Angel With a Shotgun escrita por Sabidinha Chase


Capítulo 4
Capítulo 3 - Humana


Notas iniciais do capítulo

Oiiiieee, gente mil desculpas pela demora! Tava com uns probleminhas aqui, mas agora vai.
Avisando: Esse capítulo é um capítulo de transição é por isso que ele está curtinho, o próximo vai ser maior e bem mais legal... Pois esse eu achei chatinho, mas MUITO necessário.



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Capítulo 3 – Humana

Natasha acordou cedo, já era de costume acordar às cinco da manhã para correr e treinar, apesar de não ter uma academia em que pudesse fazer seus exercícios diários, Natasha colocou um agasalho de treino, seu tênis, fones de ouvido com suas músicas preferidas e saiu para correr. Não havia muitas pessoas em Nova York com seu pique, ela corria em volta das quadras perto de seu apartamento com facilidade.

Como ela gostava daquela sensação: liberdade! Somente naquele momento Natasha conseguia ser ela mesma, conseguia ser a garota russa que cresceu e foi treinada para ser uma espiã. Isso era ela, isso era Natasha.

–Bom dia – disse alguém ao seu lado, e ela tirou os fones e a touca do agasalho surpresa, era Steve.

–Bom dia – ela disse sem jeito, tentando entender a razão dele estar ali.

–Você corre bem - ele comentou com respiração compassada, ele seguia a corrida de Natasha com perfeição, o que era extremamente raro.

–Obrigada é que... – nunca e ninguém, havia feito Natasha ficar sem falas, sem saber que mentira contar, mas Steve havia pego no flagra, ele acabará de mostrar que não era tão frágil, e teria que escapar disso – Minha mãe me fazia correr muito por causa do balé, para não engordar.

–Você faz balé? – Steve perguntou curioso.

–Sim, fiz muito tempo, minha mãe queria que eu participasse do balé russo, mas não levei jeito, apesar de tudo isso ainda gosto de correr – Natasha tentou parecer cansada, apesar de não estar – E você aprendeu a correr assim no exercito.

–Sim, acho que sim – Steve pensou em algo o que deixou Natasha curiosa, apesar de não ter nada haver com a missão.

–Eu acho que estou ficando cansada – Natasha falou parando e colocando as mãos nos joelhos, respirando fundo apesar de não precisar – Vou indo.

–Vou dar mais algumas voltas, nos vemos depois – Steve falou correndo na frente dela e acenando, ela acenou de volta e voltou a caminhar normalmente de volta para casa, irritada com sigo mesma por ter sido tão descuidada.

Era incrível como aquele Capitão conseguia ter um efeito estranho sobre Natasha, como se mentir não fosse tão fácil perto dele, como se ela tivesse que pensar para arranjar alguma desculpa, coisa que ela nunca havia precisado fazer, as mentiras vinham em sua boca antes mesmo dela pensar a respeito.

Chegando no apartamento Natasha tomou um banho e colocou algumas peças de seu novo guarda roupa de boa moça, uma jardineira jeans com uma blusa azul, e um all star branco. Ela se olhou no espelho e viu que estava irreconhecível ninguém diria que ela era uma espiã, mas sim uma boa moça americana cuidado de sua vida.

Já era dez horas da manha e Natasha estava completamente entediada, ela havia pesquisado sobre Steve Rogers, havia pesquisado sobre o Capitão América, havia jogado joguinhos de tiro no computador, lustrado suas arma e por fim estava assistindo televisão em um programa sobre moda.

“Mas que decadência” – pensou ela de si mesma.

Ela sabia que Steve estava em casa, pois ouvia alguma movimentação no apartamento de vez enquanto. Ela pensou em colocar uma escuta na casa e talvez uma câmera, algo que faria com que ela soubesse mais a respeito dos movimentos de seu vizinho. Apesar da ideia, ela teria que esperar até que Steve saísse de casa para isso.

O programa estava completamente chato, ela então decidiu que daria uma volta pela cidade, coisa que ela nunca havia feito, não sem precisar matar ninguém.

Ela saiu vestida da mesma forma que estava, apenas levou uma bolsa lateral onde colocou sua arma, alguns documentos falsos para o porte de arma, seus próprios documento, um batom claro, o cartão de credito e cem dólares trocados.

Ela checou para ver se Steve ainda estava em casa, e pela movimentação e uma música antiga pode constar que estava. Ela desceu as escadas e começou a caminhar no meio de várias pessoas apressadas, ela acelerou o passo, mas começou a observar as lojas, as crianças, os animais e tudo ao seu redor.

Tudo era diferente para ela, na comparado a uma missão cheia de feridos, tiros e bombas, era muito sossegado e até mesmo prazeroso. Ela foi em direção ao tão conhecido Central Park para que pudesse ver mais daquele tipo de ambiente em uma hora agitada.

Era exatamente como as propagandas, filmes e até mesmo seus conhecidos a descreviam, era um parque agitado, com muitas pessoas, muitas arvores, pessoas caminhando, correndo, pessoas vendendo, comprando, fazendo mágica, tocando instrumentos, enfim era o que Natasha desconhecia há muito tempo.

Ela decidiu que provaria um delicioso sorvete de chocolate, cuja um senhor de idade vendia em sua barraquinha. Ela pediu uma casquinha simples e o senhor educadamente a vendeu.

Era como provar um pedacinho do céu, a comida em que estava acostumada era balanceada e extremamente rigorosa, provava comidas finas somente em ocasiões especiais, porém aquilo era exatamente o que precisava para ter um pouco mais de humanidade em seu ser.

O simples sorvete de chocolate em uma casquinha, lembrou Natasha de como é ser uma simples humana. Uma sensação que havia perdido com o tempo, ela se sentou em um banco meio atordoada com a situação e olhou em volta, como as pessoas agiam, ela não agia assim, mas uma ponta de si tinha aquele desejo.

–É gostoso – disse uma voz ao seu lado, era uma garotinha, parecia ter uns seis ou sete anos – Eu amo sorvete.

Natasha olhou com curiosidade para pequena criança sentada ao seu lado, havia inocência nos seus pequenos olhos azuis, ela tinha cabelos escuros e a pele muito clara, balançava suas pernas pois não alcançava o chão, Natasha achou graça.

–Você não fala? – a menina perguntou curiosa.

–Falo – Natasha respondeu seca, não sabia lidar com crianças, elas eram verdadeiras demais.

–Que bom, eu achei que fosse muda. Eu tenho uma amiga que não ouve e não fala, mas eu sei falar com ela com as mãos – ela mostrou um gesto que Natasha identificou como sendo “Olá, como vai?” em língua de sinais.

–Cadê sua mãe? – Natasha perguntou preocupada, já achando que a menina grudaria nela.

–Eu não tenho – a menina respondeu com a maior naturalidade, como se aquilo fosse normal – Eu moro com minha tia, meus pais morreram em uma explosão.

–Sinto muito – Natasha falou sinceramente, sabia o que era perder os pais.

–Eu não me lembro – a menina lambeu seu sorvete – Sei que foi por causa de um homem mau.

–Sempre é – Natasha parou um instante e viu que não tomava seu sorvete.

–Johanna – uma senhora correu até a menina a chamando – Nunca mais saia da minha vista – ela puxou a menina e a menina acenou para Natasha que acenou de volta.

Natasha jogou o restante do sorvete no lixo e esqueceu toda aquela historia de humanidade. Aquela pequena garotinha perdeu os pais por causa de uma pessoa que precisava ser detida, essa era sua função, proteger as pessoas boas de pessoas más, era por isso que Natasha não tinha tanta humanidade, era por isso que ela não poderia se deliciar com um sorvete, ou dar uma volta no parque. E ela lembrou que tinha um trabalho a fazer, e ficar ali no parque não solucionaria sua missão.

Ela voltou para o apartamento que era muito próximo, tentando não pensar como ser humana, mas sim uma espiã do governo, uma pessoa treinada a não colocar seus sentimentos acima de suas emoções.

Assim que entrou pegou seu ponto eletrônico e colocou no ouvido e chamou pelo Fury:

–Fury na escuta – ele respondeu.

–Alguma novidade? – ela perguntou.

–Eu chamei você para ficar de olho no Capitão, e acho que seu passeio fez com que ele se perdesse de suas vistas, estou certo senhorita Romanoff? – Fury perguntou em um tom irritado.

–Sim senhor – ela respondeu secamente.

–Já disse que é sua ultima chance, não a desperdice – Fury falou novamente autoritário – Ele foi até o esconderijo da ultima vez.

–Estou indo para lá – Natasha arrumou o ponto e desligou.

Natasha não colocou seu uniforme dessa vez, afinal ficaria muito estranho ela correndo com um uniforme preto da S.H.I.E.L.D. Ela apenas colocou sua arma na parte de trás da jardineira e saiu pelo caminho onde havia achado Steve da ultima vez.

Dessa vez a única luz que iluminava o local era a luz do dia, Natasha sacou sua arma já deixando pronta para qualquer perigo, ela se aproximou do local onde havia ouvido Steve e a outra pessoa, mas não conseguiu ouvir nada, a sala estava escura e vazia.

Não havia absolutamente nada ali, nem computadores, nem arquivos, somente uma mesa e uma cadeira, ela achou aquilo estranho, principalmente pelo fato de Steve não estar ali como Fury havia lhe dito.

“Algo não me cheira bem” – Natasha pensou enquanto observava tudo ao seu redor.

Realmente o silencio era seu maior inimigo, se ouvisse algo ela poderia identificar qualquer sinal de armadilha e do próprio Capitão, mas ali só havia ela. Fury estava enganado, ou ela estava sendo.

Ela resolveu colocar a arma de volta na jardineira e seguiu em frente, talvez algo naquele estranho laboratório vazio fizesse sentido. Mas ela fez isso cedo demais.

–Olá senhorita Romanoff – ela ouviu uma voz conhecida – Ou devo chama-la de Viúva Negra?

Ela se virou e deparou com uma expressão zangada e s inocentes olhos azuis de Steve Rogers.


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Notas finais do capítulo

Pois é galera, o Steve sabe.. Le-lo-le-lo!!! Só lembrando que a fic não gira em torno desse segredo não, não era pra ela ser a vizinha perfeita por muito tempo, por que se não iria virar um saco a fic, ok?
Mas agora vai a melhor parte... COMO ELE SABE? POR QUÊ ELE SABE? Essas e outras perguntas serão respondidas no próximo capítulo, vocês vão ver que tudo faz sentido.