Natasha Romanoff corria loucamente pelas ruas desertas da avenida 13, quando um engraçadinho freou bruscamente o carro á sua frente, impossibilitando-a de continuar. Praguejando, a ruiva tentou dar a ré no carro mas novamente foi impedida. Havia outro carro atrás. Dois Volvos pretos. Ela franziu o cenho, ligeiramente confusa e bastante intrigada. Não atreveu-se a sair de seu carro, não era estúpida a esse ponto. Gostava que os inimigos viessem até ela.

Os carros permaneceram parados durante alguns minutos, agonizando plenamente a agente de cabelos rubros. Natasha suspirou e olhou para trás. Quem quer que fosse, estava jogando o joguinho dela e definitivamente ela não estava feliz com isso. Resolveu brincar um pouco, para ver até onde eles pretendiam ir para pegá-la. Deu a ré no carro com tudo e em seguida acelerou o carro o máximo possível, atravessando a calçada, virando o volante a cada dois segundos. Os carros retomaram a perseguição, como ela previa que eles fariam e isso fez com que a agente sorrisse largamente.

Céus. Eles não sabiam onde estavam se metendo. Virando em uma esquina, ela calculou mentalmente quantos minutos seriam necessários para dar um perdido neles. Infelizmente ou não, seus perseguidores estavam literalmente na sua cola. Ela estava encurralada; fosse pela direita ou pela a esquerda... Eles provavelmente chamariam reforços. A ruiva suspirou.

Estava na hora da viúva negra entrar em ação. Virou o volante inesperadamente, fazendo com que seu carro se chocasse contra o da direita, enquanto tirava sua arma da cintura e apontava para o vidro do carro esquerdo. Disparou três vezes seguidas, e em seguida, repetindo o feito de segundos atrás, bateu com força seu veiculo no automóvel preto. Estava começando a se irritar verdadeiramente com aquilo. A ruiva decidiu que estava farta daqueles joguinhos, iria acabar com eles de uma vez por todas.

Porém...

Natasha prendeu a respiração. Seus perseguidores finalmente saíram do carro e, com toda a certeza ela não esperava por aquilo.

– Olá Nat. Sentiu minha falta?

– Yelena. – a ruiva engoliu em seco. Do lado esquerdo estava ninguém mais, ninguém menos... – Capitão. – ela se surpreendeu ao ver Steve ali, mas ao mesmo tempo sentiu-se aliviada. Era bom ver alguém confiável por perto.

Só não sabia dizer por que diabos ele estava com a sua cópia fajuta, em uma perseguição a toda velocidade. Steve Rogers fitou-a duramente, dando a entender por alguns instantes que ele não a reconheceu. Aquilo pegou a agente Romanoff de surpresa. Era uma atitude atípica do primeiro vingador.

– Lorelei mandou um recado. – exclamou roboticamente Steve, cerrando os punhos e avançando para cima da agente.

–--X---

Johnny estava sentindo-se cada vez mais aborrecido. Sua visão estava embaçada, sua cabeça doía como se alguém estivesse martelando-a e por alguma razão desconhecida, abominava ferozmente a presença da gostosa de cabelos ruivos que encontrava-se presente em sua cela.

– Você é tão bonito. – dizia ela e de alguma forma, parecia vidrada. Obsessiva. Tinha qualquer coisa na forma que ela o encarava, que o incomodou profundamente. – Homem fogo. – ela estalou a língua, deleitando-se ao pronunciar o nome. Aproximou-se o suficiente para que pudesse sentir a respiração do Storm, que mexeu-se desconfortavelmente. – Diga-me, Fogo Humano. – sorriu com o próprio trocadilho. – Não estaria interessado em trair o time dos bonzinhos e se juntar aos vencedores? – indagava com uma sobrancelha perfeitamente arqueada.

Naquele momento, Johnny teve certeza de três coisas:

A primeira era de que não estava em Crepúsculo, então não havia razões para um monologo esquisito desses.

A segunda era de que ele estava numa fria e precisava urgentemente se lembrar de como foi parar ali.

E a terceira, mas não menos importante: Aquela ruiva estava claramente interessada nele. E parecia louca demais para ele dispensar.

– Eu receio... – ele pensou cuidadosamente em sua resposta. Se dissesse algo indesejado, poderia ter sua garganta arrancada fora. Engoliu em seco diante do pensamento. –... Pelos meus amigos terráqueos. – e forçou-se a sorrir.

Lorelei sorriu, satisfeita com a resposta.

– Esse é o espírito.

Mas mal sabia ela, que daquele rebanho, Johnny era a ovelha negra. E estava preparando-se para fugir assim que possível.

–--X---

A situação da cidade de Nova York era caótica. Carros em chamas, prédios destroçados e pessoas correndo e gritando descontroladamente. Alguns corpos flutuavam no ar, chamando a atenção de curiosos e alguns desavisados que passeavam pela rua. Lady Sif e o Gavião Arqueiro observavam a situação do apartamento dele, perplexos.

– Vou vestir minha armadura. – informou a guerreira, que tinha um mau pressentimento sobre tudo aquilo.

Clint assentiu em concordância e murmurou algo baixo o suficiente para que ela não ouvisse. Correu em direção ao seu traje de batalha.

Enquanto no centro da cidade, os moradores tentavam conter o incêndio inutilmente. O fogo ia ganhando proporções gigantescas. Loki observava a cena com um sorriso triunfante nos lábios, vestido como civil – logicamente para dificultar a busca previsível de Thor e seus amiguinhos – ele ajudava a causar estragos. De maneira discreta, afinal, chamar a atenção da trupe de imbecis dos vingadores era a ultima coisa que ele queria. Seu mais novo amigo, Magneto, observava as coisas bem do alto. Ele fazia os aviões se chocarem, os prédios desabarem... Loki sentiu orgulhoso de si por participar de um time de vilões tão glorioso. Não demoraria muito para que ele conseguisse o que tanto queria...

E lá estavam, os Vingadores. Ou ao menos alguns deles. Thor, Bruce e Tony Stark tentavam o máximo que conseguiam, arrumar a bagunça feita pelo intruso dos X-men (como o Stark havia carinhosamente apelidado) mas, aparentemente, quanto mais eles tentavam reparar o estrago... Mais outros surgiam.

Não demorou muito para que Lady Sif e o agente Barton se juntasse a eles.

– Sif. – Thor ficou momentaneamente desnorteado por encontrá-la ali. A morena, entretanto, não parecia retribuir dessa alegria. Estava mais concentrada em arrebentar os automóveis que misteriosamente ganhavam vidas.

– Agora não, filho de Odin. – a morena replicou secamente.

Não tiveram sequer tempo para perceberem o sumiço de Storm, viúva negra e Capitão América, Nova York estava caminhando a passos rápidos para um abismo iminente. Eles tinham que ser rápidos, ou provavelmente não conseguiriam salvar o mundo...

E aquilo só estava começando.

Loki tinha os olhos verdes, brilhando como duas esmeraldas. Olhou para o céu, buscando por Magneto. O dito cujo olhou para o deus asgardiano e assentiu, já sabendo do que se tratava. E então voltou sua atenção para o tão cobiçado martelo de Thor. Ambos os vilões sorriram.

Aquele seria um dia glorioso.

FILHO DE LOKI E SIF: