Royals escrita por BabyMurphy


Capítulo 19
"Cela ne est pas un conte de fées..."


Notas iniciais do capítulo

Então meus caros leitores, eu peço que aproveitem esse capítulo, pois ele é o último desta fanfic.
Dedico ele ao João Victor



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19

Quando as coisas começam a dar certo, o seu mundo pode mudar de cor de uma hora para outra. Agora eu podia dizer finalmente que vivia em paz, que eu tinha uma vida quase perfeita. Eu estava acordado tinha mais de uma hora, estava fitando o teto, não conseguia me levantar. Não que eu não quisesse, estava ansioso para encontrar Blaine e lhe beijar, lhe abraçar. Mas meus pensamentos me levavam para longe, e o sorriso não saia do meu rosto.

– Bom dia. – A luz do Sol invadiu o quarto. – Hoje você dará o seu discurso para todo o reino, os dois reinos, então é melhor se preparar.

– Eu não falarei sozinho, não é? Blaine estará comigo. – Sentei-me e olhei para Elizabeth.

– Mas é claro, meu querido. Os futuros Reis devem se apresentar juntos. – Ela sorriu torto.

– Você acha que o povo pode não aceitar? – Curvei os ombros.

– Você abriu a minha mente, Kurt, pode abrir a mente deles também. – Elizabeth sentou ao meu lado e me abraçou.

– Espero que esteja certa. – Levantei-me e fui trocar de roupas.

| R |

Agora que eu estava vestido como um Rei, segundo Elizabeth, eu poderia descer as escadas e encontrar as outras pessoas. Estavam todos em volta da mesa, apreciando o café da manhã. Os Vichenzo ainda não haviam ido embora, decidiram ficar para a coroação. Mais convidados haviam chegado, a mesa para 36 lugares estava quase cheia.

Olhei para todos, então vi Katherine, ao seu lado Blaine e um lugar vazio. Fui em sua direção, sorrindo para todos. Rachel e Finn sentavam lado a lado, conversando. Finn estava tentando conquistar Rachel, por mais que não precisasse.

– Bom dia. – Blaine disse assim que cheguei.

– Bom dia. – Sorri e olhei para Katherine. – Bom dia, Katherine.

– Um ótimo dia. – Ela tomou seu suco de laranja. – Prontos para se apresentarem como futuros reis?

– Não.

– Sim.

– Oh, primeira descordância. – Ela soltou uma risada e encarei Blaine, também sorrindo.

– Por que está inseguro, Kurt? – Blaine serviu um copo de suco para mim, dispensando a serviçal.

– E se o nosso povo não nos aceitar? – Sussurrei.

– Eles vão. – Tomei um gole de suco. – Vou te provar que não há problema nisso, vamos andar pelo reino.

Como nunca fui de comer pela manhã, terminei meu suco e fomos caminhar pelo reino. Todos os moradores do reino estavam pelas ruas, trabalhando ou cuidando de suas casas. Algumas ainda não estavam terminadas, algumas faltavam pinturas. A praça estava cheia de crianças correndo.

– Um pouco cedo para as crianças correrem assim, não? – Blaine franziu o cenho.

– Eles passaram anos trancados em casa por causa de uma guerra, alguns nem ficaram aqui, fugiram com suas famílias. Eles estão aproveitando tudo o que não puderam nesses últimos anos. – Disse sorrindo para as crianças, que sorriram de volta.

– Rei Kurt? – Um garotinho loiro parou na minha frente, timido.

– Sim? – Abaxei-me para ficar na sua altura.

– O senhor poderia, por favor, construir um parquinho quando for coroado? – Eu soltei uma gargalhada com o pedido.

– Mas é claro, quais brinquedos você quer? – Ele sorriu timido, suas bochechas vermelhas.

– E-Eu não sei. – Ele balançava a perna direita, envergonhado.

– Então colocaremos um de cada, assim você terá todos o que quiser. – Ele sorriu e me abraçou, mas logo separou-se.

– M-Me desculpe. – Ele baixou a cabeça.

– Não há porque pedir desculpas. – Olhei em seus olhos, verdes claros. – Qual seu nome?

– S-Sam.

– Não há motivos para me pedir desculpas, Sam, eu gosto de receber abraços. – Sorri e suas bochechas coraram ainda mais.

– T-tudo bem. – E então ele saiu correndo.

Olhei para Blaine que sorria e tinha seus olhos vidrados na cena. Olhei em volta da praça, e achei Sam no meio da multidão, ele contava alguma coisa para as crianças, que gritavam e sorriam.

– Devo me preocupar com esse garoto? Sabe, concorrência? – Ouvi Blaine e franzi o cenho.

– Do que você está falando, ele deve ter uns oito anos. – Comecei a rir.

– O jeito que ele corou, Kurt, provavelmente será um dos nossos quando crescer. – Observei Sam mais um vez, Blaine podia estar certo, e era por esses motivos que eu queria ser Rei, poder dar segurança para um cidadão quando ele quiser ser diferente.

Continuamos a nossa caminhada, e conforme avançávamos entre as casas, mais olhares recebíamos. Eu estava ficando tenso, ninguém me perguntou o motivo de meu casamento com Rachel ser cancelado, o que eu estranhei. Quando chegamos em uma das ruas, todos pararam e nos encararam. Eu travei, então senti a mão de Blaine na minha.

– Está tudo bem. – Ele continou caminhando.

Os olhares pareciam confusos, cenhos estavam franzidos, alguns assustados. As crianças nos olhavam e sorriam, e então voltama a correr. Mas seus pais continuavam nos encarando, confusos.

– Podemos voltar agora? – Pedi a Blaine com o coração acelerado.

– Tudo bem. – Ele sorriu.

| R |

O dia passou extremamente rápido, após voltarmos para o castelo, tivemos alguns minutos sozinhos no quarto, até que Rachel apareceu querendo contar sobre seus momentos com Finn. Blaine e eu ouvimos tudo sentados na cama, lado a lado, ambos implorando mentalmente para ela sair.

– Você feliz com seus momentos com Finn está atrapalhando o nosso momento, Rachel. – Blaine disse e ela nos encarou.

– Ah, entendi, vocês querem se pegar. Desculpe. – E então ela saiu do quarto.

Mas nosso segundo round não durou muito, pois logo Elizabeth estava me chamando para ensaiar meu discurso. Eu não fazia a menor ideia do que dizer, eu não sabia o que eles estavam pensando, e se eu dissesse a coisa errada?

Faltava menos de uma hora agora para nosso grande momento em frente do reino inteiro, os cidadãos já ocupavam grande parte da praça em frente ao castelo. A sacada de onde falaríamos estava decorada com véus brancos e rosas. Haviam sido postos vários bancos para o nosso público.

– Está nervoso? – Blaine estava de terno, uma gravata broboleta preta, os cachos soltos, mas arrumados.

– Estou surtando. – Ele riu.

– Vai dar tudo certo. – Blaine passou a mão na minha cintura e me abraçou. – Só precisamos dizer as coisas certas.

– Esse é o problema, eu não sei o que dizer. – Meu coração batia forte.

– Na hora você irá saber. – Senti seus lábios nos meus.

– Eu tenho que parar de interromper vocês. – Rachel surgiu no quarto.

– Tem mesmo. – Blaine disse encarando a garota.

– Eu mal acredito que isso está acontecendo, eu sou uma princesa, meu irmão vai se tornar um Rei. – Ela se aproximou e abraçou os dois. – Quando vai ser o grande casamento? – Seu olhos brilhavam.

– Ah, não vai haver casamento, Rachel. – Eu disse e logo surpresa e indignação surgiram no seu rosto.

– Como assim? Blaine? – Ela olhou para o irmão.

– Kurt e eu conversamos e, não tem porque nos casarmos agora. Temos certeza do nosso amor, mas queremos um casamento digno. Então iremos esperar pelo momento certo. – Rachel nos soltou de seu abraço.

– Gente, final de conto de fadas acaba com casamento. – Ela olhou pasma para nós dois.

– Nós não vivemos um conto de fadas. – Olhei para Blaine e ele sorriu.

Alguns dias atrás eu estava me odiando por não viver um conto de fadas, hoje eu estou feliz por isso. Elizabeth entou no quarto e anunciou que estava na hora de irmos até a sacada para nosso discurso. Meu coração apertou e eu gelei, Blaine segurou minha mão mais uma vez e depositou um beijo em meus lábios, me dando a coragem que faltava.

Não havia nada mais assustador do que ficar na frente de milhares de pessoas alienadas as suas palavras. Eu acabei tropeçando e Blaine teve de me segurar para não cair de cara no chão.

– Agora os tropeços são uma vantagem. – Burt piscou para mim e sorriu.

– Tudo bem, que tal você respirar? – Blaine sorriu, confortante.

– Tudo bem. – Virei-me para a multidão.

Um silêncio perturbador reinava naquela praça. Os olhos vidrados na sacada.

– Boa noite, cidadãos de Costa Étoile e Costa Lune. – Um boa noite em uníssono emanou. – Eu sou Kurt Hummel, filho de Burt e Elizabeth Hummel, seu futuro Rei.

– Boa noite, eu sou Blaine Anderson, sou filho de Amélia e James Anderson, seu futuro Rei.

As pessoas começaram a se encarar, se perguntar. Cenhos franzidos.

– Como todos sabem, os herdeiros de Costa Étoile e Costa Lune foram prometidos em nascimento, para assim, unir os reinos que sofriam ameaças. – Respeirei fundo. – As ameças vinham de um General, Charlie, irmão de nossa Rainha Elizabeth, ele estava atrás do reino que era seu por direito. O General agora está preso e sob conduta de ambos os reinos. – Blaine pegou minha mão, respirei fundo e continuei. – Na noite de 9 e 10 de outubro, os reinos deram à luz a duas crianças, dois meninos. – Olhei para Blaine. – A Rainha Amélia ficou com receio de nos contar a verdade, mas acabamos por descobri-la. Blaine e eu fomos prometidos um ao outro naquela noite.

“Muitos de vocês podem pensar que isso é um desastre, mas a verdade é que eu me apaixonei por Blaine, - vi os olhos dourados – e ele se apaixonou por mim, antes mesmo de sabermos que éramos prometidos um ao outro. Isso foi o destino fazendo com que os reinos cumprissem suas promessas. Nunca na história destes reinos houve dois Reis, mas mudanças são feitas com o passar dos anos. E está na hora de nós mudarmos.”

“Eu temo que meu povo não aceite nossas decisões, não aceite esse novo governo. Mas quem nós amamos não influência em nossas decisões de governo, quem está ao meu lado não me fará ser um Rei ruim, ao contrário, juntos nós iremo nos reerguer de uma vez, iremos trazer a alegria e a tranquilidade que uma vez Costa Étoile e Costa Lune tiveram. Nós pedimos que aceitem nossas diferenças, que assim iremos retribuir aceitando as de vocês.”

Blaine não falou sua parte do discurso, um silêncio tomou conta. Meu coração batia forte, eu estava suando frio. Meu sangue parecia ter parado de correr. Minha visão estava turva. Um estouro ecoou por todo o reino.

Era o som de palmas.

Senti algo pesar em minha cabeça, e logo meu pai surgiu em minha frente. Ele havia colocado minha coroa. As palmas ainda ecoando ao fundo.

– É tradição o pai coroar o filho. – Ele disse a Blaine e então colocou a coroa em sua cabeça. Blaine sorriu. – Bem vindo a família, garoto.

Com as mãos unidas, nós nos apresentamos ao nosso povo mais uma vez. Blaine com uma coroa dourada, assim como as estrelas. Eu com uma coroa prateada, assim como a lua. Uma corrente de entusiamos passou pelo meu corpo enquanto meu povo gritava vivas. Vida longa ao Rei Kurt. Vida longa ao Rei Blaine. E eu prometi em silêncio fazer de tudo por aquele povo.

| R |

Enquanto isso em outra dimensão...

– Fim. – Disse e os pequenos olhos me fitaram.

– Como assim eles não se casaram? – A garotinha com os olhos dourados tinha o cenho franzido.

– Ah, eles se casaram, querida, mas não naquele momento. No ano seguinte, o casamento deles foi o mais comentado em todo o mundo. – Ela ainda tinha o cenho franzido.

– Quero saber dos detalhes. – Emma cruzou os braços.

– Outra hora você saberá, está na hora de ir para a cama. – Olhei para o moreno encostado no batente da porta.

– Vocês são muito cruéis. – Beijei-lhe a testa e ela sorriu.

– Boa noite, minha pequena.

– Boa noite, papai. – Ela deitou-se, ainda sorrindo. – Boa noite, pai.

Apaguei a luz do abajur ao lado de sua cama e caminhei até o moreno. Seus cachos estavam soltos, como sempre e sua barba estava grande. Ele me abraçou pela cintura e ambos observamos nossa pequena filha dormir, sonhando com a história que acabara de ouvir.

– Você é mesmo um ótimo contador de histórias, - Ele beijou minha bochecha e senti a barba penicar minha pele - não havia jeito melhor de contar nossa história para nossa filha, Chris.


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Notas finais do capítulo

Não, eu não errei o nome, é Chris mesmo. Sim, é uma fanfic Klaine e CC ao mesmo tempo.
Obrigada por todos que acompanharam até aqui, eu amei escrever essa fanfic e amei ter vocês como meus leitores. Muito obrigada, de verdade.
It's so hard to say goodbye.
Deixem seus últimos reviews, e até a próxima aventura.
xoxo *U*



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