Royals escrita por BabyMurphy


Capítulo 2
"Les pianistes sont des gens bien..."


Notas iniciais do capítulo

Vocês são simplesmente os melhores leitores



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2

Eu estava completamente assustado com toda a história dos reinos, que acabou sendo a minha história. Minha respiração estava acelerada e eu comecei a suar frio. O professor fez questão que eu saísse e tomasse um copo de água. Ele também pediu para Rachel me acompanhar.

– Por que tá tão nervoso? – Ela tentava segurar um sorriso.

– Não gosto de falar em publico. – Respirei fundo e sorri.

– Eu já sou bem diferente. – Ela gargalhou. – Que tal darmos uma volta pela escola? Assim você se acalma e eu não preciso ficar naquela sala.

E então nós fomos. Demos uma volta inteira. Fomos ao refeitório, eu tomei um copo de água, então fomos em todas as salas vazias. Passamos por todos os corredores, e então passamos por uma porta na qual emitia um som.

Não era um rangido que qualquer porta emitiria, era uma música. Olhei para Rachel e ela estava sorrindo. Ela entrou no lugar e sentou em uma das cadeiras do auditório. Sentei-me ao seu lado. O moreno no palco dedilhava as teclas de olhos fechados, como se fizesse isso desde que era um pequeno embrião.

– Isso é...? – Comecei a falar quando reconheci a música.

– Sim, Katy Perry. – Ela gargalhou, o que chamou a atenção do moreno.

Ele parou de tocar e nos olhou assustado. Apesar da distância, pude ver suas bochechas se tornarem avermelhadas. Rachel revirou os olhos e gargalhou mais uma vez. Ela se levantou e seguiu para o palco.

– Não fique assim, poilu. – Ela sentou no banco do piano.

– Não... – Ele correu e a empurrou. – Apenas pessoas autorizadas, moins.

Eu fiquei assistindo a cena e pensei por um momento se eles seriam namorados, mas eram parecidos demais, não na aparencia, mas no jeito de sorrir e nos olhos, que pareciam brilhar sempre que falavam de algo importante.

– Vocês falam frânces? – Arqueei uma sobrancelha.

– Aparentimente, oui. – Ele gargalhou.

– Nossa mãe nos ensinou... – Rachel achou um banco qualquer e sentou, virada de costas para a plateia inexistente. – Ela nos contava a história de Costa Lune e Costa Étoile. Acho que vou me dar bem esse ano, sei essa história de cor e saltiado.

– Jura? – Minha voz saiu esganiçada.

– Você conhece essa história,... – Ele parou. – Ah, desculpe, mas não sei o seu nome.

– Kurt. – Respondi e ele sorriu.

Enchanté. – Seu sorriso era largo e com isso o canto dos olhos enrrugavam, era a coisa mais fofa que eu já tinha visto. – Me chamo Blaine. – Ele estendeu a mão para me cumprimentar e só então percebi que ainda não sabia seu nome.

– Bem, parece que a mãe de vocês não é a única fascinada por contos de fadas reais. – Completei.

– Nossa mãe, Katherine, gosta por ser uma história tão semelhante as histórias infantis. Toda vez que nos contava ela dizia que isso mostrava que o mundo ainda tem seu lado mágico.

Um silêncio tomou conta do palco pouco iluminado. Rachel mirava o chão e Blaine tinha o olhar fixo ao meu. Seus olhos eram como ouro, dourados, mas ao mesmo tempo verdes. Esse é o tipo de cor rara, e eu sabia que jamais iria esquecer.

– Então... piano, hein. – Apontei para o instrumento atrás de si.

– Sim. – Ele passou a mão pelas teclas.

– Blaine não toca piano, ele namora com o piano. – Disse Rachel gargalhando.

– Calada, moins. – Ele sorriu.

– Você poderia tocar de novo? – Eu podia sentir minhas bochechas queimarem. – Piano me acalma, e estou precisando mesmo disso agora.

– Claro, algum pedido especial, mon aimé? – Ele gargalhou.

– Não. – Sorri sem jeito. – Toque alguma música aleatória.

Então ele começou a dedilhar mais uma vez as teclas. Peguei um banco e juntei-me à Rachel. Os acordes sempre me acalmaram. Deve ser alguma herança de meus avós ou algo parecido. Uma das minhas músicas preferidas era Paradise, do ColdPlay e era exatamente essa a música que Blaine tocava. Eu apenas fechei meus olhos e deixei que os acordes me levassem para o meu paraíso. Costa Lune.

Logo que a melodia acabou eu abri os olhos lentamente, tentando voltar a realidade. A música pode ter poucos minutos, mas foi os suficiente para eu poder rever todos os meus bons momentos. Meu coração estava pesando o dobro do comum, minha garganta fechada e havia lágrimas nos meus olhos.

Eu funguei e limpei àquelas que escaparam e acabaram caindo sobre minha bochecha. Nenhum dos dois falou. Eles souberam respeitar o que eu estava sentindo. Sem perguntas. Mas eu senti que devia uma explicação. Assim que o nó de desfez eu falei.

– Desculpem. – Eu sorri para ambos. – A música.. o piano.. Me desculpem.

– Tudo bem. – Blaine sorriu. – É cruel demais eu estar feliz por fazer você se emocionar? – Eu gargalhei.

– Um pouco estranho, mas não cruel. – Rachel sorria.

– Meu irmão é um Deus das teclas. – Todos nós gargalhamos por bons minutos.

–//-

Acabou que tocou o sinal e Rachel e eu nem voltamos para nossas aulas. Minha próxima aula era Inglês e eu estava em pânico, pois Rachel não estaria comigo. Eu peguei minha mochila e sai pelos corredores atrás da sala 6 quando uma mão segurou meu braço.

– Como foi a aula? – Finn estava sorrindo.

Ele podia ser mais novo, mas era mais alto. Bem, muito mais alto do que eu. Ele tinha 1,90 ao que eu tinha 1,79. Era um tanto humilhante estar ao lado dele e dizer “Hey, esse é meu irmãozinho”.

– Aterrorizante. – Ele arqueou uma sobrancelha. – Adivinha qual é a minha matéria em história?

– Não. – Ele arregalou os olhos.

– Exatamente. – Eu olhei para os lados. – Acha que é só coincidência ou eles sabem que estamos aqui?

– Não sei. – Ele baixou o olhar. – Devia contar para o papai quando chegarmos.

– Não, ele vai querer se mudar imediatamente. – Olhei para as duas figuras baixas ao longe. – E eu gostei daqui. – Um sorriso brotou nos meus lábios.

Finn olhou para eles e então sorriu.

– Não são os que riram de você mais cedo? – Ele tinha um sorriso torto.

– Sim, são boas pessoas. – Cruzei os braços e então eles me viram, acenaram e pediram para que nos aproximassemos.

Puxei Finn pelo braço e fui até o armário que aparentava ser de Rachel. Cheio de estrelas e livros, muitos livros. Também tinha um blazer azul marinho, como a cor da noite, mas algo me dizia que ela não costumava usa-lo.

– Esse é Finn. – Disse para ambos. – Finn estes são Rachel e Blaine.

Eles apertaram as mãos e então Finn notou que Blaine tinha partituras em suas mãos. Ele arqueou uma sobrancelha e então me olhou, olhou para Blaine e sorriu.

– Você toca piano? – Finn perguntou direcionado a Blaine.

– Sim. – O moreno respondeu com um sorriso enorme.

– É, tem razão, eles são pessoas boas. – Eu dei um tapa em Finn quando Rachel e Blaine começaram a rir.

– Me desculpem. – Sorri sem graça.

– Kurt ama piano. – Eu lhe encarei. – Sempre disse que pessoas que tinham o dom de tocar piano eram completamente confiáveis.

– Jura? – Blaine sorriu e me encarou. Minhas bochechas estavam queimando.

– Kurt sempre quis aprender, mas como nos mudamos demais ele não podia entrar em uma escola, e nunca achou um professor bom, e com paciência, o suficiente para ensina-lo. – Eu coloquei as mãos no rosto querendo sumir daquele lugar.

– E-Eu posso te ensinar. – Blaine disse e todos olharam para ele. – Se você quiser, é claro.

– S-Seria uma boa. – Tentei sorrir.


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Notas finais do capítulo

Era isso por hoje, obrigada por lerem e deixem reviews falando a parte preferida.