Inominável escrita por Sir Andie


Capítulo 8
Esferas Perfeitas




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– Não vai me dizer seu nome? – perguntou Dean.

Os estavam sozinhos no quarto. Mesmo com o aproveitamento da conversa Sam continua irritado e foi assim, que no meio da conversa sobre vírus e caçadores que os dois viram o terceiro sair deixando a portar bater atrás de suas costas.

Ela ainda estava na cadeira, só que agora mantinha as pernas esticadas sobre a cama, parecia impossível fazê-la sentar de forma apropriada a uma mocinha. Dean permanecia sentado na cama, bem ao lado de onde repousavam os pés delicados e frios de sua acompanhante. As botas enlameadas tinham sido jogadas num canto perto da janela bem depois de Sam sair do quarto, justamente quando tudo virou um silêncio desconcertante e atraente, como os olhares que eles vinham trocando.

– Do que você quer me chamar? – a resposta em forma de pergunta era um doce desafio. Dean sorriu gostando da ideia. A garota era realmente atraente. Não era só o jeito de falar debochado ou o corpo jogado. Na verdade ela era envolvente de um jeito novo. Era tesão, atração puramente física. Mas era um sentimento tão primitivo que se tornava quase energético, como um incentivo para qualquer coisa a mais.

Mas ele não seria capaz de verbalizar aquilo tudo aquilo e por isso o que saiu foi a cantada mais idiota possível. Se não fosse pela sua voz rouca e grossa de sempre teria sido um desastre total.

– Quero te chamar de algo que te faz jus. Que tal seu nome de verdade?

– Você acha que Dean te faz jus? – ela tentou não rir para manter a intensão de filosofar. Os dois pés de moveram levemente para mais perto da cocha do caçador, enfiando a pontinha dos dedos na brecha entre o jeans e o colchão.

– É claro que sim! – ele respondeu rindo manso, estufando o peito. Os olhos correram para o lado ao sentir os corpos se encostando ainda que em extremidades simples. Jogou o braço por cima das pernas dela e ajeitou para que o peso a fizesse ficar mais presa a ele. A mão quis acariar-lhe a panturrilha, e assim o fez, mesmo sobre a calça de nome esquisito - Dean é um nome no mínimo genial. Vê, Deanius...

– Oh céus! – ele concluiu que ela ficava mais bonita gargalhando do que bancando a garota brava e concentrada, a cabeça jogada para trás fazia seu cabelo sair de frente do rosto e o peito estufar em curvas perfeitas apesar da maldita camiseta larga - Eu não acredito que você disse isso mesmo.

Ele riu junto dela antes de repetir o pedido com a voz embargada. A voz dele era rouca, grossa. Se ela tivesse que escolher a voz de um homem com certeza seria a dele.

– Seu nome.

– Meus amigos me chamam de Elle. – respondeu compassiva. E então sentiu que queria devolver o carinho, que seu corpo se arrepiava e queria se mover também. Moveu os pés para baixo e para cima por uma pequena extensão do colchão, fazendo o lado da legging roçar contra o lado do jeans - Isso se eu tivesse algum amigo.

– Uma caçadora solitária – Dean estendeu a mão num gesto cavalheiro para que ela se senta-se perto dele. Com um sorriso ela apenas permaneceu onde estava.

– Solitária? – os olhos marinhos da garota chamada Elle rolaram antes de uma resposta incerta - É. Acho que foi sempre assim. – ela riu fraco.

– Como começou? – a ideia de uma caçadora tão inesperada quanto Elle estava o deixando inquieto. Olhou de canto de olho para a desejando ter tempo de trancá-la sem quebrar o clima.

– A maioria começou quando as coisas ficaram confusas para eles não é? – ele podia perceber que a voz dela, sempre cheia de si, se tornava aos poucos mais aberta, mais frágil e incerta - Quando se torna um caso e não consegue sair dos próximos. Não é assim? – ela o encarou com o olhar inocente e quase triste - Bem, eu não era um caso, mas de certa forma os casos sempre eram meus. Eu precisei aprender a me virar.

– Isso deveria fazer algum sentido para mim? – ele perguntou segurando um riso fraco entre os lábios que não paravam de sorrir para ela.

– É mais complicado do que parece. – e ela por sua vez devolveu o mesmo sorriso, ainda que o tom continuasse um tanto fúnebre. Algo completamente compreensível para um caçador que conta sua história.

– Se não quiser falar sobre isso... – Dean tentou parecer mais confiável - Eu... Eu entendo. Tem muita coisa que é melhor ficar trancada conosco e apenas conosco. Sempre tem. Todos temos segredos trancados.

– Eu que o diga. – a cabeça dela caiu para trás do pescoço. Elle perdeu alguns segundos observando os fragmentos de poeira dançando no vento visíveis pelo feixe de luz do sol que entrava pelas cortinas.

Dean aproveitou para observar algo que achava mais interessante. Elle. Focou primeiro o decote. A maneira como a camisa larga caia solta por ser assim e se embolava na curva dos seios dela. Tentou não olhar além disso afinal ela poderia percebê-lo a qualquer segundo. Mas era inevitável não perceber que com a luz dá janela aquela curva em que as duas esferas se encontravam se tornava ainda mais convidativa por estar escondida, mas que justamente a luz deixava aparecer contra o tecido branco da camisa o cetim negro do sutiã.

Ela percebeu que ele olhava e sorriu. Ele percebeu que ela olhava para ele apenas seus olhos pediram por permissão quando as sobrancelhas levantaram. O sorriso já anunciado era a resposta que ele precisava, mas foi o fato dela levantar que deu a Dean a abertura necessária. Elle ficou parada de fé em sua frente. Ele não resistiu em olhar a camisa caída se mover para cima e para baixo indicando uma respiração mais ofegante.

– No acapamento. Onde a luxuria surgiu você... – ele começou dizendo enquanto tentava descobrir um lugar para colocar as mãos. Decidiu que o lado das pernas dela eram macios e assim o melhor que podia ter escolhido àquele ponto.

– Se eu participei? – não foi ele quem parou a frase, foi ela que a concluiu para ele. Em resposta ao toque ela chegou ainda mais perto, o obrigando a olhar para cima para continuarem olho no olho.

– Eu não cheguei a dizer isso – respondeu Dean em um tom divertido, subindo a mão agora para a lateral das cochas.

– Eu sei. – e com um riso em resposta ela o segurou pelos pulsos, o puxou como um pedido para que ele também ficasse de pé. O encarou com o rosto de frente ao seu por alguns segundos. Torceu a cabeça para o lado e deixou que ele sentisse sua respiração contra a pele do pescoço. Dean fechou os olhos se deliciando com aquilo. As mãos subiram ainda mais e dessa vez se moveram um pouco mais trás, segurando firme outro encontro de esferas perfeitas.

Ele estava pronto para apertar a garota quando a porta do quarto abriu.


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