Meu destino é você escrita por Cecília Mellark


Capítulo 23
Capitulo 23


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas lindas! Temos hoje o penultimo capitulo.Bem vamos lá, nos encontramos no final ok?



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Ouvir a voz de Peeta naquela tarde ouvi-lo chorando foi um sonho e tenho quase certeza que ele não prestou atenção quando eu lhe disse sobre uma surpresa. Bem, eu não poderia dizer tudo por telefone e correr o risco dele fazer alguma coisa desesperada, embora eu suspeite que tudo ficou caótico após minha ligação.

O que me deixou mais feliz foi ver que ele realmente adotou Cecilie, a sua voz dizendo “A mamãe quer falar com você papai” ainda parece um sonho.

Foi muito difícil entrar novamente num avião, Annie tremia e Alex olhava toda hora pela janela não sei se examinando o que tinha lá embaixo ou se para verificar as asas do avião. Ao desembarcamos avistei de longe pessoas com placas, balões, nossos nomes em cartazes. Era mais gente do que eu realmente esperava. Eu queria correr, mas Pérola estava numa crise de cólicas delicada, então eu fiz todo o possível para ajeita-la e quando vi Peeta com Cecilie no colo eu virei Pérola de frente para que eles a vissem. Cecilie veio correndo, um ano sem vê-la... ela já tinha os dentes da frente estava com o cabelo maior, tinha crescido. Abaixei para abraça-la e para mostrar-lhe sua irmãzinha. Olhando as duas eu percebi que elas tinham mais semelhanças do que minha memoria julgava. Realmente apenas os cabelos eram diferentes. Um sentimento quente nasceu no meu coração. Nunca alguém diria a Cecilie que ela era adotada.

Peguei na sua mão e fui caminhando até Peeta que parecia sem reação. Exatamente como eu previa. E na falta de palavras eles nos abraçou. Nos chamou de as 3 mulheres da sua vida. Nos perdemos entre beijos, abraços, afagos. Mas o chorinho de Pérola nos trouxe para a realidade. Peeta a pegou ninando-a, enquanto eu abraçava minha mãe e Prim. Como senti falta delas. Notei que Prim estava realmente noiva, era impossível não notar seu imenso anel, e logo ela puxou um rapaz dentro os estranhos que sorriam para mim e me apresentou como o John. Eu inicialmente fiquei sem reação. Eu conhecia John. Ele era irmão do Gale.

Lembrei do meu sonho. De Gale, da mulher morena, do menino que parecia com ele. Procurei entre os estranhos e logo seus braços estavam me abraçando.

– Ei, Catnip! Seja bem vinda! Quem diria que um dia seriamos da mesma família!! Este é meu filho Marlon e está é Johanna.

Olhei para o menino assustada, como poderíamos sonhar com pessoas que nunca vimos? Dei um beijo nele e quando fiquei em frente Johanna que agora exalava vida, eu lembrei que já tinha visto ela em outro lugar. Anos atrás.

Minha reação foi olhar em volta e procurar Cecilie. O que gerou uma risada afiada da parte dela. A encarei com ódio! Ela sabia! Ela era a mãe de Ceci e me reconheceu também!

Eu estava com a mão fechada pronta para soca-la quando Peeta me segurou, rindo pra mim e olhando pra ela com uma expressão que eu não consegui identificar.

– Você é inteiramente previsível Katniss. – ela disse com um sorriso malicioso nos lábios

– E você é desprezível, eu sei quem você é. – eu estava sussurrando não por discrição, mas por notar que minha voz realmente tinha sumido.

– Bem meninas, vamos deixar essa amabilidade para mais tarde. Agora é um momento feliz! – Peeta disse me levando para fora dali. E eu vi quando Gale olhou sensurando-a e levando ela dali também.

Eu senti meu corpo todo ficar tenso quando Peeta me disse que a festa preparar para nós seria na casa de Gale. E Peeta percebeu isso.

– Kat, eu sei que você está nervosa, mas confie em mim. Eles não são maus. Tenho muita coisa pra explicar. Logo será o momento, agora eu peço apenas que você relaxe, vamos curtir nosso reencontro. E obrigada.

– Obrigada pelo que? – eu disse ainda digerindo as palavras anteriores dele.

– Por me dar mais uma filha maravilhosa, perfeita. – ele estava olhando para Pérola como se ela fosse desaparecer dos seus braços.

– Peeta, obrigada pelo que você fez por Cecilie – Eu disse afagando os cabelos dela que estava agora com a cabeça enfiada no meu pescoço como quando era bebe.

– Eu disse para você mamãe, nós encontraríamos o príncipe Peeta.

– Realmente Ceci, eu acho que vou prestar mais atenção nas suas profecias agora!

– Mamãe? Eu não quero que você brigue com tia Joh.

– Tia Joh? – Eu quase morri ao ouvir minha pequena dizer aquilo. Aquela víbora que a abandonou tinha reconquistado o amor dela? Não. Isso não era possível pra mim. Logo senti lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

– Querida, eu te prometo que tudo será explicado. E o fim será surpreendente para você.

– Combinado! Já que a “tia” Johanna tem dois defensores aqui eu prometo que pelo menos irei ouvir primeiro e julgar depois.

Com isso rimos, e logo estávamos na casa da Gale. Aliás na mansão. E lá Annie e eu contamos tudo que passamos desde o acidente, e Alex encenava algumas partes fazendo todos rirem. Pérola só voltava para mim para mamar, e no resto do dia eu a via passando de colo em colo. Até no colo da maldita Johanna minha filha estava.

Então depois foi a vez deles começarem a falar, contaram sobre o casamento da Delly, o nascimento de Anis, que já tinha 7 meses. Falaram sobre o casamento da mãe de Gale com o pai de Johanna. Eles eram ‘irmãos’ mas agiam diferente, pareciam um casal. Até que minha irmã me disse lembrou que eles não eram irmãos, e acrescentou um comentário de “é muito complicado, mais tarde você vai entender”.

Eu estava ficando ansiosa para o ‘mais tarde’. Quando Peeta me chamou para irmos para o escritório eu fui aliviada. Finalmente eu saberia o porquê de todo aquele auê.

Entrei no escritório e encontrei Gale com Johanna ao seu lado, minha mãe, Prim e John e finalmente Peeta e eu.

Eu não sabia como começaríamos aquela conversa então Gale se adiantou.

– Eu quero primeiro contar-lhe Katniss sobre mim. – Eu assenti com a cabeça e então ele contou sobre quando chegou em Londres, sobre como conheceu Johanna, sobre a proibição de sua mãe de ficarem juntos. Falou sobre Madge, sobre seu filho Marlon e sobre a doença dele e falou sobre a tentativa de terem outro filho. Parou ai, e olhou para Johanna, como se ela fosse continuar a história.

Bem eu estava realmente comovida com a história dele. Peeta confirmava com a cabeça as palavras dele. Então depois de alguns momentos Johanna olhou para mim sarcasticamente e disse:

– Nos conhecemos não é Katniss? Agora é a hora da verdade, conte para eles de onde você me conhece! E não poupe os detalhes!

Não tinha medo no olhar dela, ela não temia que soubessem que ela abandonou uma menina num convento, embaixo da chuva e seu olhar dizia que não havia também arrependimento. Será que ela carregava isso para si todos esses anos e agora eu seria a libertação do fardo dela?

– Ande! Fale freirinha!

– Você é um monstro! Abandonou sua filha na porta do convento, num dia de chuva! Você abandou uma menina! – Eu sentia lágrimas nos meus lábios ao lembrar daquele momento – Eu abri a porta daquele dia! Eu nunca esqueceria o seu rosto! foi você quem abandonou Cecilie Mason.

– Sim! Fui eu! Sabe uma coisa engraçada? Você não perguntou não é? Mas Gale e eu assinamos Mason. Eu nunca tive filhos! Sabe de onde eu conheço você? – ela estava gritando, e meu sangue parecia gelar agora, ela não era a mãe de Cecilie?

– Eu conheço você daquela tarde em que você estava nervosinha, desprezando o amor do Peeta, vociferando que sua gravidez aos 17 era uma maldição!

– Como? – Eu sentia meu corpo tremer, Peeta apertava a minha mão.

– Eu estava naquela lanchonete assistindo seu show, mas sabe quem atropelou você? Meu irmão... – Olhei para Gale que confirmou a informação com a cabeça - E dentro do carro dele estava Madge grávida de 7 meses, perdendo o bebe. Eu estava estagiando no hospital para onde vocês foram levadas. Fizemos os partos de vocês e você garota estava quase morta. Então quando eu vi sua filha nascendo saudavel e linda mesmo com 7 meses e a filha de Gale nascendo morta, sendo que outra vida dependia dela eu troquei os bebes! Você morreria mesmo. E ainda tinha chances da sua filha ser compatível para doar a medula para o Marlon.

– Você... minha filha... – minha mente lutava para entender onde aquilo chegaria mas o avalanche de emoções dos últimos dias impedia.

– Sim! Eu roubei sua filha de você! Nem imaginei que você sobreviveria, e nem me preocupei com isso por algum tempo. Mas chegou um dia que tivemos que fazer os exames de compatibilidade. E ai, todos descobriram. Eu tive chance de contar para Madge a minha versão da história, mas Gale ouviu apenas o médico dizendo que sua linda filha não era filha dele. E sabe o que aconteceu Katniss? Ele chegou em casa surtando! Marlon estava internado, eu tive tempo apenas de juntar algumas coisas da minha sobrinha, da sua filha e sair correndo dali para buscar ajuda. Mas nunca chegaria ajuda para eles... – ela começou a chorar veementemente fazendo-me olhar para ela encorajando-a a continuar – Gale começou agredir Madge, estava louco, ela conseguiu pegar o carro e sair de casa, ele saiu atrás. O carro dela perdeu o controle na chuva e caiu num penhasco, e ele bateu de frente com um caminhão.

Mas nenhum dos dois morreram. Ficaram gravemente feridos, em coma. E Marlon estava muito mal no hospital. Eu não podia cuidar de todos e ainda de Cecilie, por isso eu levei ela para o convento. Wiress foi minha baba, eu sabia que poderia contar com ela. Mas quando você abriu a porta, eu fiquei muito assustada, você sempre foi um fantasma me assombrando. Então eu não tive tempo de falar nada. Apenas deixei a menina lá. Sempre pensei em voltar, mas tive que cuidar de Madge, Gale, e Marlon. Quando finalmente Marlon e Madge se recuperaram, eu fiquei doente.

– Peeta? – olhei para ele esperando todos dizerem que era uma brincadeira! – Eu criei a nossa filha, a Cecilie é nossa filha...

Todos os meus momentos com ela passaram na minha mente como um filme, eu não lembro como sai do escritório e cheguei na sala, mas quando Peeta nos alcançou, ele chorava tanto quanto eu.

– Minha filha, minha. – eu repetia abraçando ela que apenas me abraçava de volta e me olhava preocupara como se eu fosse uma aberração.

– Nossa filha – disse Peeta no meu ouvido.

E naquela noite, eu não quis mais ouvir histórias saber de passados. Eu queria apenas ter certeza de que tudo aquilo era real. Eu tinha Peeta comigo, tinha Pérola, e por fim tinha certeza daquilo que meus olhos viam e meu coração sentia. Cecilie era nossa filha.

No outro dia eu quis ir embora dali, eu poderia até perdoar Johanna, mas isso demoraria um tempo para acontecer. Eu soube da morte da esposa de Gale, e ele me confessou o pedido da mulher para que ele e Johanna ficassem juntos por fim. Então eu lhe contei meu sonho. E ele me contou que Madge tinha dito pra ele que eu não estava morta, e que lhes ajudaria.

Ele me disse que ele e Johanna estavam morando juntos, mas apenas como irmãos ainda, cuidando de Marlon. E que ela se recuperara milagrosamente, e sempre dizia que era o amor dele e as orações de Cecilie que a salvaram.

Só perdoei Johanna 5 meses depois de saber de tudo, quando fomos todos para a fazenda de Hay e Effie para o aniversário de 1 ano da pequena Anis. Ela me procurou pedindo perdão, dizendo que queria concertar tudo na vida dela, porque tinha medo de ficar doente de novo e partir do mundo com negócios inacabados. Foi ali pela primeira vez que nos encontramos todos juntos novamente, com algumas adições, como Cecilie, Pérola, Anis e Marlon.

À noite, depois de colocar as meninas para dormir Peeta e eu subimos para o nosso ‘jardim secreto’ e ficamos ali admirando o céu, agradecendo a vida pela chance de sermos uma família grande e feliz. Enquanto ele passava alisava minha pequena barriga, nós riamos, prometendo não separar mais porque pela segunda vez, nosso reencontro estava ali crescendo dentro de mim.

– Peeta? – eu o chamei ficando sentada para poder olhar no olhos dele.

– Sim?

– Promete que fica comigo para sempre de verdade agora?

– Sempre. É uma promessa. E, além disso - um sorriso malicioso deslizou dos lábios dele – e não deixaria você sumir no mundo com três filhos meus por ai! Aliás, eu acharia fácil já que este ai também vai ser minha cara.

– Não vai não, seu convencido! A Pérola tem o meu cabelo! Este aqui vai ser parecido só comigo. – Eu falei rindo, e logo fui interrompida pelos seus lábios que procuravam minha boca como se ali tivesse a resposta para toda pergunta ou o remédio para toda dor. E mais uma vez nos encontramos sob o céu, desta vez, seria para sempre.


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Notas finais do capítulo

Bem pessoal, amanhã teremos um epilogo! Foi muito estar com vocês todos esses dias, vocês são muito especiais! ;D Beijinhos



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