Meu destino é você escrita por Cecília Mellark


Capítulo 7
Capitulo 7


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos? Tiveram um bom final de semana? Espero que sim!! O meu foi maravilhoso! Curiosos para os acontecimentos desta semana? Vamos lá.



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Eu sinto uma mãozinha pequena apertando a minha e ouço sua voz me dizendo: “Acorde Kat, acorde, é um pesadelo”. Cecilie. Abro meus olhos para encontra-la do lado da cama, rapidamente ela me dá um sorriso sem os dois dentes da frente e pula para cima, se ajeitando em mim. Eu abraço a pequena como se ela fosse minha vida. Talvez ela seja. É impossível para mim, olhar pra ela não imaginar minha filha, e elas teriam a mesma idade. Na verdade, exatamente a mesma idade, é certo que eu fiquei algum tempo sedada, mas tenho certeza da data do acidente, e é a mesma data de aniversário de Cecilie. Quando descobri isso, fiquei maravilhada, Deus tinha me dado um motivo para não ficar trancada o dia todo no quarto quando chegasse o dia.

– Com o que você estava sonhando Kat?

– Oh querida, às vezes, sonhamos coisas ruins que aconteceram com a gente. Eu estava sonhando com a minha filhinha que morreu, antes que eu pudesse conhecê-la.

– Sabe Kat, eu também sonho com meus pais.

Eu sentir meu corpo todo ficar tenso, como ela poderia sonhar com os pais? Ela não tinha nem dois anos quando foi deixada aqui.

– Você lembra-se dos seus pais Ceci?

– Claro que não Kat – ela eu uma risada gostosa, como seu a minha pergunta fosse a coisa mais tola do mundo. Na verdade eu me senti tola naquele momento. – Eu sonho em como eles poderiam ser... – ela disse a ultima frase pensativa, como se fosse um segredo. Então eu decidi instigar mais, eu não queria que Cecilie sofresse por pais que não foram capazes de ama-la.

– E como você imagina que eles são, querida?

– Oh, Kat... nos meus sonhos, você é sempre minha mamãe, porque se um dia eu pudesse escolher uma mãe, eu escolheria você. E meu papai, é o príncipe Peeta.

Eu olhei para seu rostinho e ela estava de olhos fechados e com um sorriso nos lábios, eu abracei seu corpinho, deixando minhas lágrimas lavarem minha dor. Ela queria que eu fosse sua mãe. Eu queria que ela fosse minha filha. Isso poderia ser resolvido. Eu vou adota-la.

Esse era um desejo antigo meu, mas eu sabia que não poderia fazer isso de acordo com a lei por ser solteira. Mas agora com a revelação de Cecilie, eu tive ideias, Hay poderia me ajudar. Mesmo ele estando doente, tenho certeza de que eu poderia arrasta-lo até aqui assim que eu revelar para ele o meu desejo.

– Ceci, eu quero ser sua mãe de verdade. Você aceitaria?

– Kat? É tudo que eu mais quero no mundo inteiro. E nós poderemos procurar o Peeta.

– Oh não querida, o Peeta de verdade, não gosta mais de mim. Mas não se preocupe, porque nós vamos estar juntas, e nada de ruim vai nos acontecer. Mas olhe, isso é um segredo. Você sabe que existem documentos que devem ser preenchidos e tudo mais. Então por enquanto só nós duas saberemos disso, combinado?

– Combinado mamãe. – Mamãe, eu não sabia que seria uma palavra tão doce e que faria meu coração bater tão velozmente.

Eu a abracei novamente, coloquei ela pra ir par ao banho. E fui falar com Delly, eu precisava de me desculpar pelo meu comportamento idiota.

A encontrei na cozinha preparando um jantar cheiroso. Delly sabia como transformar batatas e cenouras, em banquetes! Não foi difícil pra ela me perdoar, e me abraçar, dizendo mais uma vez carinhosamente que eu deveria retomar minha vida. Então eu contei pra ela minha ideia de adotar Cecilie. Ela ficou chocada, mas disse que esperava que um dia isso acontecesse. Afinal desde quando Ceci chegou eu praticamente agi como se realmente fosse mãe dela. É claro que eu amava as outras meninas, mas Ceci era especial.

Delly, me disse que viajaria em 3 semanas para ver Effie. E que daria meu recado para Hay. Eu estava ansiosa agora para ter a guarda de Ceci, finalmente eu teria uma filha. As semanas passaram rapidamente e já era começo de inverno quando fomos levar Delly para a estação de trem. Embora fosse uma breve viajem, ficar 3 meses sem ver Delly seria difícil para mim e para todas as outras. E quando ela partiu, eu resolvi passar no correio com Ceci, depois poderíamos ir no centro, comprar alguns doces. Peguei todas as cartas, e sai, nem mesmo olhei se tinha correspondência para mim. Eu não havia respondido a carta de Hay, já que Delly estava indo para lá, ela prometeu que me avisaria de um jeito urgente, se o estado de saúde dele fosse realmente ruim. Então Ceci e eu entramos em uma cafeteria para tomar chocolate quente, e comer alguns cupcakes. Foi uma tarde leve, divertida, eu estava tão próxima da felicidade.

Quando chegamos de volta, Ceci foi correndo para junto das meninas, elas estavam jogando alguma coisa de adivinhar. Então eu fui para a cozinha para separar as correspondências, e quase cai da cadeira. Tinha 3 para mim, de Haymitch. E para Delly, tinha uma de Peeta, outra da minha mãe e uma de Effie. O conteúdo das cartas para Delly eu jamais saberia. Eu nunca teria coragem de abrir. Mas tantas cartas de uma vez, só pode ser noticias ruins, ou muito boas, ou então descobriram onde estou. Para tirar tantos pensamentos da minha cabeça. Abro a primeira carta de Hay.

“Docinho,

Não me sinto bem. Você sabe que não sou sentimental. Preciso de você.

Com amor, Hay.”

Meu coração estava disparado. Como assim ele precisa de mim?

“Katniss,

Você pelo menos poderia ter o mínimo de consideração comigo! Afinal de contas sempre estive do seu lado quando você precisou. Venha me ver docinho!

Hay.”

Agora sim, parecia um pouco com ele, mas ele estava bravo? Com os dedos trêmulos abri a terceira carta, que era até pesada. Comecei a pensar que continha um testamento lá dentro. Teria ele partido deste mundo? Eu estava realmente chorando quando comecei a ler.

“Docinho,

Sei que passamos por muitas coisas difíceis nesta vida juntos. E eu preciso de você aqui neste momento. Não me sinto nada bem. Sei que não vou durar muito. Estou mandando passagens áreas e dos trens para que você venha o quanto antes. Espero que chegue a tempo de me ver uma ultima vez.

Com todo meu amor,

Hay.”

Eu cai de joelhos onde estava, eu não podia acreditar. Olhei a data das passagens eram para dali a dois dias. Meu velho Hay, sem ele no mundo com quem mais eu poderia contar?

Eu queria que ele conhecesse Cecilie pelo menos. Tenho certeza que ele a amaria, assim como eu. E ele me ajudaria a ter a guarda dela. Agora tudo isso pode não acontecer.

Eu corri para ajeitar tudo para viajar dentro de dois dias, engoli meu orgulho, meu medo de reencontrar Peeta. Nada neste momento era mais importante do que estar do lado do Haymitch. Dois dias se foram rapidamente, eu demoraria 3 dias para chegar lá. Talvez não desse tempo ainda. Despedi-me de Ceci. Ela ficou chorando, dizia que queria ir também. Meu desejo era leva-la comigo, para sempre e para todos os lugares. Mas eu não tinha documentos que autorizassem isso. Era a primeira vez em sete anos que eu sairia dali, eu nunca havia deixado aquele lugar, nem Ceci, por nem um minuto. Todas as meninas escreveram-me cartinhas de boa viagem. E Ceci entregou uma para Hay também.

Quando peguei o trem e parti para Roma, senti um pedaço de mim ficando para trás. Mas não tinha tempo de lamentar isso agora. Todos os meus pensamentos estavam concentrados em Haymitch, aquele velho bêbado, irritante e que eu tanto amava.

Engraçado como ficar enclausurada por alguns anos faz você sentir-se uma estranha entre as pessoas. Minhas roupas eram fora de moda. Meu cabelo parecia agora sem corte, e meu rosto sem maquiagem me dava uma aparência de cansada. Quando eu cheguei no convento, eu ainda tinha algumas luzes no cabelo, e minha franja estava na altura do nariz. Mas com o passar dos anos, as irmãs mesmo cortando meu cabelo, eu tinha os fios retos, no meio das costas. Não tinha nenhum glamour.

Muitas pessoas me olhavam pelo canto do olho, no trem e principalmente no aeroporto. Eu estava quase pensando em voltar para trás e só embarcar quando tivesse passado o dia num salão, quando anunciaram meu voo. Eu fiz uma promessa. Quando voltasse para cá, eu faria um dia de beleza para mim. Tudo bem que só vivo com mulheres e crianças, e que devemos nos abster de vaidades, mas eu tinha que contar para as irmãs como parecíamos vindas da pré-história com essa aparência. Quando desembarquei na Austrália, amaldiçoei Haymitch por morar em um lugar tão quente. Embora fosse inicio de verão a temperatura estava altíssima. Meu consolo é que na fazenda com tantas arvores, geralmente é mais fresco. Embarquei no trem, e meu coração apertou-se. Ninguém viria me pegar na estação. Ele mesmo não acreditava realmente que eu iria vê-lo.

Quando cheguei lá minhas suspeitas se confirmaram. Peguei em taxi, e dentro de algumas horas, comecei a ver as estradas que eu conhecia como a palma da minha mão. Estava tão envolvida na magia do lugar que nem percebi o taxista parar.

“Moça, eu só posso vir até aqui, choveu muito há algumas horas e se eu entrar ai vai atolar, eu sinto muito, espero que não seja longe, você vai ter que ir a pé”.

Bem, eu fui literalmente despejada do taxi. Ainda bem que eu só tinha uma única mala. Que não estava tão pesada. Eu trouxe o essencial apenas, eu bem me lembro de que tinha um guarda roupas aqui na fazenda. Espero que o Hay tenha mantido ele no meu antigo quarto. Eu comecei a caminhar e percebi que realmente não estava longe. Mais uma curva e eu veria a porteira da fazenda de Effie. Senti meu estomago revirar de ansiedade quando me aproximei da curva e quando finalmente alcancei e olhei para frente. Meu coração afundou.

Havia um caminhão parado na porta da fazenda dela, um caminhão de flores. E havia pessoas carregandos as flores para dentro. Eu cheguei tarde demais, Effie, exagerada como é, provavelmente está preparando o velório mais florido do continente. Sem perceber eu larguei a mala, eu sabia que era inútil mas eu comecei a gritar por ele, eu entrei correndo pela fazenda e desabei no chão, todos me olhavam, com pena, imagino. E naquele momento e não podia mais ser consolada, porque eu não vim antes? Eu estava gritando por ele, chorando, desesperadamente desejando que Deus me ouvisse e o trouxesse de volta. Foi quando eu senti mãos me pegando no colo, e ouvi Effie gritando, perdendo a compostura de verdade dizendo: “Eu não acredito que você disse a ela que estava doente, ela já perdeu tanta gente na vida, você não tem o mínimo de noção da consequência dos seus atos”. Como assim "ele" me disse que estava doente? Ele quem? Hay?


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Notas finais do capítulo

Por hoje é só!! E ai, será que o velho Haymitch bateu as botas mesmo? Amanhã tem a resposta para esta pergunta e um reencontro emocionante! *.* Beijos



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