Um Erro Inocente escrita por Lady Light Of Darkness


Capítulo 12
Capítulo XI


Notas iniciais do capítulo

Irei atualizar todo mês...



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Afastando-se com grande relutância, Taylor estudou em silêncio seus traços agitados por alguns instantes, antes de apressado, depositar um beijo não ponta de seu nariz e pegar o casaco.
Com movimentos ágeis, ele desceu do veiculo e deu ordens ao cocheiro.
_Levem lady Taylor para casa, e depois volte e espere por mim no ferreiro.
_Certo, meu lorde.
_Quero que Sam fique aqui comigo.
_Sim, senhor.
Houve uma pausa breve enquanto Sam descia da carruagem. Em seguida, a um sinal de Taylor, os cavalos partiram.
Stella mal notou quando deixaram as ruas mais movimentadas da cidade e percorreram a estrada de volta a sua casa. Seguia em volta a nevoa de sensações criada pelo toque do marido, caricias que haviam despertado seu corpo com imensa facilidade. Os lábios ainda pulsavam com calor daquele beijo.
Não, havia sido mais que um mero beijo, ela concedeu de má vontade. Frankie a beijara com seus lábios molhados, e tudo que ela havia desejado havia sido o fim do incomodo contato. Taylor a enfeitiçara.
Seus lábios criavam magia, seu toque era puro prazer. Mais preocupante que tudo, entretanto, era a ternura que falava ao coração. Contra sua vontade, lembrava repentinamente as palavras que ele pronunciara na noite anterior.
Jurei ser fiel no dia em que nos casamos...
Seria possível que ele realmente pretendesse manter o voto?
Estava mesmo interessado em construir um relacionamento com ela? Ou suas promessas eram apenas as palavras de um sedutor experiente que sabia como tenta-la?
Confiava nele?
Queria confiar nele?
Não se sentia preparada para considerar a questão. Pensar nesse assunto implicaria aceitar que Taylor fazia parte de sua vida, e que o perdoara por roubá-la dos planos de um pacato casamento com Frankie.
As mãos caíram sobre os joelhos quando ela deixou escapar um profundo suspiro. Talvez fosse melhor considerar tais problemas tão sérios quando não estivesse dominada pelo prazer causado pelas caricias do marido, ela decidiu agitada.

A carruagem reduziu a velocidade e, intrigada. Stella olhou pela janela. Haviam passado pela pequena igreja e entravam no território que abrangia Llewellyn.
O cocheiro saltou de seu assento.
_O que foi Steve? –ela quis saber.
_Há um tronco atravessado na estrada, minha lady. Vou retira-lo do caminho num momento.
Fechando a janela ela se acomodou no confortável banco de couro. Sabia que não devia oferecer ajuda ao orgulhoso serviçal. Ele ficaria chocado com a simples possibilidade de sua senhora molhando as botas de seda. A criadagem tinha uma noção muito peculiar do que era apropriando para a lady Taylor, apesar de ela ter sempre atendido a todas as necessidades da casa que passara a ser sua.
Mal havia ajeitado às saias quando a porta do veiculo foi aberta bruscamente. Presumindo que Steve houvesse decidido pedir sua ajuda, mesmo relutante. Stella inclinou-se para a abertura assustando-se ao ver uma silhueta impressionante impedindo sua passagem.
Aquele não era seu cocheiro, ela reconheceu de imediato, embora notasse pouco mais que o chapéu preto de ambas largas encobrindo um rosto magro quase inteiramente oculto por um lenço preto. Sua atenção foi atraída pela horrível pistola que o desconhecido apontava para seu coração.
Tomada pela sensação de estar vivendo um horrível pesadelo, Stella sufocou o grito de pavor.
_Você tem minhas joias. –Ele sussurrou. –Leve-as à igreja hoje a meia noite. Va sozinha, ou morrerá.
_Joias? –ela conseguiu murmura. Mas já era tarde demais.
O desconhecido se virou e correu, sua capa flutuando ao vento como uma nuvem negra e assustadora.
Abalada pelo encontro inesperado, Stella tentou desesperadamente recompor-se.
Maldição! O vilão estava escapulindo, e não fizera nada para detê-lo, nem mesmo para descobri sua identidade.
Praguejando contra sua ridícula falta de controle, ela se inclinou para a porta com intenção de descobrir em que direção o bandido havia fugido. Seu campo de visão foi drasticamente reduzido pelo rosto de Steve que, ofegante, surgiu diante com a expressão preocupada.

_Minha senhora, esta ferida? – ele indagou com a voz trêmula.
_Não, estou bem.
_Eu... Eu não havia percebido... Lamento muito, minha senhora. Não devia tê-la deixado sozinha.
Percebendo que o pobre criado se encaminhava em passos largos para uma torrente de auto recriminação, ela se obrigou a demonstrar uma calma que estava longe de sentir.
_Não seja absurdo. Não poderia saber que o bandido estava à espreita. No entanto, creio que devemos seguir em frente e assim você poderá retornar a cidade e informar lorde Taylor do perigo.
_Sim minha lady, imediatamente.
Aliviando por ter deveres tangíveis com o que ocupar seus pensamentos, um subterfugio que o impediria de refletir sobre como falhar em sua missão de protegê-la, Steve fechou a porta da carruagem e retornou a seu posto.
Com um estalar de chicote, ele pôs o veiculo em movimento e Stella respirou fundo.

Acomodado em um canto mais escuro do salão publico, oculto pela aba do chapéu. Taylor mantinha-se atento aos vários cavalheiros que entravam e saíam do lugar. Pedira ao criado que permanecera com ele para manter-se perto do estabulo e garantir que o vilão não escapasse pela entrada dos empregados.
Quando o ladrão retornasse a hospedaria, ele o pegaria, Taylor sorriu satisfeito.
Era bom ter algo mais serio em que pensar, porque a mente insistia em voltar àqueles momentos que vivera com sua esposa na carruagem.
Taylor mudou de posição na desconfortável cadeira de madeira. Bom deus, esse não era o momento para pensar em uma pele tão macia e suave ou em lábios capazes de levar um santo ao pecado.
Mas algum tempo transcorreu antes de ele ver seu cocheiro parado na porta. A presença de Steve o fez correr para a porta de entrada do local. Preocupado ele segurou o braço do criado e o levou a uma saleta reservada. La, ele fechou a porta e o encarou impaciente.
_Steve eu disse para esperar por mim no ferreiro.
_Sim. Senhor mais ouve um problema...
Um terror agudo e mais doloroso do que jamais havia experimentado antes dominou seu coração.
_Lady Taylor? – ele perguntou em um sussurro.
_Ela esta bem. – Steve garantiu apressado. –Mas fomos interceptados por um malfeitor no caminho para casa.
Uma fúria letal surgiu em seus olhos.

_Conte-me tudo desde o inicio.
O cocheiro empalideceu ao sentir o perigo na voz de seu senhor.
_Sim... Um... Havíamos passado pela igreja quando fui obrigado a parar por conta de um tronco no meio do caminho. Desci do veiculo para remover e quando me virei notei um desconhecido mascarado abria a porta da carruagem. Eu gritei, e ele fugiu correndo na direção do cemitério. Julguei mais importante verificar se lady Taylor estava bem, e por isso não persegui o miserável.
Com grande esforçou, Taylor tentou enxergar com alguma nitidez através da nevoa de revolta que se formava em sua mente. Por mais que desejasse por as mãos no desconhecido vilão, era mais importante ver e tocar Stella e assegurar-se de que ela não sofrera nenhum dano.
_Agiu corretamente. – Ele disse ao cocheiro. – Agora vá buscar Sam no estabulo. Irei encontra-los na carruagem.
_Sim senhor.
Deixando o criado sozinho. Taylor foi atrás do proprietário da hospedaria. Iria ao encontro da esposa, mais antes pretendia garantir que o desconhecido não desapareceria. Foi necessário um bom tempo para que ele encontrasse o sujeito gordo e de aparência descuidada deixando a cozinha. Com um gesto Taylor chamou-o para perto.
_Sim, meu lorde?
_Devo partir para Llewellyn imediatamente, mas tenho aqui cinco libras para que você mande me avisar do retorno do senhor Badford, assim que ele puser os pés em sua hospedaria.
Um sorriso ganancioso surgiu nos lábios do homem, e o brilho em seus olhos azuis sugeria que ele delataria a própria mãe por uma tão generosa recompensa.
_Sim senhor. Garanto que saberá imediatamente.
Confiante que senhor Badford não escaparia tão facilmente, Taylor deixou o local. Sua carruagem o aguardava na porta e depois de ordenar a Steve que viajasse na maior velocidade possível, ele se acomodou no assento de couro.
O trajeto ate sua casa foi percorrido em tempo recorde.
Sem esperar pelo cocheiro Taylor saltou da carruagem abrindo a porta. E correu para dentro de casa. O mordomo o recebeu assustado.
_Boa tarde, meu lorde.
_Onde esta Lady Taylor?
_Creio que ela esta em seus aposentos, senhor.
O lorde passou pelo serviçal e subiu a escada pulando os degraus. Seu temos não diminuiria enquanto não visse a esposa com seus próprios olhos. Por isso ele abriu a porta sem bater. Stella se levantou da cadeira ao lado da janela, e ele se adiantou para segurar as mãos dela.
_Está ferida? – Indagou sem rodeios.
_Não, estou bem. – Ela respondeu espantada.
Taylor fechou os olhos e deixou se inundar por uma forte onda de alivio.

_Graças a deus. Não pensei... Não devia ter permitido que viajasse sem a companhia de um criado.
_Que absurdo! Não podia saber que o vilão esperava por mim no caminho.


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