Portgas D. Anne? escrita por Neko D Lully


Capítulo 5
Uma voz solitária?


Notas iniciais do capítulo

Ok, estou aqui com mais um cap e dessa vez vem com um detalhe que alguns já estavam na cabeça. Espero que apreciem e estou gostando de mais da participação frequente de alguns nos comentários. Espero continuar com todo esse apoio ^^
Agora fic!



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– Me diga Ace, o que sentiu quando estava debaixo d'água sem ver nada. - a conversa havia começado no momento em que devorava mais um pedaço de carne. Fazia já algum tempo que havia retornado a terra firme e não poderia dizer que havia ficado parado depois daquilo.

Ace havia sido acordado de seu cochilo de descanso depois de sua luta aquática e arrastado para a vila que existia sobre as árvores. Foi jogado em uma casa qualquer enquanto Hanry vendia a carne que havia conseguido com o rei dos mares que Ace havia caçado com seu próprio esforço. Mas que podia fazer? Nem ao menos teve tempo de pensar em alguma coisa, foi jogado de um lado para o outro, teve que tomar um banho, vestir uma roupa qualquer que haviam arrumado para ele e só então ter seus machucados limpos e vendados.

Bem, e logo depois de ser feito de boneco foi novamente arrastado para baixo, sem tempo para pensar, agradecer ou reclamar. Quando se deu conta novamente estava na praia, esperando que um dos enormes pedaços de carne do rei dos mares que havia derrotado estivesse pronto para poder devorá-lo. Suas roupas secavam em um canto qualquer e Hanry continuava a beber. Não sabia da onde ele tirava tantas garrafas de bebidas e um dia descobriria para poder roubar algumas. Mas por enquanto se contentava apenas com as carnes.

Voltando a pergunta, Ace parou um pouco para pensar, se recordando o que havia acontecido enquanto estava debaixo d'água. Seria um pouco difícil de descrever.

– Hum... Foi como uma presença... Acho que uma voz que se movia com velocidade muito rápida debaixo d'água. Foi poucas vezes que conseguir ouvir, a maior parte do tempo estava concentrado em não perder minha vida. - resmungou, levando mais um pedaço de carne a boca.

– Seria mais ou menos isso o Haki. Acho que você já sabe disso. - Ace assentiu, sem dar muita importância ao assunto. Hanry sorriu, era o momento de dar inicio ao próximo estágio do treinamento. - Tudo possui uma voz, e essa voz pode ser escutada por aqueles que prestam atenção no que elas tem a contar. Mesmo objetos que não possuem vida, tem uma própria voz, diferente entre uma e outra.

– E por que esta me contando tudo isso?

– Porque é com isso, minha jovem, que você vai começar seu próximo treino. - o homem se levantou, aproximando da garota que apenas o observava sem entender, todavia franzia o cenho em puro desgosto.

– Não está pensando em me colocar para lutar com outra dessas coisas, está Jiji? Vamos, deixa eu descansar um pouco! - reclamou a mais nova, todavia recebeu como resposta um enorme sorriso por parte do mais velho. Aquilo a passou calafrios por algum motivo.

– Ah, você vai poder descansar. - por algum motivo Ace não acreditava naquelas palavras. Olhando aquele velho lhe fez ter uma pequena e distante recordação. Por que será que estava se lembrando de Garp naquele exato momento? - A partir de agora você não vai sair daqui até o momento que consiga escutar a "voz" de todas as coisas nessa ilha. Depois que conseguir quero que escute apenas a minha e assim que eu voltar quero que me diga em quais lugares eu fui desde o momento que passou a se concentrar apenas em mim. Entendido?

– V-você quer dizer que... Não vou poder me mover até... até escutar essa tal "voz"? - ok, aquele cara parecia não ter percebido como era sua personalidade. Portgas D. Ace com toda certeza não conseguiria ficar parado por mais de cinco minutos!

– É muito pra você? - ora! Ou talvez ele o conhecia demasiadamente bem. Obviamente aceitaria o desafio, ninguém que o desafiava ficava sem um troco no final.

Um enorme sorriso surgiu no rosto da garota e, mesmo que não tivesse uma resposta ainda, Hanry sabia muito bem que ela já tinha aceitado. Com seu jeito de ser, seria impossível recusar aquele desafio.

– Como se apenas ficar parado fosse um grande desafio! Muito bem, vou mostrar pra você do que sou capaz! - e com essas palavras Ace se sentou na área, as pernas cruzadas e o rosto se fechando em uma faceta séria. Estava se concentrando para conseguir ouvir as "vozes" que existiam naquela ilha. Devia ser fácil não é? Afinal, já possuía Haki, tudo que tinha que fazer era aperfeiçoá-lo.

Ou pelo menos, isso pensava.

Hanry sorriu, e tranquilamente começou a caminhar na direção da vila novamente. Deixaria que a jovem garota percebesse sozinha como era complicado usar seu Haki, por mais que tivesse conhecimento dele. E em seguida, mostraria que seria ainda mais complicado usá-lo na prática. Se ela ainda não havia percebido isso quando lutou contra o rei dos mares, com certeza perceberia na próxima.

Hanry tinha uma longa história com as pessoas daquela ilha. Foi por um acaso que os havia encontrado e mais por um acaso ainda que havia aprendido o caminho até ali. E, por mais que não gostasse, tudo naquele lugar lhe trazia lembranças. Já era praticamente de lá, apesar de originalmente ter nascido no North Blue. Ah, bem. Depois que se tornou um pirata muitas coisas tinham mudado e muitos lugares já tinha visitado. Não poderia dizer-se mais de apenas um.

Quantas aventuras! Pena que não podia mais trazê-las de volta... Agora eram apenas memórias...

"– Capitão! Capitão Hanry! - seus olhos voltaram-se para a pequena pessoa que tinha ao seu lado. Grandes olhos verdes o encaravam com a animação de uma criança enquanto o rosto rosado mantinha-se corado pela excitação. Sorriu, sabendo que novamente viriam aquela chuva de perguntas. - Capitão, quando chegaremos a próxima ilha? Vamos encontrar um tesouro? Nossa reserva está acabando, capitão. Ne! Vamos encontrar pessoas fortes? Eu quero lutar contra alguém! Criei um golpe novo muito legal!

– Pare de incomodar o Capitão, seu pequeno macaco! - dessa vez foi um enorme homem a gritar. Seus braços fortes e musculosos carregavam algumas caixas cheias de comida para o deposito. Seus cabelos curtos mostravam perfeitamente a cicatriz que tinha no pescoço, bem destacada em sua pele morena pelo fato de ser branca. Brincos enfeitavam suas orelhas enquanto seu olhar frio se dirigia para o pequeno que estava a seu lado. O mesmo inflando as bochechas coradas.

– Moh! Macaco é o Ki-chan! - gritou, apontando para um vulto que saltava pelas velas. Sua agilidade e destreza eram impressionantes e assustadoras, seu corpo se movia juntamente com as cordas do mastro como em uma dança perigosa, a pleno voo.

Bem quando escutou a escamação parou suas acrobacias, mantendo-se de cabeça baixa ainda preso em uma das cordas. Os longos cabelos castanhos, presos de forma frouxa em um rabo de cavalo, pendiam para próximo do chão, enquanto seu rosto, muito semelhante ao de um macaco com olhos felinos, encarava desconcertado o pequeno que tinha ao lado. A pele morena, corpo esguio e extremamente magro e flexível.

– Deveria parar de ficar macacando e fazer o seu trabalho. - e mostrou a língua para o pequeno, em um ato que só poderia ser descrito como infantil. O menor inflou as bochechas ainda mais, formando um biquinho adorável com os lábios.

– Quem está macacando é você que fica saltando de um lado para o outro nessas cordas! - rebateu, o dedo indicador apontando acusadoramente para o que se pendurava nas cordas e rapidamente voltava a ficar com a cabeça voltada para cima.

– Pelo menos eu estou fazendo o meu trabalho. Diferente de certo baixinho mimado. - e nisso se foi, voltando a saltar de corda em corda enquanto deixava o pequeno e furioso tampinha a bater o pé em reclamação.

Hanry apenas ria, divertido com as trapalhadas e discussões de seus marujos. O céu estava limpo, o mar calmo, sem nenhum barco a vista. Poderiam navegar tranquilamente até a próxima ilha esperando ansiosos para mais uma aventura."

Aqueles dias realmente foram os melhores. Quando o mar ainda não parecia uma enorme poça solitária e funda. Bem, o passado não poderia mais voltar, por mais que se lamentasse disso. Agora deveria se preparar para seu próximo passo.

Novamente na vila encarou as lojas que tinha a sua volta, cumprimentando aqueles que conhecia. Seu destino era a loja de roupas que antes havia arrastado Ace, tinha que começar a arrumar as coisas da garota, ela não poderia ficar apenas com uma roupa o tempo inteiro. Se realmente queria continuar no Novo Mundo, precisava de uma quantidade um pouco maior.

Adentrou na loja esperando que a senhora que ali trabalhasse viesse lhe atender. Ela não demorou muito a aparecer, o sorriso gentil delineando seus lábios já castigados pelo tempo.

– Oh! Que bom vê-lo novamente, Hanry-san. - cumprimentou a senhora, aparentando verdadeira felicidade ao vê-lo. Hanry apenas devolveu o cumprimento com um aceno de mão. - Ara! Onde está aquela bela garota que te acompanhava da ultima vez?

– A deixei treinando na praia. Ela ainda tem um longo caminho pela frente. - respondeu, um pequeno sorriso desenhado em seus lábios. Todavia, a mulher mais velha conseguia ver, mesmo que Hanry tentasse esconder, o carinho que agora ele estava sentindo por Ace.

– Vejo que já está começando a se apegar a essa garota. - comentou, já compreendendo o que ele veio fazer ali. Não precisavam de palavras entre ambos para entenderem-se mutualmente. Já fazia alguns anos, mas aos poucos aquela velha senhora aprendia a desvendar as mascaras do homem que tinha a frente. O mesmo riu.

– Vejo que realmente não posso esconder nada de você. - seus olhos se perderam em qualquer canto do lugar enquanto a senhora procurava roupas que pensava que a garota poderia gostar. Pelo que se lembrava da ultima vez, foi difícil achar uma que lhe agradasse, mas agora que tinha percebido seu estilo, talvez conseguisse acertar. Hanry, apenas pensava. - Ela me faz lembrar de Flora e Canse.

Por instantes a senhora parou, um olhar e expressão triste tomando seu rosto. Aqueles nomes eram quase um tabu para Hanry. Se eles os pronunciava naquele instante, era porque as memórias deveriam estar piores que os próprios nomes.

"– Ara! Que linda! Tem o seus olhos. - não poderia negar, não poderia negar nada naquele momento! Estava tão feliz! Tão feliz! Nunca em sua vida sentiu tanta emoção. As lágrimas não paravam de escapar, tão continuas quanto o sorriso que estava posto em seu rosto.

– Oh! Que linda! A filha do capitão é tão linda! - exclamou alguém a seu lado, mas não identificou quem quera. Não tinha olhos para mais ninguém que não fosse as duas a sua frente.

– Não grite! Vai assustar a pequena!

– Você também está gritando!

– Agora temos duas flores na tripulação! Nossa futura capitã acabou de nascer!

– Quem decidiu que ela seria a futura capitã?

– Baka! Não consegue ver que é o inicio da segunda geração de piratas da nossa tripulação?!

– Ela vai ficar muito solitária, então, coitada. Porque duvido que esse bando de marmanjo consiga a mesma proeza que nosso grande capitão.

– Está dizendo que não conseguimos atrair mulheres?!

– Se a carapuça serviu!

– Quer brigar seu desgraçado?

– Oh! Cai dentro!

– Ei, vocês dois! Sem bagunça, não veem que estamos em um momento incrível de comemoração?! Mais respeito!

– Gomenasai!

– Bando de idiotas!

– Oi! Esse quarto já ta ficando apertado! Saiam alguns!

– Por que não sai você?!

– Eu cheguei primeiro!

– Já chega! Todos para fora! Agora! - e os resmungos continuaram. Estavam completamente disperso para conseguir dar sermão em alguém, mal conseguia falar!

– Ara! Vamos, Hanry. Pare de chorar e segure sua filha. - se embolou nas palavras e nas ações. Seus pés tropeçaram enquanto se levantava e se aproximava, seus braços tremiam enquanto erguia-os para carregar o pequeno vulto que a mulher de belo sorriso lhe estendia. Como descrever aquela sensação? - Viu? Ela ficou feliz.

E novamente voltou a chorar, tão alegre! Aquele definitivamente era o dia mais feliz de sua vida. O dia em que sua filha nasceu, o dia em que uma tripulação pirata ganhou duas preciosas rosas. Rosas que teriam a obrigação de proteger!"

– Hanry-san! Hanry-san! - seus olhos finalmente se focaram na figura que tinha a sua frente. A senhora o encarava de forma preocupada, como se o estivesse tentando chamar já fizesse algum tempo. Sacudiu a cabeça, levando as mãos até a testa, tentando voltar ao normal. E só então sorriu. - Moh! Não me assuste desse jeito! Estou te chamando já faz dez minutos!

– Gomen, gomen. Are! - seus olhos se pousaram na pilha de sacolas que tinha sobre a pequena mesa no centro da loja. Sorriu ao perceber que aquilo era o que veio buscar. Ergueu-se da cadeira em que estava sentado e se aproximou delas, pegando cada uma. - Vejo que já separou tudo que preciso. Arigato! Tão prestativa como sempre, irei garantir que aquela cabeça dura goste.

Dito isso saiu pela porta. A senhora só pode observar por onde ele ia até desaparecer, entristecendo-se ao perceber que aquele rosto estava retornando as feições daquele homem. E pensar que já foi uma pessoa tão forte e admirável...

Hanry caminhava pelas ruas da cidade, procurando retornar para a ilha. Estava distraído, não imaginava que as memórias voltariam dessa maneira. E foi no meio de toda essa confusão que visualizou algo interessante dentro de uma das lojas. E quem diria que algo assim poderia ir parar naquele lugar.

– Yo! - cumprimentou com animação assim que adentrou no lugar. O vendedor logo sorriu, reconhecendo quem era e se aproximou com um sorriso no rosto.

– Hanry-san! Há quanto tempo! Ouvi dizer que estava na ilha, mas não pensei que chegaria a visitar minha loja! - comentou animado.

– Pois é, tenho feito muitas coisas ultimamente. Mas me diga, como conseguiu esse artefato?

– Ah! Um viajante acabou parando por aqui acidentalmente e nós deu a noticia. Esse é uma cópia do original. Aparentemente o viajante era um artesão e tinha uma grande admiração por esses piratas, deixou vários artesanatos aqui. Ficou interessado?

– Hum... Com toda certeza. Vou levá-lo!

Ace abriu os olhos, demorou um tempo, mas finalmente conseguiu compreender o que aquele velho louco quis dizer em ouvir a voz da ilha. Tinha o Haki, mas nunca prestou muita atenção nessas tais de "vozes". Bem, não era nisso que estava pensando agora, existiam várias questões em sua cabeça que o deixavam bastante confuso.

Já estava escurecendo, o céu se encontrava em uma mistura de roxo e azul escuro, logo não teria mais luz. Conseguia ver Hanry se aproximando pelas sombras da floresta, tinha percebido sua aproximação. Cheio de sacolas, chegava com um sorriso no rosto, deixando-as todas próximas enquanto se preparava para fazer a fogueira.

– Trouxe um presente. - para a surpresa de Ace o presente não eram as sacolas que ele carregava, cheias do que pareciam mudas de roupas, mas sim um chapéu, um chapéu o qual conhecia muito bem.

Aquele chapéu laranja, com duas carinhas, uma feliz e triste, enfeitando-o junto a pequenas esferas vermelhas. Era tão semelhante ao seu que mal conseguia acreditar, todavia tinha quase absoluta certeza que Hanry não o havia trazido junto com ele da ilha em que a encontrou da primeira vez.

– Onde conseguiu isso? - questionou surpreso, encarando atentamente o chapéu que agora tinha em mãos. Hanry sorriu, conseguiu perceber a emoção que a garota sentia em ter aquele pequeno objeto em suas mãos.

– Parece que até mesmo nessa ilha sua fama é conhecida. - respondeu simplesmente, sentando-se sobre o pedaço de madeira que lhe era reservado já colocando alguns gravetos sobre a areia e se preparando para acender a fogueira. Ainda tinham alguns pedaços de carne para comer. - Agora me diga, desde onde você começou a acompanhar os meus paços?

– Você estava na floresta voltando para cá.

– Poxa, você demorou mais do que pensava.

– Calado! - Ace virou o rosto para outro lado, seu rosto ardendo pela vergonha e frustração. Realmente tinha demorado mais do que imaginava e muitas vezes se viu desconcentrado por causa de sua hiperatividade, todavia, foi pensando nesse assunto que se recordou do que realmente queria perguntar. - Ne Jiji... Eu percebi uma coisa enquanto fazia esse treinamento.

– E o que foi minha jovem?

– A emoção dessas vozes. - o velho parou o que estava fazendo assim que escutou o que a garota havia falado. Ela não o encarava, seus olhos haviam voltado-se para o céu sobre sua cabeça, começando a manchar-se de estrelas. - Algumas pareciam alegres... Outras preocupadas... Mas a sua... Eu senti como se estivesse, como devo dizer? Triste e solitária. - os olhos de Ace voltaram-se para o velho a sua frente que já não mais lhe encarava. - Por que? O que aconteceu para ficar assim? Quero dizer... Você não parece ser um homem triste.

O velho suspirou, sabia que uma hora ou outra Ace ia acabar por perceber que o sorriso que colocava não era totalmente verdadeiro e que escondia muito mais em sua história de ser o único tripulante de um enorme navio. Entretanto sabia que não seria fácil explicar. Suspirou mais uma vez, erguendo-se de onde estava e encarando a garota que tinha a frente.

– Bem, você me contou quem você é, hora de contar quem sou eu. - um sorriso triste apareceu em seu rosto e Ace fez questão de prestar bastante atenção na história. - Antes de me tornar um pescador nômade eu era um pirata. Tive uma pequena participação na era de Roger e de Edward. Minha tripulação era animada como qualquer outra, tinha uma esposa e uma filha também, que viajavam junto comigo. Minha filha nasceu em meu navio, já que minha esposa fazia parte da tripulação. Nós eramos felizes apesar do que eramos.

– E... O que aconteceu?

– Logo depois de sermos abordados por marinheiros e conseguirmos escapar fomos atacados por uma frota pirata inimiga. Estávamos cansados, nosso navio havia sofrido consideráveis avariações e alguns estavam muito machucados, não conseguiríamos lutar naquelas condições. Foi quando minha esposa deu a ideia de virmos para essa ilha, a ilha natal dela. Apenas aqueles que conheciam o caminho conseguiam entrar por causa das várias condições climáticas e biológicas que existem envolta da ilha. E seria realmente uma boa ideia, mas não levamos em conta a condição de nosso navio e demoramos muito para chegar. Quando finalmente o navio chegou na área segura dentro do raio da ilha... Todos... Apenas eu tinha sobrevivido...

O silêncio tomou conta do lugar entre os dois. Ace não sabia como deveria reagir a aquela história, por mais que soubesse como era perder companheiros diante de seus olhos, o aperto que era ver sua própria família morrendo diante de seus olhos, ele não tinha palavras para consolo. Não era bom nisso e talvez nunca seria.

Hanry soltou mais um suspiro.

– É por isso que estou te ajudando. Se eu fosse seus companheiros e percebesse que você na verdade está vivo, depois de tudo o que aconteceu, eu ficaria muito feliz. Não consegui ter essa satisfação com os meus, mas pelo menos posso fazer alguma coisa por você.

– Essa não é a única razão, é? - questionou a mais nova, a voz fraca e olhar ligeiramente baixo. O velho, no entanto, sorriu.

– Não. Também faço isso porque você me lembra muito minha esposa e minha filha. - seria mentira se Ace dissesse que não ficou surpreso nem encabulado. Aquela situação era deveras constrangedora e confusa, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa o velho se levantou. - Mas não é hora de conversarmos. Você tem que descansar, amanhã colocaremos em prática tudo o que você aprendeu sobre o Haki da observação.

Isso ele disse... Mas que merda! Ele nunca falou que o treino seria o deixar em uma cidade desconhecida tendo como único objetivo encontrar a droga do velho que o havia arrastado até lá.

Só poderia ser brincadeira!!


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Notas finais do capítulo

É, os treinos estão acabando e logo vou para o reencontro do Ace com o resto da galera. Tenho certeza que muitos estão ansiosos para isso, mas aguentem a mão mais um pouco, estou quase lá!
Espero que tenham gostado, desculpa qualquer erro.
Bye bye



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