Masumi Nakamura escrita por Caroline Bueno


Capítulo 7
Refeitório




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Nossa caminhada estava sendo bem silenciosa, enquanto andávamos Hajime tentava arrumar ainda mais o cabelo.
- Eu li uma coisa sem querer... - falei aos sussuros.
- E o que tinha de importante?- ele respondeu silenciosamente.
Parei. Eu não sabia se deveria contar, mas eu precisava desabafar. Ele me olhava aflito, esperando que eu dissesse algo. Então eu o abracei e algumas lágrimas desceram pelo meu rosto. Hajime então me abraçou forte. Por ele ser alto, eu conseguia ouvir seu coração, parecia estar acelerado.
- O que houve?- ele disse ainda abraçado comigo.
- Eu li uma carta, - falei me afastando- era dos pais de Asuka.
- E o que dizia?
- Eles estão mortos! Mortos Hajime! - eu disse em lágrimas.
- Calma Masumi, vamos sentar um pouco.
Descemos algumas escadas em direção ao refeitório. Nos sentamos em algumas cadeiras e eu apoiei minha cabeça em seu ombro. Ele segurou minha mão, foi um pouco estranho.
- Eles trabalhavam para o exército japonês, o que resultou na morte deles. Na cartas eles lamentam por não ter sido bons pais, deixam dinheiro e tal. Dizem que se ela estivesse lendo aquela carta é porque estavam mortos.
- Eu lamento muito, - ele apertou minha mão - o melhor a fazer agora é consolar Asuka.
- Estou desolada.
O silêncio voltou a nos acompanhar. Eu fiquei olhando para o nada por alguns minutos, quando do nada ouvimos alguém nos chamar.
- O que estão fazendo aqui? Deveriam estar nos seus dormitórios! Não é permitido ficar aqui antes das 7h30! - gritou uma mulher que deveria ser a zeladora.
- Minha amiga não estava se sentindo bem e a trouxe para tomar um ar. - disse Hajime tenso.
- Rapaz, suba. Vou levar sua amiga a enfermaria, nem se preocupe. Volte só 7h50, quando for o café-da-manhã.
Hajime se despediu e voltou ao seu dormitório às pressas. A mulher, idosa, me levou até a enfermaria sem paciência.
- Dona Chie, cuide dessa mocinha, ela não se sente bem. - a zeladora falou e saiu às pressas.
A enfermeira se aproximou e sorriu, me levou até uma maca e pediu que eu me sentasse.
- Como se sente, querida?- ela disse carinhosamente.
Quase disse que apenas estava com tédio de estar ali e raiva de tudo que acontecia, mas apenas lhe disse que sentia dor de cabeça. Não queria mais problemas.


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Notas finais do capítulo

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