Royals escrita por BabyMurphy


Capítulo 18
"Vive le roi du Costa Lune...."


Notas iniciais do capítulo

Eu reescrevi esse capítulo tantas vezes, e eu ainda estou insegura com ele. Espero que vocês gostem.
E eu sei que eu atualizei rápido desta vez, e o motivo é: HOJE É ANIVERSÁRIO DE DUAS DIVAS, RAINHAS e SAMBISTAS DO MUNDO DAS FANFICS. Ale e Carol, o capítulo é dedicado a vocês.



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18

O jardim de repente ficou lotado, como em um concerto de alguma banda. Todos os serviçais, todos os convidados já presentes no castelo. Toda a família. Meu pai me puxou pelo braço, mas de alguma forma eu consegui me livrar dele. Eu estava de frente para Elizabeth, e por mais que eu estivesse com raiva dessa mulher, meu peito doía por ter que confrontar minha própria mãe.

– Como ousas dizer que eu não lhe conheço? – Seu rosto estava vermelho, e seus olhos brilhavam devido as lágrimas. – Você é meu filho.

– Isso torna ainda pior o fato de você não me conhecer realmente, Elizabeth Hummel. – Eu sentia minhas orelhas ferverem, meu estômago virar do avesso e meus olhos arderem. – Eu não irei me casar com Rachel.

– É sua obrigação se casar com o herdeiro que lhe foi prometido, você não pode mudar isso. – Ela rangiu os dentes.

– Então me casarei com Blaine, afinal ele é o verdadeiro herdeiro. – Cruzei os braços e ela me olhou pasma, observando todos a nossa volta.

– Você quer se casar com um homem? Isso é anormal. – Ela olhava assustada para as pessoas. – Meu filho, com um homem. JAMAIS! – Elizabeth colocou a mão no peito.

Eu fiquei em silêncio. Por mais que eu já à tivesse ouvido falar desta maneira, nunca tinha visto sua expressão enquanto dizia. Era inexplicável a dor que eu sentia no momento. Senti uma mão passar em minhas costas, olhei para o lado e Finn era apenas um borrão.

– Mamãe, desculpe Kurt, ele está fazendo tudo isso por minha causa. – Todos os olhares voltaram para Finn.

– Onde estão meus óculos 3D para assistir essa novela? – John Vichenzo disse de um canto.

– Do que você está falando, Finn? – Ele respirou fundo e me olhou, eu lhe supliquei através do olhar que não fizesse o que eu achava que ele iria fazer.

– Eu estou apaixonado por Rachel. – Um suspiro coletivo se esvaiu no local. – Kurt sabia disso, é por isso que ele não consegue aceitar a ideia de se casar com Rachel, é por isso que ele aceita se casar com Blaine, é por isso que ele vem chorado tanto ultimamente.

–E-Eu... – Elizabeth ainda tinha a mão sobre o peito. – Finn, isso é horrível, você está desejando a mulher do seu irmão. – Ela cambaleou para trás.

– AH POR FAVOR! – Ouvi um berro e olhei para trás, John estava furioso. – Francamente, Elizabeth, me disseram que você era inteligente. – E então ele saiu em direção ao castelo.

– Que garoto mal educado. – Ela voltou ao seu tom vermelho.

– Elizabeth, acho que devemos levar essa conversa para um local mais reservado. – Burt segurou sua mão.

– Não! Está conversa está terminada. – Ela olhou furiosa para todos.

No momento que eu ia dizer alguma coisa, Finn me impediu. Todos voltaram para dentro do castelo, Burt seguiu com Elizabeth até seu quarto. Eu lhes segui e parei à porta, ouvindo suas palavras com a máxima ateção. Blaine parou ao meu lado depois de alguns minutos. Ele segurou minha mão e eu recebi o que me faltava. Coragem para abrir aquela porta.

– Com licença. – A porta se abriu lentamente.

– Kurt, eu estou falando com a sua mãe agora. – Meu pai me repreendeu, e então olhou para Blaine.

– Eu preciso falar com minha mãe, agora. – Lhe supliquei através do olhar. Ele permitiu que eu entrasse e fechou a porta, permanecendo no cômodo.

Blaine ficou ao lado de fora, eu queria que ele estivesse ao meu lado neste momento. Eu estava entrando em pânico, jamais imaginei minha vida tão complicada. Mas eu tinha que fazer isso, o momento havia chegado, eu respirei fundo e encarei minha mãe. Seus olhos estava vermelhos e sua respiração perdia o ritmo uma vez que outra. Suas mãos estavam entrelaçadas em seu colo. A luz do Sol que cruzava as cortinas tingia seu rosto de um tom rosado. Sentei-me na poltrona que ficava a sua frente.

– Me desculpe pelo surto no jardim. – Seus olhos baixaram, assim como seus ombros.

– É verdade? Seu irmão está apaixonado por Rachel? – Sua voz estava embargada, como se tivesse um nó na garganta.

– Sim. – Percebi que sua respiração falhou. – Mas esse não é o único motivo para eu não querer me casar.

– Existe mais motivos? – Elizabeth olhou em meus olhos. Eu senti um aperto no peito.

– Desde pequeno, mamãe, eu sempre me imaginava casando com uma linda princesa. Vivendo aqui, me tornando Rei e dando de tudo pelo meu povo. – Baixei o olhar. – Eu nunca lhe culpei por ter feito este pacto com Amélia, nunca lhe odiei por isso. Eu continuo não te odiando por isso. – Peguei sua mão.

“Passamos por tantas cidades, e foram todas iguais. Exceto Ohio. Eu sabia que deveria amar aquela princesa, mas nunca soube o que era o amor, não sabia como eu me sentiria quando a visse. Não sabia o que era ter o coração batendo mais forte e fora o ritmo. Não sabia o que era sentir minhas bochechas queimarem. Você sabe de todas essas coisas, era assim que se sentia com papai, não é?”

– Sim. – Um sorriso abriu em seus lábios, e ela olhou para Burt no canto do quarto. – Quando eu vi o seu pai pela primeira vez, eu senti um frio percorrer minha espinha, e agradeci silenciosamente por ele ter sido o escolhido pelo seu avô.

– Em Ohio, eu tive a mesma sensação, mamãe. Eu senti um frio na espinha, uma sensação estranha na boca do estômago. Minha respiração falhava. E eu odiei já ser prometido a alguém. – Ela apertou minhas mãos. Meus olhos encheram de lágrimas.

– Eu sabia que você tinha se apaixonado, Petit Prince. – Ela soluçou. – Você ficou diferente. – Então sua mão passou pelo rosto. – Por quem você se apaixonou, meu querido?

– E-Eu... – Baixei o olhar. – Eu me apaixonei por Blaine.

Senti suas mãos deixarem as minhas. Quando meus olhos encontraram os seus, eu vi pavor em seus olhos. Minha mãe havia levado suas mãos ao próprio rosto e estava mais pálida do que nunca.

– Eu sei o que você acha sobre dois homens se apaixonarem, e não sabe o quanto me machucou ouvir isso de todas as formas. – Solucei. – Eu não tive escolha, eu simplesmente não consegui lutar contra esse sentimento. E eu não queria lutar. Por um momento eu pensei em abandonar o reino, fugir. – Sua expressão ainda era de completo choque.

– K-Kurt... – Sua voz estava falhando. – Você ia nos abandonar por um garoto? – Lhe olhei, as lágrimas lutando contra a minha vontade.

– Eu estava apavorado, eu temia o que você faria quando descobrisse sobre Blaine e eu. – A dor em peito aumentava a cada segundo que eu via a expressão de horror. – Eu desisti, eu preferi o meu povo. Mas eu não consigo me casar com Rachel, irmã de Blaine.

– Kurt, você está equivocado. – Ela ajeitou sua postura. – Dois homens não podem se apaixonar.

– Você não ouviu nada do que eu lhe disse? – Raiva começou a correr em minhas veias. – Eu estou apaixonado por Blaine, eu não consigo me imaginar sem ele.

– Você está confuso, quer... – Ela foi interrompida.

– Elizabeth, ele não está confuso. – Burt estava próximo a porta. – Eu venho observando o comportamento de Kurt e Blaine desde Ohio. – Encarei-o surpreso. – Eu não deixaria meus filhos andarem pela cidade sozinhos, Kurt, vocês sempre tiveram um segurança. Ele me dava relatórios de onde vocês iam, com quem vocês iam. – Ele suspirou. – E quanto Blaine passou a estar em todos os relatórios, disse para o segurança cuidar ainda mais o comportamento dele.

– Você estava em todos os lugares? – Por um momento senti vergonha, lembrando da cena no auditório.

– Sim, meu filho. Quando vocês ficaram até tarde naquela praça, quando ele tocou piano para você no meio da madrugada. Mas o que mais chamou minha atenção, foi quando os dois tocaram juntos naquele bar. – Um sorriso torto surgiu em seus lábios. – Eu sabia naquele momento que você gostava daquele garoto.

– Burt e você não tentou impedir isso? – Elizabeth levantou-se e caminhou até ele.

– Impedir o que? – Ele olhou sério para ela. – Não tem o que impedir, Elizabeth, esse é o Kurt, nosso filho. Você mesmo dizia que nós não escolhemos por quem nos apaixonamos, ele não escolheu. E tenho certeza que se ele fosse capaz de escolher, ainda sim seria Blaine.

Eu não consegui segurar as lágrimas, os soluços saiam altos e meu parecia que eu tinha um peso de 100kg no peito. Ouvi a porta sendo aberta, meu pai segurava a maçaneta, então senti dois braços ao meu redor e um calor que só apenas uma pessoa seria capaz de me proporcionar. E de repente, o peso em meu peito havia se ido.

– Desculpem por estar ouvindo a conversa, mas Elizabeth, você está errada. É possível sim dois homens se apaixonarem, Kurt e eu somos a prova disso. – Elizabeth nos olhava, ainda assustada. – Você diz que isso não existia no seu tempo, mas existia. Só que todos tinham medo demais para assumir suas vontades. Agora nós nos sentimos seguros para contar o que sentimos. Kurt continua sendo o seu filho, o futuro Rei, só que ao invés de Rachel, ele prefere se casar comigo.

– E-Eu... – Elizabeth tinha a mão no peito. – Isso é tão errado. Todo reino deve ter uma rainha e um rei.

– Então deixe que Finn assuma o trono, ele e Rachel. – Disse e uma lágrima caiu no rosto de Elizabeth.

– Eu jamais permitiria isso. – Sua voz saía como um sussurro. – A coroa pertence a você. – Por um instante a fúria subiu em meu peito. – Independente de quem você ame, Kurt, a coroa é sua. – Um silêncio tomou conta do quarto. Olhei em seus olhos, que são tão azuis quanto os meus. – Kurt, nós prometemos para Amélia e Gabriel que uniríamos os reinos, que você, junto com o herdeiro de Costa Étoile uniriam os reinos. A ideia apenas me assusta, vou precisar de um tempo para aceitar tudo isso.

– Você está dizendo que eu assumirei a coroa junto com Blaine? – O ar sumiu de meus pulmões.

– Isso ainda não me parece certo. – Lágrimas caíram sobre suas bochechas rosadas. – Mas o que é ainda mais errado é você sofrer, Petit Prince, e se Blaine lhe faz feliz, eu terei de começar a me acostumar, afinal.

Eu lhe abracei apertado. Eu sabia que estava sendo difícil para ela, ia contra as naturalidades que ela conhecia. E eu sabia que ela estava sentindo tanta dor quanto eu. Então eu deixei o quarto, talvez um pouco aliviado, mas quando ouvi seus soluços senti vontade de voltar até lá, mas eu sabia que ela precisava de um tempo para si mesma. Blaine estava perto da porta, me esperando.

Blaine imediatamente veio em minha direção e me abraçou. Afundei meu rosto no pescoço de Blaine e deixei que seu abraço me levasse para um lugar salvo, onde não havia nenhuma dor.

Mas seu abraço me levou para seu quarto, onde lhe contei como havia sido a reação de Elizabeth quando ele não estava lá.

– Eu a ouvi chorando enquanto eu saía, mas eu sabia que não deveria voltar. – Nós estávamos deitados na cama, eu estava deitado sobre o peito de Blaine. Ele passou seus braços pela minha cintura.

– É muito para ela processar, Kurt. Ela vai precisar de um tempo. – Levantei meu rosto e olhei-o nos olhos.

– Pelo menos agora não precisamos esconder isso. – Lhe dei um selinho.

O selinho que deu início ao melhor beijo desde que nos conhecemos. Ele não mostrava a urgência, não mostrava o medo de alguém nos pegar escondidos. Ele era simplesmente apaixonado. Blaine me puxou pela cintura, fazendo com que eu ficasse sobre ele. Suas mãos passavam por todo o meu tronco enquanto seus lábios não descolavam dos meus. Coloquei a mão em sua cintura, alterando as posições. Gostava mais da sensação de Blaine sobre mim, do seu corpo pressionado ao meu.

Ele desceu os beijos até meu pescoço, um arrepio subiu dos meus pés à cabeça. Quanto mais ele pressionava seu corpo contra o meu, mais eu sentia uma sensação de formigamento e uma pressão em minhas calças. O ar começou a ficar pesado. Puxei Blaine para mais um beijo, e mais uma vez ele me puxou pela cintura, invertendo nossas posições. Coloquei uma perna de cada lado de seu quadril e senti o volume em suas calças.

– Ah, por mais que eu esteja adorando isso. – Falei ainda sentado sobre Blaine. – Não acho que seja uma boa hora para... você sabe. – Fiz um gesto com a mão.

– Nós dois saberemos quando for a hora certa. – Ele gargalhou e também sentou-se, ficando com o rosto muito próximo ao meu. – Se for agora, eu não iria me importar.

Eu gargalhei e Blaine me puxou para outro beijo. Blaine apertava cada vez mais a minha cintura, e eu beijada seu pescoço. Involuntariamente puxei seus cachos e senti seus lábios mais uma vez nos meus, doces e macios. Gemidos saiam seu meu consentimento e a cada vez que Blaine os ouvia, ele me puxava ainda mais para si.

Ouvimos uma batida na porta e os dois se encararam, decepcionados.

– Kurt, você está aí? – A voz fez com que eu saltasse do colo de Blaine.

– É, agora não é uma boa hora. – Blaine riu.

– Não tem graça. – Corri até a porta e abri uma fresta. – Sim, pai?

– Meu deus, Kurt, me diga que vocês estão vestidos. – Ele cobriu os olhos.

– Nós estamos sim, Sr. Hummel. – Blaine abriu o resto da porta.

– Graças a deus. – Ela riu. – É bom vocês descerem, temos uma pequena reunião na sala principal.

– Tudo bem. – Disse sorrindo e caminhando para fora do quarto.

– Ah, Kurt, acho melhor arrumar seu cabelo antes de descer. – Ele riu junto com Blaine e então saiu.

– Droga. – Senti minhas bochechas queimarem.

– Como você fica extremamente fofo quando está envergonhado. – Blaine me deu um selinho e desceu as escadas.

| R |

Quando desci as escadas, pouco mais de cinco minutos depois, recebi o olhar de todos presentes na sala. Sentei-me ao lado de meu pai, que logo começou a cochichar comigo sobre sua conversa com minha mãe logo depois que saí do quarto.

– Ela ainda está surpresa, Kurt, é difícil para ela aceitar tudo isso. – Burt olhava cuidadosamente para Elizabeth. – Ela chorou por quase uma hora, arrependida de tudo o que lhe disse.

– Eu não entendo uma coisa, você teve a mesma criação que mamãe, e não parece tão surpreso. – Ele sorriu.

– Na verdade eu tive uma educação um pouco diferente, quando eu tinha mais ou menos a sua idade, um homem no reino pediu permissão para se casar com outro homem. Todos enlouqueceram, aquilo não era comum. – Fiquei surpreso ao saber daquilo. – Seu avô lhes deu a permissão para morarem juntos, e quando eu lhe perguntei o motivo, ele simplesmente disse “Quando existe amor verdadeiro, não há o que se fazer”.

Eu sorri com aquilo. Elizabeth iria aceitar com o tempo, e eu eseperava que um dia ela conseguisse encarar tudo sem ter seus olhos cheios de lágrimas. Burt apontou para Elizabeth, ela havia se posto no centro da sala, chamando a atenção de todos. Carregava uma taça, onde bateu suavimente com uma colher de chá.

– Queria todos reunidos aqui hoje para lhes contar o que aprendi com meus filhos hoje. – Olhei em seus olhos, e ela sorriu. – Eles me ensinaram que o mundo é ainda mais infinito que eu imaginava, que as combinações são ainda mais improváveis, e que a diferença fará do futuro algo estupendo. – Ela ergueu a taça - O casamento foi cancelado. – Ao invés de me olhar, ela encarou Blaine e sorriu, os demais pareciam chocados com a situação. – Ainda teremos uma cerimônia de união, a união de um povo e seu líder.

“Vida longa ao Rei Kurt”.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Me deixem reviews.
E obrigada Gabi e Yasmin pelas recomendações, vocês são umas lindas
E mais uma vez: PARABÉNS, ALE E CAROL.



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