Eu e meus pais estávamos sentados na sala do Dr. Benner. Scott pediu para ficar, mas meus pais acharam melhor ele ir para casa, já que estava comigo desde que cheguei (ele só foi para casa para trocar a roupa ensanguentada).

A porta se abre e fecha em seguida.

– Olá - diz Dr. Benner.

– Olá - dizemos em coro.

Ele se senta na mesa e examina alguns papéis que estavam lá em cima, tenho certeza que ele está tentando ganhar tempo, porque tenho certeza que ele já deve ter lido.

– Doutor ? - eu digo, ele olha para mim - Pode dizer.

Ele suspira.

– Sua situação está ruim Lucy.

– Eu sei.

– Não, não sabe. Está mais ruim do que parece. Quer dizer, você não tem muito ... tempo.

– Quanto ?

– Eu não sei bem ao certo, mas eu te diria para fazer as coisas que deseja.

Meus pais estão olhando fixamente para o Doutor.

– Não há mais nada ? - minha mãe .

– Sinto muito - diz Dr. Benner balançando a cabeça negativamente - apenas tratamentos que não foram liberados para testes humanos ainda.

Depois da conversa saímos da sala do Dr. Benner direto para o carro. Enquanto voltamos para casa, uma moto nos persegue até nos acompanhar lado a lado. Uma Harley Davidson 883. Scott.

Ele para a moto mais a frente, meu pai para o carro. Scott tira o capacete e se vira para o carro (exatamente como a cena de Agora e Para Sempre que assistimos juntos) e acena para mim. Eu saio correndo do carro, fecho a porta e pulo em cima da moto. Scott acelera e saímos em disparada para algum lugar.

Acho que vislumbrei um sorriso no rosto de meus pais.

...

Pouco mais de uma hora depois estamos parados em frente a cabana. O lugar era ainda mais bonito na primavera, e o céu quase escuro atrás da casa tornava toda a cena perfeita para um filme.

Entramos de mãos dadas dentro da cabana e no sentamos abraçados no sofá.

– Acha que isso vai fazer seus pais pensarem que sou um idiota inconsequente? - Scott ri.

– Provavelmente - eu digo, mas não é verdade, não depois de tudo o que ele fez mim.

– Nossas coisas ainda estão aqui.

– Eu sei .

Nossa pequena fuga exigiu mais dos meus esforços do que eu pensava e deixo meu corpo relaxar.

– Eu falei com Dr. Benner depois que vocês saíram da sala - seu corpo assume um postura um pouco mais rígida - ele me contou sobre seu estado.

– Não vamos falar sobre isso, ok ?

– Ok - suspiro.

– Acha que dá para ver algumas constelações daqui ?

– Por que ? - ele parece curioso.

– Tenho que fazer coisas legais - dou de ombros.

– Claro que dá - seus olhos se iluminam.

Nos levantamos e pegamos alguns cobertores e travesseiros no quarto, levamos para os fundos e os colocamos na grama, em seguida deitados. Ficamos apenas assim, esperando o céu escurecer totalmente.

– Lucy ? - depois de um tempo de silêncio Scott diz.

– Sim.

– Você se casaria comigo ? - ele olha para o céu.

– Casaria - eu sorrio.

– Quero dizer, você se casaria comigo mesmo se esse maldito câncer não tivesse existido ?

– Casaria - repito.

Ele pega minha mão.

– Acha que Will e Chris seriam nossos padrinhos ? - ele ri e eu também diante do pensamento.

– Acho que sim - nós paramos de rir - onde você quer chegar ?

– Lugar nenhum - parece pensar um pouco - só imagino como seria, sabe, o nosso casamento.

– Eu também imagino - eu penso e sorrio diante do pensamento - Kate chorando ao seu lado toda emocionada - ele ri.

– Ah sim, minha mãe iria chorar pra caramba!

Nós rimos e naquela noite vimos as constelações.

...

Nós ficamos acordados até o sol nascer. Depois fomos para dentro e dormimos. Eu estava grata por ter deixado meus remédios lá, embora alguns fosse diferentes agora e alguns já não estavam bons para tomar, mas não fazia tanta diferença assim, já que os mais importantes estavam por aqui.

Estamos de frente um para o outro.

– Vamos ter que ir embora ainda hoje - ele diz após um suspiro - não quero que seus pais proíbam nosso namoro - ele dá um suspiro teatral.

– Acho que está certo - eu rio.

Dormimos poucos minutos depois.