Portgas D. Anne? escrita por Neko D Lully


Capítulo 6
Confusões na cidade?


Notas iniciais do capítulo

Galera, to postando bem rápido né? Aqui, quem viu a confusão no capitulo anterior sinto muito, é que pra mim tava aparecendo como erro, e até conferi pra ver se não tinha lançado mesmo, mas pra mim apareceu que não tinha postado. Realmente sinto muito e tentarei ser mais atenta com isso.
Bem vamos ao cap



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Ok, sem pânico Ace, você consegue fazer isso. Ou pelo menos isso se repetia diversas vezes enquanto caminhava sem rumo pelas ruas daquela pequena cidade portuária. Os braços cruzados, senho franzido, o chapéu sobre a cabeça e sem carregar nada, nem ao menos um mapa, enquanto perambulava perdido procurando um velho que simplesmente havia sumido na multidão.

Começaria a questionar os métodos de treinamento daquele cara, apesar dele lhe fazer lembrar um pouco de seu avô Garp. Por que será?

Bem, primeiro tinha que se lembrar de como foi parar naquela triste roubada. Lembrava-se de ter ido dormir cedo, até aí tudo bem. Foi acordado antes mesmo do sol nascer e arrastado para o barco, não muito diferente do que estava acontecendo ultimamente. Enfrentou a terrível tempestade que rodeava aquela estranha ilha em que estava hospedado até então, e foi guiado sem nenhuma explicação para uma outra ilha próxima onde, de acordo com o velho, teriam negócios a tratar. Bem até aí nada de estranho estava acontecendo em comparação ao que vinha ocorrendo nos dias em que esteve sobre o "treinamento" daquele louco velho.

Foi só então, quando chegaram a ilha e atracaram em um porto qualquer do lugar, que Ace percebeu o quão encrencado estava. Tinham caminhado pela rua comercial durante alguns minutos, Ace percebendo que estava extremamente cheia de pessoas que perambulavam de um lado para o outro, cuidando de suas vidas. Vendedores gritavam suas mercadorias e tentando chamar clientes. Nada mais que o normal. Não parecia ter marinheiros, então não preocupou-se muito com sua tatuagem nas costas.

Foi só então que o velho parou de andar.

"Vamos começar seu treinamento de hoje" havia dito sem se virar. Naquele instante Ace ficou confuso porque normalmente seus treinamentos estavam sendo ser jogado na frente de um enorme monstro ou criatura marinha para que pudesse lutar contra ele e assim ter um bom almoço ou janta. Mas estavam no meio do centro comercial de uma cidadezinha onde o maior perigo estava em se perder.

"Aqui?" chegou a perguntar, encarando tudo a sua volta com certo desconcerto, sem ver como poderia treinar ali. Os braços foram parar atrás da cabeça, em uma pose despreocupada. "Que tipo de treinamento vai ser?"

"Você vai ter que me encontrar." Ace encarou as costas do homem com confusão, o mesmo novamente voltando a andar por entre a multidão que parecia apenas aumentar. Ace tentou acompanhá-lo, todavia cada vez parecia ainda mais difícil. "Vai ter que usar o seu Haki para me encontrar nessa cidade até o anoitecer. Se não conseguir vou te deixar nessa ilha até amanhã, quando virei no mesmo horário. Vai ficar aqui até conseguir."

"Ei! Espera, como assim Jiji?! Ei, espera! Espera!" e não importava o quanto gritasse, o velho nunca parava e o esperava. Chegou ao ponto em que o perdeu de vista e foi só então que se deu conta que havia sido deixado sozinho, sem um tostão furado no bolso em uma cidade que não conhecia. Ah! E claro, se quisesse voltar teria que encontrar o velho dentro de toda aquela multidão da cidade que não era necessariamente pequena.

Bem, chegou a pensar que poderia simplesmente ir para o navio, não era tão difícil encontrar o caminho até o porto. Todavia, assim que chegou nas docas o navio não estava lá! Aquele velho era mágico ou alguma coisa assim?! Sumir com um navio daquele tamanho só poderia ser brincadeira... Ele tinha uma Akuma no Mi ou alguma coisa parecida por acaso?!

Mas o que estava feito estava feito e agora Ace estava completamente perdido na cidade. Se bem que não era a primeira vez que ficava sozinho em algo assim, mas... Fala sério, no que aquele velho estava pensando?! A sorte dele era que sabia como sobreviver com algo assim se não estava perdido. Estava começando a pensar que ele realmente estava tentando lhe matar.

Caminhou durante alguns minutos, procurou em alguns cantos da cidade, subiu em telhados para ver se conseguia achá-lo desde o topo, roubou algumas comidas, chegou a perguntar para algumas se o tinham visto, mas nunca recebia uma resposta afirmativa.

Depois de um tempo deixou-se cair em um dos bancos de uma praça qualquer da cidade, encarando o céu depois de soltar um pesado e longo suspiro. Aquilo era ridículo! Como conseguiria encontrar alguém no meio de toda aquela multidão? Devia ter milhares de pessoas naquela cidade, sem falar dos visitantes. Sozinho demoraria anos!

Tentou pensar. O que tinha que fazer para conseguir usar seu Haki? Concentrar-se e escutar as vozes das coisas que tinham a sua volta, depois deveria se concentrar apenas na do velho e segui-la. Não era pra ser tão difícil, mas na ilha já teve uma prova de que era bastante complicado se concentrar nesse tipo de coisa.

Não custava tentar.

Respirou fundo, fechou os olhos e se concentrou em "escutar" as vozes das coisas a sua volta. Deixou que tudo desaparecesse de sua mente e só restasse a presença das pessoas e dos objetos a sua volta.

Se concentrar, se concentrar, se concentrar, se concentrar...

– Ei garota.

Ignorar tudo e qualquer coisa que não fosse a presença das coisas a sua volta, manter-se concentrado até o momento que achasse Hanry.

– Está dormindo?

Ignorar, só isso que precisava fazer. Ignorar qualquer interferência e terminaria de uma vez seu treinamento.

– Ei! Acorde, estamos falando com você!

– Acho que ela só ta ignorando a gente.

Seus olhos se abriram, o cenho franzido pela interferência. Claro que não seria fácil! Cara, ser mulher era um saco, e, convenhamos, Ace era uma mulher bastante atraente no ponto de vista dos homens. Ele mesmo não poderia ter notado, mas enquanto caminhava procurando por Hanry, atraiu vários olhares para sua pessoa.

Mas também, seu corpo era invejável. Mesmo quando homem possuía músculos atrativos para diversas mulheres, agora, como uma mulher, possuía uma cintura fina e demarcada, plano ventre bem trabalhado e que marcava a decida para a virilha, seios fartos de tamanho razoavelmente grande e um quadril largo. Seria mentira dizer que não era bonita. Seu rosto, agora delicado, com enormes olhos negros, lábios finos, cabelo negro que chegavam até seu maxilar.

Não chamar a atenção, principalmente de delinquentes acostumados a ter tudo o que queriam pela força e pelo meno, seria impossível.

Todavia, ainda estávamos falando de Portgas D Ace. Um grande pirata com um nome conhecido pelo mundo inteiro. Sua força, apesar de ter mudado de forma, ainda era esmagadora! E pelos fatos que aconteciam durante aquele tempo, não estava de muito bom humor.

– Ah! Ela finalmente parece estar prestando atenção. - o que tinha a sua frente eram três arruaceiros, cada um deles mais terrivelmente feio que o outro. Sem falar que fediam, pareciam não ter tomado banho durante uma semana e isso incomodava a Ace. Por que, afinal, ele tinha que lidar com esse tipo de coisa? - Ei gracinha, não quer dar uma volta com a gente? Parece estar bem entediada.

– Não estou muito interessado. - respondeu, os olhos voltando-se para outo canto. Queria apenas ir embora, sem causar muito tumulto. Percebeu que as pessoas se afastavam, ninguém ousava ajudar. E isso era obvio, ninguém arriscaria o pescoço por um desconhecido.

– Vamos gracinha! Tenho certeza que vai se divertir bastante com a gente. - outro havia se aproximado, um sorriso malicioso estampado nos lábios. Ace franziu ainda mais o cenho, achando tudo aquilo nojento. Agora sabia muito bem como as mulheres se sentiam quando eram abordadas daquelas maneira. Definitivamente não era agradável.

– Já disse que não estou interessado! - respondeu novamente, dessa vez um pouco mais alto. Estava começando a se irritar e se antes não queria arrumar confusão, agora estava se segurando para não cometer nenhuma loucura. - Agora me deixem em paz que não estou de muito bom humor hoje. E tenho coisas a fazer!

– Acho que a senhorita não sabe com quem está falando. - falou o terceiro deles, um pouco antes de se levantar, pronto para ir embora. Sentiu seu braço ser segurado com uma força bem além do necessário. Ace sabia, a partir daquele momento, que era tarde para evitar confusão. - É melhor você vir com a gente se não quer ficar mal. Mas como você parece ser nova na cidade, prometemos ser mais hospitaleiros.

– Acho que são vocês que não sabem com quem estão falando. - Ace voltou seus olhos para os três que o incomodavam. Os olhos negros, antes despreocupados, agora faiscavam de um jeito perigoso, forçando aos homens se afastarem. - Eu queria ficar sem arrumar confusão enquanto termino o meu treino nessa cidade, mas vejo que vai ser complicado do jeito que estou agora. Então, acho que vou ver no que já melhorei e vocês serão minhas cobaias.

Um sorriso maléfico surgiu em seus lábios, todavia não deu tempo dos homens reagirem. Tão rápido quanto eles poderiam ver acertou um chute no meio do estomago daquele que a segurava pelo braço, para logo em seguida, aproveitando a proximidade de sua mão com o braço de seu adversário, seguro-o pelo pulso, impedindo que fosse jogado para longe e lhe acertou com um soco, jogando-o no chão.

Menos um, faltavam dois.

Ace encarou os outros dois, o sorriso emocionado ainda em seus lábios. Eles tentaram fugir, mas a garota foi mais rápida e em poucos instantes estava derrubando outro, saltando sobre sua cabeça e usando ambos os pés para empurrar a mesma para o chão, quebrando-o no processo.

E então foi para o ultimo.

Parou na sua frente, acertando primeiro um soco debaixo da mandíbula, em seguida um no estomago e pra finalizar acertou-lhe o nariz. Sangue escorreu do mesmo e dentes escaparam da boca. Tinha certeza que havia quebrado ossos e cartilagens naquela brincadeira, mas não se importava. Havia conseguido aliviar o estresse.

– Bem... Voltando a estaca inicial. - resmungou, massageando os punhos e caminhando para longe dos restos que havia deixado.

Obviamente a comoção não foi pouca. Aparentemente aqueles arruaceiros não eram na verdade arruaceiros e sim piratas. Ace estava no território de um novo pirata que havia chegado ao novo mundo com uma fama razoável. A ilha não tinha sido tomada por um Yonkou ainda então, esse bando, sentiu-se no direito de tomá-la para si.

Ace não era do tipo que se preocupava muito com juridições fora de seu bando, os outros piratas podiam fazer o que eles bem quisessem se não interferissem no comando e na honra de seu Oyaji. Por isso não havia notado nada enquanto lutava.

Todavia, um passante sim havia percebido, atraído pela comoção que havia gerado depois que a garota se afastou. Confuso, se esforçou para escutar as conversas alheias que se espalhavam com velocidade.

– Ei, esses não são...

– Ah! São daquela tripulação pirata.

– Quem os derrotou?

– Uma garota.

– Uma garota?! Sério?! Incrível!

– Viu como ela estava vestida?

– Parecia o...

– Não pronuncie o nome!

– Portgas D. Ace.

– Será uma admiradora?

– Pobre, se continuar assim, vai ser morta, com certeza.

– Não devemos nos meter. Apenas ignore.

O rapaz olhou para todos os lados, mas aparentemente a garota que causou tudo aquilo já havia ido embora. Seu rosto se fechou em uma carranca de determinação.

Queria saber qual era a relação daquela garota com Ace.

Enquanto isso, novamente com Ace... Bem, nada tinha mudado. Caminhando pelas ruas tão perdido quanto antes. Tentou voltar as docas, mas novamente não encontrou o navio. Começava a pensar que na verdade Hanry o havia deixado para trás e zarpado de volta para aquela pequena ilha e apenas voltaria no final da tarde, para ver se havia se dado conta.

Era uma possibilidade. Vindo daquele velho, não duvidava de nada.

Tentou voltar a se concentrar, mas sempre existia algo para lhe interromper enquanto tentava. Chegou a sentar em um dos telhados, passou alguns minutos e nada de conseguir se concentrar. E também, como poderia? Estava em uma cidade, movimentada e barulhenta, não em uma ilha silenciosa e calma. Droga, assim não conseguiria encontrá-lo antes do anoitecer.

As horas se esvaiam e aos poucos seu tempo ia acabando. Mas um detalhe incomodo se acrescentava a toda aquela situação e era o que mais interferia em sua percepção da localização de Hanry.

Estava sendo observado.

Aquilo o incomodava já fazia horas, e não importava para onde andasse sempre tinha a sensação de que o seguiam. Mesmo quando estava tranquilamente almoçando em um restaurante e fugindo por ter saído sem pagar conseguia sentir os olhares em suas costas. Aquilo era um saco, mesmo que não percebesse que o que sentia na verdade era seu Haki, ainda assim era um saco.

Agora, em um dos telhados de uma das casas da cidade, bem nos recantos mais obscuros que poderia encontrar, esperava que a presença simplesmente se revelasse, vendo que a oportunidade era propícia.

Dez minutos; meia hora; uma hora se foi nessa brincadeira, já tinha começado a se concentrar nas "vozes" ao seu redor quando percebeu a comoção próximo a onde estava. Não eram pessoas normais, sabia disso, a maioria trazia em mãos armas que usariam para uma boa luta. Ace, com toda sua experiencia nesse tipo de assunto, sabia muito bem o que aconteceria naquele instante e mesmo assim sorriu.

Teria que lidar com tudo aquilo em menos de duas ou três horas se não perderia o prazo. Se seria um problema? Claro que não! Ace estava empolgado de mais para considerar que um bando de idiotas conseguiriam lidar com sua vontade de lutar. Seria rápido.

Saltou do telhado e sorriu para os bandidos que o rodeavam.

– Finalmente decidiram dar as caras. Eu já estava ficando entediado de esperar que aparecessem de uma vez. - falou, em tom suficientemente alto para que todos ali ouvissem. Deveriam ter... Trinta? Não, uns quarenta piratas o rodeando naquele momento. - Sabe, não é nada educado ficar seguindo uma pessoa durante um dia inteiro.

– Também não é nada educado bater em subordinados dos outros, garotinha. - Ace encarou sem entender o homem que se aproximava. Era bem mais alto que todos aqueles que o seguiam, vestia-se como um capitão, então supôs ser um. Os olhos de um castanho profundo, cheio de rugas por baixo somado as cicatrizes não era para nada atraente. O corpo encurvado e apoiado em uma enorme e aparentemente pesada espada. Ace tinha a impressão que teria um pouco mais de trabalho com ele. Apesar da aparência velha e cansada sabia que era capitão não por ser querido. - Comprou briga com o pirata errado, minha jovem. Agora terá que sofrer as consequências.

Ace fechou a cara, ajeitou o chapéu sobre sua cabeça e se preparou. Primeiro vieram três em sua direção, ao mesmo tempo, espadas na mão. Deveria se lembrar que não tinha mais a Mera Mera no Mi, precisava desviar se não com certeza morreria. Bem, isso seria um bom treino.

Sabia que seu corpo atual era bem flexível, muito mais do que o anterior, muito mais ágil também, usaria isso a seu favor. Desviou de cada uma das espadas deslizando os pés pelo chão, como se estivesse dançando. Em seguida, aproveitando que os três homens haviam se embolado um no outro, usou o pé para empurrar um deles, jogando aos três no chão.

Sem tempo para finalizar o ataque, teve que desviar de mais um golpe de espada, outros haviam se aproximado. Precisava ser rápido e seria bom se tivesse uma arma também, mas não tinha tempo para pegar a dos homens que a atacavam. Um vinha atras do outro, tudo que podia era se defender e desviar como podia. Nunca agradeceu tanto estar no corpo em que estava.

Havia se acostumado um pouco com seu tamanho depois daqueles dias de treino, conseguia saber até onde deveria desviar e atacar, mas isso não era o suficiente. Não tinha ainda a força para derrubar alguns dos homens que agora a enfrentavam. Precisava de alguma coisa que pudesse ajudar.

Foi jogado na parede por algum dos brutamontes que lhe atacavam, o golpe abrindo antigas feridas que ainda não tinham tido tempo de se curar. Estava treinando arduamente durante dias, tinha levado ferimentos leves, mas alguns ossos e músculos ainda estavam avariados e isso fazia diferença em uma batalha.

Encarou o que tinha a sua volta e sorriu ao ver um cano jogado ao chão, um que lhe trouxe uma estranha sensação de nostalgia. Todavia não teve tempo de divagar em memórias. Tão rápido quanto conseguiu desviou de mais um golpe de espada, agarrando o cano jogando no chão e saltando sobre a cabeça de alguns dos piratas que estavam a sua frente, aproveitando para nocautear alguns deles com pisadas mais fortes.

Mais um ataque com a espada e prontamente o defender com o pedaço de metal que havia conseguido. Sorriu ao ver que ainda tinha um pouco de experiencia sobrando e empurrou o homem para trás, aproveitando para desferir um golpe certeiro em sua cabeça, mandando-o para o chão.

Quantos havia derrotado? Não mais de dez, supunha. Ainda faltavam trinta e suas costelas começavam a doer. Amaldiçoou seu primeiro dia por ter sido jogado na árvore, aquilo lhe causou um dano considerável. Suas mãos voltavam a sangrar por causa das feridas que ainda tinha recentes nelas.

Não havia calculado aquela parte.

Respirou fundo e se jogou novamente contra os piratas, acertando dois ou três, esquivando de mais espadas e procurando espaço para agir. Droga, daquele jeito não conseguiria terminar aquela disputa antes do anoitecer! Ficaria preso naquela cidade por mais um dia e nem ao menos tinha aperfeiçoado seu uso com o Haki. Isso estava um desastre!

Foi então que aconteceu.

Um tumulto começou em uma das pontas do enorme circulo mal feito que tinha se formado ao seu redor. Alguns dos piratas gritava e esbravejavam enquanto aparentemente um novo intruso havia se metido na briga. Mas quem poderia ser? Costas se pregaram contra a sua, altas e fortes. Soube que era um homem assim que se encostaram, mas por algum motivo sabia que não era um inimigo.

– Poderia interferir na sua luta, senhorita? - perguntou o rapaz a suas costas. Por sua voz acreditava que ele tivesse aproximadamente sua idade. Ace não conseguia vê-lo, mas sorriu.

– Se não me atrapalhar! - exclamou, acertando mais um dos piratas com o pedaço de metal.

Depois disso sentiu como se a luta tivesse ficado mais fácil. Seja quem for o rapaz que havia se entrometido em sua briga, sabia como lutar. Não precisava mais se preocupar com suas costas, pois sabia que ele estava lá, Ace sentia como se fosse uma presença conhecida, uma "voz" que conhecesse, mas não conseguia se lembrar. Eles estavam em sincronia, um a um os outros piratas iam caindo ao chão.

Usou as costas do rapaz para mudar de lado, acertando dois piratas que vinham com espadas na mão para derrubar o rapaz. O mesmo dedicou-se a acertar aqueles que haviam sobrado a suas costas. O número ia caindo rápido, logo só restava o capitão e mais dois marujos que mal se aguentavam em pé. Ace se preparou, ainda não tinha encarado seu companheiro e sentia que não precisava.

– Posso te perguntar uma coisa? - sentiu o olhar do rapaz sobre si. E por mais que não dissesse nada Ace sentia que podia continuar. - Por que veio me ajudar?

– Queria te fazer uma pergunta, mas com o problema que se meteu não tem como. - respondeu o rapaz e Ace soltou uma gargalhada. - Quando tudo terminar irei te perguntar.

– Ok! - foi só então que Ace viu as mãos do rapaz, assim que avançava para acertar os últimos piratas de pé. Elas pareciam recobertas por metal, refletindo o brilho do sol poente que pintava o céu de laranja. Ace conhecia aquilo, ele já tinha visto várias vezes. Era Haki! - Oye! Você usa Haki?

Ace acertou um chute em um dos piratas, retirando o ar de seus pulmões e em seguida acertando-lhe com o cano que tinha em mãos. O pirata desabou no chão e Ace logo encarou o último que se encontrava de pé. Um enorme sorriso ainda em seu rosto.

– A que vem isso? - questionou o rapaz, aparentemente estava concentrado na mesma coisa que ele.

– Estou procurando alguém, mas não conseguirei encontrá-lo sem usar o Haki. A merda é que eu não sei usar ele direito e não me deram nenhuma dica de como fazê-lo. - Ace saltou na direção do capitão, o mesmo ergueu sua enorme espada, desferindo um golpe horizontalmente na direção de Ace, querendo parti-lo ao meio. Todavia sentiu sua blusa sendo puxada, desviando por pouco da enorme lamina enquanto seu companheiro tomava seu lugar, possibilitando a Ace ver suas costas. Os cabelos loiros e roupas de um tom azul escuro.

– Então quer uma dica? - questionou o rapaz tentando acertar o que parecia ser um soco no enorme capitão. Assim que os pés de Ace tocaram o chão ele se impulsionou para frente novamente, o enorme pedaço de metal tentando acertar a cabeça do homem que conseguiu desviar a tempo. Para um velho ele tinha reflexos afiados.

– Algo assim. - confirmou Ace, sendo usado de trampolim pelo rapaz que conseguiu desviar a espada do enorme capitão, quebrando-a no processo. Ace aproveitou a chance para acertar um forte soco no estomago protuberante do homem, fazendo-o perder o ar.

– Feche os olhos e imagine como se, ao invés de ver pessoas, estivesse vendo auras. Essas auras se formam com a "voz" de cada objeto. - dizia o rapaz acertando um chute no capitão que perdeu o equilíbrio, dando a oportunidade perfeita para Ace dar o golpe final. - Quando tiver conseguido ver os que estão perto tente localizar os que estão longe.

Todavia, antes que pudesse fazer qualquer coisa, Ace fechou os olhos concentrando-se em canalizar a imagem que queria. Foi fácil depois que teve a dica, transformando as "vozes" em imagens. Depois disso não teve mais problema, sua "visão" se estendeu e conseguiu ver além do que estava apenas a sua frente.

E, obviamente, não se esqueceu de finalizar o golpe que precisava. O capitão caiu inconsciente no chão junto de sua tripulação e, por alguns instantes, Ace conseguiu "ver" a presença de Hanry próximo as docas.

Aquele desgraçado já estava se preparando para partir! Ah! Mas não deixaria ele sozinho naquela maldita ilha de jeito nenhum!

– Obrigado pela ajuda! Tenho que ir! - gritou para o rapaz. Em nenhum momento conseguindo ver seu rosto ou virando-se para vê-lo. Correu na direção em que sabia que Hanry estava deixando seu companheiro temporário de lutas para trás, esquecendo-se completamente que ele tinha algo o que lhe perguntar.

O rapaz suspirou, não sabendo exatamente se a escapada foi sem querer ou proposital. Bem, agora já era tarde. Encarou o que tinha a sua volta, todas as pessoas caídas no chão e não conseguiu evitar sentir um aperto em seu peito. Era se recordar de tempos passados, aquela luta foi muito nostálgica, por mais que tentasse evitar. Lutar com aquela garota, por que parecia tão familiar? Tão normal?

– Sabo-kun! - seus olhos voltaram-se para a garota que se aproximava afobada em sua direção. Os olhos preocupados encarando-o com determinação, parando a sua frente tentando recuperar o folego. Parecia estar correndo já por um bom tempo. - Moh! Não suma assim, pensei que ia fazer alguma bobagem e... O que aconteceu aqui?!

– Ajudei uma garota a se livrar desses caras. - respondeu dando de ombros, seus olhos se perdendo em algum lutar. Todavia, antes que pudesse se quer direcionar seus pensamentos par ao que realmente queria, sentiu como tinha suas bochechas apertadas.

– Não saia mais assim da minha vista! Eu ainda não confio que você esteja bem e me preocupa o que pode fazer! Quase me matou do coração hoje! - gritou a garota, sem deixar de repuxar sua pele para ângulos inimagináveis. O rapaz resmungou, mas nada fez para se soltar. Sabia que ela estava apenas preocupada, ele tinha essa mania de simplesmente desaparecer e fazer o que quisesse. - Da próxima vez que fizer isso vou te amarrar em algum lugar e só vai sair quando eu disser, ok?! Agora vamos! Com a confusão que você aprontou, muito provavelmente a marinha vai estar aqui em poucos instantes.

– Não exagere Koala. - resmungou, um pequeno sorriso em seu rosto. Deixou que a garota tagarelasse sem parar com reclamações e voltou seu olhar para o lugar onde antes a garota havia desaparecido.

Acabou que não conseguiu perguntar a ela como conhecia seu irmão... Nem ao menos tinha conseguido ver seu rosto em meio a toda aquela confusão...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Esse foi o último cap de treino, espero que estejam ansiosos para o próximo!
Bye bye



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