SEM RÓTULOS - welcome to my world escrita por Jose twilightnmecbd


Capítulo 18
Complications




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– Espero que Rosalie não tenha te assustado. – Alice perguntou assim que que se aproximou de Isabella que descascava frutas para o que parecia uma salada de frutas gigante.

– Angela me assustou mais. – Isabella falou em tom de brincadeira. – Ficar com três garotas na festa da namorada? – Isabella sacudiu a cabeça e forçou um sorriso.

– Edward realmente não era nada fácil. Mas não se iluda, Tanya também não era. – Alice começou a recolher as cascas.

– E a Victoria, a mulher que estava aqui ontem? – Isabella tentou perguntar de forma mais desinteressada possível.

– Victoria já era. Ou melhor, acho que nunca foi. – Alice sorriu. – Mas também não vou dizer para não se preocupar com ela. Ela é terrível quando quer. Fomos muito amigas na infância e adolescência então sei o que estou dizendo. Agora ela até está melhor, acho que foi a maternidade.

Alice parou de falar quando escutou o barulho de galopes e assobios. Por um instante pensou que poderia ser Jasper, ele adorava andar a cavalo quando ia lá, mas suspirou frustrada ao ouvir sua mãe chamando o nome de Laurent.

– Venha, querido!

Dona Esme apareceu com um rapaz alto ao seu lado. Isabella ajeitou os óculos com as costas da mão que estavam meladas de laranja.

– Alice. – o rapaz cumprimentou Alice com dois beijos no rosto.

– Como vai, Laurent?

– Laurent, essa é a esposa do Edward! – dona Esme falou com orgulho.

Laurent olhou Isabella de cima a baixo, que mesmo sentada, dava para notar seu estilo inconfundível.

Hi, girl! – Laurent, muito à vontade e muito simpático, fez a saudação “vulcana” de Spock, na série Star Trek para Isabella.

Isabella ergueu uma sobrancelha, um tanto espantada com o gesto. Laurent já estava abaixando a mão totalmente sem graça quando Isabella abriu um largo sorriso e respondeu ao cumprimento fazendo o mesmo sinal com os dedos.

Hi! I’m Bella. Sinta vontade para falar em português, por favor.

– Prazer, Bella. Chamo-me Laurent.

– O Laurent é irmão da Victoria. – Alice falou meio que cortando o diálogo dos dois e pegou a bacia do colo de Isabella.

Isabella deixou escapar um “áh” ao respirar. Deu um sorriso amarelo.

– Parece que já conheceu minha irmã, então.

– Sua irmã fez questão de se apresentar, como sempre, uma excelente anfitriã! – Alice falou num tom altamente irônico.

Isabella se levantou e fez sinal de que iria lavar as mãos.

– Ok. Eu já vou indo, só vim entregar o bolo porque minha mãe não vai poder vir. Parece que de hoje o nascimento do potrinho da Jujuba não passa. – Laurent retirou o chapéu de estilo boiadeiro da cabeça e passou a mão no cabelo cheio e aloirado. Ele tinha olhos pretos que sobressaiam mais ainda com o cabelo claro. Era de porte magro, mas parecia forte de alguma forma.

Eles se despediram com a promessa de se verem à noite, e Isabella apreciou a elegância de Laurent ao subir no cavalo. Ele acenou abaixando o chapéu e depois de recolocá-lo na cabeça, saiu sorridente a todo galope. Isabella pensou que gostaria de ter conversado mais com ele. Ele provavelmente conhecia seu mundinho nerd ao cumprimentá-la daquele jeito ou talvez só fizesse para ser gentil. De qualquer forma, foi o que ele parecera, muito gentil. Completamente diferente da irmã, isso ela tinha quase certeza.

Edward passara mais tempo do que deveria no parque de diversões. Seu irmão, Emmett, e mais alguns dos vizinhos pegaram o jeito de deixarem os brinquedos funcionando e faziam a manutenção de tudo, de quando em quando. Mike estava se divertindo muito. Edward reparou como ele tentava dividir a atenção entre Tyler e Jéssica, que parecia já gostar muito dele. Ele se pegou pensando que talvez Mike realmente iria adorar viver no Brasil.

Quando voltaram para a casa, já estava anoitecendo. Edward sentiu uma nostalgia ao ver a arrumação do lado de fora da casa. Lanterninhas e algumas folhas de palmeiras, a mesa já estava disposta com o que parecia ser uma mesa de festa junina fora de época. Afinal, estavam em setembro. Mas, por que não uma festa “setembrina”? Ele passou os olhos pelo lugar, seu pai estava com Embry e seu Billy arrumando as madeiras para a fogueira no lado mais distante, Angela parecia entretida tentando botar um aparelho de som para funcionar, mas não via as outras mulheres da casa. Provavelmente todas na cozinha – pensou.

Assim que Edward entrou no quarto foi recebido por uma lufada perfumada. Ele pousou os dedos sobre o interruptor de luz, mas não acendeu. Fechou os olhos e se deixou sonhar que Isabella estaria ali, em pé, nua, de cabelos soltos e molhados, sorrindo para ele. Ele fechou os olhos e inalou mais profundamente. Era uma fragrância que sua memória olfativa reconhecera. O mesmo perfume que Isabella usara no dia em que foram jantar.

Edward escutou os meninos falando alto no corredor, suspirou e apertou o interruptor. Não podia se dar ao luxo de ficar ali sonhando. O quarto tinha o cheiro dela. Provavelmente ela acabara de se arrumar, por pouco poderiam ter se esbarrado na escada. Edward sorriu ao ver a ponta dos tênis allstar dela debaixo da cama e ficou se perguntando qual sapatilha ela estaria usando hoje.

No espelho do banheiro, Edward se demorou encarando a si mesmo. Sentiu a pele formigar ao lembrar do beijo daquela manhã. Ele queria mais. Muito mais. Mas sabia que Isabella era diferente. Será que ela quereria mais? Mais cedo, na escada, ele sentiu que sim, ela queria, mas a barreira estava lá. Uma barreira que, ele sabia, criada por ele mesmo. Como ela estaria agora, depois de ver aquelas fotos? Será que ela iria mesmo entender ou julgá-lo? “Sem rótulos”, não se esqueça. Por favor...

– Deixe que levo isso pra você.

– Óh, sim. – Isabella ajeitou os óculos e sorriu para Laurent que pegava a travessa de cuscuz doce de suas mãos. – Obrigada, mas não está pesado.

– Deixe-me ser útil, por favor. – ele sorriu.

Após ajeitarem as coisas sobre a mesa, os dois se afastaram um pouco para conversar. Laurent fez diversas perguntas a ela, sobre o que fazia nos EUA, onde morava, e por fim entrou no assunto do filme do momento: A.I. - Inteligência Artificial, que Isabella já tinha assistido e a empolgação ao falar do filme foi visível.

– Ora, ora! Parece que é sua sina mesmo, meu irmão, pegar as namoradas do Edward! – Victoria chegou soltando fumaça de cigarro e parecia já um pouco bêbada.

– Victoria, por que não deixou para começar a beber na festa? Ou podia evitar pelo menos hoje?

– Não acredito que vai defender uma estranha e falar com sua irmã desse jeito!

– Fale baixo. – Laurent parecia estar ficando irritado. – Não estou defendendo ninguém. Mas acho sim, que devo proteger Isabella de você...

– Bella não precisa da sua proteção, ela tem a mim. – Edward chegou de repente e passou o braço pelo ombro de Isabella, encarando Laurent.

– Prazer em ver você também, Edward. – Laurent falou com ironia.

– Ah, é mesmo. Teve aquela que preferiu morrer do que ser consolada por você, maninho, como foi mesmo, Edward, seu comentário aquela vez?

Edward lançou um olhar tão mortal para Victoria que ela quase deu um passo atrás. Mas ela não tinha nada a perder e não iria parar por ali.

– Victoria... – foi Laurent quem achou que a irmã já estava indo longe demais.

– Ei! Qual é? A americana precisa saber que as mulheres costumam morrer pelo Edward, literalmente.

– Vamos, Victoria! – Laurent pegou os braços da irmã meio que se colocando entre ela e Edward. – Desculpe, Bella. Quando ela está assim, não fala coisa com coisa.

– Laurent, tire sua irmã da minha frente ou eu mesmo faço isso.

– Pelo visto continua um gentleman com as mulheres. – O sarcasmo de Laurent parecia ter entrado na corrente sanguínea de Edward.

Isabella via tudo como se estivesse dentro de uma caixa de vidro. O olhar de desculpas de Laurent, a risada levemente diabólica de Victoria e o olhar de fúria de Edward. Felizmente, eles estavam bem afastados dos outros na festa, mas Isabella pode perceber de relance, alguns olhares de Alice e Emmett na direção deles.

Victoria saiu resmungando, praticamente arrastada pelo irmão. Isabella abaixou a cabeça, ajeitou os óculos e levou a mão ao cabelo para apertar o rabo de cavalo, mas... Ops! Ela estava de cabelo solto. Como...? Quando ela levantou o rosto viu Edward olhando para ela de cima a baixo.

– Você está linda. Não me importaria de que esse vestido também se partisse em dois. – ele disse e ergueu o canto da boca num meio sorriso.

A lembrança do dia do jantar fez Isabella sentir o rosto queimar.

– Me dê meu elástico. – ela esticou a mão.

– Nada disso, mocinha. A visão de você com este vestido me fez deixar Laurent tempo demais ao seu lado só por que eu não conseguia parar de admirar. Mas o cabelo solto combina muito mais.

Isabella apoiou o peso no pé direito e mordeu o canto da boca. Estava com um dos vestidos que comprara quando estiveram no shopping da Barra. Era preto com uns quadradinhos bem pequenos em tom de azul. Decote quadrado, saia levemente rodada e um fecho embutido na lateral. Nos pés, uma sandália estilo Salomé que a vendedora a convencera a comprar, de saltos médios.

– Quer saber. Não quero falar com você.

– Bella, espere... – Edward esticou o braço para alcançá-la, mas ela foi realmente muito rápida.

Isabella contornou a mesa de comidas e se meteu no meio de onde os adolescentes estavam numa conversa animada. Aproveitou para falar com Mike e disfarçadamente sumiu das vistas de Edward que ficara empatado para cumprimentar alguns vizinhos que vieram falar com ele.

– Alice, viu a Bella? – Edward perguntou tentando disfarçar sua aflição.

– O que você já aprontou?

– Eu? Nada! – ela apoiou as mãos nos quadris. – A doida da Victoria que veio fazer inferninho. Eu já comecei a me arrepender de ter vindo...

– Deveria se arrepender de não ter contado nada sobre sua vida a Isabella.

Edward parou os olhos nos olhos da irmã e se lembrou de tê-las visto conversando perto do campo antes do almoço.

– O que vocês conversaram?

– Nada demais. Mas deu pra perceber que ela é ingênua e você faz questão de mantê-la assim. Você tem o teto de vidro, meu irmão. E pode ter certeza que ele já começou a rachar.

Alice deu uns tapinhas no peito do irmão e saiu com o pratinho que estava fazendo para Lauren.

– Ela está na piscina.

Edward pensou ter ouvido errado. Angela passara por ele, com seus fones no ouvido, um boné com a aba para trás e ele só se deu conta de que ela de fato havia falado com ele quando ela olhou para trás e sorriu. Ele sorriu de volta agradecendo e naquele sorriso dela ele se lembrou dela bem pequena, sua primeira sobrinha, a festa que foi quando Emmett e Rosalie chegaram com ela em casa. Como o tempo havia passado rápido.


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