Angel With a Shotgun escrita por Sabidinha Chase


Capítulo 3
Capítulo 2 - Mais que merda é essa Clint?


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é um pouco de tudo, eu agradeço muito os comentários e esse capítulo é dedicado a Day que fez uma recomendação maravilhosa da fic, espero que gostem!

ENJOY!



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Capítulo 2 - Mais que merda é essa Clint?

Enquanto esperava para o seu fictício “pai”, Natasha procurava informações sobre Steve Rogers ou Capitão América nos arquivos da S.H.I.E.L.D o problema maior, era que havia pouco ou nada a respeito de uma pessoa tão famosa, era como se algumas coisas estivessem escondidas do acesso dela. Isso a preocupava. A única coisa que sabia dele era que ele havia sido transformado em um soldado perfeito e lutado bravamente na segunda guerra até se sacrificar para salvar milhões de pessoas. Era heroico, mas não impressionava Natasha, na verdade era difícil algo impressioná-la e para ela Steve Rogers era só mais um cara com idealizações erradas sobre as pessoas e sobre seu governo.

“Onde você me colocou dessa vez Fury?” – pensou.

Alguns minutos depois a campainha tocou, ela logo colocou o bolo no forno desligado, colocou uma toalha na mesa e algumas xicaras. Quando olhou no olho magico teve uma surpresa, começou a rir imediatamente antes de abrir a porta.

–Mais que merda é essa Clint? – ela disse ao abrir a porta.

–Que foi? Não gostou do seu “papai”? – ela riu enquanto Barton entrava no apartamento.

Seu velho amigo estava literalmente “velho”, ele estava completamente caracterizado, com uma barriga grande, algumas rugas, cabelos grisalhos e roupas horríveis.

–Por que Fury não contratou um ator? – ela perguntou enquanto Barton andava até a mesa.

–Ele não queria envolver ninguém que fosse fora de suas vistas – ele suspirou, enquanto Natasha segurava o riso – Nem me olhe assim, essa é a pior missão de todos os tempos, e ela nem é minha.

–Você está ridículo – ela começou a rir descontroladamente – É melhor você ir embora, eu digo que você não pode ir, pois teve um infarto – Natasha bateu na barriga dele e voltou a rir.

–Você se acha muito gostosona não é? – ele revirou os olhos.

–É sério Clint, você está ridículo, isso não vai funcionar – ele se levantou, estava desapontado – Fury me decepcionou, isso nem parece uma missão séria, mas sim um episódio de série infantil.

–E o que vai dizer para o Sr. Rogers então? – ele bateu na barriga que fez com que Natasha risse mais ainda.

–Qualquer coisa, só caia fora daqui – ao dizer isso a campainha tocou.

–Tarde demais – ele se sentou novamente e ela o puxou.

–Você é o Gavião Arqueiro, se joga da janela e voa, mas suma daqui! – ela começou a empurrar ele para a escada de incêndio.

–Mas o que...? – antes que ele terminasse de falar ela fechou a janela – E para o seu governo, apesar de chamar Gavião, eu não voou – ele gritou do lado de fora.

Ela deu de ombros, colocou um sorriso no rosto e correu até a porta, ao ver Steve Rogers seu largo sorriso apareceu:

–Oi, pensei que não viesse – ela falou dando passagem para que ele entrasse.

–Acho que fiquei com vontade de comer aquele bolo – ele tentou captar algum cheiro, mas não sentia nada.

–Espero que tenha bastante fome, pois fiz bastante, pode se sentar – ela apontou para a mesa – Sempre aceita convites de seus vizinhos para um café? – ela perguntou enquanto trazia o bule de café.

–Na verdade é a primeira vez, raramente as pessoas me convidam e as que convidam são aquelas velhinhas malucas – Natasha já imaginou que essas “malucas” queria dizer “taradas” – E eu nunca tive um vizinho de porta.

–Interessante – ela sabia que era porque a S.H.I.E.L.D queria ficar de olho nele.

–E seu pai? Já veio? – ele perguntou olhando dos lados.

–Na verdade ele não pode – ela tentou se controlar ao máximo para não rir da imagem de Barton em sua mente – Teve um compromisso em nossa empresa de ultima hora.

–Uma empresa de família? – ele perguntou curioso.

–Sim, eu trabalho na área de pesquisa – isso não era totalmente mentira – E você faz o que Senhor Rogers? – ela serviu os cafés, o bolo e sentou-se na sua frente.

–Eu – ele parou um pouco pra pensar, Natasha sabia mentir como ninguém, mas Rogers era péssimo – Servi ao exercito há algum tempo, mas agora estou trabalhando em com um negocio próprio.

–Não como criminoso, espero – ela falou tentando parecer encantadora.

–Não, de maneira nenhuma – ele ficou sem graça.

–Pode se servir – ela ofereceu o bolo e ele pegou um pedaço.

–Puxa – ele disse depois da primeira mordida - Está maravilhoso, você cozinha muito bem.

–Obrigada – ela sorriu – Me diga Senhor Rogers, tem muito tempo livre?

–Na verdade minha agenda está um pouco cheia ultimamente, mas... – de repente um barulho na escada de incêndio fez com que os dois levantassem – Ouviu isso?

–Isso o que? – ela tentou disfarçar “Droga Barton!” – pensou.

–Fique aqui – ele começou a caminhar em direção a janela que dava para escada sorrateiramente, ela foi atrás para impedir que Steve visse Barton.

Ele abriu a janela, mas para o alivio de Natasha, Barton havia conseguido escapar. Ela olhou para Steve que procurava por algo suspeito, mas como não viu nada se tranquilizou.

–Devia ser um gato – ele falou fechando a janela.

–Ou um pássaro – ela riu internamente da sua piada, quando de repente Steve parou e franziu o cenho, ela ficou preocupada, mas não deixou transparecer.

–Eu preciso ir – ele começou a andar rápido, mas ela segurou seu braço, ele parou imediatamente.

–Algum problema? – ela tentou fazer uma leitura de suas expressões, mas ele conseguia desviar o olhar como ninguém.

–Esqueci de comprar um remédio – ele fingiu – Nos vemos depois e qualquer coisa pode me chamar.

–Ok – ela soltou seu braço e ele entrou no apartamento e fechou a porta.

Em menos de dois minutos Natasha estava com seu uniforme, suas armas na coxa e o comunicador no ouvido. Ela olhou pela janela para ver se Steve passava por ali, mas ele não seria tão idiota ao ponto de trocar de roupa em casa.

–Romanoff na escuta – ela chamou Fury.

–Fury

–Ele saiu, eu vou atrás dele, tem alguma ideia de onde ele possa estar? – Natasha perguntou.

–Está acontecendo o de sempre em Nova York, nada em especifico, mas ele deve estar seguindo para algum tipo de reunião, o rastreador ainda está nele, use o celular e boa sorte.

–Desligo – ela pegou o celular e saiu pela janela da escada de incêndio.

Ele estava em alta velocidade e seguia para o norte. Ela esperou alguns minutos e para ver a localização correta, até ele parar, não estava muito longe dali o que faria com que ela pudesse ir a pé. Ela começou a correr na direção em que o celular mostrava e alguns minutos depois chegou ao local.

Era uma espécie de quartel general, porém completamente abandonado, talvez algo muito antigo. Ela como uma boa agente cuidou para que nenhum de seus movimentos fizesse barulho e entrou no local. Tudo o que havia por fora era só fachada para um laboratório muito bem equipado. Ela logo percebeu que não havia câmeras e que não havia seguranças, o que significava somente uma coisa: Não querem que ninguém saiba desde lugar e fizeram da melhor forma para ninguém saber.

Ela continuou andando por um corredor mal iluminado até ouvir vozes, ampliou seu comunicador para captar as vozes melhor:

–É claro que mandaram alguém atrás de você – ela era boa em guardar vozes e aquela era desconhecida, uma voz de homem, levemente rouca.

–Mas como? Não estou fazendo nada demais – aquele era Steve.

–Tem certeza que não a nenhuma mudança que possa parecer estranho? – a voz perguntou;

–Claro que não, minha vida está completamente normal – Natasha de longe saberia que ela era uma espiã se ela estivesse no lugar de Steve e alguém fizesse a mesma pergunta.

–Ouça bem Rogers, se alguém descobrir o que está acontecendo muitas coisas vão acontecer, há perigo em toda a parte – a voz falou preocupada – Você não pode confiar em ninguém.

“Veremos” – pensou Natasha.

–Em primeiro lugar eu não tenho ninguém para confiar – aquilo saiu em um tom bastante depressivo – E segundo lugar eu não faria nada para colocar a missão em risco.

–É a vida de um homem que está em jogo Rogers – a voz falou – E agora vou lhe perguntar mais uma vez: Não nada diferente? Pessoas novas?

–Pra falar a verdade – Rogers havia se lembrado de Natasha – Há uma nova vizinha no meu prédio, ela se mudou para o apartamento da frente, mas ela não pode ser inimiga, ela é tão doce.

–Não se deixe enganar – disse a voz – Os melhores espiões nunca deixam transparecer o que na realidade são.

“Isso eu tenho que concordar” – Natasha pensou.

–É impossível, mas eu vou ficar de olho – Steve não deu muita importância, pois o que poderia fazer uma adorável ruiva? – Era só isso que você queria.

–Sim, era só, mas por Deus Rogers, fique de olhos abertos, eles já colocaram alguém de olho em você e isso é certeza – a voz afirmou.

Assim que terminou essa frase, já sabendo que Steve sairia dali, Natasha tratou de fugir. Ela sabia que Steve ficaria mais esperto, mas ela não tinha medo, ela amava um desafio e apesar de já ter feito a sedutora, a rica e vários outros papéis, era a primeira vez que teria de ser a pobre e indefesa vizinha, e um pouco assanhada também.

Correu para a casa sem ao menos esperar, ela já tinha várias coisas em mente com as informações ali dadas, ela iria fazer um relatório e enviar ao Fury, porém antes de dormir iria fazer uma visita ao seu vizinho famoso.

Ela chegou em casa, tomou um banho demorado pensando em tudo que havia acontecido, ela precisava saber de quem era aquela voz e qual seria o objetivo daquela pessoa em colocar o Capitão América em uma situação tão perigosa e até mesmo antipatriótica.

Depois de colocar um pijama fino de seda rosa que lhe cairá muito bem, ela colocou seu plano em prática, certificando-se de que o decote do pijama mostraria apenas o suficiente e o tamanho do seu short fosse sensual, mas não vulgar, ela apressou-se ao apartamento de Steve e tocou a campainha, logo ela ouviu a tranca.

“Por que um homem tão forte precisa de trancas na porta? Nem eu uso trancas” – pensou.

–Senhorita Romanoff – Steve falou animado, mas tentando desviar o olhar da bela ruiva, ela percebeu que ele apesar de ser “O Capitão” era fraco como todos os homens.

–Desculpa incomodar Senhor Rogers, novamente – frisou – Mas eu precisava fazer uma ligação e meu telefone ainda está sem linha, poderia usar o seu? – ela perguntou inocentemente.

–Claro, entre – ele indicou para que ela entrasse, e ela passou em sua frente olhando de canto de olho para ver se ele olhava para ela, mas ele desviou o olhar fechou a porta.

“Um perfeito cavalheiro” – pensou – “Mas ainda é um homem”.

–Por aqui – ele indicou e parou na frente de um telefone comum, sem fio, moderno para as quinquilharias que estavam no apartamento – Fique a vontade.

Ela pegou o telefone e discou qualquer número e viu ele se afastar, ele devia estar curioso, mas como pessoa educada que era deu espaço suficiente para que ela falasse em particular com quem quer que fosse.

–Alô – uma voz feminina desconhecida falou.

–Alô, poderia falar com o Senhor Johnson? – ela perguntou sem se importar que a pessoa do outro lado nem ao menos conhecesse.

–Não há nenhuma Johnson aqui – a pessoa respondeu.

–Entendo – ela continuou fingindo – Poderia passar um recado de que a senhorita Romanoff ligou para ele me retornar, é muito importante.

–Eu já disse, não há ninguém com esse nome aqui – a pessoa repetiu.

–Vou aguardar o retorno dele, muito obrigada senhora Johnson – ela terminou de falar e desligou o telefone sabendo que a pessoa do outro lado não entenderia nada.

Mas seu objetivo ali estava cumprido, ela havia grampeado a linha telefônica de Steve sem que ele ao menos percebesse. Ela sorriu animada para ele que lançou um sorriso de volta.

–Bom, acho que até amanhã minha linha já está pronta – Natasha comentou.

–Provavelmente, esse pessoal é muito eficiente – ela não sabia o motivo, mas parecia que Steve a analisava, e não como mulher, mas para descobrir suas reais intenções ali.

–Obrigada pelo favor – ele foi até ela e ela percebeu então que Steve estava desconfiado, mas ela sabia muito bem lhe dar com aquilo – Espero que sua namorada não lhe cause problemas, do jeito que vizinhos gostam de fazer fofocas.

Ele logo ficou sem jeito, Natasha sabia que Steve não tinha namorada, perceberia isso de longe, mas isso por alguma razão o fez ficar congelado, ela sabia que falar de mulher para um homem o deixaria constrangido, e toda a desconfiança morreria ali, pelo menos por enquanto.

–Oh – ele corou – Não tenho namorada, e mesmo que tivesse, é só uma ajuda.

–Isso mesmo – ela se inclinou e ergueu-se nas pontas dos pés e depositou um beijo na bochecha de Steve, o que fez ele corar mais ainda – Obrigada Rogers.

–Me chame de Steve – ele pediu.

–Então, obrigada Steve – ela se encaminhou para porta e ele o seguiu – Se o mundo tivesse pessoas boas como você assim ele estaria bem melhor – Natasha comentou antes de abrir a porta.

–Obrigado, você é muito gentil – ele parecia sincero – Qualquer dia desses venha tomar café comigo, estou te devendo uma.

–Eu adoraria – ela lançou um ar sedutor antes de se encaminhar para seu apartamento – Boa noite – ela falou abrindo a porta de seu novo apartamento.

–Boa noite – Steve disse e fechou a porta e Natasha logo o imitou.

Natasha sabia que agora em diante teria de ser mais cuidadosa, qualquer movimento poderia ser um fiasco para missão e Fury não toleraria mais erros. Ela conectou o outro ponto que instalará no telefone de Steve em seu Notebook e deixou no viva voz para que assim que Steve fizesse alguma ligação ela saberia.

Natasha então deitou em sua cama se aconchegando em seus novos edredons, podia se acostumar com aquela vida, era bom demais deixar em uma cama grande e confortável, pensou um pouco se um dia teria isso e partilharia com alguém, mas o máximo que teve foi vidas falsas em missões, muitas vezes boa e confortável, mas sempre mentira. Natasha pensou mais um pouco a respeito até dormir e sonhou com uma figura desconhecida de olhos azuis.


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Notas finais do capítulo

É o seguinte, apesar de ter sonhos e o Steve claramente achar a Natasha linda, nada vai acontecer tão cedo, pois amor não acontece assim, PÁ PUM, principalmente pra Natasha, por isso tenham paciência, carinho e compreensão que tudo rola uma hora, ok?
E comentem, pleaaaase!!!