SEM RÓTULOS - welcome to my world escrita por Jose twilightnmecbd


Capítulo 19
Hora da verdade




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A área da piscina estava bem escura, somente as quatro lâmpadas que ficavam no chão nas pontas da piscina estavam acesas, refletindo o azul da água. Ele poderia acender as luzes dos postes de iluminação dali, mas assim poderia assustar Isabella e ela poderia fugir. Andou rente a parede e logo avistou o vulto dela sentada em uma das espreguiçadeiras à beira da piscina.

– Está frio aqui. – Edward falou assim que se aproximou.

– Frio e escuro. Como seu passado, pelo visto.

Edward enfiou as mãos nos bolsos e fez uma careta. Uma música começou a ser tocada ao fundo, do outro lado. Ele reconheceu como o estilo sertanejo habitual de seu irmão, mas devia ser alguma canção recente, não reconhecia a letra. Como seu irmão sempre começava pelo refrão, isso ele sabia, era um refrão estranho, algo como “Seu guarda eu não sou vagabundo... Eu dormi na praça...

– Esse é um estilo musical que muito se assemelha a música country do seu país...

– Se não for para você me contar de uma vez por todas quem é você, eu não estou interessada em saber sobre mais nada.

Edward inspirou, de onde estava, só podia ver os cabelos dela que caíam como um véu nas costas. Ela estava sentada com as pernas dobradas e os braços cruzados. Primeiro ele pensou em sentar ao lado dela. Depois, olhou para trás, na direção de onde vinha a música e pensou que conversar ali seria algo quase impossível, daqui a pouco, quando todos começassem a dançar e cantar junto com a música e os instrumentos. E então, ele teve uma ideia.

– Ok. Você venceu, mocinha.

Isabella olhou para ele.

– Pode começar. E dessa vez, que não falte nada ou então eu arrumo minhas coisas e vou embora hoje mesmo daqui com o Mike.

Edward ergueu uma sobrancelha, que obviamente devido ao breu ela não podia ver, e teve vontade de rir. Ela não conseguiria dar dois passos naquela fazenda sem se perder.

– Sim. Eu prometo contar tudo do começo. É uma longa história e para que não sejamos interrompidos é melhor que conversemos em outro lugar.

– Vou avisar ao Mike que estaremos no quarto. – ela falou e foi logo se levantando.

– Não. – Edward segurou-a pelo cotovelo. – Vamos dar uma volta, é melhor.

– Mas as pessoas podem nos procurar...

– E não vão achar nada demais. Afinal, nos casamos essa manhã e ainda nem tivemos uma lua de mel... – a voz de Edward assumiu um tom altamente sedutor.

– E nossa “lua de mel” vai ser no meio do mato?

Edward não aguentou e gargalhou alto.

– Você é uma graça! Mas até que não é uma má ideia...

Isabella deu um tapa no braço dele com toda sua força, que mais pareceu um empurrão.

– O quê? Você viajou sozinha comigo por quase dois dias e agora está com medo de dar uma voltinha?

– Não tenho medo de você.

– Deveria.

Edward deu por encerrado a conversa e pegou Isabella pelo braço a levando consigo. Deixou que ela falasse com Mike e avisou seu pai aonde iria. Após pegar um molho de chaves na área de serviço, levou Isabella onde estava o carrinho em que andaram quando chegaram no dia anterior.

– Vamos longe assim?

– Não é tão longe. Mas não quero que precise trocar essas sandálias. Não agora. – Edward sorriu e piscou. E Isabella sentiu vontade de perguntar “Aviso ou promessa”?

O caminho não era tão tranquilo quanto o que vieram no dia em que chegaram de helicóptero. Isabella teve de se segurar bem, por vezes achava que iria cair de tanto que o carrinho balançava. Edward parecia estar se divertindo, não parava de sorrir.

– Pronto. Chegamos.

Isabella olhou para a frente, para os lados, Não conseguia enxergar absolutamente nada. Só um matagal a sua frente.

– Onde estamos, exatamente?

– Você vai ver. – Edward a ajudou a sair do carrinho e a conduziu segurando sua mão.

Logo quando passaram do mato alto, apesar da escuridão Isabella já pode identificar onde Edward a levara. No parque de diversões.

“Uau” – ela deixou escapar.

– Venha.

Eles passaram por baixo de uma cerca e Edward fez com que ela esperasse enquanto ele subia numa estrutura esquisita de madeira. E depois de alguns estalos: luz.

O parque ficou quase todo iluminado. Alguns brinquedos tinham as luzes falhando, outros tinham a maioria apagadas, mas a magia do parque estava ali.

– Nossa, Edward, isso é incrível! Não podia imaginar que era tão imenso!

– Pois é. – Edward sorria como se ele próprio tivesse acabado de criar tudo aquilo.

– Por que não funciona mais?

– Bom, esse parque foi montado por uns empresários chineses ou japoneses... – ele coçou a cabeça – Agora não lembro direito, meu pai pode te informar melhor, eles alugaram este espaço e em poucos dias o parque já estava montado e pronto para funcionar. Foi um sucesso nas férias do meio do ano em 1995. Fechou em Agosto e foi reaberto ao público no final de Novembro, trazendo até gente de fora para a cidade. Mas em Janeiro de 96, um acidente grave na roda gigante fez o parque ser fechado para inspeção.

– O que aconteceu?

– Uma criança caiu e hoje anda de cadeira de rodas. Os tais empresários que já não apareciam para pagar o aluguel do terreno e a manutenção há dois meses, simplesmente sumiram do mapa. As investigações foram encerradas, a menina não foi indenizada, mas todos daqui de Volta Redonda ajudaram a pagar as despesas de médico e tudo mais para ela. Meu pai mesmo parece que ajudou bastante.

– E vocês deixaram isso pra lá? Eles tinham que ser presos!

– Hoje até seria mais fácil, com a internet para ajudar. Mas naquela época, o pessoal daqui era ainda mais matuto do que hoje. Eles usaram nomes falsos e tudo mais. Meu irmão acha que foi algum tipo de lavagem de dinheiro. – Edward deu de ombros.

Isabella olhou novamente para todo o local. Olhou a enorme roda gigante. E sentiu um calafrio. O lugar que parecia mágico há instantes, agora era assustador. Será que isso também aconteceria com Edward quando ela enfim soubesse toda a verdade de seu passado?

– Vamos, afinal, foi para contar a minha história que eu te trouxe aqui.

Isabella pegou a mão que ele estendia para ela e todas as suas certezas ficavam abaladas com apenas esse toque. Sentiu o cabelo esvoaçar com o vento que batia e notou que ele a olhava com admiração. O tipo de olhar que os noivos no altar costumam dar ao verem suas noivas andando em direção a eles. Automaticamente, ela olhou para a mão dele e viu que ele também o usava o anelzinho que Lauren lhes dera. Respirou fundo e o seguiu.

Um trovão rasgou o céu e o vento, agora um pouco mais forte e frio, trazia respingos finos de chuva.

– Parece que agora, sim, vai cair a chuva. – Isabella falou olhando para o alto.

– Sim, eu já havia notado a mudança do tempo. Por isso, tem um “brinquedo” em especial aqui que podemos ficar e, acredito eu, que você vai adorar.

Isabella ergueu as sobrancelhas e balançou a cabeça sorrindo. O que poderia ser?

– Um simulador de voo? – ela falou espantada e encantada ao olhar a enorme estrutura a sua frente.

– Bom, talvez você possa falar mais dele do que eu. Mas eu sei como fazê-lo funcionar.

Edward subiu na plataforma e com um pouquinho de força, abriu a porta lateral que abria para o alto, como algo futurista.

– Senhorita. – ele fez sinal para que ela entrasse primeiro.

Dentro da nave, havia duas poltronas reclináveis, Isabella descobriu, assim que se sentou, um painel enorme, cheio de luzes de vários tamanhos, botões e tudo que uma nave espacial tem direito.

– Não acredito, Edward. Isso é...

– Incrível. Eu sei. – Edward sentou na poltrona ao lado dela e fechou a porta do simulador. Um silêncio tomou conta da atmosfera ali dentro.

– Nossa, não escuto mais nada de lá de fora. – Isabella constatou.

– Mas pode ver. As janelas laterais são cobertas com um tipo de filme onde as pessoas não veem quem está aqui dentro, mas nós podemos ver lá fora.

Isabella chegou perto do vidro e via, apesar de um pouco mais escuro, os brinquedos lá fora. Depois olhou para o teto.

– Na parte de cima não é vidro? – estava escuro dentro do simulador, sendo iluminados apenas pelas luzes esverdeadas do painel.

– É sim. Mas um vidro especial.

Edward apertou um botão na parte de baixo do painel e então o vidro do teto que na verdade era uma espécie de visor, acendeu mostrando uma via láctea cintilante.

Isabella deu um riso como uma criança faz ao receber um presente há muito querido.

– Nossa! Uma pena que esses caras fossem uns vigaristas, a ideia do parque, os brinquedos, é tudo de alta tecnologia.

– E ainda mais na época em que foi montado. O mundo mudou e evoluiu muito nesses últimos anos.

Isabella tirou os olhos do teto e olhou para Edward. Se ajeitou na poltrona e o encarou. Ou era nesse momento que ele contaria sua história ou isso jamais aconteceria.

– Agora que já me distraiu bastante, pode começar. – ela cruzou os braços.

Edward se jogou de costas na poltrona e puxando de leve a alavanca na lateral, deitou todo o banco. Isabella não se mexeu.

Sempre fui muito namorador, desde menino. Roubava beijos de primas nas festas e quando percebi o fogo que Victoria tinha comigo apesar de ser dois anos mais velha, eu logo me aproveitei. Sabia que ela teria muito o que me ensinar. Foi com ela que perdi minha virgindade, mas nunca chegamos a namorar sério. Na escola também, eu arrasava. Era bom em todos os esportes e ainda era músico. Meu irmão era famoso, sempre cantou muito bem e eu o acompanhava, às vezes, ele cantava e eu tocava. Depois teve uma época que nos irritamos com o sertanejo e inventamos de montar uma banda de rock. Foi hilário, mas era legal.

Foi nessa época, aos 18 anos, que eu tive minha primeira namorada séria, em casa. Ela se chamava Leah. Ela tinha 16 anos e era linda, meiga, tímida. O tipo que todos diziam que era para casar. Óbvio que eu não pensava em casamento. E não pensei duas vezes antes de tirar a virgindade dela. Eu já estava na faculdade de educação física, um feito, pois ninguém aqui em casa acreditava que meu pai fosse deixar eu cursar algo que não fosse veterinária, e entrei para o quartel também. Eu gostava dela, mas me vi enrolado com tantas atividades e terminei com ela.

Ela não aceitou a separação. Começou a pegar no meu pé. Aparecia aqui em casa todo dia, eu já nem voltava do quartel pra casa pra não encontrar com ela. Um mês já passado, ela me viu beijando uma menina numa festinha e a partir daquele dia entrou em depressão. Profunda. As pessoas falavam para que eu fosse visitá-la, meu pai chegou a querer me obrigar a ir lá, mas eu não queria. Eu dizia que ia ser pior, que ela ia achar que eu ia voltar pra ela e eu realmente pensava isso. Até que um dia eu encontrei em cima da minha cama uma carta dela. Fiquei com raiva da minha mãe por deixar ela entrar e quando eu desci para brigar com minha mãe, estavam todos na sala chorando. Laurent tinha trazido a notícia de que Leah se suicidara. Cortou os pulsos.

Enfrentei investigação da polícia, da família dela. Foi um caos. Quase saí do exército por conta disso. Na carta, que só depois eu li, ela dizia que ia destruir minha vida como eu tinha feito com a dela. E quase conseguiu. Mas se ela soubesse que eu mesmo faria isso sozinho, talvez ela ainda estivesse viva hoje.”

– Tudo bem?

Isabella enxugou uma lágrima que escorria por baixo do óculos.

– Tudo.

– Fui frio e insensível, Bella. Entenda. Eu era novo e inconsequente, e fui tomado por uma raiva extra por estar vivendo um inferno sem ter a menor culpa. Como eu podia imaginar que ela ficaria assim e chegaria a esse ponto? – Edward apertou a ponte do nariz e suspirou. – Quer que eu continue?

Isabella assentiu.

Daí eu prometi a mim mesmo que nunca mais namoraria ninguém. Ia curtir a vida e já que todos pareciam me “odiar” eu ia viver de forma que eles tivessem motivo para isso. Me envolvi com álcool, drogas, cigarro virou meu vício mais fraco em vista dos outros. Eu só conseguia disfarçar no quartel. Nunca me pegaram no erro por lá. Cansei de virar madrugadas acordado e ir direto para o serviço, tomava um banho gelado e algumas injeções pra tirar o álcool do organismo mais rápido. Tinha um relacionamento com uma enfermeira do quartel que me ajudou muito lá dentro.

Me envolvia em brigas e não acatava nada que meus pais falassem. Aí então, aos 23 anos, eu conheci Tanya. Ela era um ano mais nova que eu e ria de tudo que eu fazia ou falava. Parecia não se importar quem eu era ou o que eu fazia. Bebia da minha bebida, fumava do meu cigarro, só não se drogava e foi aí que eu consegui parar também. Isso ela fez de bom pra mim. Meus pais não gostavam dela, achavam que ela só me afundava mais ainda. Mas a verdade é que eles detestariam qualquer mulher que eu colocasse dentro de casa naquele estado em que eu vivia.

Mas aí, com esse jeito dela, ela foi me mudando sem que eu percebesse. As festas foram diminuindo, eu chegava mais inteiro no serviço, minhas notas na faculdade melhoraram, tudo parecia ir às mil maravilhas. Porém, nossas brigas aumentaram, ficaram mais intensas e um dia...”

– Você bateu nela.

– Quem te contou? – Edward parecia surpreso.

– Ninguém me contou, Edward. É a ordem das coisas. E também pelo que o Laurent falou naquela hora...

– Ah, o Laurent. – Edward fechou a cara. – Fique longe dele.

– Por causa dele “pegar” suas namoradas?

– Ele não pegava minhas namoradas. Ele era esperto e se aproveitava das situações, só isso.

– Ele “pegou” a Tanya. - Isabella afirmou.

Edward inspirou com força e mudou de posição.

– Nesse dia... Até hoje eu não sei como, ela foi parar nos braços dele. Só que eu só soube disso depois que nós voltamos. Eu fiquei com muito ódio, mais dela, sabe. A gente sempre brigava, terminava e depois voltava. O máximo que já ficamos separados foram exatos 6 dias. Então, ela não podia simplesmente cair nos braços de outro.

– Você era fiel a ela.

– Era. Ela me completava, com ela eu não sentia falta de nada. Mas depois disso... Depois que eu soube que ela tinha ficado com o Laurent no mesmo dia em que brigamos...

– Como você...? – Isabella sacudiu a cabeça. – Victoria.

– Exatamente. Victoria me contou assim que soube que eu e Tanya tínhamos voltado. Mas ela foi esperta, ela queria algo com isso, por isso esperou o tempo certo. Eu não queria passar por corno, então, Tanya nunca soube que eu sabia. Laurent soube porque eu fui lá e quebrei a cara dele. O que foi um aviso para que ele não espalhasse nada por aí, também.

– O que Victoria queria com isso?

– Chantagem. Eu dormia com ela a hora que ela quisesse em troca dela ficar com o bico calado. – Edward arriscou olhar para Isabella. – Não faça essa cara, aqui é cidade do interior. A sua virilidade conta acima de tudo.

– Continue, então.

– Tudo isso aconteceu 6 meses antes de eu ir embora. Eu não conseguia mais confiar na Tanya, no sentimento que ela dizia ter por mim. Ela sempre que podia jogava na minha cara que eu tinha batido nela, que ela podia ter ido a polícia, como se isso fosse um tipo de coisa que eu estava devendo a ela. Eu já tinha pedido perdão e tudo mais, mas também quando eu lembrava e imaginava ela com o Laurent, toda minha vontade de estar com ela sumia.

Edward parou de falar e ficou olhando o teto estrelado do simulador. A chuva já tinha caído e agora podia-se ouvir um barulho oco dos pingos no teto. Isabella também tinha se ajeitado na poltrona e assim como ele, também mirava o teto. Ele sabia que ela já tinha juntado as pontas. Ele não tinha mais nada para contar. Tinha aberto seu coração e exposto sua vida e todas as mágoas que tentara esquecer nesses últimos anos. Agora ele estava literalmente nas mãos dela.

– E aí ela diz que estava grávida. – Isabella fala e suspira.

– Exatamente. – Edward virou o rosto para ela, mas ela continuava a olhar pro alto.

– Você acha que Liz pode não ser sua filha, não é? – Isabella se virou para ele.

– Não sei. Se fosse do Laurent, ela já estaria com um barrigão àquela altura. E acreditar que ela estivesse me traindo era muito pra minha cabeça. Mas meu pai fez um teste, assim que a menina nasceu. Meu irmão me contou.

– E deu positivo?

– Deu.

Edward não tirou os olhos dos dela. E Isabella também não. Ficaram ali presos um no olhar do outro, pelo que pareceu horas.

– Você também cantava? Com seu irmão? – Isabella perguntou de repente. Aparentemente sufocada com toda aquela história e querendo mudar de assunto.

Edward sorriu.

– Nem vem. Prefiro ouvir você cantar, mocinha.

– Essa música, sertaneja – ela falou em português e Edward achou engraçado o jeito que ela pronunciou – Pare de rir. – ela sorriu – Cante algum pedaço pra mim. Algo que fale de você.

Edward ficou sério. A música era algo bem mais importante para seu irmão, mas mexia com ele profundamente também. Ele pensou um pouco enquanto Isabella aguardava, e ao olhar o cabelo solto dela, que agora caía no rosto, uma música de Leandro e Leonardo lhe veio à mente.

Bobo,

Você diz que eu sou bobo

Não consegue entender

Que no fundo eu sou um louco

Muito louco por você

Louco,

Eu solto seus cabelos

Tiro a roupa

Mergulho outra vez em sua boca

pra te fazer sentir o meu prazer

Louco,

Assim é que eu fico a seu lado

Maluco, um eterno apaixonado

Sou bobo, mas sei como te prender

Bobeira de amor é uma chama

Que entra pelos poros de quem ama

Depois dos olhos vai parar no coração

Bobeira de amor é um sentimento

Que faz a gente delirar por dentro

Quem é que nunca foi um bobo de paixão?”

– Quer que eu traduza? – Edward perguntou com a voz rouca, pegando uma mecha do cabelo dela e colocando atrás da orelha. Ao mesmo tempo que chegava um pouco mais perto dela.

– Não precisa. Eu entendi absolutamente tudo. – Isabella olhou dentro dos olhos dele, depois para os lábios dele e o surpreendeu encerrando a distância entre eles, colando sua boca à dele.


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