SEM RÓTULOS - welcome to my world escrita por Jose twilightnmecbd


Capítulo 11
Uma noite apenas




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– “Party House”? Eu achei que íamos comemorar aqui mesmo...

– Óbvio que não, cherrie! – Disse Sam, seu colega de escritório mais lindo e mais gay que Isabella tinha. – O DJ esta noite é MA-RA-VI-LHO-SO e chefinho disse que fazia questão de ir! – ele falava enquanto passava o rímel repetidas vezes nos cílios já volumosos de Isabella.

Depois de tentar esfregar os olhos e avisar a Sam que isso não a impediria de usar seus óculos, Isabella reconheceu que estava linda. Pelo menos era o que a imagem no pequeno espelho de mão de Sam lhe dizia.

– Só falta... – Sam segurou o elástico no alto do cabelo de Isabella.

– Nem pense nisso.

– Sabe o que eu penso sobre você não soltar suas madeixas? – Isabella o olhou com desinteresse – Mas vou dizer mesmo assim. Acho que a forma como as pessoas arrumam seus cabelos tem a ver com sua personalidade. Você prende seu cabelo porque algo dentro de você precisa ser domado. Um conselho? Solte sua fera, cherrie.

Algo na forma como Sam disse “cherrie” a lembrou de Edward dizendo “mocinha” e Isabella soube naquele exato momento que suas bochechas estavam cor de carmim.

A badalada boate Party House estava lotada às 18hs. O melhor Happy hour de Nova Iorque começava a “bombar” em dia de sexta-feira logo no primeiro horário. Jane não parava de conferir seu celular e Isabella achava graça como depois de tanto tempo, sua amiga ainda agia com tanta insegurança como no início de namoro. Depois que seu chefe liberou que ela convidasse pessoas para esse happy hour, Isabella logo ligara para Jane e tentara ligar para Edward, mas o celular dele só dava desligado.

– Aro não responde. – Jane falou ainda olhando para o visor de seu celular.

– Amiga, ele pode ter tido algo a mais para fazer no trabalho. Relaxe.

Isabella estava no seu segundo Dry Martini e olhava a pista de dança com um olhar desafiador.

– Senhoritas. – Rilley chegou de repente e olhava para Isabella como um predador.

– Já conhece meu chefe? – Isabella perguntou para a amiga depois de esvaziar sua taça.

– Já tive o prazer. Como vai, senhor Rilley? – ele sorriu e pegou a mão de Jane. – E sua esposa?

O sorriso de Rilley se desfez.

– Bem, obrigado. – ele respondeu e acenou com a cabeça para um conhecido do outro lado do balcão. – Com licença.

– Jane...

– Nos livramos dele, isso é o que importa. Imagina Aro chegar aqui e encontrar esse coroa babando por aqui. – Isabella sorriu e levou sua taça novamente a boca, só assim se dando conta de que seu drinque havia acabado. – Espera, pego outro para você. E um pra mim também, lógico. – Jane saiu com graça girando no calcanhar e Isabella apenas sorriu agradecendo.

Isabella ainda sorria pensando em como Jane a conhecia tão bem que sabia que com apenas dois drinques ela não tinha mais condições de ir em linha reta até o bar, quando a amiga voltou esbaforida.

– Amiga... – Jane pousou as taças no balcão ao lado de Isabella. – Adivinha quem eu acabei de ver?

Isabella pegou seu drinque erguendo as sobrancelhas como quem não fazia ideia.

Marty McFly?

– O quê?

– Esquece. – Isabella sorriu e bebericou seu drinque.

Jane abanou o ar e segurou os ombros da amiga.

– O treinador Edward está atrás daquela pilastra.

Isabella sentiu seu sangue começar a congelar.

– Sério, amiga, e ele me viu e algo me diz que ele vai vir aqui, mas vou logo dizendo que ele está acompanhado de um baita mulherão.

Mal Jane terminou de falar, Isabella olhou além da amiga e já pode avistar Edward vindo em sua direção.

– Ele está vindo para cá. – Isabella falou roboticamente.

– Eu sei, é isso...

– Olá, meninas.

Jane virou o rosto lentamente e plantou seu melhor sorriso no rosto.

– Olá, treinador.

– Jane, não? Como vai? – Edward se inclinou e deu dois beijos no rosto de Jane a surpreendendo, depois parou seu olhar em Isabella. – Isabella.

Isabella ainda se sentia paralisada. Céus, como ele estava lindo.

– Oi. – ela conseguiu dizer.

– Pensei que você tinha dito que tinha um compromisso no escritório.

Jane deu um leve empurrãozinho na amiga depois de achar que ela estava demorando muito para responder.

– E tinha! Quer dizer... Foi transferido para cá.

– Atrapalho? – a voz de Aro soou mais alto do que deveria. A música estava alta, mas não tanto.

– Amor! – Jane se adiantou em se jogar nos braços do noivo.

Depois das devidas apresentações, Jane conduziu o noivo para o bar deixando Isabella e Edward a sós.

– Você não foi buscar o Mike ontem.

– O senhor Phil fez questão...

– Eu sei, ele comentou. Ele queria me convidar para o almoço de “boa viagem” de amanhã.

– Você vai? – Isabella já sabia que Edward havia dito que tinha umas coisas para resolver. O senhor Phil Dwyer, o avô biológico de Mike, o pai de Marie, comentara assim que deixara Mike em casa.

– Talvez. – Que ótimo. Mais uma vez o olhar de Edward continha questões indecifráveis.

– Ah! Você está aqui, querido!

Isabella olhou a estonteante mulher de cima a baixo.

– Chelsea. – Edward falou retirando a mão deslizante dela de cima de seu ombro. – Coisa feia deixar seus convidados sozinhos.

– Coisa feia deixar a aniversariante sozinha. – ela rebateu.

– Isabella. Essa é Chelsea, minha amiga. Hoje estamos aqui comemorando seu aniversário. Chelsea, essa é Isabella.

Chelsea se virou para olhar para Edward quando percebeu que não viria nenhuma explicação a mais.

– Feliz aniversário. – Isabella esticou a mão.

– Obrigada. – Chelsea agradeceu pegando a mão de Isabella superficialmente. O jeito como Edward olhava para Bella a incomodava.

De repente o olhar de Chelsea se ergueu e Isabella acompanhou. Era Rilley.

– Desculpe, Bella. Não consigo deixar o escritório no escritório. – Rilley sorriu de sua piada, sozinho. – Sam estava te procurando e pediu para se despedir, parece que ele encontrou um... – Rilley deu uma tossida em meio a um sorriso – conhecido e teve de ir embora com ele.

– Tudo bem. Imagino quem seja. – Isabella respondeu no automático.

– Não me apresenta a seus amigos?

A aproximação de Rilley, o calor de seu corpo chegando junto a suas costas, deixou Isabella em estado de alerta. Por que ele falava como se houvesse algum tipo de intimidade entre eles?

Edward sentiu todo seu corpo se retesar, algo como um sinal de alerta. Não importava quem era aquele cara, Edward já não gostava dele.

– Ah, sim. Rilley este é Edward, o treinador de futebol do Mike e sua amiga...

– Chelsea. – Chelsea esticou a mão para Rilley que pegou para beijar o dorso.

Instantaneamente Edward olhou para Isabella com uma sobrancelha erguida. Definitivamente ela não era boa em apresentar pessoas.

– E o senhor...? – Edward perguntou esticando a mão educadamente.

– Sou o chefe de Isabella.

Edward cumprimentou Rilley mas sentiu o movimento de flerte de Chelsea, pelo canto do olho, e isso o agradou.

– Então, Bella, podemos deixá-los em boa companhia e você finalmente vir dançar comigo, como prometido. – Edward inventou na hora.

Isabella nem teve tempo de assimilar sobre o que Edward estava falando quando deu por si, estava no meio da pista de dança. Olhou ao redor e conseguiu avistar Jane que estava num amasso arrebatador com Aro. Nossa, nem parece que eles namoram há anos. Ela piscou e ajeitou os óculos quando Edward puxou seus braços pelos pulsos colocando em volta de seu pescoço.

– Não vai me agradecer?

– Pelo quê?

– Por te livrar daquele tiranossauro Rex.

– Ah, pare.

– Pensei que ele ia te dar uma mordida ou urinar em volta de você para marcar terreno.

Isabella inclinou o corpo para trás para olhar nos olhos de Edward. Obviamente ele tinha bebido. Apesar de que esse sarcasmo cruel ela já conhecia.

– Ele é meu chefe. Não há absolutamente nada entre nós.

– Ele sabe disso?

Isabella arfou.

– Amiga! – Jane surgiu ao seu lado. – Eu já vou indo, mas...

– Vou com você. – Isabella se soltou de Edward e conferiu a alça de sua bolsinha tiracolo.

– Eu posso te levar... – Edward falou quase num sussurro.

– Jane mora no mesmo prédio que eu, creio não ser necessário.

Jane e Aro olhavam de um para o outro sem saber o que fazer.

– Não vai se despedir...

– Não. Vamos, Janie. – Isabella virou-se para Edward – Treinador. Tenha uma boa noite.

Jane empurrou Aro por entre a multidão sabendo que Isabella os seguiria se realmente quisesse ir embora com eles. Edward segurou o pulso de Isabella a tempo dela sumir em meio ao mar de pessoas.

– Se deseja mesmo que eu tenha uma boa noite, fique.

Isabella sabia que essas palavras estavam movidas pelo álcool, ele não tinha motivos para falar desse jeito com ela. Tinha? Ela perscrutou os olhos dele e era tão intenso que ficou tonta.

– Não posso. – as palavras saíram sussurradas e Edward mal as ouviu. Sentiu a mão de Isabella deslizar pela sua e se sentiu derrotado olhando-a abrir caminho com tanta pressa até sumir de suas vistas.

– Edward Cullen. – um sotaque de quem forçava para falar o português correto fez cócegas no ouvido de Edward que virou na direção do som para apenas conseguir identificar um vulto de madeixas loiras vindo em sua direção e atacando sua boca de forma faminta.

O corpo de Edward respondeu na hora, ele precisava desse toque, precisava sentir outro corpo colado ao seu, mesmo que não fosse esse exatamente quem ele queria. Ele espalmou as mãos nas costas da mulher que agora ele já sabia quem era – Heidi Wain. Um de seus contatos de mídia para a escolinha, alguém que dormira umas duas ou três vezes. – e beijou-a de volta, com vontade.

– Espere. – Isabella parou antes de entrar no carro de Aro. – Vão vocês. – ela fechou a porta e abaixou na janela para falar com Jane. – Acho que eu posso sim. – ela sorriu e a amiga pegou sua mão.

– É claro que pode. Pode e deve. – Jane piscou.

Isabella se virou para voltar para a boate e viu quando seu chefe entrava num taxi com a tal amiga de Edward. Ela balançou a cabeça rindo e entrou quase que correndo boate a dentro direto para a pista de dança. Parou de imediato quando um vão revelou Edward agarrado a uma loira no mesmo lugar em que ela o havia deixado fazia nem cinco minutos. “Só uma idiota como eu para achar que ele estava falando sério. Precisar de mim para ter uma boa noite? Que piada.” Ajeitou os óculos que estavam um pouco embaçados e caiu na fria noite, e foi caminhando em direção ao metrô. Sozinha.

***

Edward saiu do apartamento de Heidi antes do amanhecer. Foi de metrô até seu apartamento no Brooklyn e antes de qualquer coisa, tirou a roupa e caiu no jato forte e gelado de seu chuveiro. Estava com uma dor de cabeça irritante, sabia que era por causa da bebida de ontem à noite, mas para aturar Chelsea e depois Heidi, somente com uma dose reforçada de Sullivans Cove.

Jamais imaginaria encontrar Isabella ali. Ela não combinava com aquele lugar, parecia um anacronismo. Seu suéter azul, calça jeans escura e um par de sapatilhas horríveis. Edward sorriu e encostou a testa no ladrilho preto do box. O cabelo preso no rabo de cavalo habitual e aqueles óculos grandes demais para seu rosto. Edward passou a esponja com o sabonete líquido pelo corpo e sua pele ardeu próxima às costelas. Ele ergueu o braço e viu o arranhão. Merda. Filha da... – ele esfregou aquele arranhão como se isso fosse tirá-lo dali. Depois começou a esfregar todo seu corpo com uma força medida, ele queria tirar qualquer vestígio de Heidi, qualquer vestígio que o fizesse lembrar de quem ele era. De verdade. Sua fachada ficava exposta cada vez que estava perto de Isabella, ela era sua... criptonita. Ele encostou as costas na parede e mirou o teto. Como seria essa viagem afinal?


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