossos soldados já estão sem esperanças de uma vitória. Eles precisam de uma motivação. Se eu não consigo motivar simples soldados, como um dia vou governar um reino?

Nem os pensamentos a mil venceram o sono. Depois de alguns minutos meu consciente vagou pelo vácuo entre o espaço tempo.

–//-

Já era segunda-feira e eu não tinha nenhuma notícia do meu pai. Eu só queria um pequeno sinal de que ele estava bem. A preocupação tomou conta e um peso se hospedou nas minhas costas. Não quero perder mais ninguém nessa batalha.

– Kurt? – Finn colocou a mão sobre meu braço.

– Eu estou bem. – Lhe olhei e sorri.

– É, posso ver como está radiante. – Ele disse sério e saiu.

Hoje era o dia em que não estava com cabeça para nada, principalmente para a escola. Muita coisa se passava pela minha mente ao mesmo tempo. Minha cabeça latejava e os olhos doíam conforme a claridade. Alguns médicos diriam que eu estava com um resfriado. Mas já me senti assim antes, e posso dizer exatamente o que se passa. Medo.

O simples medo de perder o único homem que eu amei e confiei nos últimos anos. Já perdi meu maior herói. Meu avô morreu quando eu tinha cinco anos, no mesmo dia em que abandonamos Costa Lune. Ele me disse que iria ficar e lutar, que salvaria nosso lar.

Eu ainda estava o olhando quando a bala atravessou o seu peito. Ele sequer reagiu.

Naquela noite eu perdi não só meu avô, mas também o homem que me contou tudo o que eu sabia até então. Todas as histórias, contos de fadas, contos históricos. Perdi o meu professor. Mas eu nunca esqueci os últimos acordes que ele me ensinou.

– Posso saber o motivo do olhar vago? – Os cachos entraram em foco aos poucos.

Blaine tinha um sorriso no rosto. Mas não era seu melhor sorriso. Geralmente quando ele sorri os olhos enrugam nos cantos e seus eles diminuem e brilham.

Então esse era o sorriso de conforto dele?

– Nada demais. – Respondi e fechei meu armário.

– Irei respeitar o seu espaço. – Ele deu um paço para trás. – Mas eu sei que é algo. – Ele piscou e saiu pelos corredores.

Eu sorri involuntariamente e o segui até a nossa próxima aula.

–//-

Depois da discussão entre Quinn e Rachel, todos passaram a cuidar cada movimento que a baixinha fazia. Se elas ficassem no mesmo corredor, era certo que a atenção era toda delas. Eu não estava nem ligando, o problema dela não era comigo.

Porém, alguns rumores começaram a surgir. Quinn teria um namorado novo, e ele era novo na cidade, era alto e muito bonito.

– Eu não acredito nisso, Finn. – Ele me olhou assustado.

– Kurt, eu não estou namorando essa garota, ela só está dando em cima de mim. – Ele se defendeu. – Não tenho culpa que sou tão bonito e as gurias morrem de amores.

– Graças aos céus você é humilde. – Ele riu. – Ela não é coisa boa, Finn. Se afaste dela.

– Por quê? – Ele arqueou uma sobrancelha. – Só por que ela se desentendeu com a Rachel que é sua amiguinha? Você tem seus amigos aqui, Kurt, está na hora de eu achar os meus.

– O que eu mais quero é que você se encaixe do mesmo jeito que eu, mas não com ela. – Ele olhou pro lado. – Estou dizendo que ela é encrenca.

– Eu posso descobrir isso sozinho. – Ele disse e logo seguiu pelo corredor.

–//-

As aulas de história estavam ficando cada vez melhores. O assunto ainda era a minha antiga casa, mas eu não me importava mais, pois todos achavam que era uma história infantil.

– Professor, isso parece um conto da Disney, não tem como acreditar que seja real. – Disse uma garota morena no fundo da sala.

– Eu sei, e é esse fato que torna tudo isso fascinante. – Ele tinha um sorriso no rosto. – Um conto de fadas em pleno século XXI. – Ele bateu palmas. – Vocês não percebem que esse príncipe e essa princesa tem a idade de vocês? Pode ser o carinha com quem você ficou na última festa. – Ele apontou uma garota loira que riu. – Ou pode estar do outro lado do mundo. O dia em que eles se pronunciarem será conhecido mundialmente.

Com toda a certeza o Príncipe não era o carinha que aquela menina pegou em sua última festa, e ele não estava do outro lado do mundo. Ele estava aqui, olhando seu professor de história idolatrar sua tragédia. Era engraçado vez a animação do professor em relação aos reinos.

– Bem, nós já tivemos muitas aulas sobre Costa Lune e Costa Étoile, acho que podemos ter nosso primeiro trabalho. – A sala inteira explodiu em um único suspiro.

– Ah, não. – Rachel resmungou. – Odeio esse professor.

– Trabalho em duplas, na minha mesa amanhã. – Ele riu dos resmungos vindos de todos os cantos da sala. – Façam algo bom.

Era óbvio que minha dupla seria a Rachel, quem mais seria?

– Rachel, podemos fazer o trabalho na sua casa hoje? – Ela fez uma careta.

– Não. – Ela olhou para cima como se procurasse seus pensamentos. – É, não vai dar. Pode ser na sua?

Um frio percorreu minha espinha. Como eu levaria Rachel na mansão Hummel sendo que eu lhe disse que era bolsista e que minha família era extremamente pobre. Fiz uma careta pior que a dela e então suspirei.

– Não acho uma boa ideia. – Ela pegou minha mão.

– Kurt, não vou julgar a sua casa. Eu sei que você não é um dos mais bem sucedidos daqui. – Seu olhar era de conforto.

– Tudo bem. – Suspirei.

Enquanto ela anotava os tópicos que o professor exigia no trabalho, mandei uma mensagem para Finn.

Rachel irá lá em casa fazer um trabalho de história, iremos andando. E tem outra coisa, ela acha que somos pobres. Pode preparar tudo para quando chegarmos?

Obrigado, K.

A resposta veio em breve e estava tudo certo.

Quando saímos da escola passamos a caminhar a oeste. A mansão não era muito longe, mais ou menos umas quatro quadras. Conforme íamos nos aproximando, as casas iam ficando maiores, assim como os olhos de Rachel.

Quando paramos em frente a mansão ela franziu a testa.

– Achei que você era pobre, Kurt. – Ela arqueou uma sobrancelha.

– Minha mãe trabalha aqui. – Ela assentiu.

– E você pode ficar aqui? – Ela subiu alguns degraus.

– A dona da casa tem uma afeição por mim. – Dei de ombros e abri a porta.

Rachel soltou um “wow” quando deu os primeiros passos dentro da casa. Finn surgiu da cozinha comendo uma maçã e apontou para o quintal. Subiu as escadas e desapareceu.

– Fique aqui, vou falar com a minha mãe. – Coloquei minha mochila sobre a mesa de canto.

– Kurt, não me deixe sozinha aqui. – Ela segurou meu braço.

– Vejo que temos visitas. – Ouvi a voz de Elizabeth.

Ela nos encarou por um tempo de cenho franzido. Devido a sua expressão eu sabia que Finn não tinha lhe avisado sobre Rachel.

– Sra. Elizabeth. – Sorri e ela franziu ainda mais o cenho.

– Está tudo bem, Kurt? – Ela se aproximou e notou a mão de Rachel em meu braço.

– Claro. – Ela olhou para Rachel e depois para mim. – Eu explico depois. – Sussurrei e subi as escadas com Rachel em meu encalço.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Deixem Reviews e se quiserem recomendar, eu não me importo ^-^
Até a próxima, xoxo.



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