Angel With a Shotgun escrita por Sabidinha Chase


Capítulo 2
Capítulo 1 - A Vizinha Perfeita


Notas iniciais do capítulo

OIEEE...Estou muito feliz com os comentários e como o prólogo é muito curto resolvi postar outro capítulo hoje pra vocês.



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Capítulo 1 - A Vizinha Perfeita

Ela estava sentada na mesa de reunião já fazia mais de uma hora, Fury falava, gritava e tentava provar a ela que seus atos eram irresponsáveis e que nunca mais queria que ela agisse daquela forma. Porém como uma boa espiã, ela aprendeu a controlar todos os seus sentidos, inclusive a audição, o que naquele momento estava desligado.

–Entenda que seus atos são uma afronta não só para agencia, mas como para todo o governo dos Estados Unidos, você poderia colocar em risco milhões de vidas além de recursos – ele coçou a cabeça – Acho que você nem está me ouvindo.

–Claro que estou – ela respondeu sem muito esforço.

–Olha Romanoff, você é uma ótima agente, mas está saindo do controle – ele se apoiou na mesa e respirou fundo – Estará suspensa por uma semana.

–COMO?! – seu grito parou toda as pessoas que estavam envolta – Você não pode me suspender!

–Não vou discutir – ele virou as costas e colocou as mãos para trás – Está decido, uma semana, volte para casa e ponha sua mente no lugar.

–Permissão para me retirar – ela pediu contrariada.

–Permissão concedida – foram as ultimas palavras de Nick Fury, antes de Natasha sair da sala e bater a porta.

Ela saiu batendo os pés como uma criança mimada, entrou em seu provisório quarto, pegou suas coisas e começou a jogar dentro de uma mochila velha. Ela não falava nada, só deixava transparecer o quão irritada ela estava, seus movimentos eram bruscos fazendo que algumas coisas escorregassem e quase caísse no chão.

–Quanto mais você agir assim pior vai ser – a voz de Clint foi ouvida atrás dela.

–A culpa disso tudo é sua – ela o acusou sem mesmo se virar – Por que tinha que se meter na minha missão?

–Já disse que foi o Fury – ele falou em tom calmo, isso era típico de Barton – Não quis me intrometer nem tirar seus créditos pela missão, eu só quis ajudar.

–O que importa isso de qualquer forma? – ela falou dando de ombros – Estou suspensa até segunda ordem.

–Talvez Fury pegue leve com você – Barton tentou encorajar, mas Natasha não se importava.

–Bom, tenho que pegar uma carona pra voltar pra casa – ela parou por um minuto – Onde eu moro mesmo? – Barton riu – Claro, Nova York.

–Muito bom saber que você muitos lugares pra chamar de casa – ele comentou.

–Ou nenhum – ela falou pegando a velha mochila de luta e colocando nas costas e saindo da vista do arqueiro.

A Viúva foi até o hangar e esperou até poder conversar com um dos comandantes a respeito de seu retorno para casa. Fazia muito tempo que Natasha não tinha um dia comum na “Big Apple”, porém ela não se importava.

–Natasha! – ela ouviu alguém gritar, era Clint.

–Estou pegando uma carona – ela falou sem se importar.

–Não antes de ouvir o que Fury tem a dizer – ele chamou para que Natasha o seguisse de volta para a sala de reunião, nela Fury estava da mesma maneira em que ela havia deixado, Barton saiu deixando os dois a sós novamente,

–Sua suspensa foi cancelada – ele falou em tom autoritário, Natasha quase sentiu vontade de pular de alegria.

–E qual é a razão? – perguntou com a voz controlada.

–Uma missão em que se infiltrará na vida de um super-herói – ele voltou sua atenção a ela e isso só a deixou com mais duvidas.

–Stark?

–Não – Fury entregou alguns relatórios para que ela visse.

Na foto aparecia um rapaz magro, praticamente esquelético, com roupas da segunda guerra mundial, loiro dos olhos claros, na outra um homem forte, com músculos definidos, com as mesmas feições do rapaz. Para Natasha não era a mesma pessoa, porém ao ler sua ficha percebeu que ele havia sofrido por uma experiência e se transformado naquele belo homem, Steve Rogers, era seu nome. Outra foto mostrava o mesmo homem com uma roupa de herói, um patriota herói com o nome de Capitão América, ela tentou imaginar de onde haviam tirado este nome e como estaria ele após todos esses anos, já que aquilo parecia ser do século passado.

–Poder de regeneração? – ela perguntou após ler rapidamente.

–Não – Fury sentou ao seu lado – Estava congelado todo este tempo.

–E o que quer que eu faça? Descubra quem o descongelou?

–Não – ele respirou fundo – Ele está de volta praticando algumas missões e algumas coisas que não foram passadas por nós, queremos saber de quem ele recebe ordens e por que está fazendo isso.

–Nada como um bom interrogatório – ela sorriu e Fury apenas balançou a cabeça.

–Você não vai fazer desta maneira desta vez Romanoff – ele levantou, pegou agora uma mala e novos papéis.

–Você vai se infiltrar como uma pobre e indefesa civil – entregou a ela os papéis.

–Mas aqui está usando Natasha Romanoff, não seria melhor outro nome?

–Não, se ele sabe de algumas coisas é porque tem alguém por trás e podem pesquisar você, um outro nome seria outra pessoa que teríamos que criar no sistema inteiro – Natasha balançou a cabeça – Pode pegar sua carona de volta Nova York, ele é seu novo vizinho – dizendo isso ele jogou uma chave, ele notou que tinha um pequeno ursinho rosa como chaveiro.

–Isso não é exagero? – ela perguntou olhando pro bichinho de pelúcia que rodava no ar.

–O que preferia? Uma aranha? – Fury fez a piada, mas ela se limitou a levantar e dar de ombros.

–Permissão para me retirar – pediu.

–Antes de ir quero que saiba que isso é uma segunda chance, se pisar na bola vai ficar um bom tempo sem saber se irá chover amanhã, estamos entendidos? – Fury estava sério.

–Sim senhor – Natasha cedeu.

–Ótimo – ele relaxou – Permissão concedida.

Natasha saiu da sala com sua mala e seus papéis, ela ainda estava confusa com que havia acabado de acontecer, a mudança repentina de opinião de Fury, porém ela deveria seguir ordens e assim fazer o possível para que não decepcionasse Fury novamente.

–Boa noticias – ela disse a Barton que estava no hangar próximo ao avião.

–Nova missão? – ele perguntou sorrindo.

–Não sei bem ainda – ela pegou sua velha mala que havia deixado no chão – Acho que é mais uma espécie de castigo, mas é melhor do que ficar no meu apartamento tentando me distrair com algum filme ruim, e se eu terminar logo essa missão ele provavelmente vai me dar uma menos chata.

–Não posso deixar de concordar – Barton cruzou os braços.

–Sei que você tem alguma coisa haver com isso – ela jogou a mochila velha nas costas – E quero te agradecer.

–Não há por onde – ele piscou e ela deu um abraço em seu amigo – Por essa eu não esperava.

–Cala a boca – ela falou lançando um sorriso.

–Tome cuidado – ele avisou antes dela embarcar.

–Com o que? Capitão América? Me poupe – ela riu e entrou na aeronave sem ao menos ver a reação de Barton, que era de duvida.

O avião demorou algum tempo para decolar, mas poucas horas para chegar na base militar de Nova York, onde Natasha não se sentia nem um pouco a vontade, porém precisava se aprontar para parecer uma bela e indefesa vizinha, e seu uniforme da S.H.I.E.L.D não era exatamente a melhor opção.

Ela vestiu-se com uma blusinha tipo bata laranja, calça jeans, sapatos amarelos, tudo que Natasha nunca usaria em sua vida cotidiana, prendeu metade dos seus longos e cacheados cabelos ruivos e saiu do vestiário.

Todos os soldados ali a viam como outra pessoa, ela parecia frágil, indefesa e muito mais delicada do que a violenta Viúva Negra. Apesar de estar totalmente diferente do normal, poucas coisas mudaram realmente, pois escondido embaixo da bata estava sua arma muito bem carregada e pronta para ser usada caso houvesse perigo.

Ela chamou um táxi para agir o mais normalmente possível, colocou suas coisas no porta malas e se dirigiu para o endereço indicado, quando chegou percebeu que havia um caminhão de mudança na frente e varias coisas sendo levadas para o andar onde provavelmente seria seu novo apartamento.

Ela entrou em seu personagem, pegou as malas e agradeceu ao motorista de táxi. Começou a subir em direção ao hall de entrada e se deparou com um senhor muito carrancudo.

–A senhorita é dona dessa mudança toda? – ele falou de forma grosseira.

–Sim, algum problema com ela?

–Mudanças só podem ser feitas em dias de semana, hoje e sábado – ele disse autoritário, se fosse em qualquer outra missão Natasha apontaria a arma e ele se calaria em um instante, mas esse não era o caso.

–Me desculpe, acho que me informaram errado – ela sorriu de forma natural, mesmo não sendo verdade – Agradeceria muito se o senhor abrisse está exceção para mim.

–Olha – ele se fez de difícil pensando um pouco – Não vou fazer uma reclamação por escrito, mas fique avisada, ok?

–Obrigada – ela sorriu novamente pensando em quão mesquinho era aquele senhor – O senhor é muito gentil.

Seu dom para encantar as pessoas era quase natural, ela era uma bela ruiva que tinha traços angelicais e sorriso cativante, seu corpo atrairia qualquer homem da face da terra e com certeza ninguém era páreo no quesito sexy, ela poderia ser qualquer mulher em poucos segundos.

Ela seguiu a mudança, pois não sabia qual seria seu apartamento. Porém logo descobriu que era um belo lofty e que a S.H.I.E.L.D não havia poupado despesas. Era espaçoso, uma cozinha e uma sala grande, sua suíte havia uma banheira e sua cama era gigantesca.

“Faz tempo que eu não vivo tão bem” - ela pensou.

A porta ainda estava aberta e o pessoal da mudança estava agindo rapidamente, como suas missões. Ela sabia que nada havia mudado, e teria que conhecer o seu alvo rapidamente. Descobrindo seu novo apartamento ela viu que encima de sua cama havia outro envelope. Nele havia um mapa do apartamento e onde estavam escondidas todas as armas e tudo o que ela precisaria, ficou aliviada em saber que não estaria desarmada. Dentro dele também estava um comunicador e um celular que parecia rastrear alguém, provavelmente o Capitão América.

Ela colocou o comunicador em seu ouvido e logo ouviu a voz de Fury:

–Teremos de ser rápidos, o Capitão não sai de casa e quando saí é apenas para salvar a pátria ou comprar pão, e só para constar, você não tem açúcar.

–Ótimo – ela respondeu – Vou dar uma de boa vizinha.

–Ok – ele desligou e ela voltou para a sala onde já não havia mais ninguém, só a porta aberta.

“Missão Vizinha Perfeita em ação” – pensou ela respirado fundo e abrindo um largo sorriso.

Ela bateu na porta da frente e esperou alguns segundos até que ouviu a tranca da porta. Logo que abriu a porta ela viu que a beleza do capitão era ainda mais atemorizante de perto, ele era bem mais alto que ela, e seus olhos era do tipo encantador. Ela não havia ficado constrangida em ver aquele belo homem de camiseta regata e moletom, mas se esforçou para parecer.

–Oi – ela fingiu encabulada – Me desculpe atrapalhar.

–Não foi nada – ele pareceu constrangido, mas o dele era real, ela achou graça.

–Eu não queria atrapalhar, mas é que eu acabei de me mudar e queria muito fazer um café para o meu pai que vai me visitar hoje, e queria saber se você tem um pouco de açúcar – “que clichê” – pensou.

–Claro – ele sorriu – Entre, eu vou buscar.

Assim que entrou seus olhos de águia começaram a buscar coisas suspeitas, mas a única coisa que ela via era quinquilharia antiga, ele pareceu mesmo nascer antes da segunda guerra.

–A proposito, meu nome é Natasha Romanoff – ela comentou o seguindo.

–Steve Rongers, mas pode me chamar de Steve – ele abriu o armário – É russa?

–Sou – ela forçou espanto – Como adivinhou?

–Seu sobrenome é muito russo – ele pegou o açúcar, colocou em uma xicara e estendeu para que Natasha pegasse.

–Obrigada Steve – ela sorriu sem jeito.

–Por nada – ela começou a caminhar de volta para a casa. -Espero que de tudo certo com sua nova casa, é bom morar aqui.

–Que bom – ela não tirava seu sorriso, sentiu até suas mandíbulas doerem – E é bom saber que posso contar com um vizinho tão bom.

–Que isso – ele ficou sem graça.

–Depois vá tomar um café comigo, eu preparo um bolo – ela mentiu, nunca entrara numa cozinha na vida, a não ser para pegar uma faca para matar um inimigo, e ela ainda errou a gaveta em que havia guardado a faca e teve que mata-lo com uma tesoura.

–Acho uma ótima ideia, eu não saio muito mesmo.

–Perfeito – ela disse animada – Foi um prazer conhecer – ela estendeu a mão e ele logo a cumprimentou, foi normal, mas ela deu um gritinho de dor.

–Desculpe – ele pediu sinceramente - Às vezes não consigo controlar a minha força.

–Tudo bem – internamente ela estava morrendo de rir – Acontece.

–Me perdoe – ele segurou a mão dela mais delicadamente e pousou um beijo, ela se espantou com a atitude e puxou a mão.

–Eu-eu estou bem – ela tentou focar no seu personagem e sorriu – Você é incrivelmente gentil.

–Imagine – ela sabia muito bem que sua gentileza era do século passado, mas isso era encantador.

–Mas eu agradeço Steve – ela deu um passo para trás – Foi um prazer.

–Foi todo meu – ele sorriu e ela retribuiu.

Assim que entrou no apartamento ela colocou o açúcar no balcão e chamou no ponto pelo Fury:

–Na escuta.

–Sim agente Romanoff – Fury respondeu.

–Eu preciso que café e bolo sejam entregues urgentemente ao meu apartamento.

–Isso é algum tipo de piada? – Fury perguntou rindo.

–Não, eu sou péssima na cozinha, na verdade nunca entrei em uma cozinha, eu preciso de ajuda – ela falou sem graça.

–Nunca ouvi você pedir ajuda, muito menos pra uma coisa tão pequena – ele suspirou depois da risada – Eu coloquei uma lista de lugares uteis em Nova York perto do seu telefone, fique a vontade.

–Obrigada – ela desligou a transmissão e suspirou.

Ela pensou que iria ser uma simples missão, mas naquele momento ela percebeu que ela faria o que nunca havia feito, ser uma pessoa completamente comum. Ela na verdade nunca havia agido daquela forma, era como se o mundo fosse desconhecido. E tudo isso por causa de seu novo vizinho, o famoso Capitão América ou desconhecido Steve Rogers.


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Notas finais do capítulo

Nossa heroína vai conheceu nosso fofíssimo Steve, mas como sabemos ela não é muito amorosa, então vai ser muito difícil pra ela fingir ser quem ela não é, quanto tempo isso vai durar?