SEM RÓTULOS - welcome to my world escrita por Jose twilightnmecbd


Capítulo 9
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Quando subiu, havia uma pequena recepção no apartamento. Isabella colocou a mala no chão e ajeitou os óculos forçando-se para dar seu melhor sorriso. Jacob estava encostado próximo à entrada do corredor de serviço, os braços e as pernas cruzados, olhando-a por trás dos óculos com ar de desconfiança. Mike começou a fazer piadinhas sobre a viagem ter sido uma “roubada”, mas quando Isabella sentou-se no sofá e começou a contar toda a história, o clima mudou. Sua mãe quase teve um ataque do coração, Mike perdeu a fala e seu olhar indicava que agora tinha mais motivos para admirar ainda mais seu treinador. Jacob era uma mistura de preocupação e despeito por Edward.

Isabella já estava pensando em ir dormir quando Jane finalmente apareceu.

– Amiga, desculpe a demora. Cheguei agora da casa do Aro.

– Por que ele não subiu?

– Ele saiu correndo. Sabe como é, está de serviço amanhã de manhã cedo. Levantar às 4... – Jane se acomodou na cama de Isabella. – Mas te mandou um beijo.

– Mande outro. – Isabella deu um sorriso complacente para a amiga e voltou seu olhar para a tela do computador. Suas denúncias estavam fazendo “sucesso”, apesar de anônimas. Tinha suas vantagens saber exatamente onde publicar e a quem se dirigir, na internet.

– Aro disse que você correu um grande perigo...

– Eu sei. – Isabella suspirou exausta.

– Viu como nada é por acaso, Bella? Ainda bem que o treinador bonitão estava com você!

Isabella retirou os óculos e esfregou os olhos.

– O pior é que eu andei pensado que... sabe, teria de ser ele. Por exemplo, se fosse o Jacob a ir comigo, eu poderia estar lá ainda, sendo usada em algum tipo de jogo sexual macabro.

– O Jacob nunca foi homem pra você, Bella. Sempre te disse isso. Principalmente na cama, onde já se viu viver de “papai e mamãe”?

– Jane, pare com isso. Eu nunca reclamei...

– Não reclamou porque o único índice de comparação para você sempre foi o ridículo do James! Para quem passou 5 anos achando que sexo era a pior coisa do mundo, transar com Jacob não foi uma boa decisão.

– Pelo menos com Jacob eu sabia o que estava fazendo. Era sexo seguro...

– Sua ideia de sexo seguro é errônea. Sexo seguro é sexo com proteção, o que você e Jacob faziam era sexo sem graça!

Isabella puxou a almofada que estava sentada sobre, e a arremessou contra Jane. Elas já tinham tido essa conversa várias vezes e o final Isabella já sabia, terminava com Jane relatando suas peripécias sexuais com Aro, mas hoje isso era tudo o que Isabella não queria ouvir.

– E como ficaram os preparativos para o chá de panela? – O casamento, Isabella sabia que esse assunto iria reter toda a atenção de Jane.

– Nem vem. Pode me contando o que ficou faltando contar. – Jane foi para a ponta da cama para ficar mais perto da cadeira de Isabella.

– Eu disse tudo o que tinha para contar, Jen.

– Não posso acreditar, Bella! Nem um beijo? Isso é impossível!

– Impossível para você...

– Ele é gay?

Isabella arregalou os olhos e começou a rir.

– Acho que não. – Isabella começou a fechar as abas da internet.

– Amiga, você disse que dormiram juntos, ele de cueca e você de lingerie... – Jane sentou ereta. – Espera. Que lingerie você estava usando? Aquela que te dei no seu aniversário?

– Não... – Isabella lembrou-se de que a lingerie minúscula, cor de vinho, com mais babados do que tecidos, ainda estava com a etiqueta jogada no fundo de sua gaveta de calcinhas.

– Por favor, não me diga que estava com aquele conjuntinho de algodão do Harry Potter... – Isabella assentiu. – Porra, Bella! Aquilo acaba com o tesão de qualquer um! – ela estava quase furiosa.

– Jake adorava...

Jane olhou para a amiga com uma expressão de revolta e depois bufou.

– Sem comentários. Tá explicado por que ele nem tentou te beijar.

Isabella fez uma careta dando língua para a amiga, mas esse comentário a feriu. Era por isso que elas eram amigas, apesar de serem tão diferentes, Jane era sincera, verdadeira, e isso era raro hoje em dia. Até por que, ela realmente quis ser beijada por Edward. Isso era fato. Principalmente no fim da viagem, eles cantando juntos... Em alguns momentos ela achava que ele ia parar o carro e beijá-la até que perdesse o ar. Mas não o fez. Talvez, nem tivesse tido vontade mesmo. Mas quem Isabella pensava que era? Era a nerd “chata”, nunca que um homem como Edward perderia seu tempo com ela. Jane poderia dizer o que quisesse, mas não ter rolado beijo foi a melhor coisa que aconteceu.

***

– Chelsea, eu estou cansado, podemos falar disso uma outra hora? – Edward nem segurando mais o telefone, estava. O aparelho estava ao seu lado na cama, tinha colocado no viva-voz e agora mirava a televisão no mudo, enquanto Chelsea, falava sem parar.

– Poxa, Ed, é meu aniversário... – falou com uma voz melosa.

Chelsea era linda, alta, magra, seios fartos, o cabelo caía em ondas até a cintura, numa cor de âmbar. Os olhos de felina, tinham um tom de castanho escuro, achocolatado, e quando ela levara seu filho de seis anos para a soccer school “The Selection”, teve briga entre os treinadores para quem iria iniciar o menino. Mas Edward teve sorte, ele foi escolhido.

– Ok. – ele disse e teve uma ideia – Posso levar alguém?

Por um instante se fez silêncio do outro lado da linha. Edward fez uma careta esperando o questionário de Chelsea.

– Uma namorada? – ela perguntou hesitante.

– Não. Uma amiga.

– Leve quem você quiser, Ed. Contanto que não deixe de comparecer. Garanto que você não vai se arrepender. – falou de forma altamente sedutora.

Edward sabia dos dotes de Chelsea, sabia realmente que todas as vezes em que foi para cama com ela, não se arrependeu mesmo. Mas algo havia mudado. Num outro momento só essa insinuação o faria despertar, mas agora não. Talvez fosse o fato de imaginar Chelsea e Isabella juntas, no mesmo ambiente. Imaginou o olhar de reprovação de Isabella sobre Chelsea e sorriu.

– Beleza. Sexta-feira. Conte comigo, Chels.

Edward desligou e pegou o aparelho. Se pegou conferindo a caixa de mensagens novamente. Começou a apagar seus rascunhos. Pensou em várias mensagens que poderia mandar para Isabella, mas... Ela não tinha mandado nenhuma, talvez não quisesse receber nenhuma também. Aliás, era bom assim. “Não a traga para seu mundo, Edward. Pessoas não saem vivas dele, ou quando saem, saem destruídas. Pode esquecer.” – Agora já nem tinha tanta certeza assim se queria levá-la na comemoração do aniversário de Chelsea. Talvez fosse melhor não.

***

Sept 9, 2002. Monday.

08.00am

From: Edward

“Good morning, mocinha ... you okay?”

*

Sept 9, 2002. Monday.

08.06am

From: Isabella

“Morning, mocinha ... Because of you,yes :)”

*

Sept 9, 2002. Monday.

08.09am

From: Edward

“MocinhA is only for girls. In my case is mocinhO ;)”

Isabella sorriu e digitou outra resposta “Já começaram as aulas de português?”. Estava tão distraída que nem se deu conta da presença de seu chefe olhando por cima do biombo de sua mesa.

– Um sorriso desse faz todo o dia se iluminar, senhorita Isabella. Bom dia.

– Ah... – ela jogou o celular dentro da gaveta embaixo do computador, sem ter tempo de apertar o botão de “enviar”. – Bom dia, senhor Rilley. Em que posso ajudar? – ela tentou não gaguejar.

– Só vim lhe avisar da reunião. Vai começar em 5 minutos.

Isabella piscou e sabia que “5 minutos” significava: “Levante já daí e me siga”. E foi o que ela fez.

***

– Larga essa coisa, Edward, e me ajude a botar esses garotos para correr. Hoje eles estão com uma preguiça gigantesca!

Edward apertou o botão do celular mais uma vez para vê-lo acender e constatar que não havia resposta. “Talvez ela não tenha entendido...” Estava cogitando a possibilidade de enviar uma outra mensagem com uma explicação mais elaborada para ela, quando Eleazar, seu amigo e sócio, gritou mais uma vez do meio do campo. Edward largou o celular dentro da mochila, girou o boné para trás e correu em direção aos alunos.

***

Isabella deu um muxoxo quando viu que a mensagem não havia sido salva. Agora já era tarde para uma resposta. A reunião foi longa e entediante. Ela almoçava, sozinha, num restaurante quase em frente ao famoso prédio no qual ficava o escritório de marketing que trabalhava. O Empire State Building. Ela ia andando de casa para lá, apenas 20 minutos de caminhada. Seu horário era tranquilo, de 7 às 15hs, com uma hora de almoço.

Seu trabalho era transformar todas as ideias excêntricas de seus colegas de equipe em algo digitalmente visual. Ela era a melhor no que fazia, tanto que operadores do mesmo setor, de outras equipes, sempre recorriam a ela quando tinham uma dúvida. Seu chefe e dono da empresa, fazia questão de sempre lembrá-la de que seu salário excedia ao de todos os profissionais da área. “Por que ele faz isso eu não sei... ou não quero saber.” – ela sempre dizia.

Rilley era um homem na casa dos 40 anos, cabelos grisalhos sempre bem aparados, olhos azuis e um porte elegantíssimo. Quase um George Clooney, se fosse tão bonito quanto. Era casado, mas a pobre da mulher era uma submissa que talvez até soubesse das traições do marido, porém não iria arriscar perder a vida de madame que ele lhe dava. Todo mundo do escritório sabia dos casos dele com as secretárias que sempre acabavam em vexame e por isso o cargo estava sempre numa rotatividade tremenda. Isabella sentia os olhares dele sobre ela, mas ela não era uma secretária, por isso não tinha nada a temer. Ou tinha?

De volta ao escritório, seus pensamentos voltaram a Edward e ela teve uma ideia. Depois de alguns longos minutos procurando na internet, ela sorriu quando finalmente achou o que precisava.


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