Um mundo além do mundo escrita por Lobo Alado


Capítulo 15
A alma de um cavaleiro


Notas iniciais do capítulo

Bom... antes de tudo, lembrem-se de quem são os recentes cavaleiros (Releiam o cap.9)
São:
Kewird e Shavaníra
Líria e Blöh
Zeón e Göro
Vigär e Baoruch
e claro: Ariän e Baöh
Porém, só terão capítulos vistos aos olhos de Kewird e de nenhum dos outros novos cavaleiros.
Agora sim... Boa leitura para vocês



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Shavaníra avaliou a arvore a sua frente com a cauda agitada. Os olhos amarelos do dragãozinho brilharam um momento antes da fêmea abrir as asas, cravar as ainda pequenas garras no tronco e começar a escalar.

Depois disso Kewird perdeu sua companheira de vista. Olhava para cima sem saber que sorria, procurando pelas escamas dela.

A tarde apenas começou; Pensou correndo quando avistou o vulto amarelo do dragão movimentar-se pelos galhos; E temos muita diversão pela frente.

Shavaníra já tinha o terço do tamanho que tinha quando saiu do ovo. Kewird às vezes imaginava-se montando-a, numa daquelas celas estranhas dos cavaleiros. Tornar-se um cavaleiro foi algo que nunca antes passou pela sua cabeça. A primeira vez que esteve no festival logo após completar seus quinze anos de vida, o tal Ariän roubou a sua vez, e o ovo branco eclodiu para ele. Mas na segunda vez, o ovo amarelo de Shavaníra não concordou com mais ninguém a não ser ele.

O fato é que Shavaníra foi algo totalmente inesperado em sua vida, mas já não se lembrava muito bem de como era a vida antes dela, há pouco mais de um mês antes do dado momento.

Não consigo mais vê-la... Onde está você?

­­Encontrei alguém... Ela lhe disse.

Ele pode sentir sensações de divertimento, vindas dela.

Quem você encontrou?

O rapaz andava de costas, olhando para o topo das árvores, cobrindo o sol com as mãos sob a vista, quando esbarrou em uma rocha. Virou-se e lá estavam os dois dragões.

Pouco maior que Shavaníra, Blöh era dono de um azul escuro belíssimo que fazia contraste com a claridade das escamas amarelas de Shavaníra.

Os dois encaravam-se em cima da rocha, de asas abertas, esforçadas ao máximo para trás, com o peito inchado e pescoços arqueados.

Ele são tão... Surreais; Pensou Kewird enquanto avistava as duas criaturas que completavam a natureza a sua volta.

Sou tão real como um corte doloroso que posso fazer em você com minhas garras. Respondeu Shavaníra para a surpresa do rapaz.

Blöh rapidamente impulsionou-se para frente e mordeu o pescoço de Shavaníra e então os dois sumiram atrás da rocha.

Vendo-se sozinho, na discreta, e nova a ele, floresta branca, Kewird sentiu um frio na barriga... Era como se a qualquer momento algum novo animal fantástico fosse surgir ali, mas o silêncio da floresta era ainda mais excitante.

O garoto, que sempre esteve acostumado à aldeia de Khrov, onde vivia ao sul da ilha dos cavaleiros, com os pais e os demais aldeões da aldeia dos pescadores, logo se encantou pela floresta branca, era tudo muito novo e diferente... Algo que nunca imaginaria ver com os próprios olhos.

Estava sentado na claridade do sol as margens da floresta quando escutou algo. Era... Uma musica! Vinha de algum lugar ali perto, não devia ser muito longe. O garoto seguiu o som, sentindo o frio na barriga, com medo do que encontrar. O som não parecia vir de uma direção especifica, mas foi tornando-se mais forte à medida que andava aleatoriamente à sua procura. Um som que era como água que lentamente deslizava pelo ar, flutuando, cristalina e límpida. Era o som de uma flauta, sem dúvidas.

A curiosidade dele chegou ao ápice, e quando ele já estava totalmente encantado e desejado pelo som, avistou, no meio das gigantescas árvores, no chão verde escuro, mais ainda devido à contrastante sombra das árvores cinzentas, os dois dragões fitarem com seus olhos coloridos fascinados, a elfa Líria, a recente cavaleira de Blöh.

A elfa deslizava os bonitos dedos pelas cavidades da flauta, fazendo aquele leve som que o cativou. E, pelo visto, não só ele, mas Shavaníra e Blöh também pareciam hipnotizados.

Os únicos elfos com quem tivera um contato mais próximo em toda sua vida eram Eragon Matador de Espectros – Na verdade ele não sabia qual era sua verdadeira raça, pois nos livros que já havia lido relatava muito pouco do líder. Diziam apenas que ele era filho de Brom... Mas suas orelhas pontudas não negavam, e esse tal Brom deveria ser um elfo. – e Blödhgarm, seu mestre. E ver aquele ser de uma raça diferente, ali, sozinha tocando flauta, o fez sentir-se inseguro quanto a aproximar-se mais, mas mesmo assim aproximou-se, como se aproximaria de uma fera que poderia avançar. Seu coração batia como um tambor das histórias dos livros dos anões, e principalmente quando Líria o percebeu.

Os olhos negros e grandes arqueados acompanharam Kewird até ele sentar-se junto de Shavaníra, então eles distraíram-se novamente ao som que saia da flauta.

Durante todo o momento que ela tocava Kewird não conseguiu relaxar. Não via a hora de sair dali.

Por que eu vim aqui? Ah raios... Tenho que parar de ser intrometido.

Depois de um longo e desconfortável tempo ela parou de tocar a flauta de madeira e lançou-lhe um sorriso.

– Kewird...

Ela lembra meu nome...

– Líria... – Fez uma mensura. – você... você é bastante talentosa, onde aprendeu? – Disse ele na necessidade de não dar continuidade a um possível silêncio constrangedor.

Ela sorriu novamente.

– Desde que era uma criança... Meus pais me deram esta flauta e desde então venho aprendendo a manuseá-la. – Disse ela no idioma comum, com um sotaque ameno como o som que fazia a flauta.

Ela acariciou a cabeça de Shavaníra e voltou a tocar a flauta alegremente, fazendo a coluna navegar pelo ar, balançando amenamente o corpo.

Alguns pássaros coloridos apareceram e começaram a rodear a elfa, atraídos pelo som.

A música que fluía o fez sentir-se feliz como nunca antes... Não mais do que alguma outra vez, mas de uma forma totalmente diferente. E o ambiente ao redor contribuía para isso.

Um vento leve e frio passeava entre os gigantescos troncos cinzentos e a grama escura cobria os campos ondulados cobertos pelas sombras das folhas brancas. Tudo isso ao som daquela melodia cristalina.

Kewird olhou para cima. As folhas cobriam completamente o espaço da floresta, como um teto branco e abobadado, no qual os troncos cinzentos eram as colunas, retorcidas, porém colunas. Kewird tinha certeza de que não haviam arvores maiores que aquelas.

As arvores tinham um espaçamento enorme umas da outras, e as folhas raspando umas nas outras, no topo muito acima, faziam um som como de dedos raspando em cristal.

– Agora entendo por que vocês elfos amam tanto as florestas. – Disse ele em um tom intimo que não tinham.

Levantou-se e foi de encontro a uma das imensas paredes que eram as raízes da arvore mais próxima.

– Não é lindo? – Que estou dizendo... é óbvio que é, estou dizendo isso a um ser mágico e ela deve pensar sobre isso durante todos os seus anos de vida. Pensou ele frustrado e agitado consigo mesmo.

A elfa gargalhou suavemente e com um salto pôs-se de pé.

– É mais do que isso! – Disse ela indo em direção a ele aos saltos, com uma criança contente. – É vivo! Consegue sentir? – Ela segurou sua mão com um toque suave que o fez arrepiar e colocou-a na grande parede, de palma aberta. – Sinta... expanda sua mente...

Kewird tentou sentir... fechou os olhos e tentou concentrar-se apenas em sua mente, para depois tocar os seres ao redor, como seu mestre Blödhgarm o havia ensinado, mas tudo o que viu foi o breu que suas pálpebras faziam em seus olhos, e tudo o que sentiu foi o perfume que traía mais que perfeitamente a presença da elfa. E aquilo o perturbou.

Abriu os olhos e sacudiu a cabeça.

Eu... eu sinto algo diferente em mim mesmo.

A verdade era que ele estava impressionado com a criatura a sua frente... sempre imaginava como eram os elfos que via em seus livros infantis. Para ele eram apenas seres com orelhas pontudas e dominantes da magia, mas aquele ser a sua frente era mais do que isso. O desenho de seu corpo era estranhamente chamativo e sua postura era perfeita. Os olhos grandes e brilhantes tinham uma expressão que nunca vira em ninguém antes. Os lábios vermelhos alaranjados eram atraentemente desenhados.

A vontade que Kewird tinha no momento era de envolvê-la em seus braços e levá-la para o lugar mais puro do mundo, para poder fitá-la longe de todas as coisas e de todos os outros seres imperfeitos.

– Eu... eu não sinto nada... – Ele disse com os olhos há muito perdidos e mergulhados nela. – Nada...

O semblante da elfa mudou.

– Você precisa conhecer a si mesmo melhor... desta forma poderá ter uma melhor relação com o ambiente a sua volta, e aprenderá a dominar o próprio corpo e mente.

– Sim... Blödhgarm-elda me disse algo parecido. – Ele respondeu automaticamente.

– Então faça isso e logo dominará sua mente.

Kewird sentou-se recostado na raiz e fechou os olhos, tentando novamente expandir sua mente, mas a elfa puxou seu braço, levantando-o.

– Não, você tem que estar totalmente relaxado... deixe isso para depois... vamos! – Ela o guiou pela floresta, saltitante. Murmurou algumas palavras enquanto corria e logo em seguida tocou uma melodia na flauta. Mesmo quando ela tirou os lábios do instrumento, a melodia continuou a fluir pelo ambiente sem vir de um ponto especifico.

Magia... Concluiu ele.

O resto do dia os dois exploraram a floresta, a elfa o ensinava coisas novas a respeito de tudo. Kewird ia criando admiração excessiva por ela.

Estavam agora sentados em uma raiz que terminava no fundo do rio transparente que cortava a floresta branca ao meio. Tinham acabado de sair da água salobra, e ainda estavam com as roupas molhadas. Kewird colocara as botas na grama às margens do rio assim como Líria.

Líria fez um ruído de satisfação com a boca ao deitar-se sobre a larga raiz, e seus lábios curvaram-se num ligeiro sorriso. A elfa usava uma saia azul escura, da cor de seu dragão, e uma camiseta branca de tecido brilhoso que parecia um curto manto, folgada em seu corpo.

Na margem oposta, insaciáveis, brincavam os dois dragões, perambulando por todo canto da floresta e rolando agarrados entre si, num combate brincalhão.

– Eles parecem fazer parte do ambiente ao redor... – Comentou Kewird observando-os enquanto passava os pés pela superfície áspera da raiz.

– Sim! – Ela abraçou as pernas encostando o queixo entre os joelhos observando-os mais intensamente. – Suas cores são mais singulares que os outros dragões que já vi... é como se fossem pétalas de flores distintas...

Realmente ela tinha razão... e Shavaníra parecia amar a floresta mais do que tudo. Ele havia percebido isto, e outra coisa: ela gostava de demonstrar sua felicidade.

Do pouco que Kewird conhecia sobre os dragões ele gostava, mas o branco com a mancha no pescoço, o solitário Baöh, nem ao menos parecia um dragão normal para ele. O rapaz tinha medo de fitar os olhos vazios de cor do estranho dragão. De alguma forma ele era extremamente parecido com seu cavaleiro. O homem de cabelos brancos de que pouco se sabia a respeito.

Kewird havia perguntado a respeito dos dois para Líria, que tinha o mesmo instrutor que o estranho cavaleiro branco.

– Eu pouco o vejo... – Respondeu ela com semblante triste. – Eragon Ebrithil nunca nos instruiu juntos... na verdade eu nunca vi Ebrithil ensinar algo a Ariän... Os dois conversam, com assuntos intermináveis, porém nunca vi Matador de Reis Realmente ensinar algo ao Cavaleiro Branco... Vi apenas Saphira, escamas brilhantes, voar poucas vezes com Baöh, o dragão espectro.

Um título medonho, porém apropriado... Comentou Shavaníra.

A companheira de mente de Kewird tinha certo fascínio pelo dragão Baöh... ela tinha um fascínio por tudo o que era diferente, porém nunca conseguia aproximar-se do dragão espectro.

– Ouvi dizer que ele está tão grande que Ariän já pode montá-lo... – Kewird considerava aquilo impossível, baseando-se no padrão de crescimento de Shavaníra, Blöh, e Göro, dragão de Zeón, também aluno de Blödhgarm.

– Sim... Ariän já fez o primeiro vôo montado em Baöh... e não quis fazer o uso de cela. Até Ebrithil ficou impressionado com a natureza selvagem daquele vôo. – Ela franziu o cenho, fazendo surgir pela primeira vez uma linha de expressão no rosto perfeito. – É muito estranho... O dragão está muitas vezes maior do que quando saiu do ovo. E Ariän já recebeu sua espada de cavaleiro não tendo nem algumas semanas como cavaleiro de dragão... – A linha de expressão se intensificou, mas logo o rosto da elfa voltou ao normal.

– Mas... Blödhgarm Ebrithil disse que eu Zeón só receberemos nossas espadas depois de bastante tempo, quando estivermos muito experientes.

– É o natural... – Disse ela com o que Kewird desconfiou ser raiva.

Será que ela está com inveja de Ariän? Pensou ele.

Inveja não é a palavra apropriada... Shavaníra interveio. Ela só questiona seus direitos, creio eu... ou você acha certo esse tal Ariän receber a sua espada de cavaleiro sem ter ao menos o treinamento? E não estou contando com o fato de ele ser misterioso.

A decisão foi de Eragon-elda, líder dos cavaleiros... Protestou ele.

O que não deixa de ser desagradável a Líria... Tem de começar a ver as coisas por todos os lados, Kewird... como quer ter o controle de sua mente se não a trabalha?

Tem razão... Ele esfregou mais uma vez os pés descalços pela raiz molhada.

– Passamos a tarde toda aqui... – Ele não sabia ao certo quantas horas haviam se passado, mas foram no mínimo três horas, e a floresta já estava escura.

– Parece que sim... – Respondeu ela com uma cópia fraca do entusiasmo anterior. Ela levantou-se e saltou da raiz para o chão, graciosamente. – Tenho que ir... Ebrithil espera-me no rochedo cinzento, nos vemos qualquer hora... – simplesmente disse enquanto calçava as botas e afastava-se rapidamente.

Kewird observou admirado enquanto ela afastava-se, seguida pelo dragãozinho azul perambulante.

– Até... – Disse sentado sozinho na grande raiz.

Sem a presença da elfa o lugar perdeu um pouco a graça anterior, não que não fosse ainda magnífico, mas... o que ele poderia fazer ali sem Líria?

Vamos indo? Perguntou a Shavaníra.

O dragão abriu as asas e voou até o outro lado do rio, e os dois foram andando até a cidade.

A cidade perdera o agito de antes, a maioria dos cavaleiros havia voltado para Noëma ou Jewän assim que a escolha dos mestres para os novos cavaleiros terminou, permaneceram apenas os cavaleiros que habitavam Venora.

Caminhando pelas extremamente largas ruas da cidade, Kewird chegou ao pátio central, onde alguns dragões, cavaleiros e pessoas normais se reuniam. Depois de algum tempo procurando ele reconheceu Zeón pelos seus cabelos ruivos. O rapaz estava sentado um pouco afastado dos outros cavaleiros mais experientes.

Göro, o companheiro de mente de Zeón, estava lá... bem maior do que Blöh ou Shavaníra... Maior até do que Baöruch – Dragão do recente cavaleiro elfo Vigär. Só não maior que Baöh, claro.

O dragão de escamas eriçadas e vermelhas tinha um aspecto mais selvagem em destaque entre os novos cinco dragões de Kormodra. Os olhos eram negros, apesar de sua cor vermelha falha, e os membros eram fortes e mais curtos que o normal. Seu pescoço era grosso e a cauda agitava-se violentamente com freqüência.

– Estive procurando por você... – Disse Zeón assim que Kewird aproximou-se. – Tentei até chamar-lhe mentalmente, mas ainda não desenvolvi habilidade suficiente. – Lamentou.

Kewird sentou-se ao lado do amigo.

– Estava na floresta branca com Líria e Blöh...

Zeón o fitou com interesse renovado no rosto.

– A elfa aluna de Eragon Ebrithil? – Perguntou com olhos infantilmente desconfiados.

– Sim... – Respondeu prolongando a palavra. – Ela é divertida. – Acrescentou com falsa indiferença.

– Você esta caçoando de mim ou realmente está falando sério? – Ele balançava a perna inquieto.

– Por que mentiria? – Ele esperou por uma resposta. Quando não recebeu suspirou e prosseguiu – Estávamos na floresta branca, conversando e ouvindo melodias... – Kewird balançou a cabeça de um lado para o outro sentindo-se estúpido...

Aquilo não era para ser comentado, não era certo falar de Líria pelas suas costas.

– E você? O que fez durante essa tarde inteira? – Mudou de assunto.

Zeón penteou os cabelos ruivos para trás, tirando-os do rosto já maduro. Kewird achava Zeón inseguro demais para a idade e aparência que tinha – Era três anos mais velho que Kewird.

– Estava treinando o controle mental com Blödhgarm Ebrithil... e também observei Awremöm, escamas de prata, instruir Göro sobre os princípios básicos de um vôo em varias situações... Ebrithil diz que tenho de aprender tanto ensinamentos destinados a um cavaleiro quanto ensinamentos destinados a meu dragão.

Kewird escutou enquanto observava os dois dragões agitados com a presença um do outro. Shavaníra tinha muito pouca intimidade com Göro... o dragão vermelho falho era agressivo, ao contrário de Blöh que, assim como sua parceira, apreciava as obras da natureza e tudo de vivo que tinha nela.

Era estranho para Kewird ter conhecimento da maioria dos pensamentos de Shavaníra, ele nunca tivera essa intimidade com ninguém antes, mas ele logo se acostumou com isso.

– Estou tendo dificuldade em controlar minha mente... Não consigo expandi-la ou protegê-la. – Bateu com o punho na própria perna.

– Isso é por que é um cavaleiro muito recente... é absolutamente normal. – Sempre que se tratava de magia e coisas relacionadas à mente Zeón empolgava-se, bastante ao contrário de quando falavam de duelos com armas.

– Talvez tenha razão, – Resmungou. – mas esperar não é fácil.

O rapaz de cabelos ruivos o fitou com os olhos que pareciam sempre cerrados, como se avaliasse tudo muito profundamente.

– Não é questão de ser fácil... é apenas o que pode fazer, ou desistir... Vai fazer isso?

– Não... – Levantou a mão pedindo que parasse. – Tudo bem! Tudo bem... não falamos mais nisso. Vamos andar um pouco.

Se ele começasse a falar não pararia mais. Disse para Shavaníra.

Sei muito bem disso. Ela respondeu achando graça.

Zeón levantou-se lentamente esticando os membros rígidos. O rapaz tinha estatura alta, uns bons centímetros mais alto que Kewird, seus membros eram fortes, e quase perfeitamente proporcionais.

Enquanto andavam pela cidade, discutiam vários assuntos banais, mas que colocavam uma importância exagerada, os dragões seguiam seus cavaleiros com pequenas brigas entre si de momento em momento. As tochas e lanternas mágicas iam sendo acesas a media que a ilha escurecia, revelando o deslumbre dos gigantescos edifícios sob a noite.

– Está tarde... – Observou Zeón quando uma das ultimas luzes foram apagadas e a luz das estrelas ficaram mais forte. – Vamos voltar para a cabana.

Quando chegaram à cabana – O lugar onde estavam morando até que chegasse a hora de partirem para Noëma, a cidade leste dos cavaleiros, sobre o controle de Blödhgarm. – Kewird esticou-se na cama, cansado demais, mas sua mente estava muito inquieta para que conseguisse dormir.

Levantou-se e foi até a prateleira que continha uma grande variedade de livros. Passeou o olhar pelas capas, procurando algo que lhe parecesse interessante.

Até que encontrou o “O caminho do conhecimento.” Guardou o livro para ler em outra ocasião e procurou por outro, quando seu olhar fixou em “De antiga à nova ordem.” O nome lhe pareceu muito comum, mas não procurava por algo muito difícil de ler, então voltou para a cama e abriu no sumário.

O livro era muito extenso e contava a história dos cavaleiros de dragão, desde o Eragön, o primeiro cavaleiro que conquistou a paz entre elfos e dragões até a atual ordem dos cavaleiros, liderada por Eragon matador de Reis.

Quando suas pálpebras estavam pesadas e não absorvia claramente tudo o que estava lendo deixou o livro de lado e deitou-se.

Antes de dormir uma melodia de flauta veio a sua mente. Ele fechou os olhos com um sorriso, lembrando-se dos acontecimentos do dia.


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Notas finais do capítulo

Então?
Tudo o que quero dizer é que espero que tenham se divertido ao ler... espero mesmo que o que escrevo não seja só um pouco de letras em parágrafos.
Próximo capítulo sai semana que vem se tudo der certo.
11/01/15



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